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22/12/2022

Publicações em Dezembro 22

  


CONSIDERAÇÕES NO ADVENTO

Considero o Natal, entre muitas outras, a Festa da Serenidade.

No maior, mais extraordinário acontecimento da História da Salvação Humana - o Nascimento do Salvador - tudo se processa sem tumultos, algazarras, foguetes pelos ares, gente a correr ávida de notícias; não! Uns simples pastores, avisados pelos Anjos, deslocam-se curiosos ao Presépio de Belém para ver Aquele Menino recém nascido.

O ambiente é extremamente sereno, uma jovem Mâe e o seu Marido, debruçam-se sobre uma manjedoura onde um Menino envolto em paninhos, sorri agitando os braços.

Testemunhas? Dois animais pacíficos por natureza... uma vaca e um jumento.

De repente tudo se modifica quando um extraordinário coro celeste rompe em hinos de alegria e louvor, as estrelas parecem dançar no céu e a Lua brilha com uma intensidade nunca vista.

São sinais suficientes para os simples pastores compreenderem que estão na presença de algo absolutamente extraordinário e, por isso, caem de joelhos em terra, prostram-se comovidos e, depois, oferecem o que têm: leite, queijo fresco, talvez um cordeiro.

Quando regressam e contam o que constataram, muitos acreditam mas, há muitos outros que se encarniçam contra estas notícias opinando que são delírios de gente sem instrução nem gabarito.

Entre estes avultam os Escribas e os Fariseus chefes do povo. Sabem muito bem intrepertar os acontecimentos, constam nas Escrituras; e entendem que o Tempo de Mudança conforme anunciado chegou; vêem com extrema inquietação o fim do seu despótico domínio... um "desastre" com consequências irreparáveis.

Aqui não há serenidade mas temor e raiva.

 

Vale a pena reler,não importa se pela milionésima vez, quanto São Lucas escreve sobre o Nascimento de Jesus.

Na verdade, penso que estou a ler uma descrição directa feita pela Santíssima Virgem porque só Ela, que «guardava no seu Coração todas as coisas» poderia descrever com tal fidelidade e abundância de detalhes quanto aconteceu.

São Lucas surge assim como que um repórter cuidadoso e fiel ao que ouve de uma fonte absolutamente fidedigna.

Imagino a sua atenção total ao que lhe era revelado.

De facto, estes trechos de São Lucas são escritos pela Santíssima Virgem e, nessa convicção, atrevo-me a considerá-los como o Evangelho de Nossa Senhora.

Na verdade, nos quatro Evangelhos que nos chegaram, a Santíssima Virgem está sempre presente não num "segundo plano" mas como uma referência constante.

São Lucas teve a oportunidade, a Graça de "entrevistar" a Mãe do Salvador e desempenhou essa missão exemplarmente, não acrescentando nada da "sua lavra", interpretando ou perdendo-se em considerações pessoais, dando-me assim exemplo de como tenho de "apreciar" o Evangelho em que me detenho: o que consta é quanto me deve bastar, não há nem "entrelinhas" nem lugar a ilacções especulativas, é o que é e ponto...

Curioso, debruço-me sobre o seu ombro tentando ler o que vai escrevendo mas, quase sempre, tenho de voltar atrás porque me "perdi" abismado com a SIMPLICIDADE da Magnitude de Deus.

Sendo Deus a MAGNITUDE na sua expressão absoluta, concluo que esta MAGNITUDE tem uma base: a SIMPLICIDADE!

Chegado a esta conclusão considero como absolutamente conveniente e necessário pedir: 'Senhor... ajuda-me a ser simples!

 

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