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16/07/2013

Leitura espiritual para 16 Jul

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 25, 31-46

31 «Quando, pois, vier o Filho do Homem na Sua majestade, e todos os anjos com Ele, então Se sentará sobre o trono de Sua majestade. 32 Todas as nações serão congregadas diante d'Ele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, 33 e porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda. 34 «Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35 porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era peregrino, e Me recolhestes; 36 nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; estava na prisão, e fostes ver-Me”. 37 Então, os justos Lhe responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto, e Te demos de comer; com sede, e Te demos de beber? 38 Quando Te vimos peregrino, e Te recolhemos; nu, e Te vestimos? 39 Ou quando Te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-Te?”. 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: “Em verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequenos, a Mim o fizestes”. 41 Em seguida, dirá aos que estiverem à esquerda: “Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demónio e para os seus anjos; 42 porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; 43 era peregrino, e não Me recolhestes; estava nu, e não Me vestistes; enfermo e na prisão, e não Me visitastes”. 44 Então, eles também responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te assistimos?”.
45 E lhes responderá: “Em verdade vos digo: Todas as vezes que o não fizestes a um destes mais pequenos, foi a Mim que não o fizestes”.
46 E esses irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna».



CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

LIVRO DÉCIMO-TERCEIRO

CAPÍTULO III

A luz

Sobre as palavras que proferiste no começo da criação: “Faça-se a luz, e a luz foi feita” – eu entendo que se adaptam com propriedade à criatura espiritual, que já era uma espécie de via apta a receber a tua luz.

Mas assim como ela não tinha merecido de ti ser essa espécie de vida apta a receber a luz, do mesmo modo, uma vez criada, ela como as demais formas não mereceu de ti essa iluminação. Porque a sua informidade não te agradaria se não tivesse tornado luz, e isso não se contentando com existir, mas contemplando a luz que a iluminava, unindo-se intimamente a ela. Assim, ela devia a existência e o viver feliz apenas à tua graça, voltada, por uma escolha feliz, para o que não pode mudar nem para melhor, nem para pior. Voltou-se para ti, que és o único que existes, e só o teu ser é simples, pois o viver e a felicidade são para ti a mesma coisa, porque és a tua própria felicidade.

CAPÍTULO IV

A bondade criadora

Que faltaria, pois, a esse bem, que és tu mesmo, se nenhuma dessas criaturas existisse, ou se tivesse permanecido informes?

Tu as criaste, não por ter necessidade delas, nem para aumentar a tua felicidade, mas levado pela plenitude de tua bondade, comunicando-lhes uma forma.
Na tua perfeição, desagrada-te a sua imperfeição, tu as aperfeiçoas para que elas te agradem, e não, com isso, te aperfeiçoar a ti mesmo.
Com efeito, o teu Espírito bom pairava sobre as águas, e não era por elas levado como se nelas descansasse. Se diz que o teu Espírito nelas repousava, mas era ele que as fazia em si.
Incorruptível, imutável, bastando-se a si mesma, a tua vontade era suspensa acima da vida que tinhas criado, para a qual viver não é o mesmo que viver feliz, porque ela vive, mesmo quando flutua sobre as trevas. Esta vida carece ainda voltar-se para o seu Criador, para viver cada vez mais próxima à fonte da vida, para ver a luz na Luz divina, e nela haurir perfeição, brilho e felicidade.

CAPÍTULO V

A trindade

Mas eis que me aparece o enigma da Trindade que és, meu Deus. Porque tu, Pai, criaste o céu e a terra no princípio da nossa Sabedoria, que é a tua Sabedoria, nascida de ti, igual e coeterna, a ti, isto é, em teu Filho.
Já falei longamente do céu do céu, da terra invisível e informe e do abismo das trevas, onde a natureza espiritual errante e fluida permaneceria tal se não se voltasse para Aquele de quem toda vida procede, para que, por meio de sua luz, se tornasse viva e bela, o céu do céu, criado mais tarde entre a água superior e a água inferior.

Pelo vocábulo “Deus” eu já entendia o Pai, que criou essas coisas, na palavra “princípio” eu entendia o Filho, em quem ele as criou. E, como eu acreditava na Trindade de meu Deus, eu a procurava em tuas santas palavras. E vi nas tuas Escrituras que o teu Espírito pairava sobre as águas.
Eis tua Trindade, meu Deus, Pai, Filho, Espírito Santo, Criador de toda criatura!

CAPÍTULO VI

O espírito sobre as águas

Mas, ó luz da verdade, aproximo de ti o meu coração para que ele não me ensine falsidades, dissipa-lhe as trevas e diz-me, eu to suplico por nossa mãe, a caridade, diz-me, porque só depois de ter nomeado o céu, a terra invisível e informe e as trevas sobre o abismo, por que só então é que as Escrituras falam de teu Espírito?

