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15/04/2017

Epístolas de São Paulo – 46

2ª Epístola de São Paulo aos Coríntios

III. DEFESA DE PAULO (10,1-13,13)

Capítulo 11

Auto-elogio do Apóstolo

1Oxalá pudésseis suportar um pouco de insensatez da minha parte! Mas, de certo, ma suportareis. 2Sinto por vós um ciúme semelhante ao ciúme de Deus, pois vos desposei com um único esposo, Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura. 3Mas receio que, como a serpente seduziu Eva com a sua astúcia, os vossos pensamentos se deixem corromper, desviando-se da simplicidade que é devida a Cristo. 4Pois de boamente aceitais alguém que surge a pregar-vos outro Jesus diferente daquele que nós pregámos, ou acolheis um espírito diferente daquele que recebestes, ou um Evangelho diverso daquele que abraçastes. 5Ora, eu penso que em nada sou inferior a esses super-apóstolos. 6E embora seja menos perito na palavra, não o sou, certamente, na ciência. Em tudo e de todas as maneiras vo-lo temos demonstrado. 7Porventura cometi alguma falta, ao humilhar-me para vos exaltar, quando vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus? 8Despojei outras igrejas, recebendo delas o sustento para vos servir, 9e encontrando-me necessitado no meio de vós, não fui pesado a ninguém, pois os irmãos vindos da Macedónia é que proveram às minhas necessidades. Em tudo me guardei de vos ser molesto e continuarei a fazê-lo. 10Pela verdade de Cristo que está em mim, não me será tirado este motivo de glória nas regiões da Acaia. 11E porquê? Porque não vos amo? Deus o sabe! 12O que faço, continuarei a fazê-lo, para não dar qualquer pretexto àqueles que o buscam, a fim de aparecerem como nós naquilo de que se gloriam. 13Esses tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Cristo. 14E não é de estranhar! Também Satanás se disfarça em anjo de luz! 15Não é por isso grande coisa se os seus ministros se disfarçarem de servidores da justiça. O fim deles será conforme às suas obras.

Trabalhos apostólicos de Paulo (Act 15-28)

16Volto a dizê-lo. Ninguém me tenha por insensato. Ou então, aceitai-me como insensato, para que também eu possa gloriar-me um pouco. 17O que vou dizer, não o digo segundo o Senhor, mas como num assomo de insensatez, certo de que tenho motivos para me gloriar. 18Já que muitos se gloriam por motivos humanos, também eu o vou fazer. 19Na verdade, tão sensatos como sois, suportais de bom grado os insensatos. 20Suportais quem vos escraviza, vos devora, vos explora, vos trata com arrogância, vos esbofeteia. 21Para nossa vergonha o digo: como fracos nos mostramos. Mas daquilo de que alguém se faz forte - eu falo como insensato - também eu me posso fazer. 22São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes de Abraão? Também eu. 23São ministros de Cristo? - Falo a delirar - eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. 24Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. 25Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. 26Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos! 27Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! 28Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! 29Quem é fraco, sem que eu o seja também? Quem tropeça, sem que eu me sinta queimar de dor? 30Se é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que me gloriarei. 31O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não minto. 32Em Damasco, o etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender. 33Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei das suas mãos.


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