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10/11/2010

Bom Dia! 42



Ao habitar o corpo humano, a alma, imagem de Deus, dignifica-o e engrandece-o como já anteriormente vimos, dando-lhe um estatuto e imunidade que não pode ser tripudiado de nenhuma forma por ninguém nem pelo próprio.

O respeito pela dignidade do ser humano completo – corpo e alma – como obra de Deus, irrepetível e única, deve estar por cima de qualquer conveniência que eventualmente se possa aduzir para justificar leis ou regulamentos que de alguma forma atentem contra essa integridade.

Merecem especial atenção os mais desprotegidos, aqueles que, por doença, defeito físico ou acidente, estão de alguma forma privados das faculdades, capacidades ou potências comuns a qualquer ser humano. Devem ser uma primeira preocupação dos que exercem ou têm capacidade para exercer posições de liderança na condução da sociedade, regulamentando as medidas necessárias e convenientes para que possa, de uma forma equânime e acessível, dispor de oportunidades iguais, embora adaptadas às circunstâncias peculiares de cada um, que os demais seres humanos que os rodeiam.
É falta de suma gravidade não cuidar ou ignorar estes seres humanos como pessoas autênticas, filhos de Deus, como qualquer um, dotados de uma alma, destinados à vida eterna. Jesus Cristo olhou sempre com especial carinho para estes Seus irmãos e é bem patente nos Evangelhos a Sua atitude de cuidado, preocupação e, até, de comoção perante as enfermidades e defeitos físicos daqueles com quem Se cruzava nos caminhos da Palestina.

Os constantes apelos que a Igreja faz aos cristãos e à sociedade em geral para que tenha em atenção este candente assunto, soam amiúde como gritos em nome de bocas silenciosas que não podem ou não têm meios para se fazerem ouvir.

A sociedade tem de ter bem presente este assunto como casos de justiça importantíssimos que não se resolvem apenas com a criação de organismos ou centros de apoio. Tem de ir mais longe na sua assistência, tem de esgotar todas as possibilidades que tenha ao seu dispor para que estes seres humanos não se sintam como que pertencendo a uma casta aparte com alguns direitos, talvez, mas a quem se veda uma participação completa e autêntica na vida social.

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