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14/03/2021

Leitura Espiritual Mar 14

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc VIII, 22-39

 

Jesus acalma uma tempestade

22 Certo dia, Jesus subiu com os seus discípulos para um barco e disse-lhes: Passemos à outra margem do lago. E fizeram-se ao largo. 23 Enquanto navegavam, adormeceu. Um turbilhão de vento caiu sobre o lago, e eles ficaram inundados e em perigo. 24 Aproximaram-se dele e, despertando-o, disseram: ‘Mestre, Mestre, estamos perdidos!’ E Ele, levantando-se, ameaçou o vento e as águas, que se acalmaram; e veio a bonança. 25 Disse-lhes depois: Onde está a vossa fé? Cheios de medo e admirados, diziam entre eles: ‘Quem é este homem, que até manda nos ventos e nas águas, e eles obedecem-lhe?’

 

Expulsão de demónio em Gerasa

26 Chegaram à região dos gerasenos, situada defronte da Galileia. 27 Quando desceu para terra, veio-lhes ao encontro um homem da cidade, possesso de vários demónios que, desde há muito, não se vestia nem vivia em casa, mas nos túmulos. 28 Ao ver Jesus, prostrou-se diante dele, gritando em alta voz: ‘Que tens que ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes!’ 29 Jesus, efectivamente, ordenava ao espírito maligno que saísse do homem, pois apoderava-se dele com frequência. Prendiam-no com correntes e grilhões para o manterem em segurança, mas ele partia as cadeias e o demónio impelia-o para os desertos. 30 Jesus perguntou-lhe: Qual é o teu nome? ‘Legião, - respondeu. Porque muitos demónios tinham entrado nele 31 e suplicavam-lhe que não os mandasse ir para o abismo. 32 Ora, andava ali uma grande vara de porcos a pastar no monte. Os demónios suplicaram a Jesus que os deixasse entrar neles. Ele permitiu. 33 Saíram, pois, do homem, entraram nos porcos e a vara lançou-se do alto do precipício ao lago, e afogou-se. 34 Ao verem o que se tinha passado, os guardas fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. 35 As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. Vieram ter com Jesus e encontraram o homem, de quem tinham saído os demónios, sentado a seus pés, vestido e em perfeito juízo. 36 Os que tinham visto contaram-lhes como o possesso tinha sido salvo; 37 e toda a população da região dos gerasenos pediu a Jesus que se afastasse deles, pois estavam possuídos de grande temor. Jesus subiu para o barco e afastou-se dali. 38 O homem, de quem os demónios tinham saído, pediu-lhe para ficar com Ele. 39 Mas Jesus despediu-o, dizendo: Volta para a tua casa e conta o que Deus fez por ti. E ele foi anunciando por toda a cidade tudo o que Jesus lhe fizera.

 

Texto

 


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE JOÃO PAULO II

PARA A QUARESMA DE 1979

 

Vós pondes-vos a pergunta: «o que é que se tornou a Quaresma?». A privação bastante relativa de alimentos, pensais vós, não é que signifique muito, quando tão grande número de irmãos e irmãs nossos, vítimas de guerras ou de catástrofes, tanto sofrem, física e moralmente.

 

O jejum está em relação com a ascese pessoal, sempre necessária; mas a Igreja exige aos baptizados que assinalem com alguma coisa de diverso este Tempo litúrgico. A Quaresma, de facto, tem um significado para nós: ela há-de tornar patente aos olhos do mundo que todo o Povo de Deus, porque pecador, se prepara com a Penitência para reviver liturgicamente a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Cristo. Um tal testemunho público e colectivo tem a sua base no espírito de Penitência de cada um de nós e, por outro lado, há-de levar-nos a aprofundar interiormente este modo de comportar-nos e a motivá-lo cada vez melhor.

 

Privar-se de alguma coisa não é apenas dar do que porventura para nós é supérfluo, mas sim dar também algumas vezes daquilo que nos é necessário, à imitação da viúva do Evangelho, a qual sabia bem que o seu óbolo era já um dom recebido de Deus. Privar-se de algo é libertar-se das servidões de uma civilização que nos incita a um conforto e consumo cada vez maiores, sem ter sequer o cuidado da preservação do nosso ambiente, património comum da humanidade.

 

As vossas Comunidades eclesiais irão convidar-vos a participar em «Campanhas da Quaresma»; irão, por certo, ajudar-vos também a orientar o exercício do vosso espírito de Penitência compartilhando aquilo que possuís com aqueles que têm menos ou nada têm.

 

Acaso ireis vós ficar inactivos ainda na praça pública porque ninguém apareceu a convidar-vos para trabalhar? Olhai: o campo da Caridade cristã carece de trabalhadores; e a Igreja faz-vos um apelo para aí trabalhardes. Não espereis que seja demasiado tarde para socorrer Cristo que se acha encarcerado ou sem ter que vestir, Cristo que é perseguido ou refugiado, Cristo, enfim, que tem fome e se encontra sem alojamento. Ajudai os nossos irmãos e irmãs que carecem do mínimo necessário para saírem de condições inumanas e poderem ter acesso a uma verdadeira promoção humana.

 

A todos vós, os que estais decididos a dar este testemunho evangélico de penitência e de compartilha, eu vos abençoo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

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