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15/08/2021

NUNC COEPI: Publicações em Agosto 15

 


PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

DOMINGO

 

PLANO DE VIDA;  (Coisas muito simples, curtas, objectivas)

Propósito: Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?

 

ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

 



LEITURA ESPIRITUAL

Evangelho

 

Lc XVI, 1-31

O feitor infiel

1 Disse ainda Jesus aos discípulos: «Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens. 2 Mandou-o chamar e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar.’ 3 O administrador disse, então, para consigo: ‘Que farei, pois, o meu senhor, vai tirar-me a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. 4 Já sei o que hei-de fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando for despedido da minha administração.’ 5 E, chamando cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ Ele respondeu: 6 ‘Cem talhas de azeite.’ Retorquiu-lhe: ‘Toma o teu recibo, senta-te depressa e escreve cinquenta.’ 7 Perguntou, depois, ao outro: ‘E tu quanto deves?’ Este respondeu: ‘Cem medidas de trigo.’ Retorquiu-lhe também: ‘Toma o teu recibo e escreve oitenta.’ 8 O senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.» 9 «E Eu digo-vos: Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. 10 Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco também é infiel no muito. 11 Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? 12 E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? 13 Nenhum servo pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»

 

Murmuração dos fariseus; indissolubilidade do matrimónio

14 Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele. 15 Jesus disse-lhes: «Vós pretendeis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. Porque o que os homens têm por muito elevado é abominável aos olhos de Deus. 16 A Lei e os Profetas subsistiram até João; a partir de então, é anunciada a Boa-Nova do Reino de Deus, e cada qual esforça-se por entrar nele. 17 Ora, é mais fácil que o céu e a terra passem do que cair um só acento da Lei. 18 Todo aquele que se divorcia da sua mulher e casa com outra comete adultério; e quem casa com uma mulher divorciada comete adultério.»

 

O rico avarento e o pobre Lázaro

19 «Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e fazia todos os dias esplêndidos banquetes. 20 Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas. 21 Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do rico; mas eram os cães que vinham lamber-lhe as chagas. 22 Ora, o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. 23 Na morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio. 24 Então, ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para molhar em água a ponta de um dedo e refrescar-me a língua, porque estou atormentado nestas chamas.’ 25 Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, enquanto Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado. 26 Além disso, entre nós e vós há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.’ 27 O rico insistiu: ‘Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do meu pai, pois tenho cinco irmãos; 28 que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.’ 29 Disse-lhe Abraão: ‘Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!’ 30 Replicou-lhe ele: ‘Não, pai Abraão; se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se.’ 31 Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos.’»

 

 

Comentário:

 

Jesus Cristo louva a desonestidade? De modo algum, enfatiza a prudência no preparar o futuro. Sim, prudência, porque o futuro depende muito do presente. Deixar para o fim a solução de problemas não é uma medida prudente porque nada garante que possamos dispor dessa oportunidade. O tempo certo é agora, hoje, imediatamente. Nunc Coepi, sem demora ou adiamento. Precisamos sempre de um exame sério e criterioso sobre a nossa conduta e reagir de acordo. Podemos construir o nosso futuro?

Por próprios não, mas com a ajuda de Deus, sim.

Os “filhos da luz”, como o Senhor lhes chama, podem considerar-se todos os cristãos e, na verdade, no trato com os outros acontece, bastantes vezes, esse receio, ou “respeito humano” que impede que se dediquem ao trabalho de apostolado que o Senhor pede a todos. Fazemos mal, porque, além de não cumprir o Mandato Divino, desprezamos oportunidades de ganhar almas que intercedam por nós que, sempre, precisamos.

Pode parecer que Jesus tece um louvor ao administrador infiel e à sua “esperteza” em acautelar o futuro, prejudicando, uma vez mais, o seu senhor. Evidentemente que não! O que se passa – sempre se passou – hoje em dia é quase recorrente, pessoas que se aproveitam do que não é seu para arranjar fortuna própria. O que é entregue em confiança a alguém – a uma instituição – tem de ser tratado não como propriedade própria, mas como algo que foi entregue para guardar ou fazer render segundo o acordado entre as partes. O que assistimos – infelizmente – é uma autêntica fraude absolutamente desonesta que merece o maior repúdio e condenação. Não somos – nem queremos ser – juízes ou críticos destas situações mas aflige-nos pensar na tremenda injustiça social que, um pouco por todo o lado e, às vezes em grande escala, se continua praticando. Mas, por outro lado, há muitos que nunca se manifestam quando beneficiam desses “esquemas fraudulentos” para apenas se queixarem quando as coisas correm mal e os prejuízos aparecem. Parece que, tudo, se resume a uma questão muito simples: HONESTIDADE!

