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28/09/2013

Leitura espiritual para 28 Set

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.

Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Lc 14, 15-35

15 Tendo ouvido estas coisas um dos convivas disse-Lhe: «Bem-aventurado quem participar do banquete no reino de Deus».16 Jesus respondeu-lhe: «Um homem fez uma grande ceia para a qual convidou a muitos. 17 À hora da ceia, mandou um servo dizer aos convidados: Vinde, porque tudo está preparado. 18 Mas todos à uma começaram a escusar-se. O primeiro disse-lhe: Comprei um campo, e preciso ir vê-lo; peço que me dês por escusado. 19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las; peço-te que me dês por escusado.20 Disse também outro: Casei-me, por isso não posso ir.21 «Voltando o servo, referiu estas coisas ao seu senhor. Então, irado, o pai de família disse ao seu servo: Vai já pelas praças e pelas ruas da cidade; traz cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. 22 Disse o servo: Senhor, está feito como mandaste e ainda há lugar. 23 Disse o senhor ao servo: Vai pelos caminhos e ao longo dos cercados; e força-os a vir, para que se encha a minha casa. 24 Pois eu vos digo que nenhum daqueles que foram convidados provará a minha ceia». 25 Ia com Ele grande multidão de povo. Jesus, voltando-Se, disse-lhes: 26 «Se alguém vem a Mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, e até a sua vida, não pode ser Meu discípulo. 27 Quem não leva a sua cruz e não Me segue não pode ser Meu discípulo. 28 Porque qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a acabar? 29 Para que, se depois de ter feito as fundações não a puder terminar, não comecem todos os que a virem a troçar dele, dizendo: 30 Este homem começou a edificar e não pôde terminar. 31 Ou qual é o rei que, estando para entrar em guerra contra outro rei, não se assenta primeiro a considerar se com dez mil homens pode ir enfrentar-se com aquele que traz contra ele vinte mil? 32 Doutra maneira, quando o outro ainda está longe, enviando embaixadores, pede-lhe paz. 33 «Assim pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que possui não pode ser Meu discípulo. 34 O sal é bom; porém, se o sal perder a força, com que se há-de temperar? 35 Não é bom nem para a terra, nem para a estrumeira; mas será lançado fora. Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».


A Confissão Frequente 3
II - Como devemos praticar a confissão frequente? 2
A)         O exame de consciência
1.           O exame de consciência para a recepção do sacramento da penitência está muito estreitamente relacionado com a prática do exame de consciência em geral.
Enquanto os mestres da vida do espírito, começando pelos antigos monges e continuando até aos dos nossos dias, consideram e tratam o exame de consciência, quer o geral, quer o particular, como um elemento essencial da vida cristã verdadeiramente devota, existem hoje certos sectores católicos que não querem saber para nada de um exame de consciência que chegue aos detalhe. Antes de mais, rejeitam o exame de consciência particular e querem substituí-lo por uma «simples olhadela» ao estado da alma. Não vêm que, pelo menos para os principiantes, é absolutamente necessário descer ao particular se é que querem conhecer e emendar as suas faltas e as raízes das mesmas, as diversas paixões e atitudes interiores retorcidas. Cabalmente, os principiantes, estão expostos ao perigo de se contentarem com um olhar superficial, que não vai ao fundo da consciência e que deixa subsistir as paixões, os costumes retorcidos, etc.


