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11/11/2022

Publicações em Novembro 11

 


(Nota: Seguindo a recomendação de São Josemaria Escrivá procurarei viver o Evangelho como um personagem mais. Para tal seguirei fielmente os textos pronto a fazer as considerações que me ocorrerem.)

 

Dentro do Evangelho – Lc 

 

Estava ali assistindo a mais uma das intervenções de Jesus.

Aquela pareceu-me muito "especial", na minha forma de dizer e, por isso prestei particular atenção decidido a não perder palavra do que fosse dito.

Jesus dizia a Simão, um judeu proeminente na sociedade que O tinha convidado para uma refeição em sua casa: «Quando cheguei não me deste o ósculo, água para lavar os pés, não me ungiste com óleo».

Simão ficou calado, como que sem palavras para responder.

Eu pensei que talvez Simão não tivesse convidado Jesus para O honrar, distinguir mas, talvez, para mostrar aos convivas quem era Aquele Jesus de Quem todos falavam.

Desdenhou as "normas" respeitantes a um convidado, talvez, pensando que, dada a sua posição social conviria não se "comprometer" mas tratá-Lo como um qualquer dos que frequentemente convidava.

Eu, que tenho a graça de saber muito mais que Simão, não posso deixar de lamentar que tenha perdido tão excelente oportunidade de ter recebido com esmero redobrado Tal Convidado!

Não pude deixar de reparar que Jesus reagiu de forma absolutamente clara a esta falta de atenção.

Compreendo que os convites que façamos a outras pessoas para algum tipo de convivência têm que ser sinceros, isto é, têm de partir do coração e não de uma secreta vontade, ou curiosidade, de mostrar a outros que não queremos como que "ficar atrás" de muitos outros que manifestam interesse em conviver com "alguém de quem se fala".

Aqui reside a verdadeira honestidade pessoal: Fazer o que for porque queremos e pensamos que será um bem e não para como que para "cumprir" algo que talvez seja conveniente ou de nosso interesse. Não deve ser, portanto, uma "conveniência" mas uma decisão devidamente ponderada.

Mas... isso não será imitar outros?

Talvez... mas imitar outros no que fazem de bem considerando o que de alguma forma obtiveram com a sua acção será, seguramente, algo bom e recomendável.

Tal como outros observam e avaliam o que fazemos ou manifestamos, também eu o devo fazer, não com espírito crítico mas com o desejo de descobrir o que de bom possa existir.

O exemplo é algo muito sério e que merece constante avaliação. Poderei falar muito bem, escrever ainda melhor mas  isso de pouco valerá se o que faço não estiver de acordo.

Primeiro fazer... depois dizer! Esta deve ser como uma "máxima" que deve estar sempre presente.

O dever de um cristão é anunciar a VERDADE, que É a Palavra de Deus, mas, também denunciar a mentira ou falsidade sobre a mesma. Daí que, não seja possível fazê-lo sem conhecer com profundidade a Palavra de Deus e, para tal, não há outra via que ler e meditar com frequência diária o Evangelho.

Muitos retiram do Evangelho palavras ou frases fora do contexto para com esta hábil perversão levarem outros, mais incautos, débeis ou ignorantes, por falsos caminhos. Estas pobres pessoas cheias de problemas pessoais e numa infrene procura de soluções estão muito permeáveis a promessas de soluções fáceis de conseguir. Deixam-se ir nas "pregações", convencer por "milagres" habilmente engendrados... enfim... toda a sorte de "truques" que os inimigos da Fé usam para conseguir os seus objectivos.

O Cristão, para arrastar outros para o Caminho, a Verdade e a Vida que É Jesus Cristo, não precisa nem de milagres nem de truques mas de simplesmente convencer pelo exemplo da sua conduta pessoal.

Na monotonia da tarde, o dia prestes a findar, estávamos envolvidos nos nossos mantos e capas, tentando encontrar repouso para recuperar um pouco da dureza da jornada.

Perdi a conta das pessoas que nos seguiram, das que a cada instante, pediam a Jesus que Se detivesse um pouco, Lhe faziam perguntas e pedidos de toda a ordem. Parecia-me que, a maior parte, não tinha um pedido concreto a fazer mas  talvez tentar obter uma resposta a questões e dúvidas que os assaltavam. Isto demorava imenso tempo mas, Jesus nem por isso deixava ninguém sem resposta.

Muitas vezes, a Sua resposta era um exemplo, uma parábola.

«Um homem tinha dois filhos», esta uma das respostas, das Parábolas que Lhe ouvi. Algo extraordinário, tanto... que ficou conhecida para sempre como a "Parábola do Filho Pródigo"!

Ficámos todos e eu, claro, abismados! Era tão real, verdadeira e concludente que me apercebi imediatamente que ficaria guardada para sempre nos escaninhos da História da raça humana.

Filho Pródigo!

Quem não sabe o que é?

Quem nunca ouviu falar?

Mas, detenho-me a pensar que, talvez haja quem não conheça, nunca tenha ouvido falar e, penso, que a minha obrigação é dá-la a conhecer sem reservas nem "escolhidos" mas a todos com quantos me cruze nos caminhos desta vida.

Hoje assisti a algo extraordinário!

Estava no Templo porque era Sábado quando saindo do lugar onde Se encontrava Jesus dirigiu-Se a uma mulher que caminhava pela coxia com evidente dificuldade. Estava completamente encurvada, no rosto traços visíveis de sofrimento.

Jesus disse-lhe simplesmente que se endireitasse. Foi o que aconteceu!

As manifestações de júbilo e graças mal abafavam os protestos de alguns fariseus presentes indignados. Uma cura feita num Sábado! E diziam, mais ou menos, que para curar alguém haveria de escolher outro dos seis dias da semana, nunca um Sábado.

Fiquei a pensar neste "retorcimento" da verdade: implicitamente reconhecem o poder de Jesus mas não querem que o exerça ao Sábado!

Como é possível tal teimosia endurecida e sem qualquer razão!

Sei perfeitamente que Jesus pode fazer o que quiser quando e como quiser e, por isso, do fundo do meu coração Lhe peço: Quando e como quiseres, Senhor, cura-me dos meus males.

 

Reflectindo

 

Algumas vezes, ao participar na Santa Missa, incomoda-me a leitura de textos do Antigo Testamento porque, não raro, são de tal forma violentos, quase aberrantes, que me levam a um sentimento de repulsa.

Penso melhor e vejo que o "objectivo" da Liturgia será exactamente esse: pôr a nu o verdeiro sugnificado da Missão de Cristo: «Não vim abolir a Lei mas actualizá-la»​​.

Uma Lei com mais de Sessenta mandamentos que ao longo do tempo os próceres de Israel tinham indo acrescentando, uma Lei que descrevia minuciosamente deveres e obrigações mas que esquecia o que Jesus veio lembrar: A Lei de Deus encerra-se em dois Mandamentos: «Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo».

Uma, Lei de exclusão, outra uma Lei onde cabem todos os homens.

 

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