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13/07/2021

NUNC COEPI: Publicações em Julho 13

 



PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Terça-Feira 

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)

 

Propósito: Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me: Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?



LEITURA ESPIRITUAL

 

Evangelho

Mt VIII, 1-33

 

1            Ao descer do monte, seguia-o uma enorme multidão. 2 Foi, então, abordado por um leproso que se prostrou diante dele, dizendo-lhe: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» 3 Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica purificado!» No mesmo instante, ficou purificado da lepra. 4 Jesus, porém, disse-lhe: «Vê, não o digas a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés preceituou, para que lhes sirva de testemunho.» 5 Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos: 6 «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» 7 Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» 8 Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. 9  Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.» 10 Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! 11 Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, 12 ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.» 13 Disse, então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado. 14 Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. 15 Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo. 16 Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, 17 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores. 18 Vendo Jesus em torno de si uma grande multidão, decidiu passar à outra margem. 19 Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse: «Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.» 20 Respondeu-lhe Jesus: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.» 21 Um dos discípulos disse-lhe: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» 22 Jesus, porém, respondeu-lhe: «Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.» 23 Depois subiu para o barco e os discípulos seguiram-no. 24 Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia. 25 Aproximando-se dele, os discípulos despertaram-no, dizendo-lhe: «Senhor, salva-nos, que perecemos!» 26 Disse-lhes Ele: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma. 27 Os homens, admirados, diziam: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?» 28 Chegado à outra margem, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, que habitavam nos sepulcros. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho. 29 Vendo-o, disseram em alta voz: «Que tens a ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?» 30 Ora, andava a pouca distância dali, a pastar, uma grande vara de porcos. 31 E os demónios pediram-lhe: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos.» 32 Disse-lhes Jesus: «Ide!» Então, eles, saindo, entraram nos porcos, que se despenharam por um precipício, no mar, e morreram nas águas. 33 Os guardas fugiram e, indo à cidade, contaram tudo o que se tinha passado com os possessos. 34 Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse daquela região.

 

Comentário:

 

Impressiona este diálogo tão simples entre o pobre leproso e Jesus Cristo. Não são necessárias nem muitas palavras nem grandes gestos. Uma afirmação de fé: «Se quiseres»!

Não há pior lepra que o pecado. Se nos fosse dado ver o mal, o horror que constitui a ferida aberta no Coração de Jesus por um pecado nosso ficaríamos arrepiados e aturdidos.E, no entanto, como neste trecho do Evangelho, o Senhor estende a Sua mão e toca-nos. Mais, humilha-se num pouco de pão consagrado e oferece-se como alimento!Diria que, de facto, somos “curados” cada vez que recebemos a Comunhão Eucarística, não prostrados como o leproso do Evangelho, mas com toda a vénia, respeito e compunção que o nosso amor por Jesus nos obriga e sugere.

Com o Senhor tudo é simples e claro. A gente diz-lhe o que deseja sem duvidar um segundo que Ele o pode fazer. E se o pedido ê justo e a Fé verdadeira Ele nos dará o que pedimos.

Sem dúvida que este leproso fez o seu pedido da forma mais correcta e - atrevo-me – eficaz, para obter o que desejava.

Mostra a sua confiança no poder de Jesus e na Sua infinita misericórdia.

Reparemos bem: Pede o que deseja com simplicidade sem se alongar em palavras ou justificações desnecessárias, porque sabe, acredita, confia, que o Senhor conhece o que ele precisa e tem o poder e o desejo de lho conceder.

Não podemos deixar de reagir a este trecho de São Mateus! Reagir, naturalmente, com admiração enorme e, ao mesmo tempo, surpresa. Admiração por constatar – como de resto o próprio Jesus o afirma – uma fé tão profunda que traduz uma confiança total e absoluta no poder de Jesus Cristo por parte de um homem que nem sequer é considerado como “um crente”. Surpresa porque este homem – de posição destacada – se preocupa e sofre com a saúde de um subalterno seu, contrariando todos os sentimentos – comuns, sobretudo naquela época – em o que os “patrões”, ou “senhores” tratavam os subalternos com profundo desprezo. Mais uma vez, vem ao de cima a absoluta necessidade de sermos – os cristãos – pessoas se são critério e isentos de preconceitos ou reservas em relação aos outros.

Este acontecimento – que supomos ser o mesmo – é relatado de forma diferente por outro evangelista, mas, o que interessa não é o pormenor, mas sim a extraordinária lição de fé daquele homem que procura Jesus. Não é um judeu nem sequer se poderia considerar um “crente” no sentido que lhe davam os chefes do povo daquela época, e, por isso mesmo, constatamos que o Senhor não faz acepção de pessoas e que ter fé não é privilégio de alguns, mas um dom que Deus concede a quem muito bem entende. E a fé deste homem está alicerçada – profundamente – no seu coração misericordioso porque o que pede não é para si, porque não se considera digno, mas para um servo, um subalterno.

Jesus cura todos os que a Ele recorrem com Fé e Confiança.

