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06/07/2013

Resumos da Fé cristã 35

TEMA 35. O sexto mandamento do Decálogo


2. A vocação para a castidade 
O Catecismo da Doutrina Católica fala de vocação para a castidade, porque esta virtude é condição e parte essencial da vocação para o amor, para o dom de si, ao qual Deus chama cada pessoa. A castidade torna possível o amor na corporeidade e através dela 5. De algum modo, pode-se dizer que a castidade é a virtude que possibilita e conduz a pessoa humana na arte de viver bem, na benevolência e na paz interior com os outros homens e mulheres e consigo mesmo; visto que a sexualidade humana atravessa todas as potências, do mais físico e material ao mais espiritual, colorindo as diversas faculdades no masculino e feminino.

A virtude da castidade não é simplesmente um remédio contra a desordem que o pecado origina na esfera sexual, mas uma afirmação gozosa, porque permite amar a Deus e, através d’Ele, os outros homens, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças (cf. Mc 12, 30) 6.

«A virtude da castidade gira na órbita da virtude cardeal da temperança» (Catecismo, 2341) e «significa a integração conseguida da sexualidade na pessoa, e daí a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual» (Catecismo, 2337).

É muito importante na formação das pessoas, sobretudo dos jovens, falar da castidade, explicando a profunda e estreita relação entre a capacidade de amar, a sexualidade e a procriação. Se não for assim, pode parecer que se trata duma virtude negativa, já que boa parte da luta por viver a castidade caracteriza-se pela tentativa de dominar as paixões, que nalgumas circunstâncias se orientam para bens particulares que não são ordenáveis racionalmente em função do bem da pessoa considerada como um todo 7.

No estado actual, o homem não pode viver a lei moral, e por conseguinte a castidade, sem a ajuda da graça. Isto não significa a impossibilidade da virtude humana ser incapaz de conseguir um certo controlo das paixões nesta área, mas sim a constatação da magnitude da ferida produzida pelo pecado, a qual exige o auxílio divino para a perfeita reintegração da pessoa 8.

pablo requena

Bibliografia básica:
Catecismo da Igreja Católica, 2331-2400.
Bento XVI, Enc. Deus Caritas est, 25-XII-2005, 1-18.
João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris Consortio, 22-XI-1981.

Leituras recomendadas:
S. Josemaria, Homilia «Porque verão a Deus», em Amigos de Deus, 175-189; «O matrimonio, vocação cristã», em Cristo que Passa, 22-30.
Congregação para a Doutrina da Fé, Decl. Persona Humana, 29-XII-1975.
Congregação para a Educação Católica, Orientações educativas sobre o amor humano, 1-XI-1983.
Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 8-XII-1995.
Conselho Pontifício para a Família, Lexicon de términos ambiguos y discutidos sobre familia, vida y cuestiones éticas (2003). (Tem especial interesse para os pais e educadores a entrada «Educación sexual» de Aquilino Polaino-Lorente).

(Resumos da Fé cristã: © 2013, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet)
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Notas:
5 Deus é amore vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão» (João Paulo II, Ex. Ap. Familiaris Consortio, 22-XI-1981, 11).
6 A castidade é a afirmação gozosa de quem sabe viver o dom de si, livre de toda a escravidão egoísta» (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade humana: verdade e significado, 8-XII-1995, 17). «A pureza é consequência do amor com que entregámos ao Senhor a alma e o corpo, as potências e os sentidos. Não é uma negação; é uma alegre afirmação». (S. Josemaria, Cristo que Passa, 5).
7 «A castidade implica uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz (cf. Sir 1, 22.). “A dignidade do homem exige que ele proceda segundo uma opção consciente e livre, isto é, movido e determinado por uma convicção pessoal e não sob a pressão de um cego impulso interior ou da mera coacção externa. O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se de toda a escravidão das paixões, prossegue o seu fim na livre escolha do bem e se procura de modo eficaz e com diligente iniciativa os meios adequados” (Gaudium et Spes, 17)» (Catecismo, 2339).
8 «A castidade é uma virtude moral. Mas é também um dom de Deus, uma graça, um fruto do trabalho espiritual (cf. Gl 5, 22). O Espírito Santo concede a graça de imitar a pureza de Cristo (cf. 1 Jo 3,3) àquele que regenerou pela água do Baptismo» (Catecismo, 2345).


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