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08/03/2016

Índice de publicações em Mar 08

nunc coepi – Índice de publicações em Mar 08

São Josemaria – Textos

AMA - Comentários ao Evangelho Jo 5 1-3 5 5, Confissões - Santo Agostinho

Carta aos fiéis de Roma (São João Paulo II), Confissão, São João Paulo II

Doutrina – Demónio

AMA - Via-Sacra

Celibato eclesiástico, Jesus Cristo e a Igreja

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Do género de vida que Cristo levou - Quest 42 Art. 4, São Tomás de Aquino

JMA – Quaresma

Matrimónio, Ramiro Pellitero Iglesias

AT - Salmos – 127


Agenda Terça-Feira

Reflexões quaresmais

Quaresma de 2016 – 26ª Reflexão

Hoje, Senhor, trazes ao meu coração a humildade.

Olhas-me nos olhos e dizes-me:
Meu filho, a humildade é uma virtude inestimável que Eu posso ver, mas aos homens é bem mais difícil perceber.
A humildade não é a negação dos dons e talentos que cada um tem, mas o reconhecimento de que os mesmos são graça Minha à vida de cada um, e assim sendo, devem ser usados constantemente, nunca para orgulho ou elogio do próprio, mas sim como testemunho das maravilhas que Deus faz em cada um.
Por isso a humildade é também disponibilidade permanente para os outros, e também, e ainda, o reconhecimento sereno das fraquezas que cada um, como pecador que é, tem.
Cuidado, meu filho, com a falsa humildade que o inimigo pode instilar no coração de cada um, levando-o a não fazer uso dos dons e talentos que por graça lhe dou para Me servir, servindo os homens, sob a “capa” de que seria um pretenso orgulho fazer uso desses mesmos dons e talentos.
Lembra-te ainda, que o testemunho que cada um dá de Mim e do meu amor, parte sempre de Mim, e por isso Eu o posso fazer chegar aos corações dos que Me procuram, isento das fraquezas de quem dá esse testemunho.

Humildemente baixo a cabeça e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a humildade.
A humildade de Te reconhecer Senhor de tudo, e também a humildade de Te servir com e em tudo o que me dás.
Não deixes que o inimigo me engane, me confunda e me afaste de Te servir por um pretenso orgulho, mas sim que, reconhecendo as minhas fraquezas, eu Te sirva, servindo os outros, entregando-me sem reservas a Ti, confiando sempre que és Tu que fazes, e se és Tu que fazes, então tudo está bem feito por Tua graça e apenas e só por Tua graça.

Humildemente, Senhor, obrigado!

joaquim mexia alves, Monte Real, 7 de Março de 2016


Nota: A humildade é o mais perfeito conhecimento de nós mesmos

(São Bernardo de Claraval)

VIA - SACRA - 7ª Estação

VII estação


Jesus cai pela segunda vez

  
Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.



Os joelhos em chaga, marcam uma vez mais com sangue as pedras da calçada do martírio.

Se não fosse necessário subires até ao Calvário, morrerias ali mesmo. De dor, de exaustão.

Mas é preciso que tudo se cumpra e Tu, levantas-te outra vez.

Eu fico pasmado com a Tua determinação de quereres, custe o que custar, ir até ao fim.

Percebo que pretendes demonstrar-me que não é irremediável cair, gravíssimo é não me levantar.

Necessito de coragem, força, ânimo e determinação para seguir em frente, levantando-me sempre que cair.

Se eu me esforçar verdadeiramente, se da minha parte houver esse firme propósito, então Tu Senhor, nunca me faltarás com o auxílio necessário e bastante para o conseguir, pois Tu bem sabes que, sozinho, nada posso.

Esta a mensagem que os Teus olhos doridos me comunicam, enquanto estás por terra.

Sabes bem que contribui para esta Tua queda, com as minhas faltas, as minhas omissões, as minhas cedências à concupiscência.

Mesmo assim, Tu perdoas-me e esperas que também eu me levante, que, envergonhadíssimo e contrito, peça perdão, faça o propósito de não tornar a pecar e siga em frente.

Podes levantar-te agora, Senhor.

Estou disposto a seguir o Teu exemplo.

Sei que hei-de cair muitas vezes, mas tenho a firme disposição de me levantar sempre, para que o caminho não deixe de ser andado, em frente, como deve ser, para Teu contentamento e alegria e para salvação da minha alma.



