Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
Páginas
▼
16/09/2018
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Viver a família.
Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.
Lembrar-me:
Cultivar a Fé
São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Temas para reflectir e meditar
Pode parecer a alguns que
falar de amor não é próprio de homens adultos, que é coisa mais própria de
jovens ou feminino.
Quem assim pensa não
entende nada a respeito do amor.
O amor é o sentimento mais
belo do ser humano, aliás é exclusivo do ser humano.
Têm associadas virtudes,
ou sentimentos como o perdão, compreensão, solidariedade.
Sem amor o homem perde-se
em ódios, repúdios, indiferenças,
Normalmente é uma pessoa
sem amigos, amarga, intratável e, pior ainda, egoísta.
Não tenhamos
dúvidas: o amor rege a vida humana em todos os seus aspectos.
Atrever-me-ia
a dizer, até, que mesmo o chamado "amor-próprio", tem a sua
importância na medida em que, bem orientado e sem excessos, nos leva a um
procedimento mais justo e um comportamento mais equilibrado.
(AMA,
reflexões)
Evangelho e comentário
Evangelho: Mc 8, 27-35
27 Jesus partiu com os discípulos para
as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta:
«Quem dizem os homens que Eu sou?» 28 Disseram-lhe: «João Baptista; outros, Elias;
e outros, que és um dos profetas.» 29«E vós, quem dizeis que Eu sou?» -
perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra, e disse: «Tu és o Messias.» 30 Ordenou-lhes,
então, que não dissessem isto a ninguém. 31 Começou, depois, a ensinar-lhes que
o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos
sumos-sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de
três dias. 32 E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um
pouco, começou a repreendê-lo. 33 Mas Jesus, voltando-se e olhando para os
discípulos, repreendeu Pedro, dizendo-lhe: «Vai-te da minha frente, Satanás,
porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.» 34 Chamando
a si a multidão, juntamente com os discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser
vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 35 Na verdade,
quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por
causa de mim e do Evangelho, há-de salvá-la.
Comentário:
Não posso deixar de sentir
um carinho muito especial por Pedro.
Tão depressa é louvado e
bem-dito pelo Senhor como merece a Sua reprovação contundente.
Pedro é um homem
verdadeiro, com o coração nas mãos, a palavra que não retém, o impulso que o
leva a assumir atitudes, por vezes, drásticas – como no Horto das Oliveiras
atacando à espada os que vinham prender o Mestre – e, ao mesmo tempo, um homem
frágil, medroso – como quando tem medo do mar revolto pelo vento impetuoso e
pede ao Senhor que lhe estenda a mão – e, cobarde como quando nega por três
vezes, no pátio de Caifás, conhecer Jesus.
Em tudo, me parece, que me
assemelho com Pedro com as minhas dúvidas, hesitações, impulsos de amor e, ao
mesmo tempo, negando, mentindo, fugindo.
Que me dera parecer-me com
o Príncipe dos Apóstolos também no meu serviço total e sem condições e levar
para frente – apesar do nada que sou – os planos que o Senhor tem para aminha
vida.
(ama, Comentário sobre Mc 8, 27-35, 16.02.2017)
A Cruz às costas, com um sorriso nos lábios
Quanto mais de Cristo fores, maior graça
terás para a tua eficácia na terra e para a felicidade eterna. Mas tens de
decidir-te a seguir o caminho da entrega: a Cruz às costas, com um sorriso nos
lábios, com uma luz na alma (Via
Sacra, 2ª Estação, n. 3).
Ouves dentro de ti: "Como pesa esse
jugo que livremente tomaste!"... É a voz do diabo; o fardo... da tua
soberba. Pede humildade ao Senhor, e também tu entenderás aquelas palavras de
Jesus: iugum enim meum suave est, et onus
meum leve (Mt 9, 30), que me agrada traduzir, livremente, assim:
o meu jugo é a liberdade, o meu jugo é o amor, o meu jugo é a unidade, o meu
jugo é a vida, o meu jugo é a eficácia (Via Sacra, 2ª Estação, n. 4).
Há no ambiente uma espécie de medo da
cruz, da Cruz do Senhor. Tudo porque começaram a chamar cruzes a todas as
coisas desagradáveis que acontecem na vida, e não sabem aceitá-las com sentido
de filhos de Deus, com visão sobrenatural.
Até tiram as cruzes que os nossos avós
levantaram nos caminhos!
Na Paixão, a Cruz deixou de ser símbolo
de castigo para se converter em sinal de vitória. A Cruz é o emblema do
Redentor: in quo est salus, vita et
ressurrectio nostra, ali está a nossa salvação, a nossa vida e a nossa
ressurreição. (Via Sacra, 2ª Estação, n. 5).
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Cristo que passa 82 a 85
82
Hoje e ontem
A liturgia do Domingo de
Ramos põe na boca dos cristãos este cântico: levantai, portas, os vossos
dintéis; levantai-vos, portas antigas, para que entre o Rei da glória.
Quem fica recluso na
cidadela do seu egoísmo não descerá ao campo de batalha.
Contudo, se levantar as
portas da fortaleza e permitir que entre o Rei da Paz, sairá com ele a combater
contra toda essa miséria que embacia os olhos e insensibiliza a consciência.
Levantai as portas
antigas.
Esta exigência de combate
não é nova no Cristianismo.
É a verdade perene.
Sem luta, não se consegue
a vitória; sem vitória não se alcança a paz.
Sem paz, a alegria humana
será só uma alegria aparente, falsa, estéril, que não se traduz na ajuda aos
homens, nem em obras de caridade e de justiça, de perdão e de misericórdia, nem
em serviço de Deus.
Agora, dentro e fora da
Igreja, em cima e em baixo, dá a impressão de que muitos renunciaram à luta - à
guerra pessoal contra as suas próprias claudicações -, para se entregarem com
armas e bagagens às servidões que envelhecem a alma.
Esse perigo rondará sempre
em tomo de todos os cristãos.
Por isso, é preciso pedir
incessantemente à Santíssima Trindade que tenha compaixão de todos.
Ao falar destas coisas
fico perturbado se recorro à justiça de Deus. Apelo para a sua misericórdia,
para a sua compaixão, a fim de que não olhe para os nossos pecados, mas para os
méritos de Cristo e de sua Santa Mãe, e que é também nossa Mãe, para os do Patriarca
S. José, que Lhe serviu de Pai, para os dos Santos.
O cristão pode viver com a
segurança de que, se quiser lutar, Deus o acolherá na sua mão direita, como se
lê na Missa desta festa.
Jesus, que entra em
Jerusalém montado num pobre burrico, Rei da paz, é quem diz: o, reino dos céus
alcança-se com violência, e os violentos arrebatam-no.
Essa força não se
manifesta na violência contra os outros; é fortaleza para combater as próprias
debilidades e misérias, valentia para não mascarar as nossas infidelidades,
audácia para confessar a fé, mesmo quando o ambiente é contrário.
Hoje, como ontem,
espera-se heroísmo do cristão. Heroísmo em grandes contendas, se é preciso.
Heroísmo - e será o normal
- nas pequenas escaramuças de cada dia. Quando se luta continuamente, com Amor
e deste modo que parece insignificante, o Senhor está sempre ao lado dos seus
filhos, como pastor amoroso:
Eu mesmo apascentarei as
minhas ovelhas e as farei repousar, diz o Senhor Deus.
Irei procurar as que se
tinham perdido, farei voltar as que andavam desgarradas, porei ligaduras às que
tinham algum membro quebrado e fortalecerei as que estavam fracas...
E as minhas ovelhas
habitarão no seu país sem temor; e elas saberão que eu sou o Senhor, quando eu
tiver quebrado as cadeias do seu jugo, e as tiver arrancado das mãos daqueles
que as dominavam.
83
Antes do dia da festa da
Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo ao Pai,
tendo amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até ao fim.
Este versículo de S. João
anuncia ao leitor que vai acontecer algo de importante nesse dia.
É um preâmbulo terno e
afectuoso, que corresponde àquele que S. Lucas recolhe no seu relato: Tenho
desejado ardentemente - afirma o Senhor - comer convosco esta Páscoa, antes de
sofrer.
Devemos começar desde já
por pedir ao Espírito Santo que nos prepare de forma a podermos compreender
todas as expressões e todos os gestos de Jesus Cristo, porque queremos viver
vida sobrenatural, porque o Senhor nos manifestou a sua vontade de se nos
oferecer como alimento da alma e porque reconhecemos que só Ele tem palavras de
vida eterna.
A fé leva-nos a confessar
com Simão Pedro: nós acreditamos e conhecemos que tu és Cristo, Filho de Deus.
E é também ela, fundida
com a nossa devoção, que nesses momentos transcendentes nos incita a imitar a
audácia de João.
Assim, aproximamo-nos de
Jesus e reclinamos a cabeça no peito do Mestre que, como acabamos de ouvir, por
amar ardentemente os seus, os iria amar até ao fim.
Todos os modos de dizer
são demasiadamente pobres quando pretendem explicar, mesmo de longe, o mistério
da Quinta-Feira Santa. No entanto, não é difícil imaginar os sentimentos do
Coração de Jesus Cristo naquela tarde, a última que passava com os seus antes
do sacrifício do Calvário.
Lembremo-nos da
experiência tão humana da despedida de duas pessoas muito amigas.
Desejariam ficar sempre
juntas, mas o dever - ou seja o que for - obriga-as a afastar-se uma da outra.
Não podem, portanto,
continuar uma junto das outra, como seria do seu gosto.
Nestas ocasiões, o amor
humano, que por maior que seja, é sempre limitado, costuma recorrer aos
símbolos.
As pessoas que se despedem
trocam lembranças entre si, talvez uma fotografia onde se escreve uma
dedicatória tão calorosa, que até admira que não arda o papel.
Mas não podem ir além
disso, porque o poder das criaturas não vai tão longe como o seu querer.
Ora o que não está na
nossa mão, consegue-o o Senhor. Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem,
não deixa um símbolo, mas uma realidade.
