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27/02/2021

Pequena agenda do cristão

     



SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Orações sugeridas:

São Josemaria – Textos

 

Jesus, em teu nome procurarei almas

«Duc in altum» – Ao largo! – Repele o pessimismo que te torna cobarde. «Et laxate retia vestra in capturam» – e lança as redes para pescar. Não vês que podes dizer, como Pedro: «In nomine tuo, laxabo rete». – Jesus, em teu nome procurarei almas? (Caminho, 792)

Acompanhemos Jesus nesta pesca divina. Jesus está junto do lago de Genesaré e as pessoas comprimem-se à sua volta, ansiosas por ouvirem a palavra de Deus. Tal como hoje! Não estais a ver? Estão desejando ouvir a mensagem de Deus, embora o dissimulem exteriormente. Talvez alguns se tenham esquecido da doutrina de Cristo; talvez outros, sem culpa sua, nunca a tenham aprendido e olhem para a religião como coisa estranha... Mas convencei-vos de uma realidade sempre actual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais; em que não lhe bastam as explicações vulgares; em que não a satisfazem as mentiras dos falsos profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome, desejam saciar a sua inquietação com os ensinamentos do Senhor. (Amigos de Deus, nn. 260)

Leitura espiritual Fev 27

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Lc I, 29-56


 
Maria visita Isabel

39 Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43 E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? 44 Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. 45 Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»

 

Magnificat

46 Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. 48Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. 49 O Todo-poderoso fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. 50 A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. 51 Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. 52 Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. 53 Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. 54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55 como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» 56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.

Textos



  Cobardia

  No primeiro pensamento de Deus está o homem e quanto lhe respeita, porque o amor de Deus pela criatura é de tal dimensão, que só se satisfaz quando esta é absolutamente feliz.

  Talvez que este respeito do Criador pela liberdade que deu à criatura, seja um dos pontos mais difíceis de entender.

  De facto, Deus criou o homem perfeitamente ordenado para ser feliz, e esta felicidade consistia, exactamente, como de resto consiste, em a criatura viver de acordo e harmonia com o Criador.

  O que, afinal, por ser absolutamente lógico, não apresenta qualquer problema.

Falando na linguagem humana - que é a nossa - podemos aduzir que o Criador cometeu uma temeridade ao consentir à criatura a capacidade de opção, de querer ou não, de escolher entre uma e outra coisa.

  Mas, é claro, temos de convir que, sendo Deus perfeito, o objectivo do Seu acto criador só pode ter a perfeição como fim donde que, sem mais lucubrações, há que convir que a criatura saída das mãos de Deus é uma obra o mais perfeita possível.

  Ou, considerando outro ponto de vista, uma criatura sem liberdade não passaria de uma manipulação divina cujos actos por natureza, intrinsecamente bons, não teriam qualquer mérito já que seriam como que uma emanação inevitável da sua condição.

E o interessante é verificar que tal não se aplica somente à criatura humana já que, na criação das criaturas superiores, os anjos, Deus procede exactamente da mesma forma.

  Se tivermos em conta que. sendo Deus a plenitude, Se completa e basta a Si mesmo, de forma absolutamente eficiente e total, ou seja, não tem nenhuma necessidade de outra coisa qualquer, seja um espírito como um anjo ou uma criatura humana.

Criá-los não foi, portanto, uma decisão de autossatisfação, como que um narcisismo divino de dispor de uma criação que correspondesse ao desejo de ser venerado, desejado ou obedecido.

  Então... foi o quê?

  Só se pode concluir que foi a consequência natural da própria essência divina e que é o Amor.

  A criação do homem terá sido como que a sequência natural da criação dos espíritos puros, os anjos.

  Dotados, também de liberdade porque o amor de Deus Criador não se sobrepõe - nem prescinde - à Sua Justiça, estes de alguma forma defraudaram a Criação quando alguns se rebelaram contra Deus, rebelião que se baseia na inveja e na insidiosa pretensão de prescindir d’Ele.

  Talvez fossem “puros demais” ou as suas capacidades fossem excessivas.

Uma criatura mais simples, com muito menos capacidades, talvez fosse mais estável e imune a pretensões desse tipo.

