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24/09/2020

Reflexão - Vocação


O que eleva o homem, o que realmente lhe confere personalidade, é a consciência da sua vocação, da tarefa concreta que o Senhor lhe pede.

É isso que enche uma vida e lhe dá conteúdo. Outra coisa diferente oferece o perigo de a converter num simples vegetar, e vegetar não é próprio de homens feitos à imagem e semelhança de Deus.

(Federico Suarez, A Virgem Nossa Senhora, Éfeso, 1967, pg. 79)

Leitura espiritual Setembro 24


Cartas de São Paulo

2.ª Tessalonicenses  - 4

Os falsos mestres 
1 O Espírito diz abertamente que, nos últimos tempos, alguns hão-de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas diabólicas, 2 seduzidos pela hipocrisia de mentirosos, cuja consciência foi marcada com ferro em brasa. 3 Proibirão o casamento e o uso de alimentos, que Deus criou para serem consumidos em acção de graças, pelos que têm fé e conhecem a verdade. 4 Pois tudo o que Deus criou é bom e nada deve ser rejeitado, quando tomado com acção de graças. 5 Com efeito, tudo é santificado pela palavra de Deus e pela oração.

Modelo dos fiéis –
6 Expondo estas coisas aos irmãos, serás um bom servo de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tão diligentemente tens seguido. 7 Mas rejeita as fábulas ímpias, coisa de comadres. Exercita-te na piedade. 8 O exercício físico de pouco serve, mas a piedade é útil para tudo, pois tem a promessa da vida presente e da futura.  9É digna de fé e de toda a aceitação esta palavra. 10 Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque pomos a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, sobretudo dos que crêem. 11 Eis o que deves proclamar e ensinar. 12 Ninguém escarneça da tua juventude; antes, sê modelo dos fiéis, na palavra, na conduta, no amor, na fé, na castidade. 13 Enquanto aguardas a minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. 14 Não descures o carisma que está em ti, e que te foi dado através de uma profecia, com a imposição das mãos dos presbíteros. 15 Toma a peito estas coisas e persevera nelas, a fim de que o teu progresso seja manifesto a todos. 16 Cuida de ti mesmo e da doutrina, persevera nestas coisas, porque, agindo assim, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te ouvirem.

Amigos de Deus
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Voltemos os nossos olhos para Jesus Cristo, que É o nosso modelo, o espelho em que nos devemos olhar.
Como se comporta, mesmo exteriormente, nas grandes ocasiões? Que nos diz dEle o Santo Evangelho?
Comove-me essa disposição habitual de Cristo, que recorre ao Pai an­tes dos grandes milagres e o Seu exemplo, ao retirar-Se quarenta dias e quarenta noites para o deserto, antes de iniciar a Sua vida pública, para rezar.

É muito importante - perdoai a minha insistência - observar os passos do Messias, porque Ele veio mostrar-nos o caminho que nos leva ao Pai: Descobriremos, com Ele, como se pode dar relevo sobrenatural às actividades aparentemente mais pequenas; aprenderemos a viver cada instante com vibração de eternidade e compreenderemos com maior profundidade que a criatura precisa desses tempos de conversa íntima com Deus, para privar com Ele na Sua intimidade, para invocá-Lo, para ouvi-Lo ou, simplesmente, para estar com Ele.

Há já muitos anos, considerando este modo de proceder do meu Senhor, cheguei à conclusão de que o apostolado, seja ele de que tipo for, consiste numa superabundância da vida interior.
Por isso me parece tão natural, e tão sobrenatural, essa passagem em que se relata como Cristo decidiu escolher definitivamente os primeiros doze.
Conta São Lucas que, antes, tinha passado toda a noite em oração. Vede-o também em Betânia.
Quando Se dispõe a ressuscitar Lázaro, depois de ter chorado pelo amigo, levanta os olhos ao céu e exclama: «Pai, dou-te graças porque me tens ouvido
Este foi o seu ensinamento preciso: Se queremos ajudar os outros, se pretendemos sinceramente animá-los a descobrir o autêntico sentido do seu destino na terra, é preciso que nos fundamentemos na oração.

