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Leitura espiritual Fev 06

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Mc VIII, 10-26

 

Os fariseus pedem um prodígio

10 Subindo logo para o barco com os discípulos, foi para os lados de Dalmanuta. 11 Apareceram os fariseus e começaram a discutir com Ele, pedindo-lhe um sinal do céu para o pôr à prova. 12 Jesus, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: sinal algum será concedido a esta geração.» 13 E, deixando-os, embarcou de novo e foi para a outra margem.

 

O fermento dos fariseus

14 Os discípulos tinham-se esquecido de levar pães e só traziam um pão no barco. 15 Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.» 16 E eles discorriam entre si: «Não temos pão.» 17 Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a discorrer que não tendes pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o vosso coração endurecido? 18 Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não ouvis? E não vos lembrais 19 de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes, quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.» 20 «E quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de bocados recolhestes?» Responderam: «Sete.» 21 Disse-lhes então: «Ainda não compreendeis?»

 

O cego de Betsaida

22 Chegaram a Betsaida e trouxeram-lhe um cego, pedindo-lhe que o tocasse. 23 Jesus tomou-o pela mão e conduziu-o para fora da aldeia. Deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou: «Vês alguma coisa?» 24 Ele ergueu os olhos e respondeu: «Vejo os homens; vejo-os como árvores a andar.» 25 Em seguida, Jesus impôs-lhe outra vez as mãos sobre os olhos e ele viu perfeitamente; ficou restabelecido e distinguia tudo com nitidez. 26 Jesus mandou-o para casa, dizendo: «Nem sequer entres na aldeia.»


Texto:

 


  Castidade

  Como já se disse o prazer é sempre efémero por isso a busca de novas sensações e momentos de satisfação torna-se uma verdadeira necessidade e não poucas vezes uma obsessão.

A imaginação joga um papel decisivo e deixá-la “à solta” acaba quase sempre por forçar a atitude.

  Muitas vezes a pessoa dominada por este vício ultrapassa os limites da normalidade - por assim dizer - de uma actuação própria que não existiria se o não tivesse. Chega a cometer autênticos crimes contra si próprio ou contra terceiros. Configura um desprezo ou pelo menos falta de consideração pelo próprio corpo e pelo dos outros.

O respeito pelo corpo é sem dúvida alguma uma característica do carácter bem formado.

A pessoa sabe que o corpo é como que o invólucro da alma e portanto deve ser respeitado na sua integridade e nunca usado como um meio objecto de prazer ou deleite.

A modéstia e o decoro pessoais caracterizam a pessoa consciente desta realidade.

  Ter a noção correcta do que é permitido e que não o é, dos limites onde se deve actuar, faz parte integrante desse carácter bem formado e bem informado.

  Não se deve encarar este tema pela negativa com uma posição redutora do seu âmbito ou da sua importância; pelo contrário, é conveniente ter bem claro que a castidade é uma das mais belas e gratificantes virtudes como, no fim e ao cabo são todas a virtudes que exigem luta, perseverança, vigilância e vontade expressas da sua defesa.

  Quanto maior a luta e mais árduo o esforço maior o prémio e a satisfação pessoal quando se vence.

  Ora bem, como pode estranhar-se que uma virtude exija luta e coragem para se manter e conservar quando o vício também os exige para a sua satisfação?

  Ao discorrer sobre a castidade é fundamental ter uma atitude positiva porque não se trata nem de algo estranho, raro e muito menos impossível.

Ser casto nas palavras, atitudes, comportamentos não é de modo nenhum algo reservado a pessoas com alguma vocação especial.

  Algumas têm a castidade pessoal como uma exigência atinente a essa mesma vocação havendo até nalguns casos compromisso solene de a observar.

O comum das pessoas não têm esse compromisso mas sim esse dever, muito particularmente como dever de estado. Isto é, a pessoa consciente sabe que a castidade pessoal joga forte na sua vida.

Longe de ser um “problema” observar a castidade é uma vitória pessoal sobre as inclinações naturais, um triunfo da vontade, uma escolha gratificante.

  A cedência causa sempre amargura e insatisfação, não ceder, bem ao contrário, traz consigo o doce sabor da vitória.

  Durante muito tempo a direcção espiritual dos jovens centrava-se muito na castidade e não poucas vezes esta forma de proceder causava no jovem um autêntico obstáculo à sua vida interior tornando-se, com o  desenvolvimento pessoal, numa quase obsessão limitando muito o critério, a tranquilidade e a visão correcta e desapaixonada da consideração da sexualidade.

  Algo natural e comum tornava-se assim num problema de proporções por vezes desmedidas num misto de sentimentos de fraqueza, cedências, descontrolo e, evidentemente, de vergonha.

Por causa disso muitos jovens se afastaram da direcção espiritual e da prática dos sacramentos  nomeadamente da confissão sacramental.

