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06/01/2021

Virtudes

 

A alegria cristã 5

O seu exercício

 

Um dos primeiros escritos cristãos afirma que “todo o homem alegre pratica o bem, pensa o bem e despreza a tristeza. Mas o homem triste sempre pratica o mal” [9]. Ao ser a alegria efeito da caridade, aquele que procura a proximidade de Deus e responder à chamada à santidade pratica o bem e, consequentemente, o seu coração transborda de paz e alegria: “Se vivermos assim, realizaremos no mundo uma obra de paz; saberemos tornar amável aos outros o serviço a Nosso Senhor, porque Deus ama quem dá com alegria (2Cor 9, 7). O cristão é uma pessoa igual às outras na sociedade; mas do seu coração transbordará a alegria de quem se propõe cumprir, com a ajuda constante da graça, a Vontade do Pai” (Amigos de Deus, n. 93).

 

O Papa Francisco, no texto citado anteriormente, ao diagnosticar o perigo da tristeza individualista que pode criar uma exacerbada sociedade de consumo, aponta indiretamente o antídoto: a atenção e o serviço aos outros. A convivência na família, no trabalho e na sociedade são ocasiões contínuas para fazer o bem e semear alegria: “Dar-se sinceramente aos outros é de tal eficácia, que Deus o premeia com uma humildade cheia de alegria” (Forja, n. 591).

 

Todos precisamos de ver caras alegres à nossa volta. Por isso vale a pena fazer um esforço para viver um conselho que era o título de um programa juvenil de televisão e de um livro ainda hoje à venda: sempre alegres para fazer felizes os outros. A mesma palavra alegria, na sua tradução inglesa – JOY – indica-nos a ordem dos nossos interesses e amores: Jesus, Others, You.

 

Vicente Bosch

 

[9] Pastor de Hermas, Mand X, 3, 2-3 (ed. J.J. Ayán Calvo, Madrid 1995, p. 161).

 

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