PN, AVM, GLP.

Senhor: Tem piedade de nós

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma

Semana IV

Evangelho: Jo 5, 1-3. 5-16

1 Depois disto, houve uma festa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 2 Ora há em Jerusalém, junto da porta das Ovelhas, uma piscina, que em hebraico se chama Bezatha, a qual tem cinco galerias. 3 Nestas jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos, que esperavam o movimento da água. 5 Estava ali um homem que havia trinta e oito anos se encontrava enfermo. 6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, disse-lhe: «Queres ficar são?». 7 O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me lance na piscina quando a água é agitada; e, enquanto eu vou, outro desce primeiro do que eu». 8 Jesus disse-lhe: «Levanta-te, toma o teu leito e anda». 9 No mesmo instante, aquele homem ficou são, tomou o seu leito e começou a andar. Ora aquele dia era um sábado. 10 Por isso os judeus diziam ao que tinha sido curado: «Hoje não te é lícito levar o teu leito». 11 Ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou, disse-me: Toma o teu leito, e anda». 12 Perguntaram-lhe então: «Quem é esse homem que te disse: Toma o teu leito e anda?». 13 Porém, o que tinha sido curado não sabia quem Ele era, porque Jesus havia desaparecido sem ser notado, devido à multidão que estava naquele lugar. 14 Depois disto, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Eis que estás são; não peques mais, para que não te suceda coisa pior». 15 Foi aquele homem anunciar aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. 16 Por isto os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas ao sábado.

Comentário:

Quantos anos serão necessários para obter uma graça?

Trinta e oito?

Talvez mais ou… talvez menos.

Não depende de nós mas sim de que o que pedimos seja conveniente, em primeiro lugar para nós próprios mas, também, para os outros e, esta “conveniência”, só Deus Nosso Senhor a pode definir e avaliar.

A graça que nos é dada tem sempre um efeito muito para além do que possamos supor porque dela pode resultar graça para muitos até, talvez, de alguns que não saibam quanto precisam dela.

(ama, comentário sobre Jo, 5, 1-3; 5,5, 2015.03.17)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

LIVRO TERCEIRO

CAPÍTULO VII

Alguns erros dos maniqueus

Não conhecia eu outra realidade – a verdadeira – e me sentia como que movido por um aguilhão a aceitar a opinião daqueles insensatos impostores quando me perguntavam de onde procedia o mal, se Deus estava limitado por forma corpórea, se tinha cabelos e unhas, e se deviam ser considerados justos os que tinham várias mulheres simultaneamente, e os que causavam a morte de outros ou sacrificavam animais.

Eu, ignorando essas coisas, perturbava-me com essas perguntas. Afastando-me da verdade, parecia-me encaminhar para ela, porque não sabia que o mal é apenas privação do bem, até chegar ao seu limite, o próprio nada. E como poderia ter eu tal conhecimento, se com os olhos não conseguia ver mais do que corpos, e com a alma não ia além de fantasmas?

Tampouco sabia que Deus é espírito, que não tem membros dotados de comprimento ou largura, nem quantidade material alguma, porque a quantidade ou matéria é sempre menor na parte que no todo e, mesmo que fosse infinita, sempre seria menor em uma parte definida por um espaço determinado do que em sua infinitude, não podendo estar toda inteira em todas as partes, como o espírito, como Deus.

Ignorava totalmente o princípio da nossa existência, que há em nós, e pelo qual a Escritura nos chama de imagem e semelhança de Deus.

Não conhecia tampouco a verdadeira justiça interior, que não julga pelo costume, mas pela lei rectíssima do Deus omnipotente. Por ela se hão-de formar os costumes dos países conforme os mesmos países e tempos, e sendo a mesma em todas as partes e tempos, não varia de acordo com as latitudes e as épocas; lei essa segundo a qual foram justos Abraão, Isaac, Jacob e Davi, e todos os que são louvados pela boca de Deus. Os ignorantes, julgando as coisas de acordo com a sabedoria humana, e medindo a conduta alheia pela própria, os julgam iníquos. É como se um ignorante em armaduras, não sabendo o que é próprio de cada membro, quisesse cobrir a cabeça com a couraça e os pés com o elmo, e se queixasse de que as peças não se lhe adaptem convenientemente. Ou como se alguém se queixasse de que, em determinado dia considerado feriado do meio-dia em diante, não lhe permitissem vender a mercadoria à tarde, como acontecera pela manhã; ou porque vê que na mesma casa permite-se a um escravo qualquer tocar no que não é permitido ao copeiro; ou porque não se permite fazer diante dos comensais o que se faz atrás de uma estrebaria; ou, finalmente, se indignasse porque, sendo uma a casa e uma a família, não se atribuíssem a todos as mesmas coisas.

