Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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06/08/2020
Pequena agenda do cristão
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Perguntas e respostas
A. OS IDEAIS E OS SEUS TIPOS
7.
Pergunto:
E se o ideal não se atinge?
Respondo:
Tornar realidade um ideal exige um esforço constante mais ou menos prolongado. Se não se alcança, pelo menos tentou-se e esse esforço terá ampliado a generosidade do coração.
Oração pelos Sacerdotes
Meu Senhor Jesus Cristo:
Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.
(A.M.A. 2009)
Com autorização eclesiástica
Leitura espiritual 06 Agosto
Cartas de São Paulo
Romanos
15 O exemplo de Cristo –
1 Nós, os fortes, temos o dever de carregar com as fraquezas dos que são débeis e não procurar aquilo que nos agrada. 2 Procure cada um de nós agradar ao próximo no bem, em ordem à construção da comunidade. 3 Pois também Cristo não procurou o que lhe agradava; ao contrário, como está escrito, os insultos daqueles que te insultavam caíram sobre mim. 4E a verdade é que tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, a fim de que, pela paciência e pela consolação que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança. 5 Que o Deus da paciência e da consolação vos conceda toda a união nos mesmos sentimentos, uns com os outros, segundo a vontade de Cristo Jesus, 6 para que, numa só voz, glorifiqueis a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Unidos no mesmo louvor –
7 Por conseguinte, acolhei-vos uns aos outros, na medida em que também Cristo vos acolheu, para glória de Deus. 8 Efectivamente, digo que foi por causa da fidelidade de Deus que Cristo se tornou servidor dos circuncisos, confirmando, assim, as promessas feitas aos patriarcas; 9 por sua vez, os gentios, dão glória a Deus por causa da sua misericórdia, conforme está escrito: Por isso te louvarei entre as nações e cantarei em honra do teu nome. 10 E diz-se ainda: Alegrai-vos, nações, juntamente com o seu povo. 11 E ainda: Nações, louvai todas o Senhor; que todos os povos o exaltem. 12 E Isaías diz também: Virá o rebento de Jessé, que se levantará para governar as nações: é nele que as nações hão-de pôr a sua esperança. 13 Que o Deus da esperança vos encha de toda a alegria e paz na fé, para que transbordeis de esperança, pela força do Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Objectivo da Carta –
14 No que vos toca, meus irmãos, estou pessoalmente convencido de que vós próprios estais cheios de boa vontade, repletos de toda a espécie de conhecimento e com capacidade para vos aconselhardes uns aos outros. 15 Apesar disso, escrevi-vos, em parte, com um certo atrevimento, como alguém que vos reaviva a memória. Faço-o em virtude da graça que me foi dada: 16 ser para os gentios um ministro de Cristo Jesus, que administra o Evangelho de Deus como um sacerdote, a fim de que a oferenda dos gentios, santificada pelo Espírito Santo, lhe seja agradável. 17 É, pois, em Cristo Jesus que me posso gloriar de coisas que a Deus dizem respeito. 18 Eu não me atreveria a falar de coisas que Cristo não tivesse realizado por meu intermédio, em palavras e acções, a fim de levar os gentios à obediência, 19 pela força de sinais e prodígios, pela força do Espírito de Deus. Foi assim que, desde Jerusalém e, irradiando até à Ilíria, dei plenamente a conhecer o Evangelho de Cristo. 20 Mas, ao fazê-lo, tive a maior preocupação em não anunciar o Evangelho onde já era invocado o nome de Cristo, para não edificar sobre fundamento alheio. 21 Pelo contrário, fiz conforme está escrito: Aqueles a quem ele não fora anunciado é que hão-de ver e aqueles que dele não ouviram falar é que hão-de compreender.
