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11/07/2013

Leitura espiritual para 11 Jul

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mt 23, 13-39

13 «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que fechais aos homens o Reino dos Céus, pois nem vós entrais, nem deixais que entrem os que quereriam entrar. 14 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que devorais as casas das viúvas a pretexto de longas orações! Por isto sereis julgados mais severamente. 15 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que correis o mar e a terra para fazerdes um prosélito e, depois de o terdes feito, o tornais filho do inferno duas vezes pior do que vós. 16 «Ai de vós, guias cegos, que dizeis: “Se alguém jurar pelo templo, isso não é nada, mas o que jurar pelo ouro do templo, fica obrigado!”. 17 Insensatos e cegos! Pois que é mais, o ouro ou o templo, que santifica o ouro? 18 E dizeis também: “Se alguém jurar pelo altar, isso não é nada, mas quem jurar pela oferenda que está sobre ele, fica obrigado”. 19 Cegos! Qual é mais: a oferta ou o altar que santifica a oferta? 20 Aquele, pois, que jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre ele, 21 e quem jura pelo templo, jura por ele e por Aquele que habita nele, 22 e quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por Aquele que está sentado sobre ele. 23 «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã e do endro e do cominho, e descuidais as coisas mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade! São estas coisas que era preciso praticar, sem omitir as outras. 24 Condutores cegos, que filtrais um mosquito e engolis um camelo! 25 «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que limpais o que está por fora do copo e do prato, e por dentro estais cheios de rapina e de imundície! 26 Fariseu cego, purifica primeiro o que está dentro do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo. 27 «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que sois semelhantes aos sepulcros branqueados, que por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a espécie de podridão! 28 Assim também vós por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade. 29 «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os túmulos dos justos, 30 e dizeis: “Se nós tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no derramamento do sangue dos profetas!”. 31 Assim dais testemunho contra vós mesmos de que sois filhos daqueles que mataram os profetas, e 32 acabais de encher a medida de vossos pais. 33 Serpentes, raça de víboras!, como escapareis à condenação do inferno? 34 Por isso, vou enviar-vos profetas, sábios e escribas; matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade, 35 para que caia sobre vós todo o sangue inocente que se tem derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. 36 Em verdade vos digo que tudo isto há-de recair sobre esta geração. 37 «Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis juntar os teus filhos, como a galinha recolhe debaixo das asas seus pintainhos, e tu não quiseste! 38 “Eis que será deixada deserta a vossa casa”. 39 Porque Eu vos digo: Desde agora não me tornareis a ver, até que digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».



CONFISSÕES SANTO AGOSTINHO

LIVRO DÉCIMO-SEGUNDO

CAPÍTULO VII

A criação do nada

Mas de onde essa matéria tirava seu ser, senão de ti, por quem existe toda e qualquer coisa?

Quanto mais difere de ti uma coisa, mais longe de ti está – e não se trata de distância espacial.
Portanto, és tu, Senhor que não mudas ao sabor das circunstâncias, mas que és sempre o mesmo, o mesmo e o mesmo, santo e santo e santo, Senhor, Deus Todo-Poderoso, és tu, Senhor, que no princípio, que vem de ti, em tua Sabedoria, nascida da tua substância, fizeste algo do nada. Criaste o céu e a terra, e isso não com a tua substância, pois nesse caso, tua criação seria igual a teu Filho unigénito e, por isso, iguais a ti mesmo. E não seria justo que o que não é da tua substância, fosse igual a ti.

Mas fora de ti nada existia com que pudesses fazer o céu e a terra, ó Trindade una, Unidade trina. Por isso criaste do nada o céu e a terra, duas realidades, uma imensa e outra pequena. Porque és Todo-Poderoso e bom, e só podes criar coisas boas: o grande céu e a pequena terra.
Fora de ti nada havia, e desse nada fizeste o céu e a terra, tuas duas obras: uma próxima de ti, a outra próxima do nada. Uma que tem acima de si apenas a ti próprio, e outra que nada tem inferior a ela.

CAPÍTULO VIII

A terra invisível

Mas o céu do céu pertence-te a ti, Senhor, a terra, que deste aos filhos dos homens para que a vissem e tocassem, não era tal como agora e vemos e tocamos. Era invisível e informe: um abismo sobre o qual não havia luz. As trevas se estendiam sobre o abismo – isto é: mais profundas que o abismo.
Esse abismo das águas, agora visíveis, tem até em suas profundezas
uma luminosidade, perceptível aos peixes e aos animais que se arrastam no fundo. Mas tudo isso era quase o nada, sendo ainda completamente informe, porém já era um ser apto a receber uma forma.

Senhor, criaste o mundo de uma matéria sem forma, do nada fizeste este quase nada de onde tiraste as grandes coisas que admiramos, nós, os filhos dos homens. Porque este céu corpóreo é de facto admirável, este firmamento que separa uma água de outra, que criaste no
segundo dia, depois da luz, dizendo: “Faça-se – e assim se fez”. Chamaste a este firmamento de céu: o céu desta terra e deste mar que criaste no terceiro dia, dando forma visível à matéria informe, criado por ti antes de todos os dias.
Já havias criado outro céu antes de haver dia, mas era o céu do céu, porque no princípio criaste o céu e a terra.

Quanto a esta mesma terra, nada mais era que matéria informe, sendo invisível, caótica e as trevas reinando sobre o abismo.
É desta terra invisível, caótica, desta massa informe, deste quase nada, que formaste todas as coisas de que é formado e não formado este mundo mutável, domínio da transformação, que torna possíveis a percepção e a medida do tempo.
Porque o tempo é feito da mudança das coisas, de variações e transformações das formas, cuja matéria é esta terra invisível, de que falei acima.

CAPÍTULO IX

A criação do tempo

Por isso, o Espírito que instruiu o teu servo, quando relata que no princípio criaste o céu e a terra, cala-se sobre o tempo, guarda silêncio sobre os dias.
De facto, o céu do céu, que fizeste no começo, é de alguma maneira uma criatura racional que, mesmo sem ser coeterna contigo, ó Trindade, participava todavia da tua eternidade. A doçura de te contemplar beatamente a mantém imóvel e unida a ti sem movimento, e desde sua criação escapa às vicissitudes fugazes do tempo.
Porém, esta massa informe, esta terra invisível, este caos, tu não o enumeraste entre os dias, de facto, onde não há forma nem ordem, nada vem, nada passa e, portanto não pode haver nem dias, nem sucessão de espaços temporais.

CAPÍTULO X

Invocação à verdade

Ó Verdade, luz de meu coração, faze com que se calem as minhas trevas.
Deixei-me cair nelas e fiquei às escuras, mas, mesmo do fundo desse abismo, eu te amei ardentemente.
Andei, errante, mas lembrei-me de ti.
Ouvi a tua voz atrás de mim, que me exortava a que voltasse, mas dificilmente podia escutá-la, por causa do tumulto da minha alma.
E agora, eis que, ardente e anelante, volto à tua fonte. Que ninguém mo impeça, beberei da sua água, e assim viverei.
Que não seja eu minha própria vida!
Vivi mal por minha culpa, e fui a causa de minha morte.
Em ti eu revivo!
Fala-me, ensina-me.
Creio nos teus livros, e as tuas palavras encerram profundos mistérios.

CAPÍTULO XI

As criaturas e o criador

Já me disseste, Senhor, com voz forte ao ouvido da minha alma, que és eterno, e que só tu possuis a imortalidade, porque não mudas nem de forma, nem de movimento, tua vontade não varia conforme o tempo, pois a vontade mutável não é imortal.
Esta verdade é-me clara na tua presença. Peço-te que ela se torne para mim cada vez mais clara, e sob tuas asas eu me mantenha atento a esta evidência.
Também disseste, Senhor, com voz forte ao ouvido da minha alma, que todas as naturezas, todas as substâncias que não são o que és, mas que existem, tu as criaste, que só o nada não provém de ti, assim como o movimento de uma vontade que se afasta de ti, Ser supremo. Enfim, que nenhum pecado te causa dano, nem perturba a ordem de teu império, superior ou inferior. Essa verdade é clara para mim em tua presença.
Peço-te que se torne para mim cada vez mais clara, e que sob as tuas asas eu me mantenha atento a esta evidência.