Tais são os que se indignam quando ouvem dizer que em outros tempos se permitiam aos justos coisas que não se lhe permitem agora, e que Deus mandou àqueles uma coisa e, a estes, outra, conforme os tempos, servindo uns e outros à mesma norma de santidade. E, contudo, é bem visível que no mesmo homem, no mesmo dia e na mesma hora e na mesma casa, o que convém a um membro não convém a outro; e aquilo que há pouco era lícito, já não o é mais; e que o que se concede em uma parte, é justamente proibido e castigado em outra.

Diremos, por isso, que a justiça é vária e inconstante? O que acontece é que os tempos a que ela preside não caminham no mesmo passo, porque são tempos. Mas os homens, cuja vida terrestre é breve, por não saberem harmonizar as causas dos tempos idos, e das gentes que não viram nem conheceram, com as que agora vêem e experimentam e, como também vêem facilmente o que no mesmo corpo, na mesma hora e lugar convém a cada membro, a cada tempo, a cada parte e a cada pessoa, escandalizam-se com as coisas daqueles tempos, enquanto aceitam as de agora.

Eu então ignorava estas coisas e não reflectia nelas e, embora de todos me ferissem os lados os olhos, eu não as via. Quando declamava algum poema, não me era lícito por um pé em qualquer outra parte do verso, senão, uns, numa espécie de metro e outros noutra, e num mesmo verso não podia meter em todas as partes o mesmo pé; e a própria arte da prosódia, apesar de mandar coisas tão distintas, não era diversa em cada parte, senão uma só e coerente.

Contudo, não via como a justiça, à qual serviram aqueles varões bons e santos, pudesse conter simultaneamente, de modo mais belo e sublime, preceitos tão diversos, sem variar em sua essência, apesar de não mandar ou distribuir aos diferentes tempos todas as coisas simultaneamente, mas a cada um as que lhe são próprias. E, cego, censurava àqueles piedosos patriarcas, que não só usavam do presente como Deus lhes mandava e inspirava, mas também prediziam o futuro conforme Deus lhes revelava.

CAPÍTULO VIII

Moral e costume

Acaso será em alguma parte e momento injusto amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o entendimento, e amar ao próximo como a nós mesmos? Por isso, todos os pecados contra a natureza, como o foram os dos sodomitas, hão-de ser detestados e castigados sempre e em toda a parte, pois, mesmo que todos os cometessem, não seriam menos réus de crime diante da lei divina, que não fez os homens para usar tão torpemente de si; de facto viola-se a união que deve existir com Deus quando a natureza, da qual ele é autor, se mancha com a depravação das paixões.

Com relação aos pecados que são contra os costumes humanos, também hão-de ser evitados de acordo com a diversidade dos costumes, a fim de que o pacto mútuo entre os povos e nações, firmado pelo costume ou pela lei, não seja quebrado por nenhum capricho de cidadão ou forasteiro, porque é indecorosa a parte que não se acomoda ao todo.

Todavia, quando Deus ordena algo contra tais costumes ou pactos, sejam quais forem, deve ser obedecido, embora o que mande nunca tenha sido feito; e se não foi cumprido, deve ser restaurado, e se não estava estabelecido, deve-se estabelecer. Se é lícito a um rei mandar na cidade que governa coisas que ninguém antes dele e nem ele próprio havia mandado, e se não é contra o bem da sociedade obedecê-lo, antes o seria o não obedecê-lo – por ser pacto básico de toda sociedade humana obedecer a seus reis – quanto mais deveria ser Deus obedecido sem titubeios em tudo que mandar, como rei do universo? Porque, assim como entre os poderes humanos o maior poder se antepõe ao menor, para que este lhe preste obediência, assim Deus antepõe-se a todos.

