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03/10/2020

Outubro - Mês do Rosário





Santo Rosário - Mistérios Gozosos

Terceiro Mistério

Jesus Nasce em Belém

Estava próxima a hora de nasceres, Senhor, e como não havia lugar na hospedaria, Tua Mãe santíssima, decerto preocupada, mas serenamente confiante, levou-Te ainda no seu seio para uma gruta que servia de estábulo.
E aí nasceste Senhor.
O meu Deus, o meu Senhor, o meu Salvador!
«Como não havia lugar na hospedaria...» (Cfr. Lc 2, 7)
Porque não haveria lugar?
Por a cidade estar cheia de forasteiros que ali iam recensear-se?
Por não aparentarem, aquela jovem mulher e o seu marido, posses ou posição social?
Sim, com um simples burrico por transporte, uma pequena trouxa de magros pertences, não o seriam por certo.
Talvez fosse por estas duas principais razões, talvez. É um facto que a cidade estaria cheia de gente.
Mas então, Maria e José foram tão imprudentes que não esperaram uns dias até que Tu nascesses para então fazerem a viagem!?
Não procuraram assegurar estadia em casa de algum parente ou conhecido!?
Não, não terão feito nada disto. Provavelmente porque não podiam, as comunicações eram difíceis e, depois, porque se tratava de duas criaturas de extrema simplicidade. Não era seu hábito programar a vida, medir os passos, organizar em detalhe as coisas futuras.
Com uma confiança ilimitada na providência de Deus, sabiam perfeitamente que haverias de nascer quando e onde quisesses, Senhor, e que haverias de prover todas as necessidades que ocorressem.
Mas não havia, de facto, lugar na hospedaria?
Não seria possível descobrir um pequeno recanto, uma água-furtada, um esconso onde a jovem mãe pudesse, com recato e algum conforto, dar à luz o seu Filho!?
Quantas vezes, Senhor, eu não tive lugar para Ti?
Quantas vezes!
Sempre cheio de coisas, de preocupações, ambições, desejos, devaneios, ouvi eu, entendi eu que eras Tu, ali, à porta do meu coração, pedindo um bocadinho, um pequeno espaço, para poderes nascer!
Quantas vezes quiseste nascer dentro de mim e, eu, pobre de mim, não deixei, não quis!
Ah! Senhor, eu sei que não sou digno, mas uma simples palavra Tua e este pobre coração cheio de mazelas e pecados, ficará radioso de brancura e Tu poderás, ainda que por momentos, nascer dentro dEle.
Bate, Senhor, com força – para me acordares do meu torpor - à minha porta, eu abrir-Te-ei e deixar-Te-ei entrar e aqui farás o Teu Presépio.
Não desejo outra coisa, Senhor, senão sentir-Te dentro de mim, irradiando a Tua Paz e o Teu calor de Amor.
Oh! Minha mãe, Maria Santíssima, descansa aqui um pouco, deixa-me por momentos o teu Filho que eu O embalarei com o meu amor, a minha dedicação inteira, a minha devoção profunda.
Podes tu, José meu pai e senhor, confiar-me o teu excelente Filho adoptivo, eu tomarei boa conta d'Ele, embora fique estático e estarrecido por tamanha ventura e tão grande honra.
A minha alma anseia que assim seja.

(AMA, 1999)

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