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02/07/2022

Publicações em Julho 02

 


Dentro do Evangelho –  (cfr: São Josemaria, Sulco 253)

 

(Re Mc V…)

 

O Baptismo

Já se tinham passado uns Trinta e poucos anos depois daquele acontecimento memorável no estábulo de Belém. Fui tentando seguir os passos daquele Menino mas, na verdade, fora a Fuga para o Egipto, o desencontro e encontro com Ele no Templo, que pretendo reportar, e outros pequenos incidentes, a Sua vida era a mesma em tudo igual à dos rapazinhos da Sua idade. Mas, não desisti, mantive-me atento até que um dia, passados mais de trinta anos constatei a cena, talvez, mais importante... Jesus chega à margem do Jordão no local onde se encontrava o Seu Primo João, entra na água e pede-lhe que, tal como fazia a muitíssimos que a ele ocorriam, que O baptize. Eu posso, e sinto que devo confirmar, foi algo extraordinário, inesquecível; depois de, com alguma relutância, por assim dizer, o Baptista O ter erguido da água onde O mergulhara, eu e muitos ouvimos um fragor tempestuoso, vimos os Céus abrirem-se e uma pomba alvíssima pairar sobre Ele enquanto se fazia ouvir uma voz tronitruante que dizia; «Este É o Meu Filho muito amado sobre Quem derramo a Minha Complacência». Estava, assim, definitivamente instituído o Primeiro Sacramento; imprime carácter o que quer dizer, é eterno, nada nem ninguém o pode fazer desaparecer. A queda dos nossos primeiros Pais, Adão e Eva, trouxe consigo uma consequência terrível: estarmos sujeitos a ter de conseguir por nós mesmos a prover os nossas necessidades; até esse momento, Adão e Eva não conheciam tal, o Criador provia todas as suas necessidades que, de resto, não existiam: não tinham fome, nem frio, nem calor, o Sol ardente ou a Chuva copiosa eram indiferentes, não precisavam de nenhum resguardo ou protecção, na verdade, não tinham de fazer absolutamente nada mas, apenas, viver felizes no Edén Paradisíaco, era o que Deus queria e Se comprazia em contemplar: a Sua Obra Acabada, a criação de um Ser formado à Sua Imagem e Semelhança. Todo este "Estado de Graça" foi irremediavelmente perdido por uma falta que, simbólicamente, a Bíblia descreve como uma cedência ao desejo de serem superiores a Deus. De facto, penso eu, como foi possível que aquele Casal deitasse tudo a perder com uma desobediência tão inexplicável como, diria, patética, à única "condição" que o seu Criador lhes tinha imposto: o reconhecimento que Lhe pertenciam e que, portanto, deveriam confiadamente obedecer-Lhe. Com toda a Sua Magnânima Bondade o Criador deu-lhes, também, uma outra benesse: a liberdade de escolha e eleição e foi, diria eu, esta benesse que os perdeu.

Se me fosse possível, eu pediria ao Senhor que me libertasse da minha liberdade e, como escravo submisso, não pudesse eleger, fazer escolhas sobre os passos a dar, o que tenho de fazer, mas, bem sei, que uma herança, mesmo que "pesada", esmagadora, não se pode ignorar e, portanto não me rebelo, aceito-a e peço ao meu Criador que me ajude a suportá-la.

O Pecado Original esteve na origem de séculos de violências, lutas fratricidas que ceifaram milhões de seres humanos e continuam, hoje em dia, a verificar-se. O Criador, diria eu, como que fez uma "revisão" do que decidira e, por isso enviou ao mundo o Seu Filho Predilecto para, na Cruz, redimir definitivamente a Culpa Original. O Baptismo, lava, apaga a culpa herdada, o baptizado assume um carácter definitivo de Filho de Deus,, puro e santo, em tudo igual a Ele excepto no pecado.

Como poderá alguém, pela (falsa) razão que possa aduzir, retardar ou mesmo negar esta BENESSE a um filho!?!

 

Reflexão

Não tenho nada que fazer!

 

O ! significa uma afirmação.

 

Não aceito!

 

Substituo, quando muito, por: O que vou fazer agora?

 

Sim, agora, não mais tarde, daqui a pouco, logo quando me apetecer.

Tenho tanto que fazer, sim, é verdade, tenho imenso fazer. Talvez não tenha tempo para fazer quanto quero, mas essa constatação, lógica, absolutamente verdadeira, não pode impedir-me de fazer o que devo, quando devo.

 

Então, para não ter pruridos nem prioridades, que mais não são que formas de ir protelando, pergunto-lhe do fundo do meu mais íntimo: Domine, quid me vis facere? (Senhor, que queres que faça?)

 

E, a resposta vem sempre, nunca falha!

 

 

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