O mesmo se deve dizer dos crimes perpetrados com desejo de causar o mal, quer por agressão, quer por injúria; e ambas as coisas, ou por desejo de vingança, como ocorre entre inimigos, ou por alcançar algum bem sem trabalhar, como o ladrão que rouba ao viajante; ou para evitar algum mal, como acontece com o que teme; ou por inveja, como quando um miserável quer mal ao que é mais feliz, ou ao que conseguiu riquezas, temendo ser igualado ou que já lhe sejam iguais; ou unicamente pelo prazer de ver o mal alheio, como acontece com o espectador dos combates dos gladiadores, ou com o que se ri e zomba dos outros.

Tais são os princípios ou fontes de iniquidade, que nascem da paixão de mandar, de ver ou de sentir, quer de uma só dessas paixões, ou de duas, ou de todas juntas. Razão por que se vive do mal, ó Deus altíssimo e dulcíssimo, contra o saltério de dez cordas, teu decálogo.

Mas, que pecado pode atingir a ti, que não és atingido pela corrupção? Ou que crimes podem ser cometidos contra ti, a quem ninguém pode causar dano? O que vingas são os crimes que os homens cometem contra si, porque, mesmo quando pecam contra ti, agem impiamente contra suas próprias almas, e sua iniquidade engana-se a si própria, quer corrompendo e pervertendo sua natureza – feita e ordenada por ti – quer usando imoderadamente das coisas permitidas, ou até desejando imoderadamente as não permitidas, pelo uso daquilo que é contra a natureza.

Pecam também os que com o pensamento e a palavra se revoltam contra ti, dando coices contra o aguilhão; ou quando, uma vez quebrados os limites da sociedade humana, alegram-se audaciosamente com as facções ou desuniões, de acordo com as suas simpatias ou antipatias. E o homem faz tudo isso quando és abandonado, fonte da vida, único e verdadeiro criador e senhor do universo, e com orgulho egoísta ama-se uma parte do todo como se fosse o todo.

Essa a razão pela qual só se pode voltar para ti com piedade humilde, para assim nos purificares nossos maus costumes; pela piedade te mostras propício com os pecados dos que te confessam, e ouves os gemidos dos cativos, e nos livras dos grilhões que nós mesmo forjamos, contanto que não ergamos contra ti os chifres de uma falsa liberdade, quer arrastados pela cobiça de mais haveres, quer pelo temos de perder tudo, preferindo nosso próprio egoísmo a ti, Bem de todos.

(cont)

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Antigo testamento / Salmos

Salmo 127







1 Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.
2 Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O Senhor concede o sono àqueles a quem ele ama.
3 Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá.
4 Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude.

5 Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.

Consummati in unum

Aos que procuram a unidade, temos de colocá-los perante Cristo, que pede que estejamos consummati in unum, consumados na unidade. A fome de justiça deve conduzir-nos à fonte originária da concórdia entre os homens: ser e saber-se filhos do Pai, irmãos. (Cristo que passa, 157)

Pobre ecumenismo o que anda na boca de muitos católicos, que maltratam outros católicos! (Sulco, 643)

Uma vez disse ao Santo Padre João XXIII, movido pelo encanto afável e paterno do seu trato: “Santo Padre, na nossa Obra, todos os homens, católicos ou não, encontraram sempre um ambiente acolhedor: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade”. Ele riu-se emocionado, porque sabia que, já desde 1950, a Santa Sé tinha autorizado o Opus Dei a receber como associados Cooperadores os não católicos e até os não cristãos.


São muitos, efectivamente – e entre eles contam-se pastores e até bispos das suas respectivas confissões –, os irmãos separados que se sentem atraídos pelo espírito do Opus Dei e colaboram nos nossos apostolados. E são cada vez mais frequentes – à medida que os contactos se intensificam – as manifestações de simpatia e de cordial entendimento, resultantes de os sócios do Opus Dei centrarem a sua espiritualidade no simples propósito de viver com sentido de responsabilidade os compromissos e exigências baptismais do cristão. O desejo de procurar a plenitude da vida cristã e de fazer apostolado, procurando a santificação do trabalho profissional; a vida imersa nas realidades seculares, respeitando a sua própria autonomia, mas tratando-as com espírito e amor de almas contemplativas; a primazia que na organização dos nossos trabalhos concedemos à pessoa, à acção do Espírito nas almas, ao respeito da dignidade e da liberdade que provêm da filiação divina do cristão. (Temas Actuais do Cristianismo, 22)

Vocação matrimonial

AMOR HUMANO

…/1

O matrimónio: uma vocação e um caminho divino
Deram a volta ao mundo umas palavras do Papa Francisco, no encontro com as famílias que teve lugar em Manila:

“Não é possível uma família sem sonhar.
Quando numa família se perde a capacidade de sonhar, de amar, essa energia de sonhar perde-se, por isso lhes recomendo que à noite, quando façam o exame de consciência, também se coloquem esta pergunta: hoje sonhei com o futuro dos meus filhos, hoje sonhei com o amor do meu esposo ou esposa, sonhei com a história dos meus avós?” [i].

(Cont)

r. pellitero

(Revisão da versão portuguesa por ama)




[i] Papa Francisco, Discurso no Encontro com as famílias, Manila, Filipinas, 16-01-2015.

Doutrina - 78

O demónio realmente existe?

…/8

Porque Deus, se é bom, todo-poderoso e detesta o mal, permite que os demónios ajam e tenham poder sobre o homem?
É um grande mistério, o “mysterium iniquitatis”.
Deus criou o homem – e os anjos – por amor e deseja que o homem o ame em troca.

Mas não existe amor sem liberdade, razão pela qual Deus dá espaço ao homem para que este escolha amá-lo.

Só Deus possui uma liberdade perfeita, incapaz de escolher o mal.

O homem e os anjos podem rejeitar esse amor.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Tratado da vida de Cristo 83

Questão 42: Da doutrina de Cristo

Art. 4 — Se Cristo devia ensinar a sua doutrina por escrito.

O quarto discute-se assim. — Parece que Cristo não devia ensinar a sua doutrina por escrito.

1. — Pois, a escrita foi inventada para, no futuro, gravar a doutrina na memória. Ora, a doutrina de Cristo devia durar eternamente, segundo o Evangelho: Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Logo, parece que Cristo devia ter ensinado a sua doutrina por escrito.

2. Demais. — A lei antiga foi uma figura de Cristo, segundo o Apóstolo: A lei tendo a sombra dos bens futuros. Ora, a lei antiga foi escrita por Deus, segundo a Escritura: Dar-te-ei duas tabuas de pedra e a lei e os mandamentos que eu escrevi. Logo, parece que também Cristo devia ter escrito a sua doutrina.

3. Demais. — A Cristo, que veio alumiar os que vivem nas trevas e na sombra da morte, como diz o Evangelho, pertencia eliminar as ocasiões de erro e abrir o caminho à fé. Ora, faria tal escrevendo a sua doutrina. Assim, diz Agostinho: Alguns costumam achar dificuldade no facto do Senhor nada ter escrito, de modo que devamos crer no que os outros dele escreveram. E quem isso diz são sobretudo os pagãos, que, não ousando culpar Cristo ou blasfemar contra Ele, lhe atribuem uma sabedoria excelentíssima, mas como a homem. E dizem que os discípulos atribuíram ao mestre mais do que lhe era devido, quando afirmavam que era o Filho e o Verbo de Deus, por quem foram feitas todas as coisas. E depois acrescenta: Estão prontos a crer o que o próprio Cristo disse de si e não o que outros arbitrariamente lhe atribuíram. Logo, parece que Cristo devia ele próprio transmitir a sua doutrina por escrito.

Mas, em contrário, entre as Escrituras canónicas, não há nenhum livro escrito por ele.