Bem se sabe que meses tempos o tema era de difícil abordagem nomeadamente entre filhos e pais. Era como que um tema “tabu” que por costume não se abordava.

A juventude educada na escola oficial era a que mais sofria com esta situação já que  normalmente os  estabelecimentos de ensino não proporcionavam direcção espiritual aos seus alunos deixando assim os jovens como que entregues a si mesmos procurando adrede respostas para as questões que inevitavelmente vão surgindo com o avançar dos anos.

E não poucas vezes não encontrando o  esclarecimento que procuram ou, o que é pior, as respostas vêm daqueles que não têm nem seriedade, nem critério, nem  conhecimentos que lhes permitam responder de uma forma séria e conclusiva, o jovem vai mergulhando num poço ao qual não encontra fundo e ou se deixa ir nesse mergulho sem objectivo, ou se desinteressa completamente por interrogar-se, esclarecer as suas dúvidas e se comporta como se não houvesse nem limites a observar nem regras a ter em conta.

Nestes casos e situações encontram terreno fértil as solicitações próprias da sexualidade juvenil.

  Seria, pois, na minha opinião, muito mais eficaz falar-se de pureza e amor.

  O problema da sexualidade está intimamente ligado a estes dois parâmetros já que a sexualidade tem um âmbito muitíssimo mais abrangente que a mera acção sexual que, se não envolve ou considera o amor como motor e causa, não passa de um acto de mera satisfação pessoal.

  De facto é recorrente chamar-se à acção do acto “fazer amor” o que quer dizer exactamente que se aceita aquele como a expressão física e emocional daquela.

E porque segundo as leis da própria natureza o acto sexual está  intrinsecamente orientado para um fim que é a procriação e a propagação da espécie, não se deve admitir sob outro pretexto  qualquer.

  Posto isto é bem de ver que os dois envolvidos no acto sexual têm  forçosamente de ser de géneros diferentes, ou seja, macho e fêmea.

  Estes, pelas mesmas leis da natureza, elegem-se mutuamente para levarem a cabo essa acção procriadora, quer levados pelos seus instintos apelativos, no caso dos irracionais, quer pelos  sentimentos que os atraírem mutuamente no que se refere ao ser humano e, neste caso, é o amor.

  Claro... também existe a atracção que suscita o desejo mas esta é a acção primária que deve levar àquele. E, a verdade é que, mesmo desvanecidas a atracção e mitigado o desejo com o passar dos anos e o "amortecimento" do libido, o amor permanece cada vez mais forte e seguro, construído passo a passo no dia-a-dia da vida em comum e pode afirmar-se que já não necessita de exercitar o sexo para continuar a existir. 

Se assim não fosse, as pessoas de idade mais avançada não encontrariam o amor mútuo nas suas vidas.

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

São José

 


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA

REDEMPTORIS CUSTOS

DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II

SOBRE A FIGURA E A MISSÃO

DE SÃO JOSÉ

NA VIDA DE CRISTO E DA IGREJA

 

O CONTEXTO EVANGÉLICO

 

III

 

O HOMEM JUSTO - O ESPOSO

 

17. No decorrer da sua vida, que foi uma peregrinação na fé, José, como Maria, permaneceu fiel até ao fim ao chamamento de Deus. A vida de Maria foi o cumprimento até às últimas consequências daquele primeiro fiat (faça-se) pronunciado no momento da Anunciação; ao passo que José - como já foi dito - não proferiu palavra alguma, aquando da sua «anunciação»: «fez como o anjo do Senhor lhe ordenara» (Mt 1, 24). E este primeiro «fez» tornou-se o princípio da «caminhada de José». Ao longo desta caminhada, os Evangelhos não registram palavra alguma que ele tenha dito. Mas esse silêncio de José tem uma especial eloquência: graças a tal atitude, pode captar-se perfeitamente a verdade contida no juízo que dele nos dá o Evangelho: o «justo» (Mt 1, 19).

 

É necessário saber ler bem esta verdade, porque nela está contido um dos mais importantes testemunhos acerca do homem e da sua vocação. No decurso das gerações a Igreja lê, de maneira cada vez mais atenta e mais cônscia este testemunho, como que tirando do tesouro desta insígne figura «coisas novas e coisas velhas» (Mt 13, 52).

 

18. O homem «justo» de Nazaré possui sobretudo as características bem nítidas do esposo. O Evangelista fala de Maria como de «uma virgem desposada com um homem ... chamado José» (Lc 1, 27). Antes de começar a realizar-se «o mistério escondido desde todos os séculos em Deus» (Ef 3, 9), os Evangelhos põem diante de nós a imagem do esposo e da esposa. Segundo o costume do povo hebraico, o matrimónio constava de duas fases: primeiro, era celebrado o matrimónio legal (verdadeiro matrimónio); e depois, só passado um certo período, é que o esposo introduzia a esposa na própria casa. Antes de viver junto com Maria, portanto, José já era o seu «esposo»; Maria, porém, conservava no seu íntimo o desejo de fazer o dom total de si mesma exclusivamente a Deus. Poder-se-ia perguntar de que modo este desejo se conciliava com as «núpcias». A resposta vem-nos somente do desenrolar dos acontecimentos salvíficos, isto é, da acção especial do próprio Deus. Desde o momento da Anunciação, Maria sabe que deve realizar-se o seu desejo virginal, de entregar-se a Deus de modo exclusivo e total, precisamente tornando-se mãe do Filho de Deus. A maternidade por obra do Espírito Santo é a forma de doação que o próprio Deus espera da Virgem, «desposada» com José. E Maria pronuncia o seu fiat (faça-se).

 

O facto de ela ser «desposada» com José está incluído no mesmo desígnio de Deus. Isso é indicado por ambos os Evangelistas citados, mas de maneira particular por São Mateus. São muito significativas as palavras ditas a José: «Não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo» (Mt 1, 20). Elas explicam o mistério da esposa de José: Maria é virgem na sua maternidade. Nela «o Filho do Altíssimo» assume um corpo humano e torna-se «o Filho do homem».

 

Dirigindo-se a José com as palavras do anjo, Deus dirige-se a ele como sendo esposo da Virgem de Nazaré. Aquilo que nela se realizou por obra do Espírito Santo exprime ao mesmo tempo uma confirmação especial do vínculo esponsal, que já existia antes entre José e Maria. O mensageiro diz claramente a José: «Não temas receber contigo, Maria, tua esposa». Por conseguinte, aquilo que tinha acontecido anteriormente — os seus esponsais com Maria — tinha acontecido por vontade de Deus e, portanto, devia ser conservado. Na sua maternidade divina, Maria deve continuar a viver como «uma virgem, esposa de um esposo» (cf. Lc 1, 27).

Reflexão

 

Na hora da secura, do fastio, inclusive ante o espiritual; na hora do esgotamento da inteligência; e – só no que se refere a nós – na hora da tibieza, voltemos os olhos para Jesus Cristo orante no Horto e saberemos tirar partido dessas situações, recobrando forças – ainda que não desapareçam os sintomas externos – até saltar para for a do sepulcro da apatia.

 

(Javier Echevarria, Getsemani, Planeta, 3ª Ed. Pg. 180)

Filosofia, Religião, Condição Humana

 

A doutrina sagrada é uma ciência?

 

QUANTO AO SEGUNDO ARTIGO, ASSIM SE PROCEDE: Parece não ser ciência a doutrina sagrada.

1. – Pois toda ciência provém de princípios por si evidentes, ao passo que procede a doutrina sagrada dos artigos da fé, inevidentes em si, por serem não universalmente aceitos; porque a fé não é de todos, diz a Escritura (II Ts. 3, 2). Logo, não é ciência a doutrina sagrada.

2. – Ademais, do indivíduo não há ciência. Mas a doutrina sagrada trata de factos individuais, como sejam os feitos de Abraão, Isaac, Jacó e semelhantes. Logo, não é ciência a doutrina sagrada.

EM SENTIDO CONTRÁRIO, diz Agostinho: “A esta ciência pertence apenas aquilo pelo qual a fé, bem salutar, é gerada, alimentada, defendida, corroborada”. Ora, tais funções não pertencem a ciência alguma, a não ser à doutrina sagrada. Logo, a doutrina sagrada é uma ciência.



RESPONDO. A doutrina sagrada é ciência. Porém, cumpre saber que há dois géneros de ciências. Umas partem de princípios conhecidos à luz natural do intelecto, como a aritméctica, a geometria e semelhantes. Outras provém de princípios conhecidos por ciência superior; como a perspectiva, de princípios explicados na geometria, e a música, de princípios aritmécticos. E deste modo é ciência a doutrina sagrada, pois deriva de princípios conhecidos à luz duma ciência superior, a saber: a de Deus e dos santos. Portanto, como aceita a música os princípios que lhe fornece o aritméctico, assim a doutrina sagrada tem fé nos princípios que lhe são revelados por Deus.

QUANTO AO 1º, portanto, deve dizer-se que os princípios de qualquer ciência, ou são por si mesmos evidentes, ou se reduzem à evidência de alguma ciência superior. E tais são os princípios da doutrina sagrada, como dissemos.

QUANTO AO 2º, deve dizer-se que na doutrina sagrada, os factos individuais não são tratados principalmente, senão apenas introduzidos a título de exemplo prático, como nas ciências morais; ou também no intuito de apurar a autoridade dos homens que nos transmitiram a revelação divina, na qual se funda a Sagrada Escritura ou doutrina.

 

São Tomás de Aquino, Summa Theológica

Pequena agenda do cristão

   



SÁBADO

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: