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27/11/2012

CULTIVAR A FÉ 7



Uma pedagogia da fé na família - a propósito de alguns ensinamentos de S. Josemaria…/3

A família nos planos de Deus.

Voltando à missão educativa dos pais com os seus próprios filhos, S. Josemaria Escrivá ensinou sempre, não sem incompreensões iniciais, que o matrimónio é uma vocação divina e que, no próprio sacramento, radica a sua grandeza, as suas obrigações e a sua eficácia.

“O matrimónio existe para que aqueles que o contraem se santifiquem nele e através dele. Para isso, os cônjuges têm uma graça especial que o sacramento instituído por Jesus Cristo confere. Quem é chamado ao estado matrimonial, encontra nesse estado – com a graça de Deus – tudo o que é necessário para ser santo, para se identificar cada dia mais com Jesus Cristo e para levar ao Senhor as pessoas com quem convive.

(...) Devemos trabalhar para que as células cristãs da sociedade nasçam e se desenvolvam com afã de santidade, com a consciência de que o sacramento inicial – o Baptismo – confere já a todos os cristãos uma missão divina, que cada um deve cumprir no caminho que lhe é próprio.

Os esposos cristãos têm de ter consciência de que são chamados a santificar-se santificando, a ser apóstolos, e de que o seu primeiro apostolado está no lar. Devem compreender a obra sobrenatural que significa a fundação de uma família, a educação dos filhos, a irradiação cristã na sociedade. Desta consciência da própria missão dependem, em grande parte, a eficácia e o êxito da sua vida; a sua felicidade” [i].

A missão de educadores da fé nasce dos sacramentos. Os pais quando educam são a Igreja que educa. O seu lar é igreja doméstica. E além de ser um dever, é também um direito, como reconhece claramente o Código de Direito Canónico [ii].

S. Josemaria presta atenção aos motivos naturais que fundamentam o carácter insubstituível dos pais, como educadores da fé. Este trabalho não pode ser visto como um mero empenho, por santo que seja, mas como uma verdadeira necessidade: o que não façam os pais não poderá fazê-lo mais ninguém em seu lugar.

“Em todos os ambientes cristãos se conhecem por experiência os bons resultados que dá essa natural e sobrenatural iniciação à vida de piedade, feita no calor do lar. A criança aprende a colocar o Senhor na linha dos primeiros e fundamentais afectos, aprende a tratar Deus como Pai e a Virgem Maria como Mãe, aprende a rezar seguindo o exemplo dos pais. Quando se compreende isto, vê-se a enorme actividade apostólica que os pais podem realizar e como têm obrigação de ser sinceramente piedosos, para poderem transmitir – mais do que ensinar – essa piedade aos filhos” [iii].

michele dolz, publicado em Romana, n. 32 (2001), 2011.09.12

Nota: Revisão gráfica por ama.

[i] S. Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo, n. 91.
[ii] Cfr. cân. 1136.
[iii] S. Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo, n. 103. “Os pais, doando a vida e recebendo-a num clima de amor, estão providos de um potencial educativo que nenhum outro detém; de um modo único conhecem os seus próprios filhos na sua irrepetível singularidade e, por experiência, possuem os segredos e os recursos do amor verdadeiro” (Pontifício Conselho para a Família, Orientações educativas em família, 8-XII-1995, n. 79.

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