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02/11/2010

Bom Dia! Novembro 02, 2010


Talvez venha a propósito considerar que não se pode negar o que não existe, trata-se de um contra-senso, uma impossibilidade concreta. Confunde-se, quase sempre, a falta de Fé com a negação da existência de Deus o que revela uma ignorância crassa e grave. A Fé não é qualquer coisa que se adquira por vontade própria mas um dom dado directamente por Deus. 
Remetendo para escrito anteriormente [i] não se alongará mais este tema além da consideração formal de que o que está realmente certo é:

«A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.»

E, para sustentar esta afirmação, vemos o que acontece quando se confundem as duas coisas que levam às chamadas “guerras da religião” que, no fim e ao cabo, pretendem que César e Deus são uma mesma coisa e não se admite e persegue-se, castiga-se, guerreia-se e atenta-se contra quem assim não procede. [ii]

Bom, e o que é que, de facto, temos de dar a Deus?
A resposta poder-se-ia resumir com uma célebre frase:
Tendes que dar forçosamente a César a moeda que tem impressa a sua imagem; mas vós entregai com gosto todo o vosso ser a Deus, porque está impressa em nós a Sua imagem e não a de César. ([iii])

Parece claro, ou não?

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[i] Citação de NUNC COEPI
[ii] Jihad, é um conceito essencial da religião islâmica. Pode ser entendida como uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário do que muitos pensam,  Jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às lutas religiosas na Idade Média (por exemplo: Cruzadas).
A explicação quanto as duas formas de Jihad não está presente no Alcorão, mas sim nos ditos do Profeta Muhammad: Uma, a "Jihad Maior", é descrita como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor", é descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a mensagem do Islão aos que não têm ciência da mesma (ou seja, daqueles que não se submetem à divindade islâmica e ao seu conceito religioso de paz).
Há opiniões divergentes quanto às formas de acção que são consideradas Jihad. A Jihad só pode ser travada para defender o Islão. No entanto, alguns grupos acham que isto tem aplicação não apenas à defesa física dos muçulmanos, mas também à reclamação de terra que em tempos pertenceu a muçulmanos ou a protecção do Islão contra aquilo que eles vêem como influências que "corrompem" a vida muçulmana. A interpretação feita pelo Ocidente de que a Jihad é uma guerra violenta destinada a transformar pessoas em islâmicas à força é fundada nos diversos ataques terroristas e militares sofridos pelo Ocidente em nome da religião islâmica e de suas crenças; entretanto há quem afirme que os atentados de homens-bomba ou as ameaças a meios de comunicação ocidentais que ousem fazer qualquer crítica aos pilares da crença muçulmana não seja exactamente a definição de Jihad, mas resultado de uma percepção equivocada e oportunista de alguns islâmicos. Um dos defensores desta ideia é o sociólogo sírio-alemão especialista no Islão, ele próprio um muçulmano sunita,  Bassam Tibi. Para este, o fenómeno do fundamentalismo islâmico é uma forma de oportunismo político de alguns grupos, que se aproveitam da noção de Jihad, desvirtuando o Islão para torná-lo um factor de acção política em proveito próprio.
De acordo com as formas comuns do Islão, se uma pessoa morre em Jihad, ela é enviada directamente para o paraíso, sem quaisquer punições pelos seus pecados.
Porém, não se pode esquecer que "Jihad" foi o termo utilizado por Maomé  (profeta do Islamismo) que significava "guerra sagrada", simbolizando a luta pela conversão do maior número de pessoas para a religião.
[iii] S. Jerónimo, Commentarium in Evangelium secundum Marcum, ad. Loc.

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