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05/02/2021

Leitura espiritual Fev 05

 


Novo Testamento [i]


Evangelho


Mc VII, 24-37; Mc VIII, 1-9

 

Jesus e a cananeia

24 Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e de Sídon. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse, mas não pode passar despercebido, 25 porque logo uma mulher que tinha uma filha possessa de um espírito maligno, ouvindo falar dele, veio lançar-se a seus pés. 26 Era gentia, siro-fenícia de origem, e pedia que lhe da filha o demónio. 27 Ele respondeu: «Deixa que os filhos comam primeiro pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» 28 Mas ela replicou: «Dizes bem, Senhor, mas até os cachorrinhos comem debaixo da mesa <as migalhas dos filhos.» 29 «Em atenção a essa palavra, vai: o demónio saiu de tua filha.» 30 Ela voltou para casa e encontrou a menina recostada na cama. O demónio tinha-a deixado.

 

O surdo mudo

31 Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. 32 Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. 33 Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua. 34 Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.» 35 Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente. 36 Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. 37 No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»

 

Segunda multiplicação dos pães

VIII 1 Naqueles dias, havia outra vez uma grande multidão e não tinham que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2 «Tenho compaixão desta multidão. Há já três dias que permanecem junto de mim e não têm que comer. 3 Se os mandar embora em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, e alguns vieram de longe.» 4 Os discípulos responderam-lhe: «Como poderá alguém saciá-los de pão, aqui no deserto?» 5 Mas Ele perguntou: «Quantos pães tendes?» Disseram: «Sete.» 6 Ordenou que a multidão se sentasse no chão e, tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e dava-os aos seus discípulos para eles os distribuírem à multidão. 7 Havia também alguns peixinhos. Jesus abençoou-os e mandou que os distribuíssem igualmente. 8 Comeram até ficarem satisfeitos, e houve sete cestos de sobras. 9 Ora, eram cerca de quatro mil. Em seguida despediu-os.

 

Texto:

 


  A grandeza e dignidade do amor

  E, assim, o ser humano tem, de facto uma dignidade e uma estatura que lhe permitem, com toda a propriedade, poder ser chamado colaborador de Deus na obra da Criação.

É esta grandiosa dignidade humana que tem de ser considerada e defendida, a todo o custo, contra os que, por desvario mental ou grave desvio de valores, querem fazer crer que, o ser humano é tão só mais um ser vivo existente na natureza podendo, portanto, ser manipulado e conduzido de qualquer forma julgada conveniente para alcançar inconfessáveis e mórbidos fins.

A alteração das regras iniciais, as estabelecidas pelo Criador, como seja a criação de seres humanos diferentes, homem e mulher, não pode nem deve ser admitida.

  Ao homem cabe um papel e à mulher outro, machos e fêmeas têm papéis diferentes com especificidades muito bem definidas, de resto como acontece na natureza.

A união dos dois destina-se a gerar novos seres - e esta é a maior e mais importante colaboração com o Criador, como se tivesse determinado: ‘a partir de agora, a continuação da vossa espécie fica a vosso cargo, já não é tarefa Minha mas sim trabalho vosso.’

  Deus poderia ter feito de mil maneiras diferentes, porque pode absolutamente tudo, mas quis que fosse assim e, mais uma vez por Amor, dando ao ser humano essa oportunidade de extraordinária relevância.

  Portanto é lícito concluir que a razão primeira porque um homem e uma mulher se unem - uma vez mais estando o amor na base e origem dessa decisão - é com a finalidade de provocar descendência.

  Tal é impossível, por natureza, entre pessoas do mesmo sexo e, assim, conclui-se que uma união assim é “contra natura” e não tem justificação séria.

  Ora ao legislar sobre este assunto, no que aos seres humanos respeita, o poder civil está a intrometer-se em algo que lhe está vedado, justamente porque não deve elaborar leis que vão contra a ordem natural.

Já quanto ao mundo animal, o caso pode ser diferente.

  Mas, de facto, o ser humano, é neste aspecto radicalmente diferente dos outros seres vivos que procuram a união sexual entre machos e fêmeas unicamente e só, impulsionados por um instinto irreprimível de procriar, enquanto no ser humano o impulso sexual é gerido pela inteligência, pela vontade.

Esta enormíssima diferença é fundamental para se perceber que a sexualidade humana não tem comparação absolutamente nenhuma com o cio dos animais.

  Há uns anos, um professor de filosofia contou que, depois de uma aula recheada com a argumentação de alguns alunos acerca das práticas homossexuais considerando-as algo natural e aceitável e, portanto, passível de ser legislado, já francamente incomodado com o assunto, lhe saiu uma consideração final: ‘Que fique bem claro, para todos, que nem o ânus nem a boca são órgãos sexuais do corpo humano e que, portanto, defender o contrário é, no mínimo, aberrante!’

  A crua dureza da argumentação só se aceita por ser verdade insofismável e indiscutível.

  De facto, sexualidade, para muitos, deixou de ser uma propriedade natural do ser humano destinada a altíssimos fins de colaboração com o Criador, para passar a ser tão só uma consideração mais ou menos vaga da satisfação do desejo, da utilização sem qualquer regra ou limites, das sensações, estímulos e prazer que se obtêm na exploração do libido sensual.

  Virá a propósito falar de:

 

Castidade

  Ao longo dos tempos este tema tem sido abordado por inúmeros autores espirituais e outros sob os mais diversos ângulos e perspectivas.

  De facto ao considerar a castidade como uma virtude de altíssima nobreza fazêmo-lo sob a consideração das dificuldades que apresenta ao comum das pessoas possuí-la e mantê-la viva e actuante.

O nosso líbido é muito forte e permanece mais ou menos presente desde a tenra idade até aos últimos momentos da nossa vida.

Requer um controlo constante e uma vigilância permanente.

Ceder, deixar-se arrastar pelas chamadas “solicitações da carne” pode tornar-se um hábito e, naturalmente converter-se em vício difícil de extirpar.

  Como todos os vícios mantém a pessoa presa retirando-lhe a liberdade de escolher,  sujeitando-a à procura inconsequente do prazer que se revela sempre efémero e passageiro.

  E, ainda como todos os vícios, deixa marcas quer no carácter quer no comportamento. Enfraquece a vontade, debilita a nobreza de sentimentos, domina a imaginação.

  Quem se deixa manobrar - é o termo - abdica da vontade própria e tem enorme dificuldade em viver, pensar e agir correctamente.

 

 

 



[i] Sequencial todos os dias do ano

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