Participação nos planos do Apóstolo –
22 Era exactamente isso que me impedia muitas vezes de ir ter convosco. 23 Mas agora, como não tenho mais nenhum campo de acção nestas regiões, e há muitos anos que ando com tão grande desejo de ir ter convosco, 24 quando for de viagem para a Espanha... Ao passar por aí, espero ver-vos e receber a vossa ajuda para ir até lá, depois de primeiro ter gozado, ainda que por um pouco, da vossa companhia. 25Ma s agora vou de viagem para Jerusalém, em serviço a favor dos santos. 26 É que a Macedónia e a Acaia decidiram realizar um gesto de comunhão para com os pobres que há entre os santos de Jerusalém. 27 Decidiram e bem; por isso eles lhes são devedores. Porque, se os gentios participaram dos seus bens espirituais, têm também obrigação de os servir com os seus bens materiais. 28 Portanto, quando este assunto estiver resolvido, e lhes tiver entregue o produto desta colecta devidamente selado, partirei para Espanha, passando por junto de vós. 29 E sei que, ao ir ter convosco, irei com a plena bênção de Cristo. 30 Exorto-vos, irmãos, por Nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, a que luteis comigo, pelas orações que fazeis a Deus por mim, 31 para que escape dos incrédulos da Judeia e para que este meu serviço a Jerusalém seja bem acolhido pelos santos. 32 E assim, será com alegria que, se Deus quiser, irei ter convosco e repousar na vossa companhia. 33 Que o Deus da paz esteja com todos vós! Ámen.
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Consideremos agora o momento sublime em que o Arcanjo São Gabriel anuncia a Santa Maria o desígnio do Altíssimo. A nossa Mãe ouve e interroga para compreender melhor aquilo que Nosso Senhor lhe pede; depois, surge a resposta firme: Fiat! - faça-se em mim segundo a tua palavra! -, o fruto da melhor liberdade: a de se decidir por Deus.
Em todos os mistérios da nossa fé católica paira esse cântico à liberdade. A Santíssima Trindade tira do nada o mundo e o homem, num livre esbanjamento de amor. O Verbo desce do Céu e assume a nossa carne com este selo maravilhoso da liberdade na submissão: Eis que venho, segundo está escrito de mim no princípio do livro, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Quando chega a hora marcada por Deus para salvar a humanidade da escravidão do pecado, contemplamos Jesus Cristo em Getsemani, sofrendo terrivelmente até derramar um suor de sangue e aceitando rendida e espontaneamente o sacrifício que o Pai Lhe reclama: como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda diante dos tosquiadores. Já o tinha anunciado aos Seus, numa daquelas conversas em que abria o Coração, com a finalidade de que aqueles que Oamam conheçam que Ele é o Caminho - não há outro - para se aproximarem do Pai: por isso o Meu Pai Me ama, porque dou a Minha vida para outra vez a assumir. Ninguém ma tira, mas Eu é que a dou por minha própria vontade e tenho o poder de a dar e o poder de a recobrar.
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O sentido da liberdade
Nunca poderemos entender perfeitamente a liberdade de Jesus Cristo, imensa - infinita - como o Seu amor. Mas o tesouro preciosíssimo do Seu generoso holocausto deve levar-nos a pensar: Porque me deste, Senhor, este privilégio com que sou capaz de seguir os Teus passos, mas também de Te ofender? Acabamos, assim, por calibrar o recto uso da liberdade, se se inclina para o bem; e a sua errada orientação, quando, com essa faculdade, o homem se esquece, se afasta do Amor dos amores. A liberdade pessoal - que defendo e defenderei sempre com todas as minhas forças - leva-me a perguntar com uma segurança convicta e também consciente da minha própria fraqueza: Que esperas de mim, Senhor, para o fazer voluntariamente?
O próprio Cristo nos responde: Veritas liberabit vos; a verdade far-vos-á livres. Que verdade é esta, que inicia e consuma o caminho da liberdade em toda a nossa vida? Resumi-la-ei com a alegria e com a certeza que provêm da relação de Deus com as Suas criaturas: Saber que saímos das mãos de Deus, que somos objecto da predilecção da Santíssima Trindade, que somos filhos de um Pai tão grande. Peço ao meu Senhor que nos decidamos a apercebermo-nos disso, a saboreá-lo dia após dia: Assim actuaremos como pessoas livres. Não esqueçamos: quem não sabe que é filho de Deus desconhece a sua verdade mais íntima e carece, na sua actuação, do domínio e do senhorio próprios dos que amam Nosso Senhor, sobre todas as coisas.
