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05/03/2021

Leitura Espiritual Mar 05

 


Novo Testamento

 

Evangelho

 

Lc IV, 14-32

 

Jesus na Galileia

14 Impelido pelo Espírito, Jesus voltou para a Galileia e a sua fama propagou-se por toda a região. 15 Ensinava nas sinagogas e todos o elogiavam.

 

Jesus prega na sinagoga de Nazaré

16 Veio a Nazaré, onde tinha sido criado. Segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga e levantou-se para ler. 17 Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, desenrolando-o, deparou com a passagem em que está escrito: 18 «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, 19 a proclamar um ano favorável da parte do Senhor.» 20 Depois, enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Começou, então, a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» 22 Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca. Diziam: «Não é este o filho de José?» 23 Disse-lhes, então: «Certamente, ides citar-me o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo.’ Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaúm, fá-lo também aqui na tua terra.» 24 Acrescentou, depois: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria. 25 Posso assegurar-vos, também, que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; 26 contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas sim a uma viúva que vivia em Sarepta de Sídon. 27 Havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi purificado senão o sírio Naaman.»

 

Os habitantes de Nazaré querem matar Jesus

28 Ao ouvirem estas palavras, todos, na sinagoga, se encheram de furor. 29 E, erguendo-se, lançaram-no fora da cidade e levaram-no ao cimo do monte sobre o qual a cidade estava edificada, a fim de o precipitarem dali abaixo. 30 Mas, passando pelo meio deles, Jesus seguiu o seu caminho.

 

Jesus vai a Cafarnaúm

31 Desceu, depois, a Cafarnaúm, cidade da Galileia, e a todos ensinava ao sábado. 32 E estavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade.

 

Textos



Felicidade

  Todo o ser humano tem esta ânsia de felicidade e, muitas vezes, procura-a onde ela não se encontra.

 São Tomás de Aquino define-a lapidarmente:

  verdade.’ ([1])

 

Vocação

  Um professor de matemática, em casa, não tem - nem deve - ensinar matemática ao filho, mas sim transmitir-lhe a fórmula que um pai usa para o educar, de um modo geral, por exemplo, levá-lo a compreender a necessidade e vantagens de conhecer razoavelmente a matemática para poder evoluir capazmente no conjunto do plano de estudos.

Não se trata de uma dicotomia do tipo:

Em casa ensino humanista, na escola ensino técnico.

  O que pode definir um bom médico pode muito bem ser, além dos conhecimentos técnico-científicos, as capacidades pessoais de interpretação e execução e também a sua estrutura moral e cívica, enfim, o seu carácter.

 

O “querer” dos filhos

  Como pessoas que são, com uma individualidade singular, os filhos têm o seu querer, a sua vontade.

Podem e devem ter direito a ser-lhe concedida oportunidade de a manifestar, de forma correcta.

Esta forma correta quer dizer com respeito e com moderação ou, por outras palavras, nunca como uma imposição.

Mas, evidentemente, os filhos têm de aprender a querer, a educar a vontade, a ter uma noção da razoabilidade do que querem.

  Aqui entra a pedagogia da liberdade que é, no fim e ao cabo, a educação necessária e a que o filho tem direito de receber.

  Com este princípio muito básico: A liberdade pode resumir-se como sendo o respeito por si próprio e pelos outros; estabelecem-se, desde logo, os parâmetros, os limites, o enquadramento da liberdade individual.

  O filho entenderá que o seu querer não é absoluto mas sempre relativo porque não está isolado mas inserido num conjunto de quereres e conveniências de outros, nomeada e principalmente, da família próxima, os pais e os irmãos.

Não se trata aqui do querer da maioria mas sim de o querer pessoal contribuir para esse querer familiar.

Por isso, as famílias com um só filho têm alguma dificuldade de pesar ou avaliar o querer deste, já que não “joga” ou confronta nenhum outro querer.

Ele absorve toda a atenção e disponibilidade dos pais que não têm com quem reparti-las.

  Seguindo o ponto anterior, vamos abordar o tema:

O controlo da vontade e dos sentimentos, no caso, querer e desejar.

  Como é que se controla a vontade pessoal?

  Esta pergunta é legítima?

  Talvez seja desde que se tenha bem presente o que é, exactamente, a vontade pessoal. Concretamente não parece haver uma definição que satisfaça inteiramente porque tem a ver com a liberdade, tema já sobejamente abordado, logo, a vontade pessoal poderia definir-se como o uso que se dá a essa mesma liberdade pessoal.

Então, no fim e ao cabo, o que se trata é de controlar a liberdade pessoal ou, aquilo que entendemos como tal.

Nos casos que estamos a analisar: sentimentos, querer e desejar, - está bem de ver que a liberdade pessoal tem um âmbito tão vasto, abrangente e universal, que para um uso correcto -, que não fira nem o próprio nem os outros, tem de obedecer a regras e princípios.

Penso que a melhor forma de resolver o assunto - controlar a vontade ou a liberdade pessoais – é ter bem presente que todos os nossos actos, por mais insignificantes que possam ser, têm sempre consequências, causam efeitos, originam ondulações que, por vezes, nem sequer suspeitamos que possam vir a existir ou o alcance que virão a ter.

 

Não se trata de ir pela vida, circunspectamente, analisando, com o maior cuidado e rigor, o que se faz ou pensa e deseja porque, seguramente, se cairá no exagero exacerbado e tíbio de nunca fazer pensar ou desejar coisa nenhuma (se é que tal é possível), ou, pelo menos, ficar-se num imobilismo cómodo, cobarde e egoísta.

 

Em primeiro lugar há que ver quem somos na vida, o papel que ocupamos na sociedade e ter claro o que tal representa de responsabilidade e deveres.

 

A cada um compete ter evidente o que dele podem esperar, em primeiro lugar, aqueles com quem convive mais proximamente, na família, no trabalho, enfim, no ambiente e nas circunstâncias que lhe são próprias.

 

Este é um exercício, diria, de toda a vida, constante e sem pausa, porque, também, a evolução natural das circunstâncias e outras, como a idade, por exemplo, vão alterando os parâmetros, as condições, os pressupostos e, sobretudo as realidades.

 



[1] São tomás de aquino, Suma Teológica, Q. 3, a. 6.

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