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02/08/2021

NUNC COEPI: Publicações em Agosto 2

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Segunda-Feira

 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me: 

Sorrir, ser amável.

 


LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

 

 

Lc II, 1-40

 

Nascimento de Jesus

1 Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. 2 Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. 3 Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. 4 Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, 5 a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. 6 E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz 7 e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria.

 

Os pastores e o presépio

8 Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. 9 Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. 10 O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: 11 Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. 12 Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.» 13 De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: 14 «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado.» 15 Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» 16 Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. 17 Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. 18 Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. 19 Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. 20 E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

 

Circuncisão e apresentação no templo

21 Quando se completaram os oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno.     33 Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. 34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; 35 uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» 36 Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, 37 ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. 38 Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

 

Jesus em Nazaré

39 Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. 40 Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

 

Comentário

 

Lição de humildade, exemplo de cumprimento da Lei que é a Vontade de Deus, eis o que a Santíssima Virgem nos quer dizer neste trecho do Evangelho de São Lucas.

Se Maria se tivesse eximido a tal disposição legal, o que com inteira propriedade poderia ter feito porque era Imaculada, teria suscitado en­tre as pessoas de seu conhecimento, vizinhos, parentes, etc., estra­nheza e admiração, talvez, críticas, seguramente perguntas a que não tinha porque responder.

Tal como seu Filho, uma criança em tudo igual às outras crianças da sua aldeia, também Maria, não quer sobressair quando o próprio Filho pretende que a Sua Divindade passe, por enquanto, incógnita.

São Lucas detém-se com alguma demora, nestes episódios da vida de Jesus, que, só Maria Santíssima lhe poderia ter transmitido com tanta abundância de pormenores.

São relato de acontecimentos normais e correntes naqueles tem­pos e, ao participar neles a Sagrada Família age com toda a sim­plicidade das restantes famílias da sua terra, em nada sobressai, nada se evidencia de peculiar.

Exemplo de humildade e discrição que podemos - e devemos - imitar.

Não tinhas porque ir ao templo.  Estavas - eras - Imaculada.

Mas quiseste dar-nos o exemplo: Cumprir as leis humanas justas e, com maior obrigação, as Leis do Magistério. Que eu saiba encontrar neste teu exemplo a direcção da minha con­duta.

Bem-aventurado Simeão que soubeste reconhecer Quem ali era apre­sentado!

Foram os olhos da alma, da esperança, da fé e da confiança que tal te permitiram.

Não eras nenhum imperador ou rei, sábio ou letrado mas tão só um homem com uma confiança total no Senhor.

Ajuda-nos a todos a ter essa confiança que dá a luz necessária aos nossos olhos para ver, sempre, em qualquer circunstância, o nosso Senhor.

É apresentado no Templo o Senhor do Templo!

Outra magnifica manifestação de humildade da Família Sagrada! Cum­pre as prescrições da Lei em tudo agindo com tanta naturalidade e discrição que ninguém se dá conta excepto os que, iluminados pelo Espírito Santo reconhecem naquele Menino o Filho de Deus incarnado.

Que lição para nós que tanto gostamos de ser vistos e as nossas ac­ções reconhecidas! Aprendamos, pois, do Rei dos Reis a submeter-nos às nossas obriga­ções com diligência e simplicidade.

Também nós, cristãos, fomos apresentados a Deus no Templo. Ao colo dos nossos pais, com o testemunho dos nossos padrinhos e outras pes­soas, familiares e amigos, fomos entregues ao Criador, foi-nos dado um nome e assinalados com o sinal da Cruz convertemo-nos em fami­liares de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A nossa alma purificada, alvíssima, pela acção da água baptismal, pas­sou a brilhar cintilante junto dos santos de Deus.

É tão grande, tão extraordinária a acção deste Sacramento que só se recebe uma vez na vida e o carácter que imprime perdura para sempre.

Quando levamos uma criança ao Templo para ser baptizada estamos a cumprir um sagrado dever e uma obrigação.

Esperamos que Deus a receba no seu seio, a integre na Sua Família a aceite como membro de pleno direito da comunidade cristã. A partir de então, a pequena criatura não é só uma maravilha fruto da colaboração humana com o próprio Criador de todas as coisas, é um templo, ela própria, do próprio Deus que passa a habitar a sua alma pura e santa, incólume de toda a mancha de pecado, num es­tado de pureza de tal forma brilhante e em tão sumo grau que con­templa directamente a Face de Deus.

