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02/04/2014

Vidas de Santos

São FRANCISCO DE PAULA, eremita

Nota Histórica
         
Nasceu em Paula (Calábria) no ano 1416. A Congregação eremítica que fundou, mais tarde transformada na Ordem dos Mínimos, foi confirmada pela Sé Apostólica em 1506. Morreu em Tours (França) no ano 1507.

Convertei-vos de coração sincero

Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabe retribuir com generosidade, vos dê a recompensa dos vossos trabalhos.
Fugi de todo o mal, apartai-vos dos perigos. Nós e todos os nossos irmãos, se bem que indignos, pedimos constantemente a Deus Pai, a seu Filho Jesus Cristo e à Virgem Maria, sua Mãe, que vos ajudem sempre e vos guiem para a salvação da alma e do corpo, e vos façam progredir sempre no caminho do bem até ao fim.
Exorto-vos, irmãos, e peço-vos insistentemente: trabalhai com a maior prudência e diligência pela salvação das vossas almas. A morte é certa, e a vida é breve e desfaz-se como fumo.
Lembrai-vos da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, abrasado de amor por nós, desceu do Céu para nos salvar, sofreu tantos tormentos na alma e no corpo e não quis evitar sofrimento algum por nosso amor. Recordemo-nos do seu exemplo de perfeita paciência e de perfeito amor, e sejamos nós também pacientes nas adversidades.
Afastai de vós toda a espécie de ódio e inimizade, evitai cuidadosamente as palavras ásperas e impertinentes e, se alguma vez saíram da vossa boca, não hesiteis em levar o remédio com os mesmos lábios que provocaram a ferida. Perdoai-vos uns aos outros e esquecei totalmente qualquer ofensa recebida. Conservar o ressentimento do mal é uma ofensa, é complemento da ira, retenção do pecado, ódio da justiça, flecha do rancor, veneno da alma, destruição das virtudes, verme da consciência, obstáculo da oração, impedimento das graças que pedimos a Deus, alienação da caridade, espinho cravado na alma, maldade sempre desperta, pecado que nunca se apaga, morte quotidiana.
Amai a paz, que é o mais precioso de todos os tesouros. Sabeis certamente que os nossos pecados provocam a ira de Deus: corrigi-vos, portanto, e arrependei-vos, para que Deus vos perdoe na sua misericórdia. O que ocultamos aos homens é manifesto a Deus: convertei-vos, portanto, de coração sincero. Vivei de tal modo que mereçais receber a bênção do Senhor; e a paz de Deus nosso Pai esteja sempre convosco.

Das Cartas de São Francisco de Paula, eremita, Carta de 1486: ed. A. Galuzzi, Origini dell’Ordine dei Minimi, Roma 1967, pp. 121-122,Sec. XV)

(SNL)


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