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30/05/2013

COMUNHÃO

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Acercas-te da mesa da comunhão.
Dentro de ti algo te vai conduzindo no entendimento do acto que vais praticar.
 
Vais comungar o Corpo e o Sangue do Senhor!
Vais receber como alimento divino o próprio Deus que assim a ti se entrega!
 
Dentro de ti, mais na tua mente do que no teu coração, as palavras repetem-se deixando-te incomodado, quase a ponto de desistir: eu não sou digno, eu não sou digno, eu não sou digno!
Claro que não és digno. Ninguém o é!
Mas não és tu, nem ninguém como tu, pecador, que te pode conferir a dignidade de O receber, mas apenas e tão só o próprio Senhor Jesus Cristo.
 
Não foi Ele mesmo que afirmou:
Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.» Jo 6, 53-58
 
Então é Ele mesmo que te confere a dignidade para O poderes receber, e seria um grande pecado duvidares dessa dignidade que Ele te confere, por amor, só por amor.
 
Continuas a tua caminhada em direcção à comunhão.
Quase não consegues acreditar! Vais receber o próprio Deus como alimento divino!
É Ele, Jesus Cristo, real e verdadeiramente que ali está à tua espera, dando-se tão inteiramente, que se faz alimento para ti.
 
Parece que o mundo para à tua volta!
Abriu-se o Céu e o Pão Vivo desce para ti e para todos!
 
Abres desmedidamente os teus olhos e queres ver na hóstia consagrada o próprio Jesus Cristo.
Mas não consegues, pois os olhos teimam em apenas te dar a imagem de uma hóstia redonda e branca.
Ouves a voz que dentro de ti te aconselha: não queiras ver com os olhos do mundo, Aquele que só os olhos da fé te podem mostrar.
 
Fechas os olhos e deixas-te conduzir!
O Espírito Santo toma-te nos seus braços, abre o teu coração e o teu entendimento, e de dentro de ti vem finalmente a Verdade, numa exclamação silenciosa do teu coração: meu Senhor e meu Deus!
A tua cara descomprime-se, e nela desponta um sorriso, tão cheio de paz e amor, que lhe poderíamos chamar, o sorriso do Senhor!
 
Ainda não comungaste e já te sentes comunhão!
Porque te parece que os outros a teu lado te acompanham na comunhão e também tu os acompanhas, todos e cada um deles, irmanados no mesmo viver, no mesmo comungar.
 
Abres a boca ou estendes a mão, tanto faz, a dignidade do acto está no teu coração e na consciência com que vives o incrível momento.
 
Recebes o Senhor e dentro de ti um sabor indizível de amor e paz toma conta de ti.
És feliz, porque acreditaste!
 
Queres pedir tanta coisa ao teu Senhor, mas só te saem palavras de louvor!
Um agradecimento profundo, que te leva a dizer sem cessar: obrigado, Senhor! obrigado, Senhor! obrigado, Senhor!
 
Olhas em teu redor, para tentares ver se os outros percebem o que tu estás a viver!
Mas não, nada nas suas caras espelha qualquer espanto por aquilo que estás a sentir, por aquilo que estás a experimentar.
A ti é que te espanta, pois quando olhas para cada um, para cada uma, não vês homens nem mulheres, vês apenas e tão só filhos de Deus e sentes-te assim descansado, acolhido, amado, nessa família interminável, que é a família de Deus.
 
O Jesus já está escondido, como dizia o Francisco de Fátima.
 
Deixas-te cair de joelhos, não porque te “pese” o Senhor, mas antes pelo contrário, pois a leveza que sentes é tão grande que precisas de te ancorar na oração.
 
Querias poder gritar: sou feliz, sou feliz!
Mas na paz imensa que te envolve, começas a descer do Tabor.
É tempo de voltar ao mundo, de onde afinal não chegaste a sair.
 
O Espírito Santo vem e segreda-te ao ouvido:
Esse Jesus que recebeste deves amá-Lo, deves vivê-Lo, deves testemunhá-Lo, deves partilhá-Lo, deves dá-Lo a conhecer aos outros, porque só assim Ele se torna vida em ti, porque só assim Ele faz morada em ti, porque só assim a comunhão é verdadeiramente comunhão!
 
 
 
 
Monte Real, 30 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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Evangelho do dia e comentário

Tempo comum
VIII Semana

Evangelho: Mc 10, 46-52

46 Chegaram a Jericó. Ao sair Jesus de Jericó, com os Seus discípulos e grande multidão, Bartimeu, mendigo cego, filho de Timeu, estava sentado junto ao caminho. 47 Quando ouviu dizer que era Jesus Nazareno, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!». 48 Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele cada vez gritava mais forte: «Filho de David, tem piedade de mim!».49 Jesus, parando, disse: «Chamai-o». Chamaram o cego, dizendo-lhe: «Tem confiança, levanta-te, Ele chama-te». 50 Ele, lançando fora a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. 51 Tomando Jesus a palavra, disse-lhe: «Que queres que te faça?». O cego respondeu: «Rabboni, que eu veja!». 52 Então Jesus disse-lhe: «Vai, a tua fé te salvou». No mesmo instante recuperou a vista, e seguia-O no caminho.