Há uma evidente preocupação no Evangelista de registar com porme­nor os acontecimentos sucedidos nos primeiros dias de vida do Senhor. Para que não restem dúvidas referem-se os nomes e juntam-se ele­mentos identificativos dos personagens envolvidos nes­ses  acontecimentos.
Jesus existiu de facto não é uma invenção nem um mito mas alguém real e concreto.

 

«Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Se­nhor». Esta a "chave" da vida do cristão: cumprir, em primeiro lugar, o que o Senhor quer que façamos. Depois, só depois, haveremos de fazer as outras coisas que, por im­portantes que possam ser, vêm sempre em segundo lugar.

 

(AMA, 1999)

 


 

FILOSOFIA E RELIGIÃO, VIDA HUMANA

 

Chestertoninas: Como discutir com um oponente

 

“Aqui, neste momento, encontra-se talvez o seu [de São Tomás de Aquino] único momento de paixão pessoal, com excepção daquela efusão solitária durante as dificuldades da sua juventude. E mais uma vez ele está lutando contra os seus inimigos com uma tocha ardente. No entanto, mesmo neste isolado apocalipse de fúria, há uma frase que poderia ser recomendada às pessoas de todos os tempos que às vezes ficam irritadas por muito menos. Se há uma frase que poderia ser esculpida em mármore para representar a racionalidade mais calma e resistente, é a frase que surgiu juntamente com todo o resto desta lava derretida. Se há uma frase que passou para a história como típica de Tomás de Aquino, é a frase sobre o seu próprio argumento: “Não se baseia em documentos da fé, mas nas razões e nas afirmações dos próprios filósofos”. Que bom teria sido se todos os doutores ortodoxos da Igreja, quando enraivecidos, tivessem sido tão razoáveis quanto Aquino! Que bom seria se todos os apologistas cristãos se lembrassem daquela máxima e a escrevessem em letras grandes na parede antes de pregar ali as suas teses. No auge da sua fúria Tomás de Aquino entende o que muitos defensores da ortodoxia não conseguem entender. É inútil dizer a um ateu que é ateu; ou atirar contra um negador da imortalidade a infâmia da sua negação; ou imaginar que alguém pode forçar um adversário a admitir que está equivocado demonstrando que está equivocado segundo os princípios de outra pessoa e não de acordo com seus próprios princípios. Após o grande exemplo de São Tomás, foi estabelecido o princípio — ou deveria ter sido estabelecido para sempre — de que, ou não devemos discutir com uma pessoa de forma alguma, ou devemos fazê-lo em seu próprio terreno e não no nosso. Podemos fazer outras coisas em vez de discutir, de acordo com nossa concepção de acções moralmente admissíveis; mas, se nós discutimos, devemos fazê-lo “com as razões e as afirmações dos próprios filósofos”. Este é o senso comum contido em uma frase atribuída a um amigo de Tomás, o grande São Luis, rei de França, que as pessoas superficiais citam como exemplo de fanatismo e cujo significado é: ou te dedicas a discutir com um infiel como somente um verdadeiro filósofo pode discutir, ou então “crava-lhe uma espada no corpo o mais profundamente possível”. Um verdadeiro filósofo (mesmo um da escola contrária) seria o primeiro a concordar que São Luis foi inteiramente filosófico neste assunto.”

 

(G. K. Chesterton, São Tomás de Aquino)

 


REFLEXÃO

Ignorância

Se bem que seja evidente que um homem ignorante possa ser virtuoso, é igualmente verdade que a ignorância não é uma virtude. Houve mártires que não teriam sido capazes de enunciar correctamente a doutrina da Igreja, sendo o martírio a prova máxima do amor. Todavia, se tivessem conhecido mais a Deus, o seu amor teria sido maior.

 

(F. L. Sheed, Teologia para todos, Palabra, Madrid, 1977, nr. 15-16)

 


 

SÃO JOSEMARIA - textos

 

A única medida é amar sem medida

Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti. (Sulco, 739)

A todos os que estamos dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma, Jesus Cristo ensina no Sermão da Montanha o mandato divino da caridade. E, ao terminar, como resumo, explica: amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem esperardes nada em troca, e será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom, mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos como também o vosso Pai é misericordioso. A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S. Paulo a caridade no seu canto a esta virtude: A caridade é paciente, é benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. (Amigos de Deus, 232)

 

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