10/08/2018

Evangelho e comentário


Evangelho 

São Lourenço

Evangelho: Jo 12, 24-26

24 Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto. 25 Quem se ama a si mesmo, perde-se; quem se despreza a si mesmo, neste mundo, assegura para si a vida eterna. 26 Se alguém me serve, que me siga, e onde Eu estiver, aí estará também o meu servo. Se alguém me servir, o Pai há-de honrá-lo.

Comentário:

Ao comparar-nos a um grão de trigo, Jesus Cristo está a elevar-nos a uma elevadíssima categoria.

O grão de trigo que se reproduz em quantidades de dezenas e dezenas de grãos é a base do alimento da humanidade.

O cristão pode – deve ser – fecundo como trigo e, com a sua acção apostólica, dar alimento a muitos.

É verdade! 

A humanidade tem fome que grassa um pouco por todo o lado mas, sobretudo, tem fome de Deus.

E se a fome pode ser debelada se os homens de boa vontade assim quiserem, a fome de Deus só pode ser saciada com a propagação do Reino de Deus, o conhecimento das verdades da Fé, a prática da vida cristã.

E, esta tarefa, cabe-nos a todos os baptizados.


(ama, comentário sobre Jo 12, 24-26, 2015.08.10)

S. Pedro e S. Paulo, apóstolos


Ânimo! Tu... podes. – Vês o que fez a graça de Deus com aquele Pedro dorminhoco negador e cobarde...; com aquele Paulo perseguidor, odiento e pertinaz? (Caminho, 483)


Pedro diz-Lhe: «Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!». Responde Jesus: «O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: «Tu nunca me lavarás os pés!». Replicou Jesus: «Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo». Simão Pedro rende-se: «Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça»!

Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)


«Pesa sobre mim a solicitude por todas as igrejas», escrevia S. Paulo; e este suspiro do Apóstolo recorda a todos os cristãos – também a ti! – a responsabilidade de pôr aos pés da Esposa de Jesus Cristo, da Igreja Santa, o que somos e o que podemos, amando-a muito fielmente, mesmo à custa de bens, da honra e da vida. (Forja, 584)

Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã - 28

A vida é uma luta constante; não quero dizer lutar contra seja o que for, mas lutar em favor de, para conseguir o que nos propomos, para obter o que desejamos.

Se a perfeição é o nosso objectivo, nem por ser vastíssimo podemos desistir ou considerá-lo inalcançável.

Quem se limita a "ir vivendo" como que "cumprindo os mínimos" arrisca-se a perder a chama da fé que deve incendiar o seu coração, despertar o seu ânimo, animá-lo a querer mais e melhor.

Quem assim procede lembra-me um pouco o que, por vezes se ouve dizer por aí: "Fulano é muito honesto!"!

Falando assim de alguém está a dar-se-lhe um destaque que não tem razão de ser e, até, pode ser profundamente injusto para com outros.

Mas - pergunto - ser honesto não deve fazer parte integrante do carácter de qualquer pessoa; além de que, dizer que "é muito honesto" se está a conferir à honestidade como que graus de importância o que, obviamente, não sucede.

(AMA, reflexões)

Doutrina – 445


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio


«CREIO NA VIDA ETERNA»


PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL


CAPÍTULO PRIMEIRO

O MISTÉRIO PASCAL NOS SACRAMENTOS DA IGREJA

Pergunto:

225. Qual a relação dos sacramentos com Cristo?

Respondo:

Os mistérios da vida de Cristo constituem o fundamento do que, de ora em diante, pelos ministros da sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos.

«O que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos» (S. Leão Magno).

El Reto Del Amor





por El Reto Del Amor

Tratado das Virtudes


Questão 66: Da igualdade das virtudes.

Art. 6 — Se a caridade é a maior das virtudes teologais.

O sexto discute-se assim. — Parece que a caridade não é a maior das virtudes teologais.

1. — Pois, como a fé reside no intelecto, e a esperança e a caridade na potência apetitiva, como já se disse [2], resulta que a fé está para a esperança e a caridade, como a virtude intelectual para a moral. Ora, aquela é maior que esta, como do sobredito resulta [3]. Logo, a fé é maior que a esperança e a caridade.

2. Demais. — O resultado de uma adição é maior que o adicionado. Ora, parece que a esperança é como que adicionada à caridade, pois pressupõe o amor, como diz Agostinho [4], porque torna mais intensa a tendência para a coisa amada. Logo, é maior que a caridade.

3. Demais. — A causa tem prioridade sobre o efeito. Ora, a fé e a esperança são causas da caridade, conforme a glosa de Mateus 1, que diz que a fé gera a esperança e a esperança, a caridade. Logo, a fé e a esperança são maiores que a caridade.

Mas, em contrário, diz a Escritura (1 Cor 13, 13): Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade.


SOLUÇÃO. — Como já dissemos [5], a grandeza específica da virtude depende do objecto. Ora, como são três as virtudes teologais referentes a Deus, como objecto próprio, uma não pode ser considerada maior que outra por ter um objecto maior, mas por estar mais próxima dele. E deste modo, a caridade é a maior de todas. Pois, as outras implicam, por essência, uma certa distância do objeto, porquanto a fé versa sobre o que não vemos, e a esperança sobre o que não temos. Ao passo que o amor de caridade recai sobre o que já possuímos, pois o amado está, de certa maneira, no amante; e, pelo afeto, este é levado a unir-se àquele; e por isso, diz a Escritura (1 Jo 4, 16): aquele que permanece na caridade permanece em Deus, e Deus nele.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A fé não está para a esperança e a caridade como a prudência para as virtudes morais. E isto por duas razões. — A primeira é que as virtudes teologais têm um objecto superior à alma humana, ao passo que a prudência e as virtudes morais versam sobre o que é inferior ao homem. Ora, o amor do que é superior ao homem é mais nobre que o conhecimento. Pois, o conhecimento completa-se pela presença do objecto no sujeito conhecente, enquanto que o amor, pela tendência do amante para o amado. Ora, o superior ao homem é mais nobre em si mesmo do que pelo modo que nele existe, pois aquilo que em outrem existe, existe ao modo deste. O contrário sucede com o inferior ao homem. — A segunda é que a prudência modera os movimentos apetitivos, dependentes das virtudes morais. Ora, a fé não modera o movimento apetitivo tendente para Deus, que pertence às virtudes teologais, mas somente mostra o objecto. Ora, o movimento apetitivo para o objecto excede o conhecimento humano, conforme a Escritura (Ef 3, 19): a caridade de Cristo, que excede todo entendimento.

RESPOSTA À SEGUNDA. — A esperança pressupõe o amor do que esperamos alcançar, que é o amor de concupiscência, pelo qual mais nos amamos a nós mesmos, quando desejamos o bem, que qualquer outra coisa. Ao passo que a caridade implica o amor de amizade, ao qual nos leva a esperança, como já dissemos [6].

RESPOSTA À TERCEIRA. — A causa perficiente tem prioridade sobre o seu efeito, mas não a causa dispositiva. De contrário, o calor do fogo seria mais forte que a alma, à qual ele dispõe a matéria, o que é evidentemente falso. Assim, pois, a fé gera a esperança, e esta, a caridade, enquanto uma dispõe para a outra.

(Revisão da versão portuguesa por AMA)



[1] (IIª. lIae , q. 23, a. 6).
[2] Q. 62, a. 3.
[3] Q. 66, a. 3.
[4] Enchir. (cap. VIII).
[5] Q. 66, a. 3.
[6] Q. 62, a. 4.

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?