Também disseste, Senhor, com voz forte ao ouvido da minha alma, que essa criatura, que tem em ti o seu único deleite, não te é coeterna, que goza de ti em união casta e duradoura, sem nunca trair em parte alguma a sua natureza mutável, que, se conserva sempre na tua presença e unida a ti com todo seu amor, não tem de esperar futuro, nem que recordar passado, imutável pois com o tempo e o vir a ser.
Feliz criatura, se existe, por participar de tua felicidade, feliz de ser perenemente habitada e iluminada por ti!
Nada encontro que melhor se possa chamar de céu de céu que pertence ao Senhor, que a esta habitação de tua divindade, que contempla as tuas delícias sem que nada a afaste para outras partes.
Puro espírito, intimamente ligado por um elo de paz com esses santos, espíritos, cidadãos da tua cidade, situada no céu e acima do nosso céu.
Diante disso, possa a alma, cuja peregrinação afastou de ti, compreender se já tem sede de ti, se o seu pranto se tornou o seu pão, quando todos os dias lhe dizem:
Onde está o teu Deus?
Se ela deseja apenas habitar na tua morada todos os dias da sua vida.
E que é a sua vida, senão tu?
Que são os teus dias, senão a tua eternidade, como os teus anos que não passam, porque és sempre o mesmo?
Por isso, digo, faça compreender à alma, se possível, como a tua eternidade transcende todos os temos.
A tua morada, que nunca se afastou de ti, embora não te tendo coeterna, graças à sua incessante e ininterrupta união contigo, não padece de vicissitudes do tempo.
Essa verdade é clara para mim na tua presença. Peço-te que se torne para mim cada vez mais clara, e que sob as tuas asas eu me mantenha atento a esta evidência.

Vejo, de facto, não sei que matéria informe nas transformações das coisas últimas e ínfimas. Mas quem dirá, a não ser o insensato, cujo espírito vagueia entre quimeras, à mercê de seus fantasmas, quem, salvo este, ousaria afirmar que, se toda forma fosse destruída, abolida, restando apenas a matéria informe, graças à qual as coisas se transformam e passam de uma forma para outra, ela poderia produzir as vicissitudes do tempo?

Não, tal hipótese é absolutamente impossível, pois sem variedade de movimentos não há tempo, e não há variedade onde não há forma.

CAPÍTULO XII

A criação e a eternidade

Bem consideradas estas coisas, por graça tua, meu Deus, e como me incitasse a bater, e como me abres quando bato, encontro duas criações tuas não afectadas pelo tempo, embora nenhuma delas te seja coeterna. Uma, que criaste tão perfeita que jamais deixa de te contemplar, que não sofre nenhuma mudança, embora de natureza mutável, e goza de tua eternidade e de tua imutabilidade. Outra, informe, a ponto de lhe ser impossível passar de uma forma para outra, quer no movimento, quer no repouso, e, portanto, incapaz de estar sujeito ao tempo.
Mas tu não a deixaste informe pois, antes de qualquer dia, fizeste no princípio o céu e a terra, as duas obras de que falava.
Mas a terra era invisível e informe, e as trevas reinavam sobre o abismo.
Por essas palavras, a Escritura sugere a ideia de algo informe, para ensinar aos poucos aos espíritos que não podem conceber que a falta absoluta de forma não se confunde com o nada.

É dessa massa informe que deveria ser criado um segundo céu, uma terra visível, ordenada, a água cristalina, e enfim tudo o que foi feito na criação, de acordo com a tradição das Escrituras, em dias sucessivos.
E essa obra é tal que, devido às mudanças regulares dos seus movimentos e formas, está sujeita às vicissitudes do tempo.

(Revisão trad. portuguesa e grafismo por ama)


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