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São tantas as cenas em que Jesus Cristo fala com o Seu Pai, que se torna quase impossível determo-nos em todas.
Mas penso que não podemos deixar de considerar as horas, tão inten­sas, que precederam a Sua Paixão e Morte, quando Se prepara para consumar o Sacrifício que nos reconduzirá ao Amor Divino.
Na intimidade do Cenáculo o Seu Coração transborda, dirige-Se suplicante ao Pai, anuncia a vinda do Espírito Santo, anima os Seus a um contínuo fervor de caridade e de fé.

Esse fervoroso recolhimento do Redentor continua em Getsémani, quando Se apercebe de que já está iminente a Paixão, com as humilhações e as dores que se aproximam, essa Cruz dura, onde suspendem os malfeitores e que Ele desejou ardentemente.
«Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice
E logo a seguir: «não se faça, contudo, a minha vontade, mas a tua.» Mais tarde, pregado ao madeiro, só, com os braços estendidos num gesto de sacerdote eterno, continua a manter o mesmo diálogo com o Seu Pai: «Nas Tuas mãos encomendo o meu espírito

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Contemplemos agora a Sua Mãe bendita, também nossa Mãe.
No Calvário, junto ao patíbulo, reza.
Não é uma atitude nova em Maria.
Assim se conduziu sempre, cumprindo os seus deveres, ocupando-se do seu lar.
Enquanto estava nas coisas da terra, permanecia pendente de Deus. Cristo, perfectus Deus, perfectus homo, quis que também a Sua Mãe, a criatura mais excelsa, a cheia de graça, nos confirmasse nesse afã de elevar sempre o olhar para o amor divino.
Recordai a cena da Anunciação: Desce o arcanjo para comunicar a divina embaixada - a mensagem de que seria Mãe de Deus - e encontra-a retirada em oração.
Maria está totalmente recolhida no Senhor, quando São Gabriel a saúda: «Deus te salve, oh cheia de graça! O Senhor é contigo».
Dias depois, irrompe na alegria do Magnificat - esse cântico mariano que nos transmitiu o Espírito Santo pela delicada fidelidade de São Lucas - fruto da intimidade habitual da Virgem Santíssima com Deus.

A nossa Mãe meditou longamente as palavras das mulheres e dos homens santos do Antigo Testamento, que esperavam o Salvador, e os acontecimentos de que foram protagonistas.
Admirou o cúmulo de prodígios e o excesso da misericórdia de Deus com o seu povo, tantas vezes ingrato.
Ao considerar esta ternura do Céu, incessantemente renovada, brota o afecto do seu Coração imaculado: “a minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador. Porque lançou os olhos para a baixeza da sua escrava.”
Os filhos desta boa Mãe, os primeiros cristãos, aprenderam com Ela, e nós também podemos e devemos aprender.

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Nos Actos dos Apóstolos narra-se uma cena que me encanta, porque apresenta um exemplo claro e sempre actual: perseveravam todos na doutrina dos Apóstolos, na comum fracção do pão e na oração.
É uma nota insistente no relato da vida dos primeiros seguidores de Cristo: “Todos, animados por um mesmo espírito, perseveravam juntos em oração.”
E quando Pedro é preso por pregar audazmente a verdade, decidem rezar: «Entretanto a Igreja fazia sem cessar oração a Deus por ele

A oração era então, como hoje, a única arma, o meio mais poderoso para vencer nas batalhas da luta interior.
Há entre vós alguém que esteja triste?  Que se recolha em oração.”
E São Paulo resume: “orai sem cessar, nunca vos canseis de implorar.”

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Como fazer oração

Como fazer oração?
Atrevo-me a assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas, infinitas maneiras de orar.
Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração dos filhos de Deus, não o palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus: «nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.»

Os que são movidos pela hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração - escrevia Santo Agostinho – “mas não a sua voz, porque aí falta vida e há ausência de afã por cumprir a Vontade do Pai.”
Que o nosso clamor - Senhor! - vá unido ao desejo eficaz de converter em realidade essas moções interiores, que o Espírito Santo desperta na nossa alma.

Temos de nos esforçar para que da nossa parte não fique nem sombra de hipocrisia.
O primeiro requisito para desterrar esse mal que o Senhor condena duramente, é procurar comportar-se com a disposição clara, habitual e actual de aversão ao pecado.
Com fortaleza, com sinceridade, temos de sentir - no coração e na cabeça - horror ao pecado grave.
E também há-de ser nossa a atitude, profundamente arreigada, de abominar o pecado venial deliberado, essas claudicações que não nos privam da graça divina, mas que debilitam as vias através das quais ela nos chega.

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Nunca me cansei e, com a graça de Deus, nunca me cansarei de falar de oração.
Por volta de 1930, quando se aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas as condições - universitários, operários, sãos e do­entes, ricos e pobres, sacerdotes e leigos - que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor, aconselhava-os sempre: Rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer como começar", recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e Lhe manifestasse a sua inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa: "Senhor, não sei!"
E muitas vezes, naquelas humildes confidências, concretizava-se a intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele.

Passaram muitos anos e não conheço outra receita.
Se não te consideras preparado, recorre a Jesus como faziam os Seus discípulos: «ensina-nos a rezar».
Comprovarás como o Espírito Santo ajuda a nossa fraqueza, pois que, não sabendo sequer o que havemos de pedir nas nossas orações, nem como é conveniente expressarmo-nos, o mesmo Espírito Santo facilita as nossas súplicas com gemidos inexplicáveis, que não podem contar-se porque não existem modos apropriados para descrever a sua profundidade.

Que firmeza deve produzir em nós a Palavra divina!
Não inventei nada, quando - ao longo do meu ministério sacerdotal - repeti e repito incansavelmente esse conselho.
Foi recolhido da Escritura Santa, daí o aprendi: Senhor, não sei dirigir-me a Ti! Senhor, ensina-nos a orar!
E vem toda a assistência amorosa - luz, fogo, vento impetuoso - do Espírito Santo, que ateia a chama e a torna capaz de provocar incên­dios de amor.





Oração pelos Sacerdotes



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

Precisas de um bom exame diário de consciência


Repara na tua conduta com vagar. Verás que estás cheio de erros, que te prejudicam a ti e talvez também aos que te rodeiam. – Lembra-te, filho, que não são menos importantes os micróbios do que as feras. E tu cultivas esses erros, esses enganos – como se cultivam os micróbios no laboratório –, com a tua falta de humildade, com a tua falta de oração, com a tua falta de cumprimento do dever, com a tua falta de conhecimento próprio... E, depois, esses focos infectam o ambiente. Precisas de um bom exame diário de consciência, que te conduza a propósitos concretos de melhora, por sentires verdadeira dor das tuas faltas, das tuas omissões e pecados. (Sulco, 481)

A conversão é coisa de um instante; a santificação é tarefa para toda a vida. A semente divina da caridade, que Deus pôs nas nossas almas, aspira a crescer, a manifestar-se em obras, a dar frutos que correspondam em cada momento ao que é agradável ao Senhor. Por isso, é indispensável estarmos dispostos a recomeçar, a reencontrar – nas novas situações da nossa vida – a luz, o impulso da primeira conversão. E essa é a razão pela qual havemos de nos preparar com um exame profundo, pedindo ajuda ao Senhor para podermos conhecê-Lo melhor e conhecer-nos melhor a nós mesmos. Não há outro caminho para nos convertermos de novo. (Cristo que passa, 58)


Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?