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30/09/2014

Evang., Coment. Leit. Espiritual (Enc. Auspiciam quaedam)

Tempo comum XXVI Semana

São Jerónimo – Doutor da Igreja

Evangelho: Lc 9, 51-56

51 Aconteceu que, aproximando-se o tempo da Sua partida deste mundo, dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém, 52 e enviou adiante de Si mensageiros, que entraram numa aldeia de samaritanos para Lhe prepararem pousada. 53 Não O receberam, por dar mostras de que ia para Jerusalém. 54 Vendo isto, os Seus discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu que os consuma?». 55 Ele, porém, voltando-Se para eles, repreendeu-os. 56 E foram para outra povoação.

Comentário:

Jesus Cristo deu aos Seus discípulos orientações precisas quanto ao que fazer quando não são recebidos nalgum local: procurar outros que estejam receptivos.
Assim no apostolado dos cristãos.
Com a orientação do director espiritual, procurar onde e quem espera pela Boa Nova do Reino de Deus.

(ama, comentário sobre Lc 9, 51-56, 2013.10.01)


Leitura espiritual


Documentos do Magistério

CARTA ENCÍCLICA
AUSPICIA QUAEDAM
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS
PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS
E DEMAIS ORDINÁRIOS LOCAIS
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

ORAÇÕES NO MÊS DE MAIO
PARA A CONCÓRDIA ENTRE AS NAÇÕES

1. Alguns indícios parecem hoje demonstrar claramente que toda a grande comunidade dos povos, após tantos excídios e devastações causados pela longa e terrível guerra, se orienta com ardor para os caminhos salutares da paz; e que no presente se ouve com melhor boa vontade os que se dedicam incansavelmente às obras de reconstrução, procuram acalmar e compor as discórdias e se propõem reconstruir tantas ruínas, do que aqueles que instigam contendas acerbas, ódios e rancores, dos quais não podem surgir senão novos e maiores danos.

2. Entretanto, bem que nós mesmos e o povo cristão tenhamos não leves motivos de consolação e possamos confortar-nos com a esperança de tempos melhores, não faltam todavia fatos e acontecimentos que acarretam grande preocupação e angústia à nossa alma paternal. Com efeito, não obstante a guerra tenha terminado quase por toda parte, a suspirada paz ainda não serenou as almas e os corações; pelo contrário, vemos ainda o céu toldar-se de nuvens ameaçadoras.

3. De nossa parte, não só não deixamos de nos esforçar, quanto nos seja possível, para afastar da família humana os perigos de outras calamidades que a ameaçam, mas, quando os meios humanos se revelam insuficientes, nos voltamos suplicantes a Deus, e exortamos ao mesmo tempo a todos os nossos filhos em Cristo, espalhados em todos os países da terra; a unirem-se a nós na impetração do auxílio divino.

4. Por esse motivo, como nos anos passados tivemos o conforto de dirigir nossa exortação a todos, e especialmente às crianças a nós tão queridas, afim de que durante o mês de maio cerrassem fileiras em torno do altar da grande Mãe de Deus, para implorar-lhe o término da funesta guerra, assim também hoje, por meio desta carta, convidamo-los ardentemente a não interromperem esse piedoso costume e a unirem às suas súplicas propósitos de renovação cristã e obras de salutar penitência.

5. Antes de tudo apresentem à Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe benigníssima os mais vivos agradecimentos por ter alcançado com sua poderosa intercessão o tão almejado término da grande conflagração mundial, e pelos outros muitos benefícios alcançados do Altíssimo. Mas ao mesmo tempo implorem, com orações repetidas, que finalmente resplandeça como um dom do céu a paz mútua, fraterna e plena, entre todos os povos, e a suspirada concórdia entre todas as classes sociais.

6. Cessem as discórdias, que não trazem vantagem a ninguém; de acordo com a justiça, componham-se as contendas, que são freqüentemente origem de novas desventuras; cresçam e consolidem-se entre as nações as relações públicas e privadas; goze a religião, alimentadora de todas as virtudes, da liberdade que lhe é devida; e o pacífico trabalho humano, sob os auspícios da justiça e o bafejo divino da caridade, produza, para o bem de todos, os frutos mais abundantes.