Ser fiel não tem como que “uma tabela” de valores, nem está condicionado por qualquer circunstância. Mais, a fidelidade parte do coração pelo que, não se é fiel com receio que a nossa infidelidade possa vir a ser descoberta. Ser fiel, implica, antes de mais, honestidade intelectual, antes mesmo de qualquer outra forma de honestidade. A pessoa intelectualmente honesta não tem um comportamento desigual ou diferente, errático e ao sabor das ocasiões.  Não! Rege-se por normas interiores, convicções arreigadas, esclarecidas e firmes que nada nem ninguém farão mudar. Não pensa uma coisa e diz outra ou, se atreve a considerar, ou julgar, o comportamento dos outros.

Será que a fidelidade tal como a honestidade são situações controversas? Quer dizer: haverá mais que uma interpretação possível? Não! Decididamente… não! Tal como ser fiel não tem que ver com a importância do assunto – tenha o valor que tiver – assim a fidelidade não conhece graus nem limites. Ou se é honesto ou não! Ou se é fiel em tudo ou não! Não há nem medidas nem “graus”, consoante as circunstâncias, os valores ou as situações. Quem não entende isto não é nem honesto nem fiel. É alguém em quem não se pode confiar o que seja.

Já o dissemos várias vezes e repetimos: Não se é muito ou pouco fiel. Ou se é ou não! Fidelidade é uma virtude do carácter estável e do bom critério não sofre oscilações consoante as consideradas "conveniências". A fidelidade gera a confiança e, esta é fundamental para a convivência em sociedade. Confiamos em Deus exactamente porque Ele é fiel e cumpre sempre o que promete independentemente do nosso merecimento que sempre ficará muito aquém. Atrevo-me a afirmar que sem fidelidade as outras virtudes não são possíveis pelo menos não se desenvolvem em plenitude.

Aí está o fosso entre o Paraíso e o Inferno impossível de transpor por toda a eternidade! A exclamação aplica-se porque é tão séria e grave esta constatação que não admite distracções dos vivos – enquanto têm tempo – para corrigir o rumo da sua vida. E não valem a pena lamentações, tudo é definitivo. Convém, portanto ter bem presente esta realidade: existe castigo eterno como, de facto, existe ventura eterna e, uma ou outra, só dependem de nós e do nosso comportamento enquanto vivos.

A verdade é que as palavras de Jesus se cumprem sempre. Não dando ouvidos nem à Igreja, nem às evidências diárias da existência de Deus, como acreditar no Ressuscitado? Inúmeras questões se levantam, pedidos de sinais repetidamente reclamados, nenhum sinal é suficiente, nenhum é satisfatório. Dá pena - muita pena - verificar que tantos homens continuam num agnosticismo feroz negando o que é evidente, combatendo o que é verdadeiro. Temos, os cristãos, de rezar - e rezar muito - por estes muitos que não sabem o que perdem com as suas posições irredutíveis, os respeitos humanos, a falta de humildade e honestidade intelectual tudo em nome de teorias, axiomas construídos sobre falsas premissas, sem qualquer base ou critério minimamente honesto.

Pela leitura deste trecho de São Lucas pode parecer que a resposta de Abraão ao homem rico é concludente: Um recebeu em vida, é condenado a nada mais recebe; O outro viveu privações e receberá incontáveis bens. Mas, não é assim tão linear. Não são nem as riquezas nem a ausência delas que determinam a vida eterna mas sim o comportamento, o uso que se fez num caso e noutro. A ausência de riqueza ou as privações não dão ”direito” a qualquer compensação mas sim a forma como foram vividas e suportadas. Oferecer as privações e dificuldades económicas como reparação e louvor a Deus tem um valor incomensurável ao passo que, viver gozando os bens – muitos ou poucos – sem a menor preocupação em distribuir, socorrer, partilhar com os que precisam e não têm, num egoísmo e indiferença feroz e avaro, merecem a reprovação de Deus Nosso Senhor que, sendo absolutamente Justo, não suporta a injustiça da indiferença e da avareza.

 

(AMA,1999)

 


FAMÍLIA

 

3. Deveres dos filhos para com os pais

 

Os filhos hão-de respeitar e honrar os pais, procurar dar-lhes alegrias, rezar por eles e corresponder lealmente ao seu sacrifício: para um bom cristão, estes deveres são um dulcíssimo preceito.

 

A paternidade divina é a fonte da paternidade humana cf. Ef 3,14); é o fundamento da honra devida aos pais (cf. Catecismo, 2214). O respeito pelos pais (piedade filial) é feito de reconhecimento àqueles que, pelo dom da vida, pelo seu amor e seu trabalho, puseram os filhos no mundo e lhes permitiram crescer em estatura, sabedoria e graça. “Honra o teu pai de todo o teu coração e não esqueças as dores da tua mãe. Lembra-te de que foram eles que te geraram. Como lhes retribuirás o que por ti fizeram?” (Sir 7, 27-28)» ( Catecismo, 2215).

 

O respeito filial manifesta-se na docilidade e obediência. “Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isto é agradável ao Senhor” (Cl 3, 20). Enquanto estão sujeitos aos seus pais, os filhos devem obedecer-lhes no que disponham para o seu bem e o da família. Esta obrigação cessa com a emancipação dos filhos, mas não cessa nunca o respeito que devem aos seus pais (cf. Catecismo , 2216-2217).

 

O quarto mandamento lembra aos filhos adultos as suas responsabilidades para com os pais. Tanto quanto lhes for possível, devem prestar-lhes ajuda material e moral, nos anos da velhice e no tempo da doença, da solidão ou do desânimo (Catecismo, 2218).

 

Se os pais mandarem alguma coisa oposta à Lei de Deus, os filhos estão obrigados a antepor a vontade de Deus aos desejos dos pais, tendo presente que “é necessário obedecer antes a Deus que aos homens” (Act 5, 29). Deus é mais Pai do que os nossos pais: d’Ele procede toda a paternidade (cf. Ef 3,15).

 


REFLEXÃO

Se a virtude tivesse de ser imediatamente recompensada com um favor temporal, a virtude seria um bom negócio, a abstenção do pecado, um hábil empréstimo. Seria o fim de toda a moralidade: procuraríamos o bem-estar, nunca amaríamos o bem.

 

(Georges Chevrot, Jesus e a Samaritana, Éfeso, 1956, pg. 77)

 


SÃO JOSEMARIA – textos

 

Dilata o teu coração

Não tenhas espírito provinciano. – Dilata o teu coração, até que seja universal, "católico". Não voes como ave de capoeira, quando podes subir como as águias. (Caminho, 7)

Em certa ocasião, vi uma águia encerrada numa jaula de ferro. Estava suja e meia depenada. Tinha entre as garras um pedaço de carne podre. Pensei então no que seria de mim se abandonasse a vocação recebida de Deus. Tive pena daquele animal solitário, enjaulado, que tinha nascido para subir muito alto e olhar de frente o Sol. Podemos ascender até às humildes alturas do amor de Deus, do serviço a todos os homens. Para isso, porém, é preciso que não haja na alma recantos escondidos, onde não possa entrar o sol de Jesus Cristo. Temos de deitar fora todas as preocupações que nos afastem d'Ele; e assim terás Cristo na tua inteligência, Cristo nos teus lábios, Cristo no teu coração, Cristo nas tuas obras. Toda a vida – o coração e as obras, a inteligência e as palavras – cheia de Deus. (...) Invoca comigo Nossa Senhora, e imagina como passaria Ela aqueles meses à espera do Filho que havia de nascer. E Nossa Senhora, Santa Maria, fará com que sejas alter Christus, ipse Christus, outro Cristo, o próprio Cristo. (Cristo que passa, 11)

 

 

 

 

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