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20/02/2021

LEITURA ESPIRITUAL

 


Novo Testamento [i]


Evangelho

 

Mc XIV 32 – 59

 

Oração e agonia de Jesus em Getzemani

32 Chegando a uma herdade, chamada Getsemani, Jesus disse aos Seus discípulos: «Sentai-vos aqui enquanto vou orar». 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a sentir pavor e angústia. 34 E disse-lhes: «A Minha alma está numa tristeza mortal; ficai aqui e vigiai». 35 Tendo-Se adiantado um pouco, prostrou-Se por terra e pedia que, se era possível, se afastasse d'Ele aquela hora.36 Dizia: «Abba, Pai, todas as coisas Te são possíveis; afasta de Mim este cálice; porém, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». 37 Depois, voltou e encontrou-os a dormir, e disse a Pedro: «Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora? 38 Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito, na verdade, está pronto mas a carne é fraca». 39 Tendo-Se retirado novamente, pôs-Se a orar, repetindo as mesmas palavras. 40 Voltando, encontrou-os outra vez a dormir, porque tinham os olhos pesados pelo sono. Não sabiam que responder-Lhe. 41 Voltou terceira vez, e disse-lhes: «Dormi agora e descansai. Basta!, é chegada a hora; eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantai-vos, vamos; eis que se aproxima o que Me há-de entregar».

 

Jesus é preso no horto

43 Ainda falava, quando chega Judas Iscariotes, um dos doze, e com ele muita gente armada de espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e pelos anciãos. 44 O traidor tinha-lhes dado um sinal dizendo: «Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei-O e levai-O com cuidado». 45 Logo que chegou, aproximando-se imediatamente de Jesus, disse-Lhe: «Mestre!», e beijou-O. 46 Então eles lançaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O. 47 Um dos presentes, tirando a espada, feriu um servo do sumo sacerdote e cortou-lhe uma orelha. 48 Jesus tomando a palavra, disse-lhes: «Como se Eu fosse um ladrão viestes prender-Me com espadas e varapaus? 49 Todos os dias estava entre vós ensinando no templo e não Me prendestes. Mas isto acontece para que se cumpram as Escrituras». 50 Então, os discípulos, abandonando-O, fugiram todos. 51 Um jovem seguia Jesus coberto somente com um lençol e prenderam-no. 52 Mas ele, largando o lençol, escapou-se-lhes nu.

 

Textos:

 


Solidão

 De resto, preparar uma visita é sempre aconselhável.

  As pessoas não são números… têm um nome, uma identidade, peculiaridades próprias que têm o direito de ver respeitadas.

  Quem se propõe prestar assistência tem, em primeiro lugar, de informar-se sobre quem vai assistir para poder adoptar um comportamento que esteja mais de acordo com a personalidade do assistido porque não se pode utilizar uma técnica generalizada, um padrão de visita.

Isso está reservado aos organismos assistenciais que, infelizmente, não têm outra possibilidade.

 Há pobres – autênticos pobres – que nem suspeitam que o são.

  Aqui cabem aqueles que não conhecem a doutrina nem a beleza da fé cristãs, porque esqueceram os rudimentos aprendidos em criança ou porque uma vida sem prática da religião os mergulhou numa ignorância profunda.

  Cabe ao cristão despertar esses conhecimentos adormecidos e insuflar nova vida no espírito dessas pessoas.

A fonte de água pura da sã doutrina, os ensinamentos da Igreja, matará a sua sede de conhecimento e o bem que se fará não é mensurável.

  Não vamos desprevenidos, preparemos um plano de conversas, sem massacrar o pobre com inúmeras teses e corolários que não serão bem acolhidos por quem, o que deseja ouvir, são coisas simples e práticas para recuperar a sua vida religiosa e a prática da fé.

  Não nos esqueçamos que não somos professores dando uma aula de religião mas apenas alguém que deseja partilhar o que sabe da religião e de Deus com outra pessoa.

  Comecemos pelas coisas simples e básicas do Catecismo, servindo-nos, por exemplo do Compêndio, sem nos alargar muito em explicações teóricas.

  A pessoa há-de, por ela própria, começar, mais tarde ou mais cedo, a fazer as perguntas que o que lhes fomos comunicando há-de suscitar.

  Se tal não acontecer, ou tardar em suceder, há que rever o que estamos a fazer e como porque, muito provavelmente, não estamos a despertar o interesse que deveríamos.

  Repete-se o conselho – prático e necessário – que já tantas vezes se referiu:

  Façamos as coisas com a direcção e orientação de quem sabe mais que nós sobre trabalhos de apostolado, nomeada e principalmente, este que se refere concretamente à formação.

  A nossa capacidade de ajudar parece inesgotável, encontramos sempre algo que podemos fazer em prol daquele que precisa.

Temos um sentido prático das coisas que nos diz quando devemos agir, quando é necessária a nossa intervenção.

Alhear-se destas realidades é viver num isolamento forçado que não tem que ver com o ser humano que é, eminentemente, um ser social

  Somos sempre mais ricos do que julgamos ser e muito menos pobres do que, muitas vezes, nos dizemos.

Quando damos algo de nós, de facto, enriquecemo-nos com a acção porque dar é uma das mais belas acções exclusivas do ser humano.

Sim… exclusivas do ser humano porque um animal irracional não dá coisa nenhuma simplesmente porque não pode, uma vez que o dar é um acto consciente de vontade própria.

Podemos andar pela vida de mão estendida, como quem espera – sempre – receber.

Mas seria bom que também abríssemos os braços para acolher quem precisa de nós.

  O que podemos fazer?

 

Muitíssimo, basta olhar à nossa volta e constatar a montanha enorme de misérias pessoais e colectivas que se abatem sobre a sociedade mais próxima.

O pouco que aportarmos será – como se dizia – muitíssimo, porque fará parte de um bolo enorme de solidariedade social.

Nunca acabaremos com a pobreza porque ela faz parte da condição humana.

  A frase de Jesus Cristo é absolutamente verdadeira – como não podia deixar de ser – e há que a ter em devida conta.

  O que podemos – e devemos – fazer, é minimizar as consequências da pobreza sobretudo junto dos mais débeis e desprotegidos ou as crianças que não têm capacidade de se auto-protegerem dos flagelos do mundo.

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

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