Mas, esta criatura não pode - o imenso amor de Deus - não o permite - aparecer, assim, de qualquer forma, num ambiente amorfo ou abstracto.

E então, Deus dá-se à tarefa de criar, antes, um ambiente fabuloso, ordenado e disposto de tal forma que, desde que o homem tomou dele conhecimento, não deixou de se surpreender com a maravilhosa arquitectura e, mais, todos dias descobrir coisas novas.

  Data/hora: Sexta-Feira Santa, 6 de Abril de 2012 - 14:21

  Hoje será, talvez, o único dia em que o meu orgulho não só não é pecado como, até, justificando-se, é uma virtude.

Estranha ilacção assim, posta, sem mais, e até incompreensível para quem, como eu, sabe que o orgulho é uns dos pecados mais terríveis da humanidade e, frequentemente, a origem de muitas faltas graves e de terríveis consequências.

  Mas… atente-se na data/hora em que escrevo já se perceberá a minha “razão”.

Neste momento, Jesus Cristo agonizava na Cruz, esperando a graça da morte, por mim!

Mais: este momento estava planeado desde o princípio dos tempos - antes de haver tempo - como se eu fora o único ser humano existente à face da terra!

  Fora eu o único homem à face da terra e Cristo teria morrido por mim!

  Então… esta enormidade não é motivo de orgulho, de alegria, de vitória?

  Orgulho… pois recebo algo de tão desmesuradas dimensão e amplitude que me faz sentir grande, cheio de valor, de uma importância ímpar!

  Alegria… porque percebo, com meridiana clareza, que as minhas faltas e fraquezas, os meus defeitos e debilidades, a minha pequenez, se esbatem e desaparecem na grandeza da Cruz!

  Vitória… porque o medo, a tristeza, o tédio, a vergonha, o apoucamento, a ansiedade, o merecimento ficam, definitivamente desgarrados pela Misericórdia do Gólgota!

  Daqui a poucos minutos, o meu Senhor entregará o Seu espírito ao Pai e, o que me consola e alegra é que Quem o recebe é o Pai Comum porque, pela Graça desta Morte, eu António, mereci ser, também, Filho de Deus![1]



[1] ama, meditação em Sexta-feira Santa, 2012.



[i] Sequencial todos os dias do ano

Ano de São José

 


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA REDEMPTORIS CUSTOS

do SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II sobre a figura e a missão de SÃO JOSÉ na vida de CRISTO e da IGREJA

 

O CONTEXTO EVANGÉLICO

 

IV

 

O TRABALHO EXPRESSÃO DO AMOR

 

22. A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir o sustento da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: «Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso» (Lc 2, 51). Esta «submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o «filho do carpinteiro», tinha aprendido o ofício de Seu «pai» putativo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória litúrgica de São José Operário, fixada no primeiro de Maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho um acento especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção.

23. No crescimento humano de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça» teve uma parte notável a virtude da laboriosidade, dado que “o trabalho é um bem do homem”, que “transforma a natureza” e torna o homem, “em certo sentido, mais homem”. (Cf. Carta Enc. Laborem exercens (14 de Setembro de 1981), n. 9: AAS 73 (1981), pp. 599-600)

A importância do trabalho na vida do homem exige que se conheçam e assimilem todos os seus conteúdos, “para ajudar os demais homens a aproximarem-se através dele de Deus, Criador e Redentor, e a participarem nos seus desígnios salvíficos quanto ao homem e quanto ao mundo; e ainda, a aprofundarem na sua vida e amizade com Cristo, tendo, mediante a fé vivida, uma participação no seu tríplice múnus: de Sacerdote, de Profeta e de Rei”. (Ibid., n. 24: l.c., p. 638. Os Sumos Pontífices, nos tempos mais recentes, têm apresentado constantemente S. José como « modelo » dos operários e dos trabalhadores em geral, cf., por exemplo, Leão XIII, Carta Enc. Quamquam pluries (15 de Agosto de 1889): l.c., p. 180; Bento XV, Motu proprio Bonum sane (25 de Julho de 1920): l.c., pp. 314-316; Pio XII, Alocução (11 de Março de 1945), n. 4: AAS 37 (1945), p. 72; Alocução (1 de Maio de 1955): AAS 47 (1955), p. 406; João XXIII, Radiomensagem (1 de Maio de 1960): AAS 52 (1960), p. 398)

