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19/10/2012

O Horror! O Drama! A Tragédia!


Era com esta abertura – ou parecida – que há anos atrás um conhecido locutor abria as suas intervenções televisivas. A estas fortes palavras emprestava o inegável dramatismo da voz algo rouca.

Pois, hoje, alguns locutores das televisões já não utilizam estas palavras mas, o que dizem, o tom em que falam e as expressões faciais deixam antever exactamente o mesmo: O Horror! O Drama! A Tragédia!

Uma senhora, em particular, Judite de Sousa, é o paradigma desta forma de dar notícias. Claro que as notícias disponíveis, não são muito boas, ou, pelo menos, boas mas… bolas… não haverá forma de dizer aos ouvintes algo que não lhes massacre a paciência, de lhes mostrar alguma coisa agradável e, sobretudo, algum motivo de esperança?

A televisão tem – deve ter – um papel muito importante no ressurgimento de um povo mergulhado numa noite de constrangimentos e dificuldades de toda a ordem. Aos comentadores ‘oficiais’ que sabem tudo o que não se deve fazer – o que é manifestamente escusado - rarissimamente se lhes ouve uma sugestão de ‘como fazer’ – o que seria de eventual utilidade – para todos, em geral e, até, para os que têm de governar.

Ainda ontem o Presidente do BPI deu uma entrevista na RTP 1 e, a gente admira-se com o pragmatismo, a serenidade e – mais – com o bom senso – demonstrado. Não haverá mais gente como Fernando Ulrich para entrevistar e, assim, trazer algo de construtivo e coerente aos espectadores?

Quero acreditar que enquanto houver cobertura exaustiva de manifestações – às vezes com umas dezenas de pessoas e, quase sempre as mesmas – estas continuarão cada vez em maior numero. Há três dias contei exactamente cinquenta e cinco minutos – ininterruptos – de reportagens sobre manifestações e, quando não há número suficiente em Portugal para preencher o tempo, recorre-se ao que se passa lá fora, como se fosse diferente ou mais interessante.

Depois… praticamente cinquenta por cento do tempo restante dos vários jornais televisivos são ocupados pelo futebol e… temos dito: Boa noite e até amanhã!

Mas… será que não haverá – MESMO – nada interessante e agradável para noticiar?

Além da paciência - que vai faltando – para ‘gramar’ estas ‘pastilhas’, resta-nos a esperança que haja bom senso e boa vontade por parte dos directores de informação, dos ‘pivôs’ e dos comentadores.

antónio mexia alves, 2012.10.18


Leitura espiritual para 19 Out 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

Vida de Maria (III) - A VOZ DOS SANTOS


«Não houve nem nunca haverá oferenda feita por uma criatura, nem maior nem mais perfeita do que a que fez Maria a Deus quando se apresentou no Templo para Lhe oferecer, não incenso nem cordeiros, nem moedas de ouro, mas a si própria de todo e por inteiro, em perfeito holocausto, consagrando-se como vítima perpétua em Sua honra. Compreendeu muito bem a voz do Senhor que a chamava a dedicar-se toda inteira ao Seu amor, com aquelas palavras: Levanta-te, apressa-te, amiga minha... e vem (Ct 2, 10). Por isso queria o seu Senhor que se dedicasse de todo a amá-Lo e a alegrá-Lo: Ouve, minha filha, olha, inclina o teu ouvido e esquece o teu povo e a casa paterna (Sal 44, 14). E Ela, nesse mesmo instante, seguiu a chamada de Deus».

«Por amor a esta menina privilegiada acelerou o Redentor a Sua vinda ao mundo. Precisamente porque não se julgava digna sequer de ser escrava da Mãe de Deus, foi a escolhida para ser essa mãe. Com o aroma das suas virtudes e com as suas poderosas orações atraiu ao seu seio virginal o Filho de Deus. Por isso o seu divino Esposo lhe chamou rola: Ouviu-se na nossa terra a voz da rola (Ct 2, 12); não só porque Ela, tal como a rola, sempre gostou da solidão, vivendo neste mundo como num deserto, mas porque como a rola que vai sempre gemendo pela campina, Maria suspirava sempre compadecendo-se das misérias do mundo perdido e pedindo a Deus que outorgasse a redenção para todos. Com muito mais fervor do que os profetas Ela repetia, quando estava no templo, as súplicas e suspiros deles para que mandasse o Redentor: Envia, Senhor, o Cordeiro dominador da terra (Is 15, 1). Céus, gotejai lá de cima; e as nuvens chovam o Justo (Is 45, 8). Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! (Is 44, 1)».

«Numa palavra, Ela era o objecto das complacências de Deus, ao contemplar esta virgenzinha aspirando sempre à mais elevada perfeição como coluna de incenso rica pelo aroma de todas as virtudes, tal como a descreve o Espírito Santo: Quem é esta que vai subindo pelo deserto como uma coluna de fumo feita de mirra e de incenso e de toda a espécie de aromas? (Ct 3, 6). Na verdade, diz Sofronio, era esta donzela o jardim das delícias do Senhor onde se encontravam toda a espécie de flores e todos os aromas das virtudes. Por isso, afirma São João Crisóstomo, Deus escolheu Maria para Sua Mãe, porque não encontrou na terra uma virgem mais santa nem mais perfeita que Maria, nem lugar mais digno para habitar do que o seu seio sacrossanto. São Bernardo diz de modo semelhante: não houve na terra sítio mais digno do que o seio virginal. Santo Antonino afirma que a bem-aventurada Virgem, para ser escolhida e destinada à dignidade de Mãe de Deus, tinha que possuir uma perfeição tão grande e consumada que superasse totalmente a perfeição de todas as outras criaturas: a suprema perfeição da graça é estar preparada para conceber o Filho de Deus».

«Como a santa menina Maria se ofereceu a Deus no templo com prontidão e por inteiro, assim nós neste dia apresentemo-nos a Maria sem demora e sem reserva e roguemos-lhe que nos ofereça a Deus, que não nos recusará vendo que somos oferecidos pelas mãos daquela que foi o templo vivo do Espírito Santo, as delícias do seu Senhor e a escolhida como Mãe do Verbo eterno. E esperemos toda a espécie de bens desta excelsa e muito agradecida Senhora que recompensa com grande amor os obséquios que recebe dos seus devotos».

(Stº. afonso maria de ligório, As glórias de Maria, Parte II, Discurso III.)


«Desde há quase trinta anos, Deus pôs no meu coração o anseio de fazer compreender às pessoas de qualquer estado, condição ou ofício, esta doutrina: a vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição cristã. Consideramo-lo uma vez mais, contemplando a vida de Maria.

Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante aos dias de muitos milhões de mulheres, ocupadas a cuidar da sua família, a educar os seus filhos, a levar a cabo as tarefas do lar. Maria santifica as coisas mais pequenas, aquilo que muitos consideram erradamente como não transcendente e sem valor: o trabalho de cada dia, os pormenores de atenção com as pessoas queridas, as conversas e as visitas por motivo de parentesco ou de amizade... Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus!

Na verdade, é isso que explica a vida de Maria: o seu amor. Um amor levado ao extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar ali, onde Deus quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina. Isso é o que faz com que o mais pequeno dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado. Maria, nossa Mãe, é para nós exemplo e caminho. Temos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quer que vivamos».

(S. Josemaria, Cristo que passa, 148

Vida de Maria (III) - A VOZ DOS PADRES E ESCRITORES ANTIGOS


«Os meses iam-se passando para a menina. Ao fazer dois anos, disse Joaquim a Ana: “Levemo-la ao templo do Senhor para cumprir a promessa que Lhe fizemos, para que não a reclame e nossa oferenda se torne inaceitável a Seus olhos”. Ana respondeu: “Esperamos  até que complete três anos, para que a menina não tenha saudades de nós. Joaquim respondeu: “Esperaremos”».

Ao chegar aos três anos, disse Joaquim: “Chama as donzelas hebreias que não têm mancha e que cada uma leve uma lâmpada acesa e a acompanhem, para que a menina não olhe para trás e seu coração seja cativado por alguma coisa fora do templo de Deus. Assim fizeram, enquanto iam subindo para o templo de Deus. Lá recebeu-a o sacerdote, que abraçando-a, abençoou-a e exclamou: “O Senhor glorificou o teu nome diante de todas as gerações, e no final dos tempos, manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel”».

Fê-la sentar-se no terceiro degrau do altar. O Senhor derramou graças sobre a menina, que dançou cativando toda a casa de Israel.

«Os seus pais saíram do templo cheios de admiração e louvando a Deus porque a menina não tinha olhado para trás. Maria permaneceu no templo alimentando-se como uma pomba e recebendo alimento pelas mãos de um anjo».

(Proto-evangelho de São Tiago, VII-VIII (Escrito apócrifo do século II)

Luta contra essa frouxidão

                                                             
Textos de S. Josemaria Escrivá

 http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979     © Gabinete de Inform. do Opus Dei na Internet

És tíbio se fazes preguiçosamente e de má vontade as coisas que se referem ao Senhor; se procuras com cálculo ou "manha" o modo de diminuir os teus deveres; se não pensas senão em ti e na tua comodidade; se as tuas conversas são ociosas e vãs; se não aborreces o pecado venial; se ages por motivos humanos. (Caminho, 331)

Luta contra essa frouxidão que te faz preguiçoso e desleixado na tua vida espiritual. – Olha que pode ser o princípio da tibieza..., e, na frase da Escritura, os tíbios, Deus os vomitará. (Caminho, 325)

Que pouco Amor de Deus tens quando cedes sem luta porque não é pecado grave! (Caminho, 328)

Como hás-de sair tu desse estado de tibieza, de lamentável languidez, se não empregas os meios? Lutas muito pouco e, quando te esforças, faze-lo como que zangado e com falta de gosto, quase com o desejo de que os teus fracos esforços não produzam efeito, para te justificares: para não te exigires e para que não te exijam mais. (Sulco, 146)

Testamento ou eutanásia

A eutanásia é um crime que o Estado deve evitar se lhe restar alguma ética, porque não constitui acto médico.

Prepara-se no Parlamento uma lei que regule o ‘testamento vital’ ou biológico. Não será um degrau para a eutanásia? O grande dom da vida tem um fim inevitável e universal. A cada ser humano compete lutar – do princípio ao fim – pela vida, com dignidade. Nem o próprio pode dispor da sua vida, porque não é só dele, mas integra-se na sociedade. O que se pede aos legisladores é a defesa dos direitos fundamentais, sem medidas que disponham da vida de outros seres humanos. Garantir o respeito por uma morte digna, sem reduções ou instrumentalizações, faz parte do processo legislativo.
A eutanásia é um crime que o Estado deve evitar se lhe restar alguma ética, porque não constitui acto médico, sempre ao serviço da vida e nunca instrumento de precipitação da morte.
A distanásia, ou seja, o prolongamento exagerado da vida, é eticamente negativa porque é lícito contentar-se com os métodos normais que a medicina oferece, sem recurso a meios extraordinários. É aceitável eticamente interromper os tratamentos quando não atingem os resultados esperados, se a suspensão não implicar cuidados fundamentais como a hidratação e a alimentação. Quando a morte está iminente é lícito decidir recusar formas de tratamento que seriam apenas penoso e precário prolongamento da vida. Quando é positivo o diagnóstico da morte importa respeitar a dignidade do corpo, evitando o recurso a técnicas de reanimação.
O testamento vital pode pedir que a vida não seja prolongada dentro destes limites. Será de rejeitar uma lei vaga que deixe poder discricionário aos que rodeiam o moribundo, com interesses alheios à sua morte digna, seja por razões de investigação científica, de economia ou herança, de comodismo: como não suportar mais tempo um velho ou um deficiente, ou até por razões ‘humanitárias’, para que não sofra mais. Ao encarar a questão da morte estamos a demonstrar a nossa concepção de ser humano e de vida. Deixar a critérios subjectivos e distantes no tempo a interpretação sobre declarações feitas pelo paciente será para o médico consciente uma tormenta. A forma leviana como se encarar o complexo problema do testamento vital mostrará a visão redutora do sentido para a vida.
A globalidade do ser humano não se esgota no corpo que tomba até à tumba. Sacrificar a pessoa a um imediatismo permissivo será entrar em labirinto perigoso ou floresta sem saída. Importa reagir a quem pretender abusar das leis para impor perspectivas sobre o enigma da morte. Outros querem decidir até quando devemos viver e ainda por cima pedem a nossa assinatura!

(D. Carlos Azevedo. Bispo Auxiliar de Lisboa, In Correio da Manhã - 2009.05.29)

Evangelho do dia e comentário








   T. Comum – XXVIII Semana





Evangelho: Lc 12, 1-7

1 Tendo-se juntado à volta de Jesus milhares e milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou Ele a dizer aos Seus discípulos: «Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 Nada há oculto que não venha a descobrir-se e nada há escondido que não venha a saber-se. 3 Por isso as coisas que dissestes nas trevas serão ouvidas às claras, e o que falastes ao ouvido no quarto será apregoado sobre os telhados. 4 «A vós, pois, Meus amigos, digo-vos: não tenhais medo daqueles que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. 5 Eu vou mostrar-vos a quem haveis de temer; temei Aquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, Eu vos digo, temei Este. 6 Não se vendem cinco passarinhos por dois asses?; contudo nem um só deles está em esquecimento diante de Deus . 7 Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais pois; vós valeis mais que muitos passarinhos.

Comentário:

«Tendo-se juntado à volta de Jesus» milhares e milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros,» deveria ser um espectáculo extraordinário, naqueles tempos, uma tão inusitada aglomeração de gente! De tal forma que o evangelista não pode deixar de o mencionar.

Jesus, ontem como hoje, atrai as multidões que acorrem para ouvir a Sua palavra, a Sua doutrina, os Seus conselhos.

São, compreendem, palavras de vida eterna, doutrina clara e simples, conselhos que salvam.

Este Jesus Cristo que reconhecemos como a Segunda Pessoa do Deus Uno e Trino, Criador e Senhor de todas as coisas, este Jesus está tão perto de nós, quer tanto a nossa companhia que não Se importa, antes veementemente o deseja, que O recebamos como alimento na Santíssima Eucaristia.

(ama, comentário sobre Lc 12, 1-7, 2011.10.15)