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31/10/2018

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?









Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 94


Como seria a Pessoa de Jesus?

Volto a este tema porque não o considero esgotado.
Gosto de imaginar um homem afável, bem-disposto com um sorriso permanente cativante.
Um olhar límpido, profundo, penetrante a que nada escapa.
Uma paciente postura sem enfado ou reprovação.
Diz sempre a verdade por mais inconveniente que possa parecer.
Não é intransigente mas não consente nem a mentira nem sobretudo a hipocrisia.
Nos últimos tempos da Sua vida terrena foi acusado de comportamento impróprio, de comer e beber fosse com quem fosse, até com os “considerados pecadores” como os publicanos.
Chamaram-Lhe mentiroso, servo e sequaz do demónio actuando em nome e com o poder de curar enfermos e, inclusive, expulsar demónios.

Muitas vezes, com uma paciência extraordinária, explicava com argumentos irrefutáveis o contra-senso de muitas destas injúrias. Naturalmente, não por causa de quem assim procedia mas para alertar e educar os muitos que O ouviam.

As pessoas acorriam para O ver passar pelos caminhos das aldeias, dos povoados das cidades, queriam vê-Lo, ouvi-Lo, se possível, tocá-Lo.

Detém-se junto dos que Lhe pedem algo, comove-se com a pobre Mãe que leva o filho único a enterrar, convive com amigos íntimos como Lázaro, aceita convites de fariseus e escribas para tomar alguma refeição.

Em tudo se assemelha a um homem vulgar, corrente, sente-se bem entre o povo que O segue, parece nunca ter pressa de partir, de descansar.

E, as pessoas, vão-se apercebendo de Quem é este homem e, nos seus corações vai-se enraizando a certeza que, de facto, Ele é Quem diz ser: O Filho de Deus!

AMA, reflexões.

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis

SEGUNDA PARTE

CAPITULO 9

8. Tomou, pois, consigo um companheiro chamado Iluminado, homem de inteligência e coragem. E havendo começado a caminhar, saíram-lhes ao encontro duas mansas ovelhinhas, à vista das quais, cheio de alegria, disse a seu companheiro: “Confiemos no Senhor, irmão, porque em nós se realizam hoje as palavras do Evangelho: ‘Eis que vos envio como ovelhas entre lobos”’ (Mt 10,16). E tendo-se adiantado, encontraram as sentinelas sarracenas que, quais lobos vorazes contra ovelhas, capturaram os servos de Deus e, ameaçando-os de morte, maltrataram-nos com crueldade e desprezo, os cobriram de injúrias e violências e os algemaram. Por fim, depois, de havê-los afligido e atormentado de mil maneiras, a divina Providência fez com que os levassem à presença do Sultão, realizando-se desse modo as fervorosas aspirações de Francisco.
Colocados em sua presença, perguntou-lhes aquele bárbaro príncipe quem os havia enviado, a que vinham e como tinham conseguido chegar a seu acampamento. Ao que respondeu o servo de Deus com intrepidez que sua missão não procedia de nenhum homem, mas de Deus altíssimo que o enviava para ensinar a ele e a todo o seu povo os caminhos da salvação e para pregar-lhes as verdades de vida contidas no Evangelho. Com tanta constância e clareza em sua mente, com tanta virtude na expressão e com tão inflamado zelo pregou ao Sultão a existência de um só Deus em três pessoas e a de um Jesus Cristo, Salvador de todos os homens, que claramente se viu realizar-se em Francisco as palavras do Evangelho: “Porei em vossos lábios palavras tão cheias de sabedoria, que a elas não poderá resistir nenhum de vossos adversários” (Lc 21,15). Admirado o Sultão ao ver o espírito e o fervor do seráfico Pai, não apenas o ouvia com grande satisfação, mas até insistiu com repetidas súplicas que permanecesse algum tempo com ele. Mas o servo de Deus, iluminado pela força do alto, logo lhe respondeu dizendo: “Se me prometeres que tu e os teus vos convertereis a Cristo, permanecerei de muito bom grado entre vós. Mas se duvidas em abandonar a lei impura de Maomé pela fé santíssima de Cristo, ordena imediatamente que se faça uma grande fogueira e teus sacerdotes e eu nos lançaremos ao fogo, a ver se deste modo compreendes a necessidade de abraçar a fé sagrada que te anuncio”. A essa proposta, replicou sem demora o Sultão: “Não creio que haja entre meus sacerdotes um só que, para defender sua doutrina, se atreva a lançar-se ao fogo nem esteja disposto a sofrer o menor tormento”. E sobrava-lhe razão para dizer isso, pois vira que um dos seus falsos sacerdotes, ancião e protervo sequaz de sua lei, desaparecera, mal ouviu as primeiras palavras do santo. Este acrescentou, dirigindo-se ao Sultão: “Se em teu nome e em nome de teu povo me prometes abraçar a religião de Cristo, com a condição que eu saia ileso da fogueira, estou disposto a entrar eu sozinho nela. Se o fogo me consumir entre as suas chamas, atribua-se isso aos meus pecados; mas se, como espero, a virtude divina me conservar ileso, reconhecereis a ‘Cristo, virtude e sabedoria de Deus’ (cf. 1Cor 1,24) e único Salvador de todos os homens”. A essa proposta respondeu o Sultão que não podia aceitar esse contrato aleatório, pois temia uma sublevação popular. Mas ofereceu-lhe numerosos e ricos presentes que o homem de Deus desprezou como lama. Não era das riquezas do mundo que ele estava ávido, mas da salvação das almas. O Sultão ficou ainda mais admirado ao verificar um desprezo tão grande pelos bens deste mundo. Não obstante a sua recusa ou talvez o seu receio de passar à fé cristã, rogou ao servo de Deus que levasse todos aqueles presentes e os distribuísse aos cristãos pobres e às igrejas. Mas o santo que tinha horror de carregar dinheiro e não via na alma do Sultão raízes profundas da fé verdadeira, recusou-se terminantemente a aceitar a sua oferta.

