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06/04/2011

Pureza e sexualidade cont 8

Trata-se de um estádio necessário no desenvolvimento humano, seguramente, mas o que está em causa é um deixar para trás a pureza de criança. O coração não está tão egoísta, e assim a actividade da mente é menos orientada para ser em seu próprio benefício, sendo como é em si mesmo, e sendo assim ilumina o intelecto. Quanto maior é a disposição para referir a realidade do próprio ser, mais ténue é a luz que ilumina o interior do intelecto. Este movimento para si mesmo volta-se para o animal, e com esse rebaixamento surge uma menor capacidade para conhecer em prol do entendimento e para amar em benefício o outro, não de si mesmo. Forma-se, assim uma correspondente perda de interesse pelas coisas espirituais.
Talvez isto explique o estranho fenómeno de se ser mais capaz de discutir ideias teológicas mais leves com os jovens do nono grau e estudantes do décimo do que com aqueles que estão já na adolescência avançada – deixando de lado adultos verdadeiramente imersos no mundo. A pureza da meninice é uma qualidade que faz parte da nossa vocação recapturar: “Benditos os puros de coração; porque verão a Deus” ([i]). Depois da adolescência, a pessoa humana tem de reaprender uma forma menos egoísta de ver o mundo, mas só o conseguirá não sendo egoísta, isto é, através da virtude da pureza. Tal pode ser considerado como um regresso ao que de melhor existe na meninice: “ Se não vos tornardes como crianças pequenas, não entrareis no Reino de Deus” [ii].

(P. DOUGLAS MCMANAMAN, Knowledge and Purity, trad ama)




[i] Mt 5, 8
[ii] Mt 18, 3

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