Não precisa de grandes manifestações porque o Seu Coração Amantíssimo e Misericordioso vibra e comove-se com as necessidades e carências dos Seus irmãos os homens. Pois se Ele deu a Sua vida por nós como não fará o que lhe pedir-mos? Estamos habituados, por assim dizer, aos pormenorizados relatos que São Mateus faz da actividade diária de Jesus. Incansavelmente percorre lugar após lugar, povoação após povoação movido pelo desejo de encontrar quem precise da Sua assistência, conselho, auxílio. Na verdade, todos precisam de algo e sabem que, Jesus pode satisfazer e atender as suas necessidades.

Ao ler este trecho do Evangelho de São Mateus, ficamos praticamente sem palavras porque a Liturgia, seguramente com um objectivo muito concreto, quer dar-nos uma imagem do verdadeiro Jesus Cristo Nosso Senhor e das suas relações com os homens.

Um milagre portentoso: A cura do servo do centurião; outro de escasso relevo: A cura da sogra de Pedro;  e, depois as curas incontáveis - todos os doentes o procuravam - e a expulsão dos demónios. Ou seja, o poder de Jesus não tem nem medida nem obedece a outro critério que não seja a Sua infinita misericórdia.

Jesus Cristo sendo Deus todo poderoso não tem nada de Seu nem sequer " onde reclinar a cabeça"! Que chefe é este que espera seguidores fiéis e entusiasmados? Não haverá algo que poderíamos chamar "visionário?" Seguramente que sim! O Senhor é um visionário, um entusiasta que acredita nos homens e deseja absolutamente os homens acreditem nele e O sigam. Porquê? Porque só se o fizerem poderão salvar-se.

Quando, na vida corrente, nos propõem algo, a nós cabe-nos ter uma de duas atitudes: aceitar ou recusar. Não obtemos nenhum resultado positivo por tentar emitir as nossas condições de acordo com as conveniências próprias. Quem o faz é quem faz a proposta, o convite, porque, naturalmente, é quem sabe o que pretende de nós, o que deseja que façamos. Assim com o chamamento que Cristo faz pessoalmente a cada um em particular. Ele sabe para que nos quer, para que nos chama.

Uma pessoa séria de bom critério quando é chamada só tem uma de duas respostas: Sim, aceito!  Ou: Não, recuso! Estamos a considerar o chamamento divino que num momento qualquer da nossa vida o Senhor não deixará de nos fazer. Em primeiro lugar, ser chamado é uma honra e um privilégio que, só por si, deveria ser mais que suficiente para o nosso acolhimento imediato; depois considerando Quem chama não nos deve preocupar para quê ou porquê porque só pode ser bom e conveniente para nós.

A resposta de Jesus aos discípulos aterrados com a procela tem toda a razão de ser. Talvez pudesse acrescentar: ‘Eu não estou aqui convosco? Como podeis temer?’ Mas, como se vê pelo texto eles não tinham, ainda fé suficiente no Senhor.Por isso ficam admirados com o poder do Senhor. Nós, também, não temos nada a temer porque se o Senhor está connosco, na nossa alma em graça, nada – absolutamente – nos poderá fazer mal. Confiar na Sua Infinita Misericórdia SEMPRE, mesmo quando parece que está ausente, desinteressado ou a dormir.

Perante situações extremas - guerras, cataclismos da natureza, perseguições e violências de toda a ordem, somos, por vezes, levados a exclamar: Senhor, onde estás? Dormes? Não Te importas? Este “grito” explica-se, é natural. Somos humanos e reconhecemos a nossa impotência. Mas, Ele, não, pode tudo, é o Senhor de tudo. Não Se enfadará com o nosso “grito”, bem ao contrário, actuará com a urgência que julgar conveniente.

Disseram em alta voz: «Que tens a ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?» Por aqui se vê que o demónio não só sabia quem era Jesus como conhecia o que a Sua vinda à terra significava: que o domínio, quase discricionário, que exercia sobre a humanidade, iria terminar com a instauração do Reino de Deus.

O demónio não tem outro objectivo senão fazer o mal. Ao pedirem a Jesus que os enviasse para a vara dos porcos, precipitando-se no mar, como que quiseram demonstrar que os gadarenos não acreditavam em Jesus Cristo, dando maior importância aos bens materiais que à vida humana. E o Senhor não sabia o que iria acontecer? Evidentemente que sim, Ele sabe tudo, mas não podia permitir que acreditassem nele pela confissão do demónio que é o pai da mentira.

Muitos comentários se têm escrito sobre este trecho do Evangelho. Talvez sem querer, ficamos algo decepcionados com Jesus ter permitido que os demónios entrassem nos porcos com o resultado que se sabe. Talvez possamos tirar duas ou três ilacções: A primeira é a confirmação que o demónio existe o que, muitos, insistem em negar; A segunda será que Cristo não poderia consentir que acreditassem nele pelo testemunho do demónio, que é o pai da mentira; A terceira é a completa inversão de valores do gadarenos que dão mais importância a perda dos porcos que à recuperação da saúde do seu conterrâneo; E, uma quarta, - talvez a mais inesperada – é a sua reacção pedindo a Jesus que se afaste do seu território, sem procurar compreender, sem fazer uma pergunta, se, sequer, considerar o extraordinário do acontecimento. Preferem, de facto, fechar os olhos e os  ouvidos e ignorar o que foi tão patente perante todos.