9. Vendo frustradas as suas ânsias de martírio e conhecendo que nada adiantava o seu empenho na conversão daquele povo, resolveu Francisco, por inspiração divina, voltar aos países cristãos. E assim, por disposição da bondade divina e pelos méritos e virtude do santo, sucedeu que o amigo de Cristo procurou com todas as suas energias morrer por ele, mas não conseguiu. Desse modo não perderia o mérito do desejado martírio e ainda gozaria de vida para ser mais adiante assinalado com um singular privilégio. Aconteceu assim para que aquele fogo primeiro ardesse no seu coração e mais tarde se manifestasse na sua carne. Ó varão verdadeiramente ditoso, cuja carne, embora não tenha sucumbido sob o ferro do tirano, teve, contudo, tão perfeita semelhança com o Cordeiro morto por nosso amor! Ó varão mil vezes feliz, cuja alma, “embora não haja sucumbido debaixo da espada do carrasco, nem por isso deixou de alcançar a palma do martírio!” (cf. Breviário, Ofício de S. Martinho de Tours, ant. das Vésperas).


CAPITULO 10

Zelo na oração e poder de sua prece

1. Francisco, servo de Cristo, tinha perfeita consciência que seu corpo (inacessível a qualquer paixão terrena em virtude de seu amor a Cristo) o forçava a caminhar como peregrino longe do Senhor (cf. 2Cor 5,6-8). Empenhava-se portanto por manter sempre ao menos seu espírito na presença do Senhor por uma oração ininterrupta, para não ficar sem o conforto do Bem-Amado. Pois para ele era um consolo na meditação orar e percorrer as mansões celestiais, já como cidadão dos anjos, para procurar aí, com todo o ardor de seu desejo, seu Bem-Amado do qual o separava unicamente a barreira da própria carne. A oração era também uma defesa ao se entregar à acção, pois persistindo nela, fugia de confiar em suas próprias capacidades, punha toda a sua confiança na bondade divina, lançando no Senhor os seus cuidados. Sobre todas as coisas, dizia, deve o irmão desejar a graça da oração e incitava os seus irmãos por todas as maneiras possíveis a praticá-la zelosamente, convencido de que ninguém progride no serviço de Deus sem ela. Quer andasse ou parasse, viajando ou residindo no convento, trabalhando ou repousando, entregava-se à oração, de modo que parecia ter consagrado a ela todo seu coração e todo seu corpo, toda sua actividade e todo seu tempo.