Aos sacerdotes e aos religiosos a Igreja impõe como dever o exame de consciência diário, e reprova expressamente a doutrina de Miguel Molinos de que «é uma graça não poder ver as próprias faltas» (Dz, 1230). Foi a conhecida quietista senhora Guyon quem opinou que basta simplesmente «expor-se» à luz divina. É característico que os escritores modernos, até para a auto-educação humana puramente natural, insistem de forma terminante sobre uma espécie de exame de consciência puramente natural.
2.           Com razão os mestres da vida espiritual recalcam que o exame de consciência é necessário e indispensável para a purificação da alma e para o adianto na vida de perfeição. Sem um exame de consciência bem ordenado, apenas nos damos conta a meias das nossas faltas. Estas acumulam-se; as más inclinações e as paixões perversas tornam-se mais fortes e ameaçam seriamente a vida da graça. Sobretudo, a caridade santa não poderá desenvolver-se plenamente.
O exame de consciência oferece diversas possibilidades: propõe-se como fim somente o conhecimento dos pecados veniais – não se trata agora dos mortais – que se cometem com plena consciência, ou também o conhecimento dos pecados de fraqueza, pouco ou mal conhecidos; ou, finalmente, reflecte como se tivesse podido e devido corresponder melhor à graça. É claro que um exame de consciência bom e acertado, só se pode fazer com o auxílio da graça sobrenatural.
O exame de consciência geral passa revista a todos os actos do dia, pensamentos, sentimentos, palavras e obras. Quando se faz regularmente, este exame de consciência não é difícil: a pessoa sabe em que ponto costuma cometer falta, e assim sem esforço especial dá-se conta das faltas eventuais do dia. No caso de haver uma infracção especial, esta de qualquer forma atormentaria a alma que procura seriamente a perfeição. Se há verdadeira vida religiosa, não tem que se ser minucioso neste exame de si próprio. Mais importante é o acto de arrependimento. Neste ponto é onde se pode dar mais vida e profundidade ao exame de consciência. Do arrependimento brota o propósito, que normalmente terminará no propósito da confissão.
O exame de consciência geral completar-se-á com o chamado exame particular: este ocupa-se durante longo tempo de uma falta previamente determinada que se quer vencer ou eliminar, ou de um determinada virtude a que se propõe chegar. O exame das faltas orienta-se primeiramente para as exteriores, que incomodam ou aborrecem o próximo; depois para as interiores, as faltas de carácter propriamente ditas, em direcção ao ponto débil do nosso ser e da nossa vida. Já quando se incorra na falta somente raras vezes ou em determinadas ocasiões, será conveniente passar ao exame positivo de determinados actos de virtude, exame que, ao progredir na vida do espírito, apresenta cada vez mais uma forma de fortalecimento da vontade em direcção a uma determinada virtude, e à forma de uma súplica a Deus para nos fortalecer e aperfeiçoar nesta virtude, por exemplo, o amor de Deus e do próximo, em espírito de fé, humildade e vida de oração. Com o objecto do exame particular coincidirá normalmente também o propósito próprio e especial da confissão frequente. Por isso precisamente para as almas religiosas e zelosas, é muito importante o exame particular, sobretudo na forma que acabamos de indicar: consolidação e afinco da vontade na virtude.
3. Não é suficiente conhecer só os actos, as faltas. Igualmente importante – inclusive mais importante – é examinar as atitudes interiores e os sentimentos. Para tal serve o chamado exame de consciência «habitual», quer dizer, o dirigir um olhar breve, frequente, ao próprio interior, observar a inclinação, a tendência momentânea dominante do coração, o sentimento, as aspirações que então prevalecem nele. Entre os muitos sentimentos que lutam no coração do homem e o assaltam, há sempre um sentimento que domina que dá a sua orientação ao coração e determina os seus movimentos. Seja um desejo de louvor, de temor de alguma censura, de alguma humilhação, de alguma dor, sejam zelos ou amargura por alguma injustiça sofrida, seja uma desconfiança, um afã desordenado de trabalho, de saúde. Outras vezes é um estado de certa falta de energia, de desalento ante certas dificuldades, fracassos e experiências. Mas este sentimento dominante poderá também ser o amor a Deus, o afã de sacrificar-se num arranque de zelo ardente, na alegria de servir a Deus, na submissão a Deus, na humildade, na aspiração à mortificação, na entrega a Deus: «Onde está o meu coração?» Qual é a inclinação capital que o determina, qual é a verdadeira olá que põe em movimento todas as partes do conjunto? Pode ser uma inclinação longa e duradoura, uma simpatia, uma amargura, uma antipatia; pode ser uma impressão momentânea, tão profunda e tão forte, que continua vibrando depois de longo tempo no coração. Perguntamos: «Onde está o meu coração?» Desta forma comprovamos frequentemente a inclinação momentânea, a orientação do coração, e avançamos até ao centro donde emanam os diversos actos, palavras e obras. Assim é como chegamos a conhecer os principais acontecimentos tanto no bem como no mal.
