
«Por
outro lado, a lei não permitia que uma mulher habitasse o templo junto dos
sacerdotes e se mostrasse no interior do santuário, coisa contrária também à
honestidade e à dignidade da lei. Após discutir esses problemas, tomaram uma
decisão verdadeiramente inspirada: confiá-la, sob a forma de um matrimónio, a
um homem que oferecesse todas as garantias de respeito pela sua virgindade».
«Encontrou-se
em José o homem adequado para aquela situação. Além disso, era da mesma tribo e
família da Virgem. Seguindo o conselho dos sacerdotes, José desposou a donzela,
mas a relação matrimonial ficou excluída daquelas núpcias».
(S. gregório de nisa, Homilia sobre a Natividade do Senhor (PG 46, 1140 A-B).
«Sem
dúvida os mistérios divinos são ocultos e, como disse o profeta, não é fácil ao
homem, qualquer que seja, chegar a conhecer os desígnios de Deus (cfr. Is
40, 13). Por isso, o conjunto de acções e ensinamentos de nosso Senhor e
Salvador dão-nos a entender que um desígnio bem pensado fez escolher com
preferência, para Mãe do Senhor, aquela que tinha sido desposada com um varão».
«Mas
porque é que não foi feita mãe antes dos seus esponsais? Pode ser para que não
se possa dizer que tinha concebido adulteramente. E com razão a Escritura
indicou estas duas coisas: Ela era esposa e virgem; virgem, para que aparecesse
limpa de toda a relação com um varão; desposada, para a poupar ao estigma
infamante de uma virgindade perdida, podendo a sua gravidez manifestar a sua
queda. O Senhor quis antes permitir que alguns duvidassem da sua origem do que
da pureza da Sua Mãe; sabia Ele quão delicada é a honra de uma virgem, quão
frágil a fama do pudor; não julgou conveniente estabelecer a verdade da Sua
origem à custa da Sua Mãe. Assim foi preservada a virgindade de Santa Maria,
sem detrimento da sua pureza, sem violar a sua reputação».
(Stº.
ambrósio, Tratado sobre o Evangelho de São Lucas, livro II, n. 1)
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