2. Compenetrado dessas verdades, jamais desprezava por negligência qualquer visita do Espírito; mas ao contrário, sempre que elas se apresentavam, seguia-as cuidadosamente e, enquanto duravam, procurava gozar da doçura que lhe comunicavam. Por isso, se estivesse caminhando e sentisse alguns movimentos do Espírito divino, parava um momento, deixando passar os companheiros, para gozar mais intensamente da nova inspiração e não receber em vão a graça celeste (cf. 2Cor 6,1). A sua contemplação o levava muitas vezes a tão alto nível que, arrebatado e fora de si, sentia o que um homem não pode sentir e ficava alheio ao que se passava à sua volta. Aconteceu em certa ocasião que ao passar por Borgo San Sepolcro, de população numerosa, ia montado num jumentinho por causa de sua enfermidade, e as multidões saíram ao seu encontro, atraídas a ele pela fama das suas virtudes. Detido por essas turbas, que o rodeavam e comprimiam de todos os lados, a tudo parecia insensível e como se o seu corpo já estivesse inanimado. Bem mais tarde, passados já o burgo e os atropelos das multidões, pararam num albergue de leprosos. E ele, como se voltasse de algum rapto de espírito, perguntava com solicitude se chegariam logo ao dito burgo. Porque a sua mente ocupada na contemplação das coisas celestes não se havia apercebido nem da variedade dos lugares e dos tempos, nem da multidão de pessoas que haviam saído ao seu encontro.
E sabe-se pelo testemunho dos seus companheiros que isso acontecia com não pouca frequência.

3. Francisco havia percebido na, oração a presença do Espírito Santo, tanto mais propenso a derramar-se sobre os que o invocam quanto mais apartados os encontra do estrépito das coisas mundanas, Por isso, procurava lugares solitários, e durante a noite retirava-se aos bosques e igrejas abandonadas para, se entregar à oração, E aí na solidão, sustentou frequentes lutas com os demónios, os quais, atacando-o de modo palpável, procuravam apartá-lo do exercício da oração.
Mas ele, fortalecido com o auxílio do céu, quanto mais violentos os ataques do inimigo, tanto mais sólido parecia na virtude e mais fervoroso na oração, dizendo cheio de confiança a Cristo as palavras do salmista: “Defendei-me, Senhor, sob a sombra de vossas asas, da presença daqueles que me encheram de aflição” (Sl 16,8). E dirigindo-se depois aos demónios, dizia-lhes: “Espíritos malignos e perversos, atormentai-me quanto puderdes, pois nunca podereis mais do que aquilo que vos concede a mão do Senhor. De minha parte estou disposto a sofrer com sumo gozo quanto queira ele consentir-vos”. E não podendo os demónios suportar tão admirável constância, fugiam cobertos de confusão.

São Boaventura

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Santificar o nosso trabalho não é uma quimera


Santificar o nosso trabalho não é uma quimera; é missão de todos os cristãos... – tua e minha. Foi o que descobriu aquele torneiro, que comentava: – "Põe-me louco de contente essa certeza de que eu, manejando o torno e cantando, cantando muito – por dentro e por fora –, posso fazer-me santo... Que bondade a do nosso Deus!". (Sulco, 517)

Nesta hora de Deus, a da tua passagem por este mundo, decide-te a sério a realizar alguma coisa que valha a pena. O tempo urge, e é tão nobre, tão heróica, tão gloriosa a missão do homem e da mulher sobre a Terra quando abrasa no fogo de Cristo os corações murchos e apodrecidos!
Vale a pena levar aos outros a paz e a felicidade de uma corajosa e alegre cruzada! (Sulco, 613)

Umas vezes deixas explodir o teu mau génio, que em mais de uma ocasião aflora com uma dureza disparatada. Outras, não preparas o teu coração e a tua cabeça para servirem de aposento confortável à Santíssima Trindade... E acabas sempre por ficar um tanto afastado de Jesus, que conheces pouco.
Assim nunca terás vida interior. (Sulco, 651)

Remédio para tudo: santidade pessoal! Por isso, os Santos estavam cheios de paz, de fortaleza, de alegria, de segurança. (Sulco, 653)

Evangelho e comentário


Tempo comum


Evangelho: Lc 13, 22-30

22 Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23 Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes: 24 «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25 Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: ‘Abre-nos, Senhor!’ Mas ele há-de responder-vos: ‘Não sei de onde sois.’ 26 Começareis, então, a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.’ 27 Responder-vos-á: ‘Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.’ 28 Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora. 29 Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30 E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»

Comentário:

Jesus Cristo insiste na vigilância e preparação.
Não sabemos nem o dia nem a hora em que teremos de comparecer a prestar contas e, por isso temos de estar preparados.
Já! Começar agora mesmo! Não esperar por um dia qualquer que não sabemos se chegará para nós.

