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20/02/2021

Deus e Audácia!

 

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96)

Ao longo dos anos, apresentar-se-ão – talvez mais depressa do que pensamos – situações particularmente custosas, que vão exigir de cada um muito espírito de sacrifício e um maior esquecimento de si mesmo. Fomenta então a virtude da esperança e, com audácia, faz teu o grito do Apóstolo: Eu estimo, efectivamente, que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção alguma com a glória que há-de revelar-se em nós. Medita com segurança e com paz: como será o amor infinito derramado sobre esta pobre criatura?

Chegou a hora de, no meio das tuas ocupações habituais, exercitares a fé, despertares a esperança, avivares o amor. Quer dizer: de activar as três virtudes teologais que nos impelem a desterrar imediatamente, sem dissimulações, sem rebuço, sem rodeios, os equívocos da nossa vida profissional e da nossa vida interior. (Amigos de Deus, 71)

LEITURA ESPIRITUAL

 


Novo Testamento [i]


Evangelho

 

Mc XIV 32 – 59

 

Oração e agonia de Jesus em Getzemani

32 Chegando a uma herdade, chamada Getsemani, Jesus disse aos Seus discípulos: «Sentai-vos aqui enquanto vou orar». 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a sentir pavor e angústia. 34 E disse-lhes: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai». 35 Tendo-Se adiantado um pouco, prostrou-Se por terra e pedia que, se era possível, se afastasse d'Ele aquela hora.36 Dizia: «Abba, Pai, todas as coisas Te são possíveis; afasta de Mim este cálice; porém, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». 37 Depois, voltou e encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora? 38 Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, na verdade, está pronto mas a carne é fraca». 39 Tendo-Se retirado novamente, pôs-Se a orar, repetindo as mesmas palavras. 40 Voltando, encontrou-os outra vez a dormir, porque tinham os olhos pesados pelo sono. Não sabiam que responder-Lhe. 41 Voltou terceira vez, e disse-lhes: «Dormi agora e descansai. Basta!, é chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que Me há-de entregar».

 

Jesus é preso no horto

43 Ainda falava, quando chega Judas Iscariotes, um dos doze, e com ele muita gente armada de espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e pelos anciãos. 44 O traidor tinha-lhes dado um sinal dizendo: «Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O e levai-O com cuidado». 45 Logo que chegou, aproximando-se imediatamente de Jesus, disse-Lhe: «Mestre!», e beijou-O. 46 Então eles lançaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O. 47 Um dos presentes, tirando a espada, feriu um servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. 48 Jesus tomando a palavra, disse-lhes: «Como se Eu fosse um ladrão viestes prender-Me com espadas e varapaus? 49 Todos os dias estava entre vós ensinando no templo e não Me prendestes. Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras». 50 Então, os discípulos, abandonando-O, fugiram todos. 51 Um jovem seguia Jesus coberto somente com um lençol e prenderam-no. 52 Mas ele, largando o lençol, escapou-se-lhes nu.

 

Textos:

 


Solidão

 De resto, preparar uma visita é sempre aconselhável.

  As pessoas não são números… têm um nome, uma identidade, peculiaridades próprias que têm o direito de ver respeitadas.

  Quem se propõe prestar assistência tem, em primeiro lugar, de informar-se sobre quem vai assistir para poder adoptar um comportamento que esteja mais de acordo com a personalidade do assistido porque não se pode utilizar uma técnica generalizada, um padrão de visita.

Isso está reservado aos organismos assistenciais que, infelizmente, não têm outra possibilidade.

 Há pobres – autênticos pobres – que nem suspeitam que o são.

  Aqui cabem aqueles que não conhecem a doutrina nem a beleza da fé cristãs, porque esqueceram os rudimentos aprendidos em criança ou porque uma vida sem prática da religião os mergulhou numa ignorância profunda.

  Cabe ao cristão despertar esses conhecimentos adormecidos e insuflar nova vida no espírito dessas pessoas.

A fonte de água pura da sã doutrina, os ensinamentos da Igreja, matará a sua sede de conhecimento e o bem que se fará não é mensurável.

  Não vamos desprevenidos, preparemos um plano de conversas, sem massacrar o pobre com inúmeras teses e corolários que não serão bem acolhidos por quem, o que deseja ouvir, são coisas simples e práticas para recuperar a sua vida religiosa e a prática da fé.

  Não nos esqueçamos que não somos professores dando uma aula de religião mas apenas alguém que deseja partilhar o que sabe da religião e de Deus com outra pessoa.