7. Bem sabeis, veneráveis irmãos, que nossas orações são gratas a santíssima Virgem sobretudo quando não são vozes passageiras e vazias, mas refletem almas ornadas das necessárias virtudes. Esforçai-vos; portanto, com vosso zelo apostólico por que, às orações públicas elevadas ao céu durante o mês de maio, corresponda um renascimento da vida cristã. De fato, somente daí é lícito esperar que o curso dos fatos e dos acontecimentos, na vida tanto pública quanto privada, possa ser dirigido conforme a reta ordem, e que aos homens seja dado conquistar, com o auxílio de Deus, não só a prosperidade deste mundo, mas também a felicidade sem fim do céu.

8. Mas há no momento outro motivo particular que aflige e angustia vivamente nosso coração. É sabido que os lugares santos da Palestina já de há muito tempo são perturbados por acontecimentos lutuosos, e são quase todos os dias devastados por novos morticínios e ruínas. Entretanto, se há uma região no mundo que deve ser particularmente cara a toda alma civilizada, é de certo aquela donde nasceu para todos os povos, desde os mais remotos primórdios da história, tanta luz de verdade; na qual o Verbo de Deus encarnado mandou anunciar por coros de anjos a paz a todos os homens; e na qual, enfim, Jesus Cristo, suspenso ao madeiro da cruz, trouxe a salvação a todo o gênero humano, e estendendo os braços como que a convidar todos os povos a um amplexo fraterno, consagrou com a efusão de seu sangue o grande preceito da caridade.

9. Desejamos, portanto, veneráveis irmãos, que neste ano as orações do mês de maio tenham de um modo particular o fim de impetrar da santíssima Virgem que finalmente as coisas da Palestina sejam compostas com eqüidade, e que também lá triunfem felizmente a concórdia e a paz.

10. Nutrimos grande confiança no poderosíssimo patrocínio de nossa Mãe celestial; patrocínio que durante o mês a ela consagrado, especialmente as criancinhas inocentes impetrarão com uma santa cruzada de orações. E será vossa tarefa exortá-las e estimulá-las para tanto com toda a solicitude; e não só elas, mas também seus pais e suas mães, que também nisso devem precedê-las com o exemplo.

11. Sabendo que jamais apelamos em vão ao vosso zelo ardente, já nos parece ver multidões de crianças, de homens e de mulheres, encherem os templos para impetrar da virgem Mãe de Deus grande abundância de favores celestes.

12. Obtenha-nos a santíssima Virgem – que nos deu Jesus – que todos aqueles que se afastaram do caminho reto a ele voltem arrependidos; obtenha-nos nossa Mãe benigníssima – que em todos os perigos se mostrou sempre nosso valoroso auxílio e mediadora dos favores divinos – que também nas graves necessidades que hoje nos angustiam se componham os dissídios, e uma paz segura e livre resplandeça finalmente sobre a Igreja e sobre todas as nações.

13. Há poucos anos, como todos recordam, quando ainda enfurecia a recente guerra mundial, nós, vendo que os meios humanos se mostravam insuficientes e desproporcionados para extinguir a conflagração, voltamos nossas fervorosas preces ao misericordiosíssimo Redentor, interpondo o poderoso patrocínio do coração imaculado de Maria. E como o nosso predecessor de imortal memória Leão XIII, nos albores do século XX, quis consagrar todo o gênero humano ao sacratíssimo coração de Jesus, também nós, como que representando a família humana por ele redimida, quisemos solenemente consagrá-la ao coração imaculado de Maria virgem.

14. Desejamos que todos façam o mesmo, sempre que a oportunidade o aconselhar; e não só em cada diocese e cada paróquia, mas também em cada família. Assim esperamos que desta consagração particular e pública nasçam abundantes benefícios e favores celestiais. Seja presságio desses favores celestes e penhor de nossa benevolência paterna a bênção apostólica que damos com efusão de coração a cada um de vós, veneráveis irmãos, a todos aqueles que de boa mente corresponderem a esta nossa carta de exortação, e de um modo particular as caríssimas crianças.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no primeiro dia de maio de 1948, X ano de nosso pontificado.

PIO PP. XII



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