Conhecemos Jesus Cristo?
Cumprimos a Vontade de Deus?
Esforçamo-nos por alcançar a santidade apesar dos nossos defeitos e fraquezas?

Pois… isso é que conta para que o Senhor saiba quem somos e nos reconheça quando chegar o momento.

(AMA, comentário sobre Lc 13, 22-30, 11.07.2018)




30/10/2018

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 93 

Sabemos muito bem que muitos Santos sofreram com frequência desta secura da alma.
Portanto podemos muito bem pensar que o Senhor nos está a provar que nos ama verdadeiramente.
Haverá nisto vaidade ou falácia?
Não creio. A São Pedro, repetiu por três vezes a mesma pergunta, não porque tivesse alguma dúvida do amor do Apóstolo, mas para o confirmar de forma que jamais esqueceria.
Somos, acaso, "maiores" que Pedro?

Há que lembrar que, mais que falar, interessa pensar e mesmo que não nos ocorra o que dizer ou escrever, o importante é que o Senhor saiba - e Ele sabe tudo - que estamos aqui, neste momento e nestas circunstâncias e que desejamos com toda a nossa alma que Ele esteja connosco.

AMA, reflexões.

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis

SEGUNDA PARTE

CAPITULO 9

Fervor de sua caridade e desejo do martírio

1. Quem poderá exprimir a caridade ardente que abrasava o coração de Francisco, o amigo do Esposo? Parecia inteiramente devorado, como um carvão ardente, pelas chamas do amor de Deus. Logo que ouvia falar do amor do Senhor, ele se empolgava, ficava comovido e inflamado, como se a voz que ressoava externamente fosse um arco a fazer vibrar internamente as cordas de seu coração. Segundo ele, era uma prodigalidade digna de um príncipe uma tal compensação pelas esmolas recebidas e prova de loucura total preferir o dinheiro ao, amor de Deus, pois a inestimável moeda do amor divino é a única que nos permite resgatar o reino dos céus. Eis por que é necessário amar muito o amor daquele que muito nos amou. Impelido dessa forma por todas as coisas ao amor de Deus, ele se rejubilava em todas as obras saídas das mãos do Criador, e graças a esse espectáculo que constituía sua alegria, remontava até Aquele que é a causa e razão vivificante do universo. Numa coisa bela sabia contemplar o Belíssimo e, seguindo os traços impressos nas criaturas, por toda parte seguia o Dilecto. De todas as coisas fazia uma escada para subir até Aquele que é todo encanto. Em cada uma das criaturas, como derivações, percebia ele, com extraordinária piedade, a fonte única da bondade de Deus e como a harmonia preestabelecida por Deus entre as propriedades naturais dos corpos e suas interacções lhe parecia uma música celestial, exortava todas ascriaturas, como o profeta Davi, ao louvor do Senhor.

2. A recordação de Jesus crucificado permanecia constantemente em sua alma, como a bolsa de mirra sobre o coração da esposa do Cântico dos Cânticos, e na veemência de seu amor extático ele desejava ser inteiramente transformado nesse Cristo Crucificado. Uma de suas devoções particulares era, durante os quarenta dias que seguem a Epifania, que é o tempo do retiro de Cristo no deserto, procurar a solidão e oculto na sua cela, dedicar-se ininterruptamente, observando um jejum rigorosíssimo, à oração e ao louvor a Deus. Nutria por Cristo um amor tão ardente, e seu Bem-Amado correspondia-lhe com uma afeição tão familiar, que o servo de Deus julgava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador; ele mesmo por diversas vezes o disse confidencialmente a seus irmãos. O sacramento do Corpo do Senhor o inflamava de amor até ao fundo do coração: admirava, espantado, misericórdia tão amável e amor tão misericordioso. Comungava muitas vezes e com tanta devoção, que comunicava aos outros sua devoção quando, todo inebriado do Espírito e inteiramente absorto em saborear o Cordeiro imaculado, era arrebatado em frequentes êxtases.

3. Seu amor à Mãe do Senhor Jesus era realmente indizível, pois nascia em seu coração ao considerar que ela havia convertido em irmão nosso ao próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, depositava toda a sua confiança; por isso a constituiu advogada sua e dos seus irmãos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa dos apóstolos São Pedro e São Paulo até o dia da Assunção. Um vínculo de amor indissolúvel unia-o aos anjos cujo maravilhoso ardor o punha em êxtase diante de Deus e inflamava as almas dos eleitos; por devoção aos anjos, celebrava uma quaresma de jejuns e orações durante os quarenta dias que seguem a Assunção da Santíssima Virgem Maria. São Miguel sobretudo, a quem cabe o papel de introduzir as almas no Paraíso, era objecto de uma devoção especial em razão do desejo que tinha o santo de salvar a todos os homens.
Os santos e a memória deles eram para ele como carvões ardentes, que reavivavam nele o incêndio deificante. Venerava com devoção ferventíssima todos os apóstolos e especialmente Pedro e Paulo, por causa da ardente caridade que tinham a Cristo. Em honra deles e por amor deles oferecia ao Senhor o jejum de uma quaresma especial.
Nada mais possuía o pobre de Cristo a não ser duas pequenas moedas: o seu corpo e a sua alma, que ele podia distribuir com caridade liberal. Mas oferecia continuamente a Deus o seu corpo e a sua alma por amor a Cristo, pois quase a cada instante imolava o corpo com o rigor do jejum e a alma com a chama do desejo: holocausto, seu corpo, imolado fora, no átrio do templo; incenso, sua alma, exalado dentro do templo.

4. A sua devoção fervorosa e sua caridade ardente de tal maneira o elevavam às coisas divinas, que os efeitos daquelas virtudes se derramavam copiosamente nos outros homens que lhe eram iguais em natureza ou em graça. Os sentimentos bem naturais de seu coração eram suficientes para torná-lo fraterno diante de toda criatura. Não admira que seu amor a Cristo o tenha transformado ainda mais em irmão daqueles que levam a imagem do Criador e são resgatados por seu sangue.
Só se considerava amigo de Cristo empenhando-se pelas almas resgatadas por ele. E afirmava que nada se deveria preferir à salvação das almas, apresentando para isso como prova decisiva o fato de que o Unigénito de Deus dignara-se morrer por elas na árvore santa da cruz. É o que explica a veemência com que ele orava, a actividade extraordinária de suas viagens de pregação e seus excessos em se tratando de dar o exemplo. Quando lhe censuravam as austeridades exageradas, respondia que tinha sido dado aos outros como exemplo. Embora sua carne inocente, sujeita voluntariamente ao espírito, não merecesse castigo algum por suas faltas pessoais, contudo, a fim de dar o exemplo, impunha-lhe sempre novas penas e trabalhos, “caminhando pelos outros por duras sendas” (SL 16,4). “Pois, dizia, se eu falasse a língua dos anjos e dos homens e não tivesse em mim a caridade (1Cor 13,1-3) nem desse àqueles que estão à minha volta o exemplo da virtude, de nada me adiantaria, muito menos aos outros”.

5. No fervor de sua caridade sentiu-se inspirado a imitar o triunfo glorioso dos mártires nos quais o fogo da caridade não se extinguia nem se quebrantava a coragem. Inflamado por esse perfeito amor que “expulsa o temor” (1Jo 4,13), suspirava por se oferecer como hóstia viva a Deus imolada pela espada do martírio; dessa forma ele passaria a Cristo a morte que ele aceitara por nós e levaria os homens ao amor de Deus. No sexto ano depois de sua conversão, ardendo de desejo de martírio, resolveu ir à Síria pregar a fé cristã e a penitência aos sarracenos e a outros infiéis. Mas o navio que o conduzia foi arrastado pelos ventos contrários para as costas da Eslavónia. Aí ficou algum tempo sem encontrar navio com destino ao Oriente.
Entendeu que lhe era recusado o que desejava. E como alguns marinheiros se aprestavam a ir a Ancona, pediu para embarcar por amor de Deus. Mas como não tivessem com que pagar, os marinheiros nem quiseram ouvi-lo e o homem de Deus, entregando-se inteiramente nas mãos de Deus, introduziu-se sub-repticiamente no navio com seu companheiro.
Entretanto, um homem certamente enviado por Deus para socorrer o pobre Francisco chegou trazendo víveres, chamou um dos marujos, homem temente a Deus, e lhe disse: “Guarda com todo cuidado estas provisões para os pobres irmãos que estão escondidos no navio; tem a bondade de lhes entregar de minha parte quando tiverem necessidade”. Os ventos sopravam com tal violência que os dias passaram sem que fosse possível abicar em parte alguma; os marujos estavam no fim das provisões; sobravam apenas as esmolas graciosamente oferecidas pelo céu ao pobre Francisco. Eram muito modestas, mas o poder de Deus as multiplicou de tal forma e em tanta quantidade que, apesar do atraso ocasionado pela tempestade que continuava a castigar duramente, elas satisfizeram totalmente às necessidades de todos até Ancona. E os marujos, vendo afastado o perigo de morte de que os livrara o servo de Deus, deram graças ao Altíssimo omnipotente, que sempre se mostra admirável e amável nos seus amigos e servos. E com muito acerto, pois haviam enfrentado de perto os tremendos perigos do mar e visto as admiráveis obras de Deus nas águas profundas.

6. Afastou-se do mar e começou a peregrinar pela terra espalhando a semente da salvação e colhendo uma messe abundante de bons frutos. Mas o fruto que mais o atraía era o martírio, o mérito de morrer por Cristo; desejava a morte por Cristo mais do que os méritos de uma vida virtuosa, e dirigiu-se a Marrocos para anunciar o Evangelho de Cristo ao Miramolim e seu povo e tentar assim conquistar a suspirada palma do martírio. O desejo que o levava a tais gestos era tão poderoso que, apesar de sua saúde precária, ia sempre à frente de seu companheiro de caminhada e, na pressa de realizar seu plano, parecia voar, inebriado do Espírito Santo. Havia já chegado à Espanha, mas Deus, que o queria para outras missões, dispusera de modo diferente os acontecimentos: uma doença bastante grave o prostrou, impedindo-o de realizar seu desejo. Não obstante a certeza do Lucro que a morte representava para ele, o homem de Deus compreendeu ser necessário viver ainda pela família que gerara. Por isso voltou para cuidar das ovelhas entregues à sua guarda.

7. Mas o ardor de sua caridade o impelia ao martírio. Pela terceira vez tentou ele partir aos países infiéis para difundir com o derramamento de seu sangue a fé na Trindade. Aos treze anos de sua conversão, foi às regiões da Síria, enfrentando corajosamente muitos perigos a fim de comparecer diante do Sultão da Babilónia, pessoalmente. Uma guerra implacável castigava cristãos e sarracenos. Os dois exércitos encontravam-se acampados muito próximos, separados apenas por uma estreita faixa de terra, que ninguém podia atravessar sem perigo de morte. O Sultão havia publicado um édito cruel: todos que lhe trouxessem a cabeça de um cristão receberiam uma grande quantidade de ouro. Mas o intrépido soldado de Cristo Francisco, julgando chegada a ocasião de realizar seus anseios, resolveu apresentar-se diante do Sultão, sem temer a morte, mas antes desejoso de enfrentá-la. Confortado pelo Senhor, depois de fervorosa oração, repetia com o profeta: “Ainda que ande no meio das trevas da morte, não temerei mal algum, porque estás comigo” (Sl 22,4).

São Boaventura

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Ajuda-os sem que o notem


O pensamento da morte ajudar-te-á a cultivar a virtude da caridade, porque talvez esse instante concreto de convivência seja o último em que estás com este ou com aquele... Eles, ou tu, ou eu, podemos faltar em qualquer momento. (Sulco, 895)

Dir-me-ás talvez: e porque havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas S. Paulo: o amor de Cristo urge-nos. Todo o espaço de uma existência é pouco para alargar as fronteiras da tua caridade. Desde os primeiríssimos começos do Opus Dei, manifestei o meu grande empenho em repetir sem cessar, para as almas generosas que se decidam a traduzi-lo em obras, aquele grito de Cristo: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. Conhecer-nos-ão precisamente por isso, porque a caridade é o ponto de arranque de qualquer actividade de um cristão. (…)

