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07/08/2013

Resumos da Fé cristã 66


TEMA 40. Pai Nosso, que estais nos céus


2. Filiação divina e fraternidade cristã

Ao chamar a Deus Pai Nosso, reconhecemos que a filiação divina nos une a Cristo, «primogénito entre muitos irmãos» (e 8, 29), por meio de uma verdadeira fraternidade sobrenatural. A Igreja é esta nova comunhão de Deus com os homens (cf. Catecismo, 2790).


Por isso, a santidade cristã, embora sendo pessoal e individual, nunca é individualista ou egocêntrica: «Se rezamos em verdade o “Pai-nosso”, saímos do individualismo, pois o Amor que nós acolhemos dele nos liberta. O “nosso” do princípio da oração do Senhor, tal como o “nos” das quatro últimas petições, não é exclusivo de ninguém. Para que seja dito em verdade (cf. Mt 5, 23-24; 6, 14-16), as nossas divisões e oposições têm de ser superadas» (Catecismo, 2792).

A fraternidade que estabelece a filiação divina estende-se também a todos os homens, porque de certo modo todos são filhos de Deus – criaturas suas – e estão chamados à santidade: «Não terra há apenas uma raça: a raça dos filhos de Deus» 2. Por isso, o cristão há-de sentir-se solidário na tarefa de conduzir toda a humanidade para Deus.

A filiação divina impulsiona-nos para o apostolado, que é uma manifestação necessária de filiação e de fraternidade: «Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado – vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere. Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário, tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega silenciosa» 3.

manuel belda

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2759-2865.
Bento XVI-Joseph Ratzinger, Jesus de Nazaré, Esfera dos Livros, Lisboa 2007, pp. 173-219 (capítulo dedicado à oração do Senhor).

Leituras recomendadas:
São Josemaria, Homilias “A Intimidade com Deus” e “Rumo à santidade”, em Amigos de Deus, 142-153 e 294-316.
J. Burggraf, El sentido de la filiación divina, en A.A.V.V., Santidad y mundo, Pamplona 1996, pp. 109-127.
F. Fernández-Carvajal y P. Beteta, Hijos de Dios. La filiación divina que vivió y predicó el beato Josemaria Escrivá, Madrid 1995.
F. Ocáriz, A filiação divina na vida e nos ensinamentos do Beato Josemaria Escrivá, em Viver como filhos de Deus, Rei dos Livros, Lisboa 2000, pp. 17-105.
B. Perquin, Abba, Padre: para alabanza de tu gloria, Madrid 1999.
J. Sesé, La conciencia de la filiación divina, fuente de vida espiritual, en J.L. Illanes (dir.), El Dios y Padre de Nuestro Señor Jesucristo, XX Simpósio Internacional de Teologia da Universidade de Navarra, Pamplona 2000, pp. 495-517.
J. Stöhr, La vida del cristiano según el espíritu de filiación divina, em «Scripta Theologica» 24 (1992/3) 872-893.

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Notas:
2 São Josemaria, Cristo que Passa, 13.
3 Ibidem, 36.


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