
Questão 18: Da bondade e
da malícia dos actos humanos em geral.
Art. 10 ― Se uma circunstância pode especificar um acto como bom ou mau.
(Supra, a. 5, ad 4, infra, q.
73, a. 7, IV Sent., dist. XVI, q. 3, a. 2, qª 3, De Malo, q. 2,
a. 6, 7).
O
décimo discute-se assim. ― Parece que uma circunstância não pode especificar um
acto como bom ou mau.
1. ― Pois, um acto se especifica pelo seu objecto. Ora, as circunstâncias diferem do objecto. Logo, não especificam o acto.
2.
Demais. ― As circunstâncias são como acidentes do acto moral, conforme se disse
1. Ora, o acidente não especifica. Logo, a circunstância não
constitui nenhuma espécie de bem ou de mal.
3.
Demais. ― Uma mesma coisa não pode pertencer a várias espécies. Ora, um mesmo acto
pode ter muitas circunstâncias. Logo, a circunstância não especifica um acto
como bom ou mau.
Mas,
em contrário. ― O lugar é uma circunstância. Ora, ele pode especificar o acto
moral como sendo mau, assim furtar em lugar sagrado é sacrilégio. Logo, a
circunstância especifica um acto como bom ou mau.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― A circunstância, na medida em que especifica
um acto, é considerada condição do objecto, segundo já se disse, e uma como
diferença específica do mesmo.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― A circunstância como tal, tendo natureza de acidente, não
especifica, mas, sim, quando transformada em condição principal do objecto.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― Nem toda circunstância especifica um acto moral como bom ou mau,
pois, não é qualquer que implica uma relação de conveniência ou desconveniência
com a razão. Donde, embora sejam muitas as circunstâncias de um acto, nem por
isso ele há-de pertencer a muitas espécies. Todavia não há inconveniente em um acto
moral pertencer a várias espécies morais, mesmo disparatadas, como já se disse 3.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
__________________________
Notas:
1.
Q. 7 a. 1.
2.
Q. 18, a. 5.
3.
Q. 18, a. 7.
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