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28/03/2021

Sacramentos

 


3. Sacramentos da fé e da salvação

 

Cristo enviou os Apóstolos para que, «em seu nome, pregassem a todas as nações a conversão para o perdão dos pecados» (Lc 24, 47). «Fazei discípulos de todas as nações, batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19). A missão de batizar, portanto a missão sacramental, está implicada na missão de evangelizar; porque o sacramento é preparado pela Palavra de Deus e pela fé, que é assentimento a esta Palavra.

Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do corpo de Cristo e, por fim, a prestar culto a Deus; como sinais, têm também a função de instruir. Não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razão pela qual se chamam “sacramentos da fé”.

A fé da Igreja é anterior à fé do fiel, que é chamado a aderir a ela. Quando a Igreja celebra os sacramentos, confessa a fé recebida dos Apóstolos. Celebrados dignamente na fé, os sacramentos conferem a graça que significam. Eles são eficazes, porque neles é o próprio Cristo que opera: é Ele que batiza, é Ele que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa.

Os sacramentos actuam ex opere operato (segundo o Concílio de Trento: “pelo próprio facto de a ação ser executada”), quer dizer, em virtude da obra salvífica de Cristo, realizada uma vez por todas. Segue-se daí que “o sacramento não é realizado pela justiça do homem que o dá ou que o recebe, mas pelo poder de Deus”.[1] Por conseguinte, desde que um sacramento seja celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do Seu Espírito age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro. No entanto, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe.

A Igreja afirma que, para os crentes, os sacramentos da Nova Aliança são necessários para a salvação. A «graça sacramental» é a graça do Espírito Santo dada por Cristo e própria de cada sacramento. O Espírito cura e transforma aqueles que O recebem, conformando-os com o Filho de Deus. O fruto da vida sacramental é que o Espírito de adoção deifique os fiéis, unindo-os vitalmente ao Filho único, o Salvador.

O fruto da vida sacramental é, ao mesmo tempo, pessoal e eclesial. Por um lado, este fruto é, para todo o fiel, viver para Deus em Cristo Jesus; por outro, é para a Igreja crescimento na caridade e na sua missão de testemunho.[2]



[1] São Tomás de Aquino, S. Th., 3, q. 68, a. 8, c.

[2] Cfr. Catecismo da Igreja Católica nn. 1122-1134

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