Cristo não devia ter deixado a sua doutrina por escrito. — Primeiro, por causa da sua dignidade. Pois, tanto mais excelente é quem ensina tanto mais excelente deve ser o seu modo de ensinar. Sendo, portanto Cristo o mais excelente dos doutores, o seu modo de ensinar devia consistir em imprimir a sua doutrina no coração dos ouvintes. E por isso diz o Evangelho, que ele os ensinava como quem tinha autoridade. Assim também entre os gentios, Pitágoras e Sócrates, que foram excelentíssimos doutrinadores, nada quiseram escrever. Pois, a escrita tem como fim a impressão da doutrina no coração dos ouvintes. — Segundo, por causa da excelência da doutrina de Cristo, que não pode ser abrangida pela escrita, segundo o Evangelho: Muitas outras causas porém há ainda, que Jesus fez; as quais se escrevessem uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que delas se houvessem de escrever. O que não significa que devemos crer, como diz Agostinho, não pudesse o mundo conter tais livros, localmente falando, mas que talvez não pudesse compreendê-los a capacidade dos leitores. Se, porém, Cristo tivesse deixado a sua doutrina por escrito, os homens não a julgariam senão pelo que estava escrito. — Terceiro, para que a doutrina dele promanada chegasse a todos numa certa ordem, de modo que sendo primeiro os discípulos os ensinados, ensinassem depois aos outros com as suas palavras e os seus escritos. Se, ao contrário, ele próprio tivesse, escrito, a sua doutrina chegaria a todos imediatamente. Por isso a Escritura diz da sabedoria de Deus: Enviou as suas escravas a chamar à fortaleza. Devemos, porém saber que, como refere Agostinho, alguns gentios pensavam que Cristo tinha escrito alguns livros que continham mágicas com as quais fazia milagres, condenados pela doutrina cristã. É contudo os que afirmam ter lido esses tais livros de Cristo os que não fazem nada de comparável ao que admiram que ele com tais livros tivesse feito. E por juízo divino erram, a ponto de dizerem que esses tais livros eram dedicados a Pedro e a Paulo, porque em vários passos viram esses apóstolos pintados em companhia de Cristo. Nem é de espantar se foram enganados esses falsários pelas figuras pintadas. Pois, durante todo o tempo em que Cristo viveu em corpo mortal, com os seus discípulos, Paulo ainda não era do número deles.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Como diz Agostinho no mesmo livro, Cristo é a cabeça de todos os seus discípulos, como membros do seu corpo. Por isso, o que eles relataram como ensinado e dito por ele, não devemos dizer de nenhum modo que não o tivesse ele próprio escrito. Pois, às vezes os seus membros fizeram o que sabiam que o chefe mandou. Assim, todos os seus factos e ditos que quis que nós lêssemos, mandou-os escrever, como se ele próprio o tivesse escrito.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Por ter a lei antiga sido dada sob figuras sensíveis, também foi convenientemente escrita com sinais sensíveis. Mas a doutrina de Cristo, que é a lei do Espírito de vida, devia ter sido escrita, não com tinta, mas com o espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração, como diz o Apóstolo.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Os que não quiseram crer no que os Apóstolos escreveram de Cristo não acreditariam nem mesmo no que o próprio Cristo escrevesse; de quem opinavam que fazia milagres por meio de artes mágicas.


Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Jesus Cristo e a Igreja – 105

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos
III. Desenvolvimento do tema da continência na Igreja latina

O testemunho dos Padres e dos escritores eclesiásticos

Da prática disciplinar ocidental considerada até o momento, concluímos que: a continência própria dos três últimos graus do ministério clerical manifesta-se na Igreja como uma obrigação que remonta aos começos da Igreja, e que foi transmitida como um património da tradição oral.
Após a era de perseguição e, especialmente, como consequência das conversões cada vez mais numerosas, o que exigiu também numerosas ordenações, houve amplas transgressões dessa obrigação, contra as quais os Concílios e a solicitude dos Romanos Pontífices procederam cada vez com maior insistência por meio de leis e disposições escritas.
Nestas aparecem também as consequências de tais transgressões que consistiam na suspensão ou expulsão do sagrado ministério.

Tudo isso nunca é apresentado como uma inovação, mas é sempre posto em referência com a origem da Igreja.
Estamos autorizados, portanto, conforme as regras de um correcto método jurídico-histórico, a considerar a dita práxis como uma verdadeira obrigação vinculante transmitida por tradição oral antes de ter sido fixada por leis escritas.
Quem quiser afirmar o contrário não somente se oporia a uma metodologia científica válida, mas também estaria apelidando de mentirosos – porque de ignorância não poderiam ser acusados – todos os testemunhos unânimes que até agora escutamos.

(cont)

alfons m. stickler, Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Temas para meditar - 594

Quaresma


A Confissão Quaresmal é um tempo particularmente adequado para desapertar e educar a consciência.

A Igreja recorda-nos precisamente neste período a necessidade inderrogável da Confissão sacramental, para que todos possamos viver a Ressurreição de Cristo não só na liturgia, mas também na nossa própria alma.


(são joão paulo iiCarta aos Fiéis de Roma, 1979.11.28)