Persuadamo-nos de que para ganhar o Céu temos de nos empenhar livremente, com uma decisão plena, constante e voluntária. Mas a liberdade não se basta a si mesma: necessita de um norte, de uma orientação. A alma não pode andar sem ninguém que a dirija; e para isso foi redimida de modo que tenha por Rei Cristo, «cujo jugo é suave e a carga leve»(Mt 11, 30), e não o diabo, cujo jugo é pesado.
Não nos deixemos enganar pelos que se conformam com uma triste vozearia: Liberdade! liberdade! Muitas vezes, nesse mesmo clamor, esconde-se uma trágica servidão: Porque a escolha que prefere o erro não liberta; o único que liberta é Cristo, pois só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
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Perguntemo-nos de novo, na presença de Deus: Senhor, para que nos deste este poder? Porque depositaste em nós esta faculdade de Te escolher ou de Te rejeitar? Tu desejas que usemos acertadamente esta nossa capacidade. Senhor, que queres que eu faça? A resposta é diáfana e precisa: «amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua mente».
Vêem? A liberdade adquire o seu sentido autêntico quando se exerce ao serviço da verdade que resgata, quando se gasta a procurar o amor infinito de Deus, que nos desata de todas as escravidões. Aumentam cada vez mais os meus desejos de anunciar em altos brados esta insondável riqueza do cristão: A liberdade da glória dos filhos de Deus! Nisso se resume a boa vontade que nos ensina a seguir o bem, depois de o distinguir do mal.
Gostaria que meditássemos num ponto fundamental que nos situa perante a responsabilidade da nossa consciência. Ninguém pode escolher por nós: Eis o grau supremo da dignidade dos homens: Que, por si mesmos e não por outros, se dirijam para o bem. Muitos de nós herdámos dos nossos pais a fé católica e, por graça de Deus, quando recém-nascidos recebemos o Baptismo, começou na alma a vida sobrenatural. Mas temos de renovar ao longo da nossa existência - e mesmo ao longo de cada dia - a determinação de amar a Deus sobre todas as coisas. É cristão, digo, verdadeiro cristão, aquele que se submete ao império do único Verbo de Deus, sem impor condições a esse acatamento, disposto a resistir à tentação diabólica com a mesma atitude de Cristo: «Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás».
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Liberdade e entrega
O amor de Deus é ciumento; não fica satisfeito, se nos apresentarmos com condições no encontro marcado: Espera com impaciência que nos entreguemos totalmente, que não guardemos no coração recantos escuros, onde o gozo e a alegria da graça e dos dons sobrenaturais não consigam chegar. Talvez pensem: Responder sim a esse Amor exclusivo não é, porventura, perder a liberdade?
Com a ajuda de Nosso Senhor, que preside à nossa oração, com a sua luz, espero que este tema fique ainda mais definido para vós e para mim. Cada um de nós sabe por experiência que, algumas vezes, seguir Cristo Nosso Senhor implica dor e fadiga. Negar esta realidade significaria não se ter encontrado com Deus. A alma apaixonada sabe que essa dor é uma impressão passageira e bem depressa descobre que o seu peso é leve e a sua carga suave, porque Ele a leva às costas, tal como Se abraçou ao madeiro quando estava em jogo a nossa felicidade eterna. Mas há homens que não entendem, que se revoltam contra o Criador - uma rebelião impotente, mesquinha, triste -, que repetem cegamente a queixa inútil que o Salmo regista: “Quebremos os seus laços!” Para longe de nós o seu jugo. Resistem a realizar, com silêncio heróico, com naturalidade, sem brilho e sem lamentações, o trabalho duro de cada dia. Não compreendem que a Vontade divina, mesmo quando se apresenta com matizes de dor, de exigências que ferem, coincide exactamente com a liberdade, que só reside em Deus e nos seus desígnios.
O grande amor de Deus
São Pio de Petrelcina
06 de Agosto -
Não encontro motivos para te censurar, a não ser quanto à agitação que te amargura o coração e te impede de apreciar todo o encanto da Cruz. Se procurares corrigir-te disso e continuares a agir como sempre agiste até hoje, estarás agindo bem.
