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08/01/2021

Servir o Senhor no mundo

 

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)


Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.

Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

 

São José CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE 7

 

CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

 

7. Pai na sombra

 

O escritor polaco Jan Dobraczyński, no seu livro A Sombra do Pai, (Edição original: Cień Ojca (Varsóvia 1977) narrou a vida de São José em forma de romance. Com a sugestiva imagem da sombra, apresenta a figura de José, que é, para Jesus, a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os seus passos sem nunca se afastar d’Ele. Lembra o que Moisés dizia a Israel: «Neste deserto (…) vistes o Senhor, vosso Deus, conduzir-vos como um pai conduz o seu filho, durante toda a caminhada que fizeste até chegar a este lugar» (Dt 1, 31). Assim José exerceu a paternidade durante toda a sua vida. (Cf. São João Paulo II, Exort. ap. Redemptoris custos (15 de agosto de 1989), 7-8: AAS 82 (1990), 12-16).

 

Não se nasce pai, torna-se tal... E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exercita a paternidade a seu respeito.

 

Na sociedade atual, muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pai. A própria Igreja de hoje precisa de pais. Continua atual a advertência dirigida por São Paulo aos Coríntios: «Ainda que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo, não teríeis muitos pais» (1 Cor 4, 15); e cada sacerdote ou bispo deveria poder acrescentar como o Apóstolo: «Fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, pelo Evangelho» (4, 15). E aos Gálatas diz: «Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós!» (Gl 4, 19).

 

Francisco

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 8

 

Evangelho

 

Mt XXII 33 – 40

 

Os saduceus e a ressureição

 

23 Nesse mesmo dia, os saduceus, que não acreditam na ressurreição, foram ter com Ele e interrogaram-no. 24 «Mestre, Moisés disse: Se algum homem morrer sem filhos, o seu irmão casará com a viúva, para suscitar descendência ao irmão. 25 Ora, entre nós havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu sem descendência, deixando a mulher a seu irmão; 26 sucedeu o mesmo ao segundo, depois ao terceiro, e assim até ao sétimo. 27 Depois de todos eles, morreu a mulher. 28 Então, na ressurreição, de qual dos sete será ela mulher, visto que o foi de todos?» 29 Jesus respondeu-lhes: «Estais enganados, porque desconheceis as Escrituras e o poder de Deus. 30 Na ressurreição, nem os homens terão mulheres nem as mulheres, maridos; mas serão como anjos no Céu. 31 E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus disse: 32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob? Não dos mortos, mas dos vivos é que Ele é Deus!» 33 E a multidão, ouvindo-o, maravilhava-se com a sua doutrina. 34 Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. 35 E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: 36 «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» 37 Jesus disse-lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. 38 Este é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»

 


Generosidade

 

  Desde Descartes – que tentou definir a generosidade de modo científico – até aos pensadores mais comuns tem-se tentado dar uma imagem concreta da generosidade.

  De facto, parece-me, uma virtude bastante complexa que tem a ver com a maneira de ser, o carácter, de cada indivíduo.

Quero dizer que não há uma fórmula que se aplique para ser generoso já que, cada ser humano reage de forma diferente perante circunstâncias semelhantes.

Aliás, também não é quantitativa porque, não se é muito ou pouco generoso, ou se é ou não se é de todo.

Parece-me que a generosidade se avalia melhor considerando a entrega que de si mesmo se faz a um apelo, convite, chamamento.

A resposta à vocação pessoal envolve, seguramente, generosidade, porque significará sempre uma escolha, uma eleição entre algo que significa desprendimento de alguma coisa com a finalidade de conseguir alcançar outra.

  Tem, portanto, a ver com a entrega consciente e desejada a um ideal de vida para atingir um determinado fim, bom, para si mesmo e para os outros.

  A entrega só o é se for total, completa, incondicional, aceitando e cumprindo os quesitos necessários para atingir o fim proposto.

  A generosidade é: desapego livre e intencional.

  Se for assim, dar pode ser um acto de generosidade; se não, será algo feito com espírito de obter retorno, ou apenas cumprir aquilo que se julga ser uma obrigação naquela circunstância particular.

Vemos que, a ser assim, a generosidade envolve algum sacrifício, tal como a entrega, já que ao seleccionar algo se descarta alguma outra coisa.

  A vocação é também uma eleição, uma escolha de algo que convém em detrimento de algo que não interessa.

  O homem só pode ser inteiramente feliz se seguir a vocação que lhe foi sugerida pelo Espírito Santo no seu íntimo.

  Por isso a felicidade é interior e não exterior, porquanto não depende do que fazemos, mas do que pensamos.

Considerando a felicidade como que uma gama de emoções ou sentimentos, que abarca desde o contentamento ou satisfação até à alegria intensa ou júbilo e, ainda, significando bem-estar ou paz intrior, percebemos que, a suprema aspiração do homem, é, sem dúvida, ser feliz.

  Será lícito, portanto, concluir que na base da felicidade pessoal está a virtude da generosidade.

 

Obediência

 

  A obediência define-se como um comportamento pelo qual alguém aceita ordens dadas por outrem.

O termo obediência, tal como a acção de obedecer, conduz da escuta atenta à acção, que pode ser puramente passiva ou exterior ou, pelo contrário, provocar uma profunda atitude interna de resposta.

Obedecer implica, em diverso grau, a subordinação da vontade a uma autoridade, o acatamento de uma instrução, o cumprimento de um pedido ou a abstenção de algo que é proibido.

A figura da autoridade que merece obediência pode ser, antes de mais, uma pessoa, mas também, uma doutrina ou uma ideologia e, em grau superior, a própria consciência e Deus.

  Está intimamente ligada à liberdade já que, a obediência só é verdadeira quando é uma opção livremente tomada e aceite.

  A liberdade dos Filhos de Deus, que somos todos os homens, sugere essa obediência natural ao Pai, ao Criador, ao Senhor que dispôs de forma coerente e possível onde, como e quando a obediência deve existir.

Com os Mandamentos, Deus entregou ao homem um código de conduta que é a lei natural que deve reger a sua vida.

Não é necessário acreditar em Deus para, não matar alguém num acto de vingança, por exemplo, uma vez que se vai contra a lei natural que deve reger o comportamento humano em sociedade.

Mas, o facto de ser cristão reveste o acto de um valor superior, ou acrescenta-lhe responsabilidade.

 Sendo um acto interior da vontade, a obediência forma-se na consciência do que é útil ou conveniente fazer em cada circunstância para viver – conviver – na sociedade humana dentro dos parâmetros comummente aceites como necessários.

  A obediência passiva caracteriza-se pela aceitação pura e simples do que é sugerido ou mandado, quer interiorizando quer demonstrando-a por acções concretas, ao passo que, a activa, se traduz numa atitude profunda e concreta de execução do que é sugerido ou mandado, como será, por exemplo, a entrega sugerida como sendo a vocação própria.

  Como se disse, a obediência só o é, verdadeiramente, como emanação livre da vontade própria e, portanto, não pode nunca ser confundida com sujeição ou submissão.

  Por isso mesmo, o acto de obedecer, implica, sempre, uma escolha, uma opção.

 

 

Reflexão

 

Quando a alma, movida pelo Espírito Santo, encaminha toda a sua existência segundo as exigências do amor, o que Deus possa pedir-lhe já não se considera um conjunto de renúncias, pesos, sacrifícios, mas de oportunidades para encontrar Deus e unir-se mais a Ele. A maturidade do sentido cristão alcança-se precisamente através da vitória do amor, que rejeita o medo, o egoísmo ou, pelo menos, a desconfiança.

 

(Javier Echevaria, Itinerarios de vida Cristiana, Planeta, pg. 44)

Perguntas e respostas

HOMOSSEXUALIDADE

C. PREGUNTAS FREQUENTES

4. E o orgulho gay?

 

Qualquer tipo de orgulho é perigoso, prejudicial. Propagandear um problema não o resolve, mas impede a procura de soluções. Neste caso, o orgulho convida-os a reafirmar-se em ações que deterioram as suas vidas.

Pequena agenda do cristão

                          Sexta-Feira


Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?