Este conhecimento serve para o exame de consciência, tanto particular como geral, e para o exame de consciência da santa confissão. Sem dificuldade descobrimos o que é importante e essencial para o nosso esforço, arrependemo-nos, damos graças a Deus ao ver ordem nos nossos sentimentos íntimos, imploramos de Deus a graça e a força. Descobrimos o que temos de ter em conta para a acusação na santa confissão e para o propósito; vemos em geral como com este rápido olhar interior e habitual, sempre e sempre renovado, começamos e afiançamos o exame de consciência, particular e geral.
3.           O exame de consciência para a confissão frequente não se estenderá a toadas as faltas cometidas desde a última confissão, antes terá em conta e examinará primeiramente o propósito da última confissão ou o objecto do exame particular, para ver se trabalhámos, e até que ponto, para realizar este propósito. Se no decorrer da semana tivesse acontecido algo muito particular, se tivéssemos cometido uma falta grave, não dos deixará descansar a nossa consciência. A integridade do conhecimento das faltas ocorridas fica assegurada pelo exame de consciência geral. Desta forma, não é necessário que o exame de consciência para santa confissão se estenda a todos e cada um dos pecados veniais cometidos desde a última confissão. Por aqui vemos que o exame de consciência na confissão frequente pede e pressupõe o exame geral e o particular, e o exame «habitual» antes mencionado.
Se, pois, não estamos obrigados a acusar-nos dos pecados veniais, ficamos com inteira liberdade de acusar-nos ou não deles ou determinar de quais temos de acusar-nos. Assim, pois, falando com todo o rigor, é suficiente um exame de consciência em que me acuse de algum pecado venial cometido na minha vida. Por isso não há obrigação alguma de fazer um exame de consciência que inclua todos os pecados veniais cometidos, por exemplo, desde a última confissão. A Moral Católica ensina expressamente: Para o exame de consciência antes da santa confissão é necessária «uma diligência extraordinária, ainda quando mediante a mesma se tivessem descoberto mais pecados. Quem sabe que desde a última confissão não cometeu nenhum pecado mortal, não está estritamente obrigado a exame de consciência; basta-lhe ter matéria suficiente para a absolvição (gopfert III, n. 19). [2]
Também no exame de consciência é muito importante que distingamos o mais necessário do menos necessário, o essencial do menos essencial, o importante do não importante. Numa semana pode um ponto ser de importância especial; pode apresentar-se a ocasião de um pecado, ou um impulso torcido extraordinariamente forte, uma dificuldade, uma vivência que reclama uma luta especial ou que se converteu em ocasião de amargura, de aversão, etc. Aí tem o seu campo o exame de consciência. Quanto mais se limitar o exame de consciência aos pontos importantes e melhor relacionados com o propósito e com a acusação, tanto maior será o seu valor. Por isso na confissão frequente não há necessidade de um exame de consciência feito, por exemplo, seguindo os dez mandamentos ou o «espelho da consciência.»
B)         A dor
1.           No que respeita ao arrependimento próprio da confissão dos pecados exclusivamente veniais (e dos já devidamente confessados, seja, veniais ou mortais), são aplicáveis os mesmos princípios respeitantes ao arrependimento dos pecados veniais em geral. Sem arrependimento não há perdão.
Matéria do arrependimento exigido para a confissão frequente só pode ser aquilo que possa ser matéria de acusação e absolvição: o pecado, quer dizer, a transgressão consciente, deliberada, de um mandamento divino. O que não é pecado não pode ser objecto de arrependimento, ainda que possamos e devamos lamentá-lo.
Para a recepção válida e digna do sacramento da penitência é necessária a e suficiente a chamada atrição sobrenatural. Nasce dos motivos sobrenaturais: o temor ao castigo nesta vida (perder a graça, não conseguir o que na vida espiritual deveríamos alcançar) e depois desta vida (dilação em ser admitidos na posse de Deus, diminuição do grau da bem-aventurança eterna que teríamos podido alcançar). Seria um exagero o descuidar em geral estes motivos imperfeitos, algo egocentristas. Mas não temos de atolar-nos neles, mas sim esforçar-nos conscientemente por adquirir uma contrição perfeita. Esta vai mais além do próprio eu, do próprio proveito e prejuízo, da vantagem e desvantagem pessoal, e dirige-se unicamente para Deus, a quem se ofendeu com o pecado, cujas mandamentos, honra, interesse, vontade, desejo aspiração colocámos com o pecado venial a nosso próprio gosto ou desgosto, ou humor. O decisivo no arrependimento, , até no perfeito, não é o sentimento, mas unicamente a vontade: eu quisera não ter jamais pecado; eu quisera não ter pensado, dito, feito nem omitido isto ou aquilo.
2.           Para que a confissão frequente seja válida, basta arrepender-se de um só pecado venial ou de uma determinada classe de pecados veniais de que nos confessamos, ainda quando nos acusemos além disso de outros pecados veniais dos quais não nos tenhamos arrependido. Além disso, basta arrepender-nos, pelo menos, pela despreocupação ou negligência com que nos entregamos ao pecado venial ou não nos cuidarmos de evitar faltas cometidas por precipitação.
Mas quem se confesse com frequência não se contentará com uma confissão simplesmente válida, mas aspirará a uma confissão boa que ajude eficazmente a alma na sua aspiração para Deus. Para que a confissão frequente consiga este fim, é mister tomar com toda a seriedade este princípio: Sem arrependimento não há perdão dos pecados. Daqui nasce esta norma fundamental para o que se confessa com frequência: Não confessar nenhum pecado venial do qual não se tenha arrependido séria e sinceramente.
Há um arrependimento geral. É a dor e a detestação dos pecados cometidos em toda vida passada. Esse arrependimento geral é para a confissão frequente de uma importância excepcional. Ao confessar-nos devemos incluir conscientemente na dor todos e cada um dos pecados, mortais e veniais de toda a classe, e pôr todo o nosso empenho em fazer um acto de contrição realmente bom. Esse arrependimento há-de ser o maior possível, ainda que a respeito dos mais pequenos pecados e infidelidades, tanto desde o ponto de vista do juízo que formemos deles, considerando-os como o mal maior, como pelo que respeita ao acto da vontade com que os detestemos. Que o pecado de que já nos tenhamos arrependido (e que tenha sido perdoado) possa ser de novo objecto de arrependimento, compreende-se por si mesmo. Em certo sentido subsiste sempre o dever de se arrepender do pecado cometido, pois «tem sempre que desagradar ao homem o ter pecado» [3]. No caso de aprová-lo, pecaria, como observa São Tomás. Por isso, na confissão frequente, devemos dar especial importância a um arrependimento profundo que abarque toda a nossa vida passada. Quanto maior importância demos ao arrependimento, com tanta maior segurança chegaremos a essa atitude de contrição, tão importante para a vida interior, que cabalmente há-de ser o fruto da confissão frequente. Para esta há-de recomendar-se em absoluto este arrependimento geral, e isto por duplo motivo: Primeiro, para chegar a um verdadeiro acto de contrição. Uma qualquer falta cometida desde a última confissão ou um só pecado venial da vida passada, que já «incluímos» na confissão, não possui, em geral, força suficiente para inculcar-nos o pleno sentido do pecado de forma a levar-nos, sobretudo por amor a Deus, a um acto de arrependimento perfeito, da maior intensidade possível. Será muito diferente, se nós com um só olhar vemos em conjunto tudo o que na nossa vida faltámos ou pecámos; um acto de ódio contra si mesmo; um acto de dor por ter sido injustos e desagradecidos com Deus; um acto de aversão interna ao pecado com a firme resolução de o evitar e expiar. O segundo motivo é este: vai contra a veneração devida ao santo sacramento o que juntamente com determinados pecados veniais de que nos tenhamos arrependido confessemos outros dos quais não nos arrependemos.
Com este arrependimento geral de todos os pecados da nossa vida é natural que unamos um arrependimento de cada um dos pecados e faltas que no presente nos preocupam e interessam de forma especial; um arrependimento das faltas contra a caridade, faltas graves, arreigadas, persistentes, nascidas do nosso afecto principal ou de alguma inclinação ou costume muito forte e retorcido.
Tal arrependimento servirá para dar mais vida e profundidade à confissão frequente, e será um meio de defesa contra um empobrecimento da mesma.
(Compilação por ama, 2010)





[1] pio x, Exortação pag 31
[2] Conc. Trid. ss 14, cap 5º pag 35
[3] são tomás de aquino, Suma Teológica, III, quest. 84, art. 8.

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