Virtudes 15
Humildade 8
Humildade do servo inútil
Nas iniciativas pastorais, nas paróquias, nas associações de beneficência, nos projectos de ajuda aos imigrantes, as soluções aos problemas muitas vezes não são evidentes, ou simplesmente existem diferentes modos de resolvê-los. A atitude humilde leva-nos a manifestar a própria opinião, a perguntar oportunamente se algum assunto está menos claro, e a aceitar até uma orientação diferente da que temos, confiando em que a graça de Deus assiste a quem exerce a sua função com rectidão de intenção e conta com a ajuda de peritos na matéria.
É pouco sabido que a Igreja católica, na sua valiosa humildade colectiva, é a instituição que dá vida a mais iniciativas de ajuda a pobres e doentes, em todo o mundo. Justamente no povo de Deus, onde convivem o humano e o divino, a humildade é especialmente necessária. Que bonito é desejar ser o envelope que se deita fora quando a carta é lida, ou a agulha que deixa a linha cosida e desaparece, após ter cumprido a sua missão! O Senhor convida-nos a dizer: «Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer» (Lc 17, 10). Assim, o sacerdote terá a humildade de aprender a não estar na moda ((São Josemaria, Temas actuais do cristianismo, 59), não procurar estar sempre à frente, na vanguarda de tudo; a rejeitar o protagonismo de modo quase instintivo, porque costuma ir associado à mentalidade de proprietário das almas. Por sua vez, o fiel leigo, se for humilde, respeita os ministros do culto pelo que representam: não critica o seu pároco ou os sacerdotes em geral, mas ajuda-os discretamente. Os filhos de Noé cobriram a nudez do seu pai embriagado (cf. Gen 9, 23). Como os filhos bons de Noé, cobre com o manto da caridade as misérias que vires no teu pai, o Sacerdote ((São Josemaria, Caminho, 75). São Tomás Moro aplicava este relato até ao Romano Pontífice, por quem o povo cristão deveria ter rezado... em vez de o perseguir! (Cf. S. Tomás Moro, Responsio ad Lutherum, em The Yale Edition of The Complete Works of St Thomas More, vol. 5, p. 142 (CW5, 142/1-4)
Reflexão: Amor
Que sou eu para Ti, oh Senhor, para que mandes que Te ame, e se não o faço te enojes de mim e me ameaces com grandes misérias? Acaso é pequena a miséria de não Te amar?
(Santo Agostinho, Confissões, 1, 5, 5)
És filho de Deus
O baptismo faz-nos "fideles", fiéis, palavra que, como
aquela outra "sancti",
santos, empregavam os primeiros seguidores de Jesus para se designarem entre
si, e que ainda hoje se usa: fala-se dos "fiéis" da Igreja. – Pensa
nisto! (Forja,
622)
Então foi Jesus da Galileia
ao Jordão ter com João, para ser baptizado por ele. E eis uma voz do Céu, que
dizia: Este é o meu Filho, o amado, no qual pus as minhas complacências (Mt
3, 13.17).
No Baptismo o Nosso Pai,
Deus, tomou posse das nossas vidas, incorporou-nos na vida de Cristo e
enviou-nos o Espírito Santo.
A força e o poder de Deus
iluminam a face da Terra.
Faremos arder o mundo nas
chamas do fogo que vieste trazer à terra!…E a luz da Tua verdade, ó nosso
Jesus, iluminará as inteligências por dia sem fim!
Ouço-Te clamar, ó meu Rei,
com a forte voz, que vibra: ignem veni
mittere in terram, et quid volo nisi ut accendatur? – E respondo, com todo
o meu ser, comos meus sentidos e as minhas potências: ecce ego: quia vocasti me!
Nosso Senhor pôs-te na alma
um selo indelével, por meio do Baptismo: és filho de Deus.
