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Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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02/04/2014
Evangelho do dia, comentário e Leitura espiritual
Tempo de Quaresma Semana IV |
Evangelho: Jo 5,
17-30
17 Mas Jesus
respondeu-lhes: «Meu Pai não cessa de trabalhar, e Eu trabalho também». 18 Por
isso, os judeus procuravam com maior ardor matá-l'O, porque não somente violava
o sábado, mas também dizia que Deus era Seu Pai, fazendo-Se igual a Deus. Jesus
respondeu e disse-lhes: 19 «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho não pode
por Si mesmo fazer coisa alguma, mas somente o que vir fazer ao Pai; porque
tudo o que fizer o Pai o faz igualmente o Filho. 20 Porque o Pai ama o Filho e
mostra-Lhe tudo o que faz; e Lhe mostrará maiores obras do que estas, até ao
ponto de vós ficardes admirados. 21 Porque assim como o Pai ressuscita os
mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida àqueles que quer. 22 O Pai
a ninguém julga, mas deu ao Filho o poder de julgar 23 a fim de que todos
honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O
enviou. 24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a Minha palavra e crê
n'Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não incorre na sentença de
condenação, mas passou da morte para a vida. 25 Em verdade, em verdade vos digo
que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e
os que a ouvirem viverão. 26 Com efeito, assim como o Pai tem a vida em Si mesmo,
assim deu ao Filho ter vida em Si mesmo; 27 e deu-Lhe o poder de julgar, porque
é o Filho do Homem. 28 Não vos admireis disso, porque virá tempo em que todos
os que se encontram nos sepulcros ouvirão a Sua voz, 29 e os que tiverem feito
obras boas sairão para a ressurreição da vida, mas os que tiverem feito obras
más sairão ressuscitados para a condenação. 30 Não posso por Mim mesmo fazer
coisa alguma. Julgo segundo o que ouço, e o Meu juízo é justo, porque não busco
a Minha vontade, mas a d'Aquele que Me enviou.
Comentário:
O
Evangelista São João regista de forma magistral as próprias palavras de Jesus.
Revela-se bem a forma de falar oriental da época mas que, sem grande esforço,
se actualiza em qualquer tempo.
A
perguntas complexas vindas de gente cuja mentalidade era, em si mesma, complexa
e cheia de preconceitos, Cristo responde no mesmo tom. Diz o que tem a dizer
sem acrescentar nem explicar nada mais e, na verdade, é suficiente e bastante
porque os seus interlocutores entendem muito bem o que Lhes diz como se prova
pela ausência de pedidos de esclarecimentos e, sobretudo, pela revolta que as
palavras de Cristo suscitavam nos fariseus e chefes do povo.
Mas,
nós, que queremos entender bem o que o Senhor nos quer dizer, se tivermos
dúvidas devemos, temos a obrigação estrita, de as esclarecer junto de quem,
pela sua autoridade moral e conhecimentos, o pode fazer: o nosso Director
Espiritual.
Este
não “serve apenas” para nos orientar na vida cristã de todos os dias mas,
também, para nos esclarecer respondendo às nossas questões e explicar o que não
entendemos bem.
(ama,
comentário sobre Jo 5, 17-30, 2013.03.13)
Leitura espiritual |
DECLARAÇÃO
NOSTRA AETATE
SOBRE A IGREJA E AS RELIGIÕES NÃO-CRISTÃS
(1 a 5)
Laços
comuns da humanidade e inquietação religiosa do homem; a resposta das diversas
religiões não-cristãs e sua relação com a Igreja
1.
Hoje, que o género humano se torna cada vez mais unido, e aumentam as relações
entre os vários povos, a Igreja considera mais atentamente qual a sua relação
com as religiões não-cristãs. E, na sua função de fomentar a união e a caridade
entre os homens e até entre os povos, considera primeiramente tudo aquilo que
os homens têm de comum e os leva à convivência.
Com
efeito, os homens constituem todos uma só comunidade; todos têm a mesma origem,
pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro género humano 1;
têm também todos um só fim último, Deus, que a todos estende a sua providência,
seus testemunhos de bondade e seus desígnios de salvação 2 até que
os eleitos se reunam na cidade santa, iluminada pela glória de Deus e onde
todos os povos caminharão na sua luz 3. Os homens esperam das
diversas religiões resposta para os enigmas da condição humana, os quais, hoje
como ontem, profundamente preocupam seus corações: que é o homem? qual o
sentido e a finalidade da vida? que é o pecado? donde provém o sofrimento, e
para que serve? qual o caminho para alcançar a felicidade verdadeira? que é a
morte, o juízo e a retribuição depois da morte? Finalmente, que mistério último
e inefável envolve a nossa existência, do qual vimos e para onde vamos?
Hinduísmo e Budismo
2.
Desde os tempos mais remotos até aos nossos dias, encontra-se nos diversos
povos certa percepção daquela força oculta presente no curso das coisas e
acontecimentos humanos; encontra-se por vezes até o conhecimento da divindade
suprema ou mesmo de Deus Pai. Percepção e conhecimento esses que penetram as
suas vidas de profundo sentido religioso. Por sua vez, as religiões ligadas ao
progresso da cultura, procuram responder às mesmas questões com noções mais
apuradas e uma linguagem mais elaborada. Assim, no hinduísmo, os homens
perscrutam o mistério divino e exprimem-no com a fecundidade inexaurível dos
mitos e os esforços da penetração filosófica, buscando a libertação das
angústias da nossa condição quer por meio de certas formas de ascetismo, quer
por uma profunda meditação, quer, finalmente, pelo refúgio amoroso e confiante
em Deus. No budismo, segundo as suas várias formas, reconhece-se a radical
insuficiência deste mundo mutável, e propõe-se o caminho pelo qual os homens,
com espírito devoto e confiante, possam alcançar o estado de libertação
perfeita ou atingir, pelos próprios esforços ou ajudados do alto a suprema
iluminação. De igual modo, as outras religiões que existem no mundo procuram de
vários modos ir ao encontro das inquietações do coração humano, propondo
caminhos, isto é, doutrinas e normas de vida e também ritos sagrados.
A
Igreja católica não rejeita nada do que nessas religiões existe de verdadeiro e
santo. Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e
doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria
segue e propõe, todavia, reflectem não raramente um raio da verdade que ilumina
todos os homens. No entanto, ela anuncia, e tem mesmo obrigação de anunciar
incessantemente Cristo, «caminho, verdade e vida» (Jo14,6), em quem os homens
encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo
todas as coisas 4.
Exorta,
por isso, os seus filhos a que, com prudência e caridade, pelo diálogo e
colaboração com os sequazes doutras religiões, dando testemunho da vida e fé
cristãs, reconheçam, conservem e promovam os bens espirituais e morais e os
valores sócio culturais que entre eles se encontram.
A religião do Islão
3.
A Igreja olha também com estima para os muçulmanos. Adoram eles o Deus Único,
vivo e subsistente, misericordioso e omnipotente, criador do céu e da terra 5,
que falou aos homens e a cujos decretos, mesmo ocultos, procuram submeter-se de
todo o coração, como a Deus se submeteu Abraão, que a fé islâmica de bom grado
evoca. Embora sem o reconhecerem como Deus, veneram Jesus como profeta, e
honram Maria, sua mãe virginal, à qual por vezes invocam devotamente. Esperam
pelo dia do juízo, no qual Deus remunerará todos os homens, uma vez
ressuscitados. Têm, por isso, em apreço a vida moral e prestam culto a Deus,
sobretudo com a oração, a esmola e o jejum.
E
se é verdade que, no decurso dos séculos, surgiram entre cristãos e muçulmanos
não poucas discórdias e ódios, este sagrado Concílio exorta todos a que,
esquecendo o passado, sinceramente se exercitem na compreensão mútua e juntos
defendam e promovam a justiça social, os bens morais e a paz e liberdade para
todos os homens.
A religião judaica
4.
Sondando o mistério da Igreja, este sagrado Concílio recorda o vínculo com que
o povo do Novo Testamento está espiritualmente ligado à descendência de Abraão.