  Comecemos pelas coisas simples e básicas do Catecismo, servindo-nos, por exemplo do Compêndio, sem nos alargar muito em explicações teóricas.

  A pessoa há-de, por ela própria, começar, mais tarde ou mais cedo, a fazer as perguntas que o que lhes fomos comunicando há-de suscitar.

  Se tal não acontecer, ou tardar em suceder, há que rever o que estamos a fazer e como porque, muito provavelmente, não estamos a despertar o interesse que deveríamos.

  Repete-se o conselho – prático e necessário – que já tantas vezes se referiu:

  Façamos as coisas com a direcção e orientação de quem sabe mais que nós sobre trabalhos de apostolado, nomeada e principalmente, este que se refere concretamente à formação.

  A nossa capacidade de ajudar parece inesgotável, encontramos sempre algo que podemos fazer em prol daquele que precisa.

Temos um sentido prático das coisas que nos diz quando devemos agir, quando é necessária a nossa intervenção.

Alhear-se destas realidades é viver num isolamento forçado que não tem que ver com o ser humano que é, eminentemente, um ser social

  Somos sempre mais ricos do que julgamos ser e muito menos pobres do que, muitas vezes, nos dizemos.

Quando damos algo de nós, de facto, enriquecemo-nos com a acção porque dar é uma das mais belas acções exclusivas do ser humano.

Sim… exclusivas do ser humano porque um animal irracional não dá coisa nenhuma simplesmente porque não pode, uma vez que o dar é um acto consciente de vontade própria.

Podemos andar pela vida de mão estendida, como quem espera – sempre – receber.

Mas seria bom que também abríssemos os braços para acolher quem precisa de nós.

  O que podemos fazer?

 

Muitíssimo, basta olhar à nossa volta e constatar a montanha enorme de misérias pessoais e colectivas que se abatem sobre a sociedade mais próxima.

O pouco que aportarmos será – como se dizia – muitíssimo, porque fará parte de um bolo enorme de solidariedade social.

Nunca acabaremos com a pobreza porque ela faz parte da condição humana.

  A frase de Jesus Cristo é absolutamente verdadeira – como não podia deixar de ser – e há que a ter em devida conta.

  O que podemos – e devemos – fazer, é minimizar as consequências da pobreza sobretudo junto dos mais débeis e desprotegidos ou as crianças que não têm capacidade de se auto-protegerem dos flagelos do mundo.

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

Reflexão

 

A acção do Paráclito mostra-se doce, discreta. Não elimina a liberdade da criatura – pressupõe-a sempre -, mas revela toda a sua potência divina se encontra a nossa cooperação.

 

(Javier Echevarria,  Itinerarios de vida Cristiana, Planeta, pg. 45)

Filosofia e Religião, Vida Humana

 

O liberalismo


Inspirado nas ideias igualitárias da revolução francesa, tem as suas raízes em movimentos filosóficos e religiosos anteriores. Defende, por princípio, a liberdade absoluta individual. Cada qual é o único senhor responsável dos seus direitos e iniciativas. A função do estado será a penas garantir a ordem pública necessária para a defesa dessas liberdades. Tal concepção levar-nos-ia necessariamente à lei fatal  da “luta pela vida”, em que necessariamente terá de morrer o mais fraco. Aplicado ao mundo da economia, tal príncipio reduziria o trabalho a simples mercadoria, sujeito à lei da oferta e da procura. Favoreceria o capitalismo desenfreado em que, segundo o princípio de que a matéria atrai a matéria na razão directa das massas e na inversa do quadrado das distâncias, os ricos seriam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, afastados de toda a capacidade de participação. Entrando em contradição consigo mesmo, o liberalismo acaba pois por fazer das liberdades individuais um mito e acentuar cada vez mais os desiquilíbrios sociais.

A ideologia liberal que tem servido um capitalismo infrene, lesivo dos direitos das classes trabalhadoras e da dignidadede um público manipulado pelas propagandas de consumo, constitui ainda hoje uma verdadeira ameaça. Como acentua o documento papal Octogesima Adveniens [1], fazendo reviver o capitalismo com novas expressões, através de empresas multinacionais, dada a concentração e flexibilidade dos seus meios, pode levar por diante estratégias autónomas em boa parte independentes dos poderes públicos nacionais, pô-las fora de controlo sob o ponto de vista do bem comum, criando assim uma nova forma abusiva de dominação económica nos campos social, cultural e político.

 

A Ferraz, Cristãos e liberdades democráticas, in BROTÈRIA, vol 99, 1974



[1] São Paulo VI, Carta Apostólica, 14Maio1971.

Pequena agenda do cristão

     



SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: