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04/01/2021

A nossa tendência para o egoísmo não morre

 

Não ponhas o teu "eu" na tua saúde, no teu nome, na tua carreira, na tua ocupação, em cada passo que dás... Que coisa tão maçadora! Parece que te esqueceste que "tu" não tens nada, é tudo d'Ele. Quando ao longo do dia te sentires, talvez sem razão, humilhado; quando pensares que o teu critério deveria prevalecer; quando notares que a cada instante borbota o teu "eu", o teu, o teu, o teu..., convence-te de que estás a matar o tempo e que estás a precisar que "matem" o teu egoísmo. (Forja, 1050)

Convém deixar o Senhor meter-se nas nossas vidas e entrar confiadamente sem encontrar obstáculos nem recantos obscuros. Nós, os homens, tendemos a defender-nos, a apegar-nos ao nosso egoísmo. Sempre tentamos ser reis, ainda que seja do reino da nossa miséria. Entendei através desta consideração por que motivo temos necessidade de recorrer a Jesus: para que Ele nos torne verdadeiramente livres e, dessa forma, possamos servir a Deus e a todos os homens. Só assim perceberemos a verdade daquelas palavras de São Paulo: Agora, porém, livres do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santificação e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, ao passo que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Nosso Senhor Jesus Cristo. Estejamos precavidos, portanto, visto que a nossa tendência para o egoísmo não morre e a tentação pode insinuar-se de muitas maneiras. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a fé, porque a sua vontade não se manifesta com aparato ruidoso; às vezes o Senhor sugere o seu querer como que em voz baixa, lá no fundo da consciência; e é necessário escutar atentamente para distinguir essa voz e ser-Lhe fiel. (Cristo que passa, 17)

São José

 


CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE 04 Jan

DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

 

5. Pai com coragem criativa

 

Se a primeira etapa de toda a verdadeira cura interior é acolher a própria história, ou seja, dar espaço no nosso íntimo até mesmo àquilo que não escolhemos na nossa vida, convém acrescentar outra caraterística importante: a coragem criativa. Esta vem ao de cima sobretudo quando se encontram dificuldades. Com efeito, perante uma dificuldade, pode-se estacar e abandonar o campo, ou tentar vencê-la de algum modo. Às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter.

 

Frequentemente, ao ler os «Evangelhos da Infância», apetece-nos perguntar por que motivo Deus não interveio de forma direta e clara. Porque Deus intervém por meio de acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos primórdios da história da redenção; é o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7). Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-14).

 

Numa leitura superficial destas narrações, a impressão que se tem é a de que o mundo está à mercê dos fortes e poderosos, mas a «boa notícia» do Evangelho consiste precisamente em mostrar como, não obstante a arrogância e a violência dos dominadores terrenos, Deus encontra sempre a forma de realizar o seu plano de salvação. Às vezes também a nossa vida parece à mercê dos poderes fortes, mas o Evangelho diz-nos que Deus consegue sempre salvar aquilo que conta, desde que usemos a mesma coragem criativa do carpinteiro de Nazaré, o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência.

 

Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar.

 

Trata-se da mesma coragem criativa demonstrada pelos amigos do paralítico que, desejando levá-lo à presença de Jesus, fizeram-no descer pelo teto (cf. Lc 5, 17-26). A dificuldade não deteve a audácia e obstinação daqueles amigos. Estavam convencidos de que Jesus podia curar o doente e, «não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao teto e, através das telhas, desceram-no com a enxerga, para o meio, em frente de Jesus. Vendo a fé daqueles homens, disse: “Homem, os teus pecados estão perdoados”» (5, 19-20). Jesus reconhece a fé criativa com que aqueles homens procuram trazer-Lhe o seu amigo doente.

 

Francisco

 

Notas:

 

© Copyright - Libreria Editrice Vaticana

 

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 4

 

Evangelho

 

Mt XXI 1 - 17

 

Entrada triunfal em Jerusalém

 

1 Quando já se aproximavam de Jerusalém, chegaram a Betfagé, junto ao monte das Oliveiras. Jesus enviou dois discípulos, 2 dizendo-lhes: «Ide à aldeia que está em frente de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e com ela um jumentinho. Soltai-os e trazei-mos. 3 E, se alguém vos disser alguma coisa, respondereis: ‘O Senhor precisa deles, mas logo os devolverá.’» 4 Isto sucedeu para se cumprir o que fora anunciado pelo profeta: 5 Dizei à filha de Sião: Aí vem o teu Rei, ao teu encontro, manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta. 6 Os discípulos foram e fizeram como Jesus lhes ordenara. 7 Trouxeram a jumenta e o jumentinho, puseram as suas capas sobre eles e Jesus sentou-se em cima. 8 Uma grande multidão estendia as suas capas no caminho; outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos pelo chão. 9 E todos, quer os que iam à sua frente, quer aqueles que o seguiam, diziam em altos brados: Hossana ao Filho de David! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas! 10 Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou em alvoroço. «Quem é este?» - perguntavam. 11 E a multidão respondia: «É Jesus, o profeta de Nazaré, da Galileia.»

 

Jesus expulsa os vendilhões do templo

 

12 Jesus entrou no templo e expulsou dali todos os que nele vendiam e compravam. Derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores de pombas, dizendo-lhes: 13 «Está escrito: A minha casa há-de chamar-se casa de oração, mas vós fazeis dela um covil de ladrões.» 14 Aproximaram-se dele, no templo, cegos e coxos, e Ele curou-os. 15 Perante os prodígios que realizava e as crianças que gritavam no templo: «Hossana ao Filho de David», os sumos sacerdotes e os doutores da Lei ficaram indignados 16 e disseram-lhe: «Ouves o que eles dizem?» Respondeu Jesus: «Sim. Nunca lestes: Da boca dos pequeninos e das crianças de peito fizeste sair o louvor perfeito?» 17 Depois afastou-se deles, saiu da cidade e foi para Betânia, onde pernoitou.

 


Fidelidade

 

Deve haver uma finalidade superior em todos os actos que se praticam, mesmo os mais banais.

  A finalidade superior de, por exemplo, comer é alimentar-se e não degustar algo que dá prazer ou contentamento.

Se esse prazer e contentamento existem tanto melhor, mas ninguém, de bom senso, deixará de comer porque o único alimento disponível não lhe agrada.

Nisto se diferencia o ser humano do animal.

Aquele come para se alimentar, este come para se saciar.

Daí que devamos comer o que de facto necessitamos, e não mais o que implica um acto da nossa vontade, um controlo sobre o apetite ou o desejo.

De tal forma assim é – deve ser – que quando verificamos que o nosso corpo mostra as consequências de uma alimentação desregrada ou exagerada, começamos uma dieta que, mais não é, que uma contenção forçada pela vontade.

  A luta interior que o ser humano trava durante toda a sua vida consciente é a consequência necessária de uma atracção para a perfeição.

Conduzir a vida como se esta fosse constituída por uma série de actos inevitáveis, aguardando sem expectativa o que se sucede no tempo, não é próprio de um ser inteligente.

Alguns chamam-lhe ''destino'' e fazem-no deixando transparecer uma inevitabilidade.

Estão absolutamente errados.

De facto, no próprio momento da concepção, Deus cria e atribui a esse novo ser uma alma.

  Sendo espiritual e directamente criada por Deus, a alma tem essa marca divina que a torna imortal.

  O humano tem características próprias - o ADN - que lhe vêm dos seus pais biológicos. Estas têm a ver apenas e somente com questões de ordem física e, evidentemente, podem ser cultivadas, rejeitadas, até manipuladas.

  A alma, que é a chama da vida que só se manterá enquanto habitar no corpo, tem o “ADN” divino, que não sofre mutação em nenhum caso ou circunstâncias.

  A luta interior é exactamente o confronto entre estas duas “estruturas” do ser humano.

A primeira evolui à medida que a vida vai avançando no tempo, trazendo à tona as suas características dominantes, criando, quase sempre, à segunda, uma necessidade de domínio, de controlo.

As potências espirituais da alma, tendem, naturalmente, a controlar as potências físicas.

  Entre as potências espirituais da alma contam-se a inteligência que permite a aquisição de conhecimento, as qualidades, as tendências boas, as emoções, a capacidade de distinção do bom do mau.

  Diria que há, contudo, uma necessidade comum às duas “estruturas” e que é a sua “alimentação”.

  Na primeira parece óbvia a necessidade de crescimento, a manutenção em boas condições da sua existência o que o homem faz, normalmente, á medida do tempo que vai decorrendo.

Pois, de modo similar, a estrutura espiritual, a alma e as suas potências, também carecem de alimento de manutenção.

Mas, neste caso, o homem não pode consegui-lo sem a participação activa de Deus.

  Deus não tem porque o fazer e, o que é certo é que, só o fará a instâncias do homem.

 

FILOSOFIA, RELIGIÃO, VIDA HUMANA.

 

A alma

 

O homem não se engana quando se reconhece superior às coisas materiais e se considera algo mais do que simples parcela da natureza ou anónimo elemento da cidade dos homens; Pela sua interioridade, transcende o universo das coisa; Tal é o conhecimento profundo que alcança quando reentra no seu interior, onde Deus, que perscruta os corações, o espera e onde ele, sob o olhar do Senhor, decide a sua própria sorte.

Ao reconhecer, pois, em si uma alma espiritual e imortal, não se ilude com uma enganosa criação imaginária, mero resultado de condições físicas e sociais; atinge, pelo contrário, a verdade profunda das coisas.

 

(Enc. Gaudium et Spes, 14)

Pequena agenda do cristão

 

SeGUNDa-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?