Com
efeito, a Igreja de Cristo reconhece que os primórdios da sua fé e eleição já
se encontram, segundo o mistério divino da salvação, nos patriarcas, em Moisés
e nos profetas. Professa que todos os cristãos, filhos de Abraão segundo a fé 6,
estão incluídos na vocação deste patriarca e que a salvação da Igreja foi
misticamente prefigurada no êxodo do povo escolhido da terra da escravidão. A
Igreja não pode, por isso, esquecer que foi por meio desse povo, com o qual
Deus se dignou, na sua inefável misericórdia, estabelecer a antiga Aliança, que
ela recebeu a revelação do Antigo Testamento e se alimenta da raiz da oliveira
mansa, na qual foram enxertados os ramos da oliveira brava, os gentios 7.
Com efeito, a Igreja acredita que Cristo, nossa paz, reconciliou pela cruz os
judeus e os gentios, de ambos fazendo um só, em Si mesmo 8.
Também
tem sempre diante dos olhos as palavras do Apóstolo Paulo a respeito dos seus
compatriotas: «deles é a adopção filial e a glória, a aliança e a legislação, o
culto e as promessas; deles os patriarcas, e deles nasceu, segundo a carne,
Cristo» (Rom. 9, 4-5), filho da Virgem Maria. Recorda ainda a Igreja que os
Apóstolos, fundamentos e colunas da Igreja, nasceram do povo judaico, bem como
muitos daqueles primeiros discípulos, que anunciaram ao mundo o Evangelho de
Cristo.
Segundo
o testemunho da Sagrada Escritura, Jerusalém não conheceu o tempo em que foi
visitada 9; e os judeus, em grande parte, não receberam o Evangelho;
antes, não poucos se opuseram à sua difusão 10. No entanto, segundo
o Apóstolo, os judeus continuam ainda, por causa dos patriarcas, a ser muito
amados de Deus, cujos dons e vocação não conhecem arrependimento 11.
Com os profetas e o mesmo Apóstolo, a Igreja espera por aquele dia. só de Deus
conhecido, em que todos os povos invocarão a Deus com uma só voz e «o servirão
debaixo dum mesmo jugo» (Sof. 3,9) 12.
Sendo
assim tão grande o património espiritual comum aos cristãos e aos judeus, este
sagrado Concílio quer fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e
estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e
teológicos e com os diálogos fraternos.
Ainda
que as autoridades dos judeus e os seus sequazes urgiram a condenação de Cristo
à morte 13 não se pode, todavia, imputar indistintamente a todos os
judeus que então viviam, nem aos judeus do nosso tempo, o que na Sua paixão se perpetrou.
E embora a Igreja seja o novo Povo de Deus, nem por isso os judeus devem ser
apresentados como reprovados por Deus e malditos, como se tal coisa se
concluísse da Sagrada Escritura. Procurem todos, por isso, evitar que, tanto na
catequese como na pregação da palavra de Deus, se ensine seja o que for que não
esteja conforme com a verdade evangélica e com o espírito de Cristo.
Além
disso, a Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens,
lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões
políticas mas pela religiosa. Caridade evangélica. deplora todos os ódios,
perseguições e manifestações de anti-semitismo, seja qual for o tempo em que
isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus.
De
resto, como a Igreja sempre ensinou e ensina, Cristo sofreu, voluntariamente e
com imenso amor, a Sua paixão e morte, pelos pecados de todos os homens, para
que todos alcancem a salvação. O dever da Igreja, ao pregar, é portanto,
anunciar a cruz de Cristo como sinal do amor universal de Deus e como fonte de
toda a graça.
A
fraternidade universal e a reprovação de toda a discriminação racial ou
religiosa
5.
Não podemos, porém, invocar Deus como Pai comum de todos, se nos recusamos a
tratar como irmãos alguns homens, criados à Sua imagem. De tal maneira estão
ligadas a relação do homem a Deus Pai e a sua relação aos outros homens seus
irmãos, que a Escritura afirma: «quem não ama, não conhece a Deus» (1 Jo. 4,8).
Carece,
portanto, de fundamento toda a teoria ou modo de proceder que introduza entre
homem e homem ou entre povo e povo qualquer discriminação quanto à dignidade
humana e aos direitos que dela derivam.
A
Igreja reprova, por isso, como contrária ao espírito de Cristo, toda e qualquer
discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor, condição ou
religião. Consequentemente, o sagrado Concílio, seguindo os exemplos dos santos
Apóstolos Pedro e Paulo, pede ardentemente aos cristãos que, «observando uma
boa conduta no meio dos homens. (1 Ped. 2,12), se ‚ possível, tenham paz com
todos os homens 14, quanto deles depende, de modo que sejam na
verdade filhos do Pai que está nos céus 15.
Roma,
28 de Outubro de 1965.
PAPA
PAULO VI
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
__________________________________________
Notas:
1.
Cfr. Act. 17,26.
2.
Cfr. Sab. 8,1; Act. 14,17; Rom. 2, 6-7;1 Tim. 2,4.
3.
Cfr. Apoc. 21, 23-24
4.
Cfr. 2 Cor. 5, 18-19.
5.
Cfr. S. Gregório VII, Carta III, 21 a Anazir (Al-Názir), Rei da Mauritânia: ed.
E. Gaspar, em MGH, Ep. sel. II, 1820, I; p. 288, 11-15; PL 148, 451 A.
6.
Cfr. Gál. 3,7.
7.
Cfr. Rom. 11, 17-24.
8.
Cfr. Ef. 2, 14-16.
9.
Cfr. Lc. 19,44.
10.
Cfr. Rom. 11,28.
11.
Cfr. Rom. 11, 28-29; Cfr. Conc. Vat. II, Const. dogm. De Ecclesia., Lumen gentium:
AAS 57, (1965), p. 20.
12.
Cfr. Is. 66,23; Salm. 65,4; Rom. 11, 11-32.
13.
Cfr. Jo. 19,6.
14.
Cfr. Rom. 12,18.
15.
Cfr. Mt. 5,45
Pequena agenda do cristão
Quarta-Feira
(Coisas muito simples, curtas,
objectivas)
Propósito: Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a
despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos
meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me: Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a
lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão
excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas
alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha
Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu in-
teresse
e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser
tão
mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus
ontem?
|
Vidas de Santos
Nota Histórica
Nasceu em Paula (Calábria) no ano
1416. A Congregação eremítica que fundou, mais tarde transformada na Ordem dos
Mínimos, foi confirmada pela Sé Apostólica em 1506. Morreu em Tours (França) no
ano 1507.
Convertei-vos de coração sincero
Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabe
retribuir com generosidade, vos dê a recompensa dos vossos trabalhos.
Fugi de todo o mal, apartai-vos dos
perigos. Nós e todos os nossos irmãos, se bem que indignos, pedimos constantemente
a Deus Pai, a seu Filho Jesus Cristo e à Virgem Maria, sua Mãe, que vos ajudem
sempre e vos guiem para a salvação da alma e do corpo, e vos façam progredir
sempre no caminho do bem até ao fim.
Exorto-vos, irmãos, e peço-vos
insistentemente: trabalhai com a maior prudência e diligência pela salvação das
vossas almas. A morte é certa, e a vida é breve e desfaz-se como fumo.
Lembrai-vos da paixão de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que, abrasado de amor por nós, desceu do Céu para nos salvar,
sofreu tantos tormentos na alma e no corpo e não quis evitar sofrimento algum
por nosso amor. Recordemo-nos do seu exemplo de perfeita paciência e de
perfeito amor, e sejamos nós também pacientes nas adversidades.
Afastai de vós toda a espécie de ódio
e inimizade, evitai cuidadosamente as palavras ásperas e impertinentes e, se
alguma vez saíram da vossa boca, não hesiteis em levar o remédio com os mesmos
lábios que provocaram a ferida. Perdoai-vos uns aos outros e esquecei
totalmente qualquer ofensa recebida. Conservar o ressentimento do mal é uma
ofensa, é complemento da ira, retenção do pecado, ódio da justiça, flecha do
rancor, veneno da alma, destruição das virtudes, verme da consciência,
obstáculo da oração, impedimento das graças que pedimos a Deus, alienação da
caridade, espinho cravado na alma, maldade sempre desperta, pecado que nunca se
apaga, morte quotidiana.
Amai a paz, que é o mais precioso de
todos os tesouros. Sabeis certamente que os nossos pecados provocam a ira de
Deus: corrigi-vos, portanto, e arrependei-vos, para que Deus vos perdoe na sua
misericórdia. O que ocultamos aos homens é manifesto a Deus: convertei-vos,
portanto, de coração sincero. Vivei de tal modo que mereçais receber a bênção
do Senhor; e a paz de Deus nosso Pai esteja sempre convosco.
Das
Cartas de São Francisco de Paula, eremita, Carta de 1486: ed. A. Galuzzi,
Origini dell’Ordine dei Minimi, Roma 1967, pp. 121-122,Sec. XV)
(SNL)
Temas para meditar 61
Filiação divina
A
filiação divina engendra devoções simples, pequenas obras de obséquio a Deus
Nosso Pai, porque uma alma cheia de amor não pode permanecer inactiva.
(santa teresinha do menino jesus, História de uma alma, X, 41)
É tempo de esperança, e eu vivo desse tesouro
‘É tempo de esperança, e eu vivo desse
tesouro. Não é uma frase, Padre; é uma realidade’, dizes-me. Então... o mundo
inteiro, todos os valores humanos que te atraem com uma força enorme (amizade,
arte, ciência, filosofia, teologia, desporto, natureza, cultura, almas...),
tudo isso, deposita-o na esperança – na esperança de Cristo. (Sulco, 293)
Onde quer que nos encontremos, esta é a
exortação do Senhor: vigiai! Em face deste apelo de Deus, alimentemos nas
nossas consciências os desejos esperançosos de santidade, com obras. Dá-me, meu
filho, o teu coração, sugere-nos o senhor ao ouvido. Deixa-te de construir
castelos com a fantasia, decide-te a abrir a tua alma a Deus, pois
exclusivamente no Senhor acharás o fundamento real para a tua esperança e para
fazer o bem aos outros. Quando não lutamos connosco mesmos, quando não
rechaçamos terminantemente os inimigos que estão dentro da cidadela interior –
o orgulho, a inveja, a concupiscência da carne e dos olhos, a auto-suficiência,
a tresloucada avidez da libertinagem – quando não existe essa peleja interior,
os mais nobres ideais definham como a flor do feno; ao romper o sol ardente, a
erva seca, a flor cai e acaba a sua vistosa formosura. Depois, pela menor fenda
brotarão o desalento e a tristeza, como plantas daninhas e invasoras.
Jesus não se conforma com um assentimento
titubeante. Pretende, tem direito a que caminhemos com inteireza, sem
concessões às dificuldades. Exige passos firmes concretos; pois, de ordinário,
os propósitos gerais servem para pouco. Os propósitos pouco delineados
parecem-me entusiasmos falazes que intentam calar as chamadas divinas
percebidas pelo coração; fogos-fátuos, que não queimam nem dão calor e que
desaparecem com a mesma fugacidade com que surgiram.
Por isso, convencer-me-ei de que as tuas
intenções de alcançar a meta são sinceras, se te vir caminhar com determinação.
Faz o bem, revendo as tuas atitudes habituais quanto à ocupação de cada instante;
pratica a justiça, precisamente nos ambientes que frequentas, ainda que a
fadiga te vença; fomenta a felicidade dos que te rodeiam, servindo os outros
com alegria no lugar do teu trabalho, com esforço para o acabar com a maior
perfeição possível, com a tua compreensão, com o teu sorriso, com a tua atitude
cristã. E tudo por Deus, com o pensamento na sua glória, com o olhar no alto,
anelando a Pátria definitiva, pois só esse fim vale a pena. (Amigos de Deus, 211)
Tratado dos vícios e pecados 47
Art. 3 — Se Deus é causa
da obcecação e do endurecimento.
(I
Sent., dist. XL, q. 4, a. 2; III Cont. Gent., cap. CLXII; De Verit., q. 24, a.
10; In Matth., cap., XIII; In Ioan., cap. XII, lect. VII; Ad Rom., cap. IX,
lect. III; II Cor., cap. IV, lect. II).
O
terceiro discute-se assim. — Parece não ser de Deus a causa da obcecação e do
endurecimento.
1.
— Pois, como diz Agostinho, Deus não é a causa de o homem ser pior. Ora, a obcecação
e o endurecimento o tornam tal. Logo, Deus não é causa nem daquela nem deste.
2.
Demais. — Fulgêncio diz, que Deus não se vinga daquilo de que é o autor. Ora,
Deus vinga-se do coração endurecido, conforme a Escritura (Ecle 3): O coração
duro será oprimido de males no fim da vida. Logo, Deus não é a causa do endurecimento.
3.
Demais. — Um mesmo efeito não pode ser atribuído a causas contrárias. Ora,
tem-se como causa da obcecação a malícia do homem, conforme Escritura (Sb 2):
porque à sua malícia os cegou; e também o diabo, segundo outro lugar (2 Cor 4):
o Deus deste século cegou os entendimentos dos infiéis. Ora, todas essas são
causas contrárias a Deus. Logo, Deus não é causa da obcecação nem do
endurecimento.
Mas,
em contrário, diz a Escritura (Is 6): Obceca o coração deste povo e
ensurdece-lhe os ouvidos; e ainda (Rm 9): Logo ele tem misericórdia de quem
quer, e endurece quem quer.
A obcecação e o endurecimento implicam dois elementos. — Um é o movimento da
alma humana, aderente ao mal e apartada da luz divina. E por aí Deus não é a
causa da obcecação nem do endurecimento, assim como não é a causa do pecado. —
Outro é a subtracção da graça, donde resulta que a mente não é divinamente
iluminada para apreciar com rectidão, e o coração do homem não se abranda para
viver bem. E por aí Deus é causa da obcecação e do endurecimento. Devemos porém
considerar, que Deus é a causa universal da iluminação das almas, conforme a
Escritura (Jo 1): Era a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem a
este mundo. Assim como o sol é a causa universal da iluminação dos corpos, mas
diferentemente. Pois, ao passo que o sol actua iluminando por necessidade de
natureza, Deus age voluntariamente, segundo a ordem da sua sabedoria. Mas
embora o sol ilumine por natureza todos os corpos, encontrando obstáculo no
corpo, deixá-lo-á obscuro, como o vemos numa casa cujas janelas estejam
fechadas. Contudo, o sol não é de nenhum modo causa dessa obscuridade, pois não
age a seu bel-prazer, de modo a não projectar a luz no interior; mas, só quem
fechou as janelas é causa dela. Deus porém por juízo próprio, não envia o lume
da graça àqueles em quem encontra obstáculo. Por onde, causa da subtracção dela
é, não só quem lhe opõe obstáculo, mas também Deus que, a seu juízo, não lha
concede. E deste modo Deus é causa da obcecação, do embotamento dos ouvidos e
do endurecimento do coração. Pois, essas coisas distinguem-se pelos efeitos da
graça que, com o dom da sabedoria aperfeiçoa o intelecto e abranda o afecto com
o fogo da caridade. Ora, como para o conhecimento do intelecto contribuem
principalmente os dois sentidos, da vista e do ouvido, dos quais aquele serve à
invenção e este à instrução, por isso à vista se opõe a obcecação; e à audição,
o embotamento dos ouvidos; ao afeto, o endurecimento.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Sendo a obcecação e o endurecimento, no
concernente à subtracção da graça, determinadas penas não tornam pior o homem,
que nelas incorre, bem como em outras, por ter se tornado pior pela culpa.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — A objecção colhe quanto à obcecação, enquanto culpa.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — A malícia é causa merecedora da obcecação, como a culpa é causa
da pena. E deste modo também se diz que o diabo obceca por induzir à culpa.
Revisão da tradução portuguesa por ama