Já o dissemos: O Senhor não podia consentir que a Sua Pessoa: Jesus Cristo fosse revelada pelo demónio que é o Pai da mentira. O episódio com a vara de porcos revela claramente a maldade e desprezo do tentador. Fica bem claro que dele só se pode esperar o mal e o ódio.

 

(AMA, 2018)

 


 

SÃO JOSÉ

 

REDEMPTORIS CUSTOS

 

VI. PATRONO DA IGREJA DO NOSSO TEMPO

 

32. Desejo vivamente que esta evocação da figura de São José renove também em nós o ritmo da oração que, há um século, o meu Predecessor estabeleceu que lhe fosse elevada. É fora de dúvida, efetivamente, que esta oração e a própria figura de São José se revestem de atualidade renovada para a Igreja do nosso tempo, em relação com o novo Milênio cristão.

O Concílio Vaticano II procurou sensibilizar-nos novamente a todos para “as grandes coisas de Deus” e para aquela “economia da salvação” de que São José foi particularmente ministro. Recomendando-nos, pois, à proteção daquele a quem o próprio Deus “confiou a guarda dos seus maiores e mais preciosos tesouros”, aprendamos com ele, ao mesmo tempo, a servir a “economia da salvação”. Que São José se torne para todos um mestre singular no serviço da missão salvífica de Cristo, que, na Igreja, compete a cada um e a todos: aos esposos e aos pais, àqueles que vivem do trabalho das próprias mãos e de todo e qualquer outro trabalho, às pessoas chamadas para a vida contemplativa e às que são chamadas ao apostolado.

O homem justo, que trazia em si o patrimônio da Antiga Aliança, foi também introduzido no “princípio” da nova e eterna Aliança em Jesus Cristo. Que ele nos indique os caminhos desta Aliança salvífica no limiar do próximo Milênio, durante o qual deve perdurar e desenvolver-se ulteriormente a “plenitude dos tempos” própria do mistério inefável da Encarnação do Verbo.

Que São José obtenha para a Igreja e para o mundo, assim como para cada um de nós, a bênção do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

 

Dado em Roma, junto de São Pedro, a 15 de Agosto de 1989, solenidade da Assunção de Nossa Senhora, décimo primeiro ano de Nosso Pontificado.

 

 João Paulo II

 


REFLEXÃO

O sofrimento destrói as imagens que nós tantas vezes nos impusemos - sejam elas a imagem do autor de sucesso ou do devoto tranquilo, da pessoa serena que está acima de todos, da pessoa espiritual que se sente uni­da a Deus. Não devemos procurar o sofrimento. No entanto, ele atravessará recorrentemente o nosso caminho, muitas vezes, com o sentido de destruir as ilusões que criamos relati­vamente à nossa vida e a nós mesmos. Só quando as imagens que nós próprios criámos estiverem destruídas, é que poderá surgir em nós a imagem original de Deus e poderemos entrar em contacto com o brilho da nossa alma, que Ele já nos ofere­cera aquando do nosso nascimento.

 

(Anselm Grun, A incompreensível existência de Deus, Paulinas, p. 42)

 


SÃO JOSEMARIA textos

A tristeza é a escória do egoísmo

Que ninguém leia tristeza nem dor na tua cara, quando difundes pelo ambiente do mundo o aroma do teu sacrifício. Os filhos de Deus têm de ser sempre semeadores de paz e de alegria. (Sulco, 59)

E se somos filhos de Deus, por que havemos de estar tristes? A tristeza é a escória do egoísmo. Se queremos viver para Nosso Senhor, não nos faltará a alegria, mesmo que descubramos os nossos erros e as nossas misérias. A alegria entra na vida de oração de tal maneira que, a certa altura, não poderemos deixar de cantar: porque amamos, e cantar é próprio de apaixonados. Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma obra de paz; saberemos tornar amável aos outros o serviço a Nosso Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará a alegria de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai: e não se sente vítima, nem inferiorizado, nem coagido. Caminha de cabeça erguida, porque é homem e é filho de Deus. A nossa fé dá todo o seu relevo a estas virtudes, que pessoa alguma deveria deixar de cultivar. Ninguém pode vencer o cristão em humanidade. Por isso, quem segue Cristo é capaz – não por mérito próprio, mas pela graça de Nosso Senhor – de comunicar aos que o rodeiam o que às vezes eles pressentem, embora não consigam compreender: que a verdadeira felicidade, o verdadeiro serviço ao próximo passa pelo Coração do Nosso Redentor; perfectus Deus, perfectus, homo. (Amigos de Deus, 92–93)

 

 

 

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