Comentário:

Pode parecer que a pergunta de Jesus, é despropositada já que, naturalmente, o que um cego mais deseja é ver.
Mas, de facto, não é. O Senhor sabe muito bem o que mais precisamos e, até, os desejos que albergamos no nosso íntimo mas quer que a iniciativa parta de nós de um modo concreto, claro, decisivo por, diria, duas razões principais
A primeira para que fique bem definido se aquilo que pedimos é conveniente e, a segunda, para que se veja como procede: não nos dá porque pedimos mas porque o que pedimos é para nosso bem.

Mas, pode aduzir-se, para um cego, o poder ver, será sempre de enorme conveniência!
Porquê, então a pergunta?

A resposta está nas últimas palavras deste trecho de S. Marcos: tendo recuperado a vista, o que era cego, pode seguir Jesus livremente constituindo um testemunho vivo do Seu Poder Divino e da Sua Misericórdia.

(ama, comentário sobre Mc 10, 46-52, 2012.10.29)

Leitura espiritual para 30 Mai


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.

Pequena agenda do cristão



Quinta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Participar na Santa Missa.

Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse.Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.

Lembrar-me: Comunhões espirituais.

Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos

Pequeno exame: Cumpri o propósito e lembrei-me do que me propus ontem?


Tratado das paixões da alma 42



Questão 31: Do prazer em si mesmo.


Art. 2 ― Se o prazer se realiza no tempo.
(IV Sent., dist. XLIX, q. 3, a . 1, qª 3, De Verit., q. 8, a . 14, ad 2).


O segundo discute-se assim. ― Parece que o prazer se realiza no tempo.




Resumos da Fé cristã



TEMA 19. A Eucaristia (I)

3. A celebração litúrgica da Eucaristia

A Igreja, obediente ao mandato do Senhor, celebrou a seguir a Eucaristia em Jerusalém (cf. Act 2,42-48), em Tróade (cf. Act 20,7-11) em Corinto (cf. 1 Cor 10,14,21; 1 Cor 11, 20-34), e em todos os lugares onde haveria de chegar o cristianismo. «Era sobretudo “no primeiro dia da semana”, isto é, no dia de domingo, dia da ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam “para partir o pão” (Act 20, 7). Desde esses tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de maneira que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a mesma estrutura fundamental» (Catecismo, 1343).

ángel garcia ibáñez

Bibliografia Básica:

Catecismo da Igreja Católica, 1322-1355.
João Paulo II II, Enc. Ecclesia de Eucharistia, 17-IV-2003, nn. 11-20; 47-52.
Bento XVI, Ex. ap. Sacramentum Caritatis, 22-II-2007, nn. 6-13; 16-29; 34-65.
Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos, Instrução Redemptionis Sacramentum, 25-III-2004, nn. 48-79.

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)

Que vos estimeis, que vos ajudeis


Com quanta insistência o Apóstolo S. João pregava o "mandatum novum"! "Amai-vos uns aos outros!". Pôr-me-ia de joelhos, sem fazer teatro – grita-mo o coração –, para vos pedir, por amor de Deus, que vos estimeis, que vos ajudeis, que vos deis a mão, que vos saibais perdoar. Portanto, vamos banir a soberba, ser compassivos, ter caridade; prestar-nos mutuamente o auxílio da oração e da amizade sincera. (Forja, 454)

Só por o filho voltar a Ele, depois de o atraiçoar, prepara um banquete. Que nos concederá, a nós, que procurámos ficar sempre ao Seu lado?

Longe da nossa conduta, portanto, a lembrança das ofensas que nos tenham feito, das humilhações que tenhamos padecido – por mais injustas, grosseiras e rudes que tenham sido – porque é impróprio de um filho de Deus ter um registo preparado para apresentar depois uma lista de ofensas. Não podemos esquecer o exemplo de Cristo. Não se muda a nossa fé cristã como quem muda um vestido: pode enfraquecer ou robustecer-se ou perder-se. Com esta vida sobrenatural revigora-se a fé e a alma aterra-se ao considerar a miserável nudez humana sem o auxílio divino. E perdoa e agradece: meu Deus, se contemplo a minha pobre vida não encontro nenhum motivo de vaidade e menos ainda de soberba; só encontro abundantes razões para viver sempre humilde e compungido. Sei bem que a melhor nobreza é servir.

Levantar-me-ei e percorrerei a cidade: pelas ruas e praças procurarei aquele que amo... E não apenas a cidade; correrei o mundo de lés a lés – por todas as nações, por todos os povos, por carreiros e atalhos – para conquistar a paz da minha alma. E descubro-a nas ocupações diárias, que não me servem de estorvo; que são – pelo contrário – o caminho e a ocasião de amar cada vez mais e de cada vez mais me unir a Deus. (Amigos de Deus, nn. 309–310)