Queria fazer-vos notar que, após vinte séculos, ainda aparece com toda a pujança de novidade o Mandato do Mestre, que é uma espécie de carta de apresentação do verdadeiro filho de Deus. Ao longo da minha vida sacerdotal, tenho pregado com muitíssima frequência que, desgraçadamente para muitos, continua a ser novo, porque nunca ou quase nunca se esforçaram por praticá-lo. É triste, mas é assim. E não há dúvida nenhuma de que a afirmação do Messias ressalta de modo terminante: nisto vos conhecerão, que vos amais uns aos outros! Por isso, sinto a necessidade de recordar constantemente essas palavras do Senhor. S. Paulo acrescenta: levai os fardos uns dos outros e, desta maneira, cumprireis a lei de Cristo. Momentos perdidos, talvez com a falsa desculpa de que te sobra tempo... Se há tantos irmãos, amigos teus, sobrecarregados de trabalho! Com delicadeza, com cortesia, com um sorriso nos lábios, ajuda-os, de tal maneira que se torne quase impossível que o notem; e que nem se possam mostrar agradecidos, porque a discreta finura da tua caridade fez com que ela passasse inadvertida. (Amigos de Deus, 43–44)

Evangelho e comentário


Tempo comum


Evangelho: Lc 13, 18-21

18 Disse, então: «A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? 19 É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» 20 Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? 21 É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»

Comentário:

Na verdade, Jesus não “poupa” nos exemplos que dá sobre o que é o Reino dos Céus.
É fundamental que o faça porque, quantos O ouvem e hão-de ouvir através dos tempos, têm de ter uma ideia clara e excelente sobre o que será – deverá ser – o objectivo principal das suas vidas.

Um tesouro!

Quem não fará o que lhe for possível por o possuir?

Algo tão pequeno que se transforma ao longo de uma vida correcta e do cumprimento da Vontade de Deus, em algo imenso que tudo abarca?

Quem não desejará pertencer a este Reino, ser súbdito de tal Rei e Senhor?

(AMA, comentário sobre Lc 13,18-21, 31.10.2017)




