Art. 6 ― Se um mesmo acto
pode ser bom e mau.
(II Sent., dist. XL, a . 4).
O
sexto discute-se assim. ― Parece que um mesmo acto pode ser bom e mau.
2.
Demais. ― Segundo o Filósofo, acção e paixão constituem um mesmo acto 2.
Ora aquela pode ser boa, como a de Cristo, e esta, má, como a dos Judeus. Logo,
um mesmo acto pode se bom e mau.
3.
Demais. ― Sendo o servo quase instrumento do senhor, o acto daquele é acto
deste, como o acto do instrumento o é do artífice. Ora, pode dar-se que a acção
do servo seja boa, por proceder da vontade boa do senhor, e má, por proceder da
sua vontade má. Logo, o mesmo acto pode ser bom e mau.
Mas,
em contrário. ― Os contrários não podem coexistir no mesmo sujeito. Ora, o bem
e o mal são contrários, Logo, um mesmo acto não pode ser bom e mau.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ― O movimento contínuo procedente de intenções
diversas, embora naturalmente uno, não o é moralmente.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Acção e paixão pertencem ao género da moralidade, na medida em que
são voluntárias. Donde, segundo a diversidade das vontades que os inspiram,
constituem moralmente dois actos e, portanto, um pode ser bom e o outro, mau.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― O acto do servo, enquanto procedente da sua vontade, não é acto
do senhor, mas só quando procede da ordem deste, e assim, a má vontade do servo
não torna mau o acto do senhor.
Nota: Revisão da tradução portuguesa
por ama.
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Notas:
1. V Phys., lect. VII.
2.
III Phys., lect. IV.
3.
Q. 20, a. 3 ad 1, q. 18 a. 7 ad 1.
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