Será porque convinha apresentá-lo assim pairando sobre alguma coisa?
E seria isso possível se não mencionasse primeiro sobre o que pairava?
De facto, não era sobre o Pai nem sobre o Filho que ele pairava, e seria impróprio falar assim se não pairasse sobre alguma coisa.
Era pois, necessário, mencionar primeiro o elemento sobre o qual ele pairava, já que convinha falar dele apenas dizendo que pairava.
Mas por que não convinha apresentá-lo senão dizendo que pairava?

CAPÍTULO VII

As águas sem substância

Agora, quem o puder com a inteligência, siga o teu Apóstolo, quando ele diz que a tua caridade se difundiu nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado, quando nos instrui sobre as coisas espirituais e nos indica o caminho excelso da caridade, e dobra o joelho diante de ti por nossa causa, para que conheçamos a ciência altíssima da caridade de Cristo.
E é porque era supereminente desde o princípio que pairava sobre as águas.

A quem e como falarei do peso da concupiscência, que nos arrasta para um abismo profundo, e da caridade que nos eleva, com a ajuda de teu Espírito, que pairava sobre as águas?
A quem falar, como falar?
Nós submergimos e emergimos, mas não em abismos materiais. A metáfora é a um tempo correcta e muito inexacta. São as nossas paixões, nossos amores, a impureza do nosso espírito que nos arrasta para baixo sob o peso das preocupações. E é tua santidade que nos eleva pelo amor da tua paz, para que levantemos os nossos corações para junto de ti, onde o teu Espírito paira sobre as águas, e alcancemos o sublime repouso, quando a nossa alma tiver atravessado essas águas que são sem substância.

CAPÍTULO VIII

À luz que ilumina as trevas

O anjo caiu, a alma do homem caiu, revelando assim as profundas trevas em que teria caído o abismo que continha todas as criaturas espirituais, se não tivesses dito desde o começo:
“Faça-se a luz!” – se a luz não se tivesse feito, se todas as inteligências de tua cidade celeste não se tivessem unido na obediência a ti, se não tivessem repousado em teu Espírito que paira, imutável, sobre os seres transitórios.
De outro modo, até o céu do céu não seria mais que abismo de trevas, enquanto que agora é luz no Senhor.
Nesta lamentável inquietação dos espíritos decaídos, que, despidos da veste da tua luz, manifestam as próprias trevas, mostras claramente a grandeza de tua criatura racional, na busca da felicidade, ela só se sacia com a tua grandeza, onde encontra repouso – pois que ela não pode bastar-se a si própria.
Porque tu, Senhor, iluminarás as nossas trevas.
De ti vêm nossas vestes de luz, e nossas trevas serão como o sol do meio-dia.
Dá-te a mim, meu Deus, entrega-te a mim. Eu te amo. Se o meu amor é pouco, faz que eu te ame com mais força.
Não posso medir, não posso saber o que falta a meu amor para que seja suficiente para que a minha vida corra para os teus braços, e dali não saia antes de se esconder no segredo do teu rosto.
Se isto reconheço: tudo me corre mal onde tu não estás, não somente à minha volta, mas até em mim mesmo, e toda a abundância que não é meu Deus, para não passa de indigência.

CAPÍTULO IX

O amor de Deus

Mas o Pai e o Filho, não pairavam também sobre as águas?

Se os imaginamos como um corpo pairando no espaço, isso não se pode aplicar nem mesmo ao Espírito Santo.
Se porém entendermos por isso a excelência imutável da divindade acima de tudo o que é transitório, então o Pai, o Filho e o Espírito Santo pairavam igualmente sobre as águas.
E porque só se menciona o Espírito Santo?
Porque se menciona apenas a seu respeito um lugar onde estava, ele que, no entanto, não ocupa espaço? Também apenas dele se disse que era um dom de Deus, e é em teu dom que repousamos, é nele que gozamos de ti. O nosso repouso é o nosso lugar. É para lá que o amor nos arrebata, e o teu Espírito levanta a nossa humildade para longe das portas da morte.
A paz, para nós, reside na tua boa vontade.
Os corpos tendem, pelo seu peso, para o lugar que lhes é próprio, mas um peso não tende só para baixo, tende para o lugar que lhe é próprio.
O fogo sobe, a pedra cai. Cada um é movido pelo seu peso, e tende para o seu justo lugar.
O óleo, lançado à água, flutua, a água, lançada ao óleo, afunda. Ambos são impelidos por seu peso a procurarem o lugar que lhes é próprio.
As coisas que não estão no seu lugar agitam-se, mas quando o encontram, repousam.
O meu peso é o meu amor, para onde quer que eu vá, é ele quem me leva.
O teu dom inflama-nos e eleva-nos, ardemos e partimos.
Subimos os degraus do coração e cantamos o cântico gradual.
É o teu fogo, o teu fogo benfazejo que nos consome e nos eleva, enquanto subimos para a paz de Jerusalém celeste.

Regozijei-me ao ouvir essas palavras: “Vamos para a casa do Senhor!” – Ali nos há de instalar tua boa vontade, e não desejaremos nada mais do que permanecer ali eternamente.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)


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