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05/06/2020

Virtudes 7


Fortaleza 7

Aquele que perseverar até ao fim, será salvo (Mt 10, 22)

A paciência está em estreita correspondência com a perseverança. Esta costuma ser definida como a persistência no exercício de obras virtuosas apesar da dificuldade e do cansaço derivado de sua demora no tempo. Mais precisamente costuma-se falar de constância quando se trata de vencer a tentação de abandonar o esforço perante o aparecimento de um obstáculo concreto; enquanto se fala de perseverança quando o obstáculo é apenas o prolongar no tempo desse esforço (Cf. Ángel Rodríguez Luño, Scelti in Cristo per essere santi III. Morale speciale, EDUSC, Roma 2008, p. 298).
Não se trata somente de uma qualidade humana, necessária para alcançar objetivos mais ou menos ambiciosos. A perseverança, à imitação de Cristo, que foi obediente ao desígnio do Pai até o final (Cf. Fl. 2, 8), é necessária para a salvação, segundo as palavras evangélicas: «mas aquele que perseverar até o fim será salvo» (Mt 10, 22). Entende-se então a verdade da afirmação de (São Josemaria: “Começar é de todos; perseverar, de santos((São Josemaria, Caminho, n. 983)
  Daí o amor que este sacerdote santo revelava pelo trabalho bem acabado, que descrevia como um saber colocar as “últimas pedras” em cada trabalho realizado (“Gosto das últimas [pedras], que supõem o termo de um longo e paciente esforço” ((São Josemaria, Entrevista para “El Cruzado Aragonés”, 3 de Maio de 1969, n. 16).
Toda a fidelidade deve passar pela prova mais exigente: o tempo […]. É fácil ser coerente por um dia, ou por alguns dias […]. Só pode chamar-se fidelidade a uma coerência que dura toda uma vida(João Paulo II, Homilia na Catedral Metropolitana, México, 26 de janeiro de 1979). Estas palavras de São João Paulo II ajudam a compreender a perseverança sob uma luz mais profunda, não como mero persistir, mas antes de tudo como autêntica coerência de vida; uma fidelidade que acaba por merecer o louvor do Senhor da parábola dos talentos, e que pode considerar-se como uma fórmula evangélica de canonização: «Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-se com o teu senhor» (Mt 25, 23).

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