Criança, não ardes em
desejos de fazer com que todos O amem? (Santo Rosário, Iº mistério
luminoso)
Virtudes 14
Aprender a render o
juízo
Há momentos
especialmente propícios para renovar os desejos de humildade. Por exemplo,
quando se é promovido ou se começa a ter um trabalho com certa visibilidade
pública. Então é a altura de se tomarem decisões que mostrem um modo cristão de
trabalhar: assumir essa posição como uma oportunidade que Deus nos dá para
servir ainda mais; recusar qualquer vantagem pessoal desnecessária;
intensificar a nossa atenção para com os mais débeis, sem cair na tentação de
os esquecer, agora que nos damos com pessoas às que antes não conseguíamos
aceder. Também é o momento de dar exemplo nos êxitos e honras inerentes a esse
cargo ou trabalho, de tirar importância aos aplausos que costuma receber quem
manda e, por outro lado, mostrar abertura às críticas, que costumam ficar mais
veladas e que têm indícios de verdade. São muitas as possíveis manifestações da
simplicidade no trabalho: rir-nos de nós próprios quando nos surpreendemos, por
exemplo, procurando ver se ficámos na fotografia ou se fomos citados num texto;
superar a tendência para deixarmos em tudo a nossa assinatura, ou amplificar um
problema quando ninguém nos pediu conselho para o resolver, como se fosse
precisa a nossa opinião em todas as circunstâncias...
No ambiente
profissional, familiar, até recreativo, organizam-se reuniões onde se trocam
pontos de vista, talvez opostos. Somos pessoas que pretendem que os outros se
submetam ao nosso modo de pensar? O que devia ser, o que devia ter sido feito...
A tendência excessiva para insistir no ponto de vista pessoal pode denotar
rigidez mental. É evidente que ceder não é uma coisa automática, mas em todo o
caso, muitas vezes, demonstra que foram captadas as diferentes situações.
Aproveitar as ocasiões para render o próprio juízo é agradável aos olhos de
Deus (Cf. (São
Josemaria, Caminho, 177). Com frase lapidar, Bento XVI comentava numa ocasião a triste volta que
deu Tertuliano nos últimos anos da sua vida: Quando se vê apenas o próprio
pensamento na sua grandeza, no final é precisamente esta grandeza que se perde
(Papa Bento XVI,
Audiência, 30-V-2007).
Alguma vez teremos
de ouvir pessoas mais jovens, com menos experiência, mas que talvez tenham mais
dotes de inteligência ou de coração, ou tenham funções às quais assiste a graça
de Deus. Certamente, ninguém gosta de passar por tolo, ou por ser pessoa sem
coração, mas se nos preocupar demasiado o que os outros pensam de nós, pode
significar que nos falta humildade. A vida de Jesus, o Filho de Deus, é uma
lição infinita para qualquer cristão investido de uma responsabilidade que a
sociedade considera elevada. As aclamações de Jerusalém não fizeram esquecer ao
Rei dos Reis que outros iriam crucificá-lo e que era também o Servo sofredor (cf. Jo 12, 12-19).
O rei São Luís
aconselhava o seu filho que, se algum dia chegasse a ser rei, não defendesse
com vivacidade a sua opinião nas reuniões do conselho real, sem antes ouvir os
outros: os membros do teu conselho poderiam ter medo de contradizer-te,
coisa que não convém desejar (São Luís de França, Testamento espiritual ao seu filho, futuro Filipe III,
em Acta Sanctorum Augustii 5 (1868), 546). É muito salutar aprender a não opinar com
superficialidade, sobretudo quando não se tem a responsabilidade última e não se
conhecem os fundamentos de um assunto, para além de se carecer da graça de
estado e dos dados que talvez possua quem está constituído em autoridade. Por
outro lado, tão importante como a ponderação e a reflexão é a disposição para
render o juízo de forma nobre e magnanimamente. Às vezes é preciso exercer a
prudência de ouvir os conselheiros e mudar de parecer, e nisso se manifesta
como a humildade e o senso comum engrandecem a pessoa e a tornam eficaz. A
prudência no juízo é favorecida pelo trabalho em equipa: fazer equipa, juntar
esforços, elaborar uma ideia e chegar a uma decisão com os outros: isso tudo é
também um exercício de humildade e inteligência.