24. Trata-se, em última análise, da santificação da vida

quotidiana, no que cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que pode ser proposta  apontando para um modelo acessível a todos: São José é o modelo dos humildes, que o Cristianismo  enaltece para grandes destinos; ... é a prova de que para ser bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam “grandes coisas», mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e autênticas”. (Paulo VI, Alocução (19 de Março de 1969): Insegnamenti, VII (1969), p. 1268)

Reflexão

 

Desejar


Faz parte da condição humana, logo, é comum, natural e legítimo.

Mas, o desejo em si mesmo, é volúvel e altera-se, diminui ou extinge-se, se o tempo passa sem se o satisfazer ou, naturalmente, deixa de ter razão de existir.
Logo, o desejo é um sentimento.

Marxismo

 

         Filosofia e Religião, Vida Humana

O marxismo

  O segundo conceito erróneo de democracia é o que nos vem do sistema marxista. Concedendo igualmente, como o faz o capitalismo, o primado ao factor económico, apregoa a socialização dos bens como único processo de libertação de todas as “alienações”. A sociedade, segundo os seus princípios, está dividida em duas classes: os exploradores e os explorados. A daqueles constituem-na s detentores dos bens de produção; a destes, as classes trabalhadoras.

 O falso pressuposto baseia-se na teoria da “mais valia” de Marx. Segundo Carlos Marx, o trabalhador produz mais do que gasta. Pagando o empresário apenas o que o trabalhador gasta, apropria-se indevidamente da mais valia do trabalho “não pago”. Segundo ele, assim se formaa o “capital”. Logicamente a partir deste princípio, o marxismo nega a legitimidade da propriedade privada, pois ela não viria a ser mais do que um roubo praticado contra os trabalhadores.

  Para realizar os seus intentos, propõe-se o marxismo a conquista revolucionária do poder e a instauração da ditadura do proletariado. Dentro da sua lógica, o sistema marxista levaria ao desaparecimento das restantes alienações, entre as quais se contam a do estado e da religião.

  Neste conceito de democracia, afirma-se realmente que o poder vem do povo, mas entende-se por povo apenas as massas trabalhadoras. Delas emergem os militantes e os quadros do partido. Conscientes do sentido fatal da história, estão dispostos a realizá-lo integralmente empenhando-se para isso na activação da luta de classes. O marxismo torna-se assim uma verdadeira ditadura de pertido único que é fonte e aparelho de todo o poder. A estruturação faz-se principalmente, a partir da células de base. Por um processo selectivo ascendente, vão-ze promovendo os mais representativos e que são tidos como os que melhor encarnam a ideologia.. Segundo tal princípio, os que se encontram em níveis superiores são os que melhor servem a pressuposta causa do povo. A eles se deve, pois, uma obediência incondicional.

  Mais opressor que o primeiro, tal sistema merece um juízo mais rigoroso. Como escreve Paulo VI, o materialismo ateu, a maneira como absorve a liberdade individual na sociedade, despersonalizando o homem, negando toda e qualquer transcedência a si mesmo e às leis da história fazem com que o sistemaseja uma tomada de posição que se opões radicalmente, ou pelo menos contradiz os ponstos fundamentais da fé dos cristãos e da concepção filosófica do homem. (cf. O. A. 26)

  Quanto aos socialismos, porém, que hoje nos podem bater à porta, nem todos estão dominados por estas ideologias inaceitáveis. Um discernimento se torna necessário em cada caso concreto. Só então será possível ver o grau de adesão e compromisso permitido aos cristãos. Sê-lo-á, na medida em que se encontrarem salvaguardados os valores da liberdade, responsabilidades pessoasi e abertura espiritual, que permitam o desabrochar integral do homem (cf. O. A. 31).

 

(A Ferraz, Cristãos e liberdades democráticas, BROTÈRIA, Vol. 99, 1974)