29/10/2018

Leitura espiritual


O HOMEM BOM

AS FONTES DA BONDADE

Contudo, seria um engano pueril imaginar que esse quadro de virtudes é um dom inato, como um privilégio que a fortuna reservasse apenas a alguns eleitos. Ninguém nasce bom. O homem “naturalmente bom” de Rousseau é simplesmente um mito, que a vida, a cada passo, se encarrega de desmentir.
Certamente todos nós possuímos tendências temperamentais que nos inclinam mais facilmente para determinadas atitudes positivas: há homens naturalmente calmos, outros que são temperamentalmente mais afáveis e prestativos, outros ainda que sentem uma especial facilidade para transmitir-nos bom humor...
Mas não há ninguém que possa atingir o conjunto das virtudes que constituem a bondade se se deixa levar apenas pelas suas inclinações naturais.
Ao lado de tendências positivas, em todo o homem coexiste um molho de tendências negativas.
Não é em vão que todos trazemos na alma as marcas hereditárias do pecado original, que nos inclinam para o mal.
Já dizia Tertuliano, o escritor africano do século II, que “o cristão não nasce, faz-se”.
A bondade não brota espontaneamente, como uma planta silvestre, mas forja-se na alma como o ferro trabalhado na fornalha.
Santo Agostinho, evocando reminiscências de infância, registrava que o espontâneo, no homem – desde os inícios da vida –, é o egoísmo: um egoísmo que às vezes aparece escancarado e cru, e outras, mascarado de bons sentimentos e de brandura emocional. Já o considerávamos antes, e é oportuno tê-lo em conta de novo para compreendermos melhor de onde é que surge a bondade.
Qual é, enfim, a forja da bondade? Desde já podemos adiantar a resposta:
a bondade é sempre resultante da graça de Deus e da luta, do esforço do homem.
É nestes dois pontos que devem ser procuradas as suas fontes.
Num dos primeiros perfis biográficos de Mons. Josemaría Escrivá, recolhem-se palavras do jornalista italiano Giuseppe Corigliano que, num artigo publicado em Il Giorno de Milão, reflectia sobre a bondade desse homem de Deus, sobre “a sua grande compreensão para com todas as situações humanas, a sua grande capacidade de amar e aquele garbo e simpatia que tornavam agradabilíssimo o seu trato.
Conhecendo-o melhor – concluía –, intuía-se que aquela grande capacidade de tratar tão intimamente todas as pessoas era fruto da sua grande intimidade com Deus.
Mais do que com palavras, ensinava com os factos que quem possui uma fé autêntica é mais humano, conserva maior capacidade para compreender a vida e as coisas belas e justas deste mundo” [1]
Lembrávamos antes que o encontro com um homem realmente bom produz em nós, já de início, um sentimento de surpresa.
Ficamos intrigados, tentando achar resposta para uma série de perguntas que a sua bondade suscita: de onde lhe vem essa paciência e afabilidade, unida a uma firme coerência de ideais?
De onde tira as forças para não se deixar abalar, desanimar ou corromper pelo ambiente que o cerca?
Qual a razão da alegria com que pratica a renúncia e se sacrifica pelos outros com um sorriso?
Que força interior o move?
A explicação desses enigmas sintetiza-se numa só palavra: Deus.
Só Deus é bom, [2] e os homens são bons na medida em que vivem com Deus e de Deus.
Por outras palavras, a bondade é comunicada à alma pela união com Deus através da fé e do amor. Quando um homem crê, e faz da fé princípio de vida, quando vai ganhando uma amorosa intimidade com Deus, quando se abre à graça divina, esse homem se “diviniza”, vai-se tornando semelhante a Deus [3]. E então atrai precisamente por isso, porque – mesmo carregando com inevitáveis imperfeições – é uma “transparência de Deus”.
Conta-se, na vida de São João Maria Vianney, o Cura d'Ars, que certa feita um homem descrente se uniu aos peregrinos que acorriam à cidadezinha de Ars, para ver e ouvir o santo sacerdote.
Movia-o a curiosidade, e estava com a ideia preconcebida de desmascarar o prestígio daquele que se lhe afigurava um embaidor de beatas.
Teve oportunidade de contemplar de perto o santo, e o simples facto de vê-lo, ouvi-lo e cruzar os seus olhos com os do pobre pároco revolveu-lhe profundamente a alma.
Quando lhe perguntaram a sua opinião sobre o “palerma” que fora observar como se fosse uma curiosidade de circo, só soube responder, com a voz embargada: “Vi Deus num homem”.
Este é o primeiro e principal segredo da bondade.
Poderíamos dizer que o homem bom é como um metal, fundido, purificado e modelado na forja de Deus.
A graça divina é o fogo dessa fornalha.
Mas a graça exige correspondência. De nada serviria se faltasse o esforço, o “martelar” sincero do homem por modificar os seus pensamentos, sentimentos e acções, e a luta por reformá-los, com decisão e empenho, de acordo com as exigências do amor de Deus.
Não há bondade sem luta.
Contando sempre, e em primeiro lugar, com o auxílio da graça, só se torna bom aquele que – por assim dizer – começa por ser “mau” consigo próprio, isto é, por combater decididamente, um a um, todos os desvios – hábitos, defeitos – que o egoísmo tende a enraizar no coração.
É preciso insistir neste ponto: não existe bondade se não há uma árdua peleja interior, uma constante mortificação, um “não” enérgico ao egoísmo.
Como lapidarmente diz Caminho, “onde não há mortificação, não há virtude”, não há bondade [4].
E é evidente, por outro lado, que esse combate não se restringe ao interior do homem.
Não são só as paixões egoístas que hostilizam os ideais da bondade, pois é preciso enfrentar também a pressão do ambiente, da mentalidade e dos costumes sociais que – como uma enxurrada envolvente – se opõem a cada passo aos ideais da bondade e às virtudes cristãs.
Por isso, o homem bom tem necessariamente que ser um forte, dotado de firme coragem para se manter fiel aos seus valores, mesmo que estes choquem com o ambiente e suscitem incompreensão.
Somente como resultado dessa luta fiel é que surge, do pobre barro humano, o que São Paulo chama a criatura nova [5], que se vai configurando conforme a imagem de quem o criou [6].
Quem se esforça por ser bom, acaba realizando em si mesmo – modelado pela graça de Deus – a mais pura definição do homem: imagem e semelhança de Deus [7].

E, por isso mesmo, acaba reflectindo na sua vida, como num espelho, a mais simples e bela definição de Deus:

Deus é amor [8].


Francisco Faus [i]



[1] (Salvador Bernal, Perfil do Fundador do Opus Dei, Quadrante, São Paulo, pág. 194).

[2] (Mc 10, 18)
[3] (cfr. 1 Jo 3, 2)
[4] (Josemaría Escrivá, Caminho, n. 180)
[5] (Ef 4, 24)
[6] (Col 3, 10)
[7] (Gen 1, 26)
[8] (1 Jo 4, 8)



[i] Francisco Faus é licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canónico pela Universidade de São Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre outros, os títulos O valor das dificuldades, O homem bom, Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens, Maria, a mãe de Jesus, A voz da consciência e A paz na família.