Fica Ele mesmo.
Embora vá para o Pai,
permanece entre os homens.
Não nos deixará um simples
presente que nos faça evocar a sua memória, alguma imagem que tenda a apagar-se
com o tempo, como uma fotografia que a pouco e pouco se vai esvaindo e amarelecendo
até perder o sentido para quem não interveio naquele momento amoroso.
Sob as espécies do pão e
do vinho está Ele, realmente presente, com o seu Corpo, o seu Sangue, a alma e
a sua Divindade.
84
A
alegria da Quinta-Feira Santa
Como é fácil de explicar
agora o clamor incessante dos cristãos diante da Hóstia Santa, em todos os
tempos!
Canta, ó língua, o
mistério do Corpo glorioso e do Sangue precioso que o Rei dos povos, filho do
ventre fecundo, derramou para resgate do mundo.
É preciso adorar
devotamente este Deus escondido.
Ele é o mesmo Jesus Cristo
que nasceu da Virgem Maria; o mesmo, que padeceu e foi imolado na Cruz; o
mesmo, enfim, de cujo peito trespassado jorrou água e sangue.
Este é o sagrado banquete
em que se recebe o próprio Cristo e se renova a memória da Paixão e, com Ele, a
alma pode privar na intimidade com o seu Deus e possui um penhor da glória
futura.
Assim, a liturgia da
Igreja resumiu, em breve estrofe, os capítulos culminantes da história da
ardente caridade que o Senhor tem para connosco.
O Deus da nossa fé não é
um ser longínquo, que contempla com indiferença a sorte dos homens, os seus
afãs, as suas lutas, as suas angústias.
É um pai que ama os seus
filhos até ao ponto de enviar o Verbo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a
fim, com a sua encarnação, morrer por nós e nos redimir.
É ele ainda o mesmo Pai
amoroso que agora nos atrai suavemente para Si, mediante a acção do Espírito
Santo que habita nos nossos corações.
A alegria da Quinta-Feira
Santa parte, portanto, do facto de nós compreendermos que o Criador se desfez
em carinho pelas suas criaturas.
Nosso Senhor Jesus Cristo,
como se já não fossem suficientes todas as outras provas da sua misericórdia,
institui a Eucaristia para que possamos tê-Lo sempre perto de nós e porque -
tanto quanto nos é possível entender - movido pelo seu Amor, Ele, que de nada
necessita, não quis prescindir de nós.
A Trindade apaixonou-se
pelo homem, elevado à ordem da graça e feito à sua imagem e semelhança,
redimiu-o do pecado - do pecado de Adão que se propagou a toda a sua
descendência e dos pecados pessoais de cada um - e deseja vivamente morar na
nossa alma, como diz o Evangelho: se alguém Me ama, guardará a minha palavra, e
Meu Pai o amará, e nós viremos a ele, e faremos nele morada:
85
A Eucaristia e o mistério
da Trindade
Esta corrente trinitária
de amor pelos homens perpetua-se de maneira sublime na Eucaristia.
Há já muitos anos, todos
aprendemos no catecismo que a Sagrada Eucaristia pode ser considerada como
Sacrifício e como Sacramento e que o sacramento se nos apresenta como Comunhão
e como um tesouro no altar, mais concretamente, no Sacrário.
A Igreja dedica outra
festa ao mistério eucarístico - Corpus Christi - presente em todos os
tabernáculos do mundo.
Hoje, Quinta-feira Santa,
vamos deter-nos na Sagrada Eucaristia, Sacrifício e alimento, na Santa Missa e
na Sagrada Comunhão.
Falava de corrente
trinitária de amor pelos homens.
E onde poderá alguém
aperceber-se melhor dela do que na Missa? Toda a Trindade actua no santo
sacrifício do altar.
Por isso agrada-me tanto
repetir na colecta, na secreta e na oração depois da comunhão aquelas palavras
finais: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, - dirigimo-nos ao Pai - ,
que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus por todos os
séculos dos séculos. Ámen.
Na Santa Missa, a oração
ao Pai é constante. O sacerdote é um representante do Sacerdote eterno, Jesus
Cristo, que é ao mesmo tempo a Vítima.
E a acção do Espírito
Santo não é menos inefável nem menos certa. Pela virtude do Espírito Santo,
escreve S. João Damasceno, dá-se a conversão do pão no Corpo de Cristo.
Esta acção do Espírito
Santo exprime-se claramente, quando o sacerdote invoca a bênção divina sobre a
oferenda: Vinde, ó Deus santificador, eterno e omnipotente, e abençoai este
sacrifício preparado para o vosso santo nome, o holocausto que dará ao Nome
santíssimo de Deus a glória que lhe é devida.
A santificação, que
imploramos, é atribuída ao Paráclito, que o Pai e o Filho nos enviam.
Reconhecemos também essa
presença activa do Espírito Santo no sacrifício quando dizemos, pouco antes da
comunhão: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai, com
a cooperação do Espírito Santo, com a vossa morte destes a vida ao mundo...
(cont)