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05/01/2021

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 5

 

Evangelho

 

Mt XXI 18 - 32

 

A figueira seca

 

18 Logo de manhã cedo, ao voltar para a cidade, teve fome. 19 Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas não encontrou senão folhas. Disse então: «Nunca mais nascerá fruto de ti!» E, naquele mesmo instante, a figueira secou. 20 Vendo isto, os discípulos disseram admirados: «Como é que a figueira secou subitamente?» 21 Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que Eu fiz a esta figueira, mas, se disserdes a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, assim acontecerá. 22 Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, haveis de recebê-lo.»

 

A autoridade de Jesus

 

23 Em seguida, entrou no templo. Quando estava a ensinar, foram ter com Ele os sumos sacerdotes e os anciãos do povo e disseram-lhe: «Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?» 24 Jesus respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer-vos uma pergunta. Se me responderdes, digo-vos com que autoridade faço isto. 25 De onde provinha o baptismo de João: do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a pensar entre si: «Se respondermos: ‘Do Céu’, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’ 26 E, se respondermos: ‘Dos homens’, ficamos com receio da multidão, pois todos têm João por um profeta.» 27 E responderam a Jesus: «Não sabemos.» Disse-lhes Ele, por seu turno: «Também Eu vos não digo com que autoridade faço isto.»

 

A parábola dos dois filhos

 

28 «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha.’ 29 Mas ele respondeu: ‘Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: ‘Vou sim, senhor.’ Mas não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. 32 João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.»

 


Fidelidade

 

  A finalidade superior de, por exemplo, comer é alimentar-se e não degustar algo que dá prazer ou contentamento.

Se esse prazer e contentamento existem tanto melhor, mas ninguém, de bom senso, deixará de comer porque o único alimento disponível não lhe agrada.

Nisto se diferencia o ser humano do animal.

Aquele come para se alimentar, este come para se saciar.

Daí que devamos comer o que de facto necessitamos, e não mais o que implica um acto da nossa vontade, um controlo sobre o apetite ou o desejo.

De tal forma assim é – deve ser – que quando verificamos que o nosso corpo mostra as consequências de uma alimentação desregrada ou exagerada, começamos uma dieta que, mais não é, que uma contenção forçada pela vontade.

  A luta interior que o ser humano trava durante toda a sua vida consciente é a consequência necessária de uma atracção para a perfeição.

Conduzir a vida como se esta fosse constituída por uma série de actos inevitáveis, aguardando sem expectativa o que se sucede no tempo, não é próprio de um ser inteligente.

Alguns chamam-lhe ''destino'' e fazem-no deixando transparecer uma inevitabilidade.

  Estão absolutamente errados.

De facto, no próprio momento da concepção, Deus cria e atribui a esse novo ser uma alma.

Sendo espiritual e directamente criada por Deus, a alma tem essa marca divina que a torna imortal.

O humano tem características próprias - o ADN - que lhe vêm dos seus pais biológicos. Estas têm a ver apenas e somente com questões de ordem física e, evidentemente, podem ser cultivadas, rejeitadas, até manipuladas.

A alma, que é a chama da vida que só se manterá enquanto habitar no corpo, tem o “ADN” divino, que não sofre mutação em nenhum caso ou circunstâncias.

  A luta interior é exactamente o confronto entre estas duas “estruturas” do ser humano.

A primeira evolui à medida que a vida vai avançando no tempo, trazendo à tona as suas características dominantes, criando, quase sempre, à segunda, uma necessidade de domínio, de controlo.

As potências espirituais da alma, tendem, naturalmente, a controlar as potências físicas.

  Entre as potências espirituais da alma contam-se a inteligência que permite a aquisição de conhecimento, as qualidades, as tendências boas, as emoções, a capacidade de distinção do bom do mau.

  Diria que há, contudo, uma necessidade comum às duas “estruturas” e que é a sua “alimentação”.

 

Na primeira parece óbvia a necessidade de crescimento, a manutenção em boas condições da sua existência o que o homem faz, normalmente, á medida do tempo que vai decorrendo.

Pois, de modo similar, a estrutura espiritual, a alma e as suas potências, também carecem de alimento de manutenção.

Mas, neste caso, o homem não pode consegui-lo sem a participação activa de Deus.

  Deus não tem porque o fazer e, o que é certo é que, só o fará a instâncias do homem.

  (Senhor aumenta a minha fé, dá-me um coração puro, ajuda-me nas minhas fraquezas, etc.)

  Isto é o que normalmente se conhece por oração.

 

 

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