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05/09/2020

Desculpar a todos

Só serás bom, se souberes ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja, 455)

Uma das suas primeiras manifestações concretiza-se em iniciar a alma nos caminhos da humildade. Quando sinceramente nos consideramos nada; quando compreendemos que, se não tivéssemos o auxílio divino, a mais débil e fraca das criaturas seria melhor do que nós; quando nos vemos capazes de todos os erros e de todos os horrores; quando nos reconhecemos pecadores, embora lutemos com empenho por nos afastarmos de tantas infidelidades, como havemos de pensar mal dos outros? Como se poderá alimentar no coração o fanatismo, a intolerância, o orgulho?

A humildade leva-nos pela mão a tratar o próximo da melhor forma: compreender a todos, conviver com todos, desculpar a todos; não criar divisões nem barreiras; comportarmo-nos – sempre! – como instrumentos de unidade. Não é em vão que existe no fundo do homem uma forte aspiração à paz, à união com os seus semelhantes e ao respeito mútuo pelos direitos da pessoa, de modo que tal aspiração se transforme em fraternidade. Isto reflecte uma nota característica do que há de mais valioso na condição humana: se todos somos filhos de Deus, a fraternidade nem se reduz a uma figura de retórica, nem consiste num ideal ilusório, pois surge como meta difícil, mas real.

(…) Na oração, com a ajuda da graça, a soberba pode transformar-se em humildade. E brota da alma a verdadeira alegria, mesmo quando ainda notamos o barro nas asas, o lodo da pobre miséria, que vai secando. Depois, com a mortificação, cairá esse barro e poderemos voar muito alto, porque nos será favorável o vento da misericórdia de Deus. (Amigos de Deus, 233. 249)

Reflexão – Generosidade de Deus

Fico espantado atónito com a Tua generosidade, Senhor!
"Enches" a minha vida com graças, benefícios de toda a ordem e, eu...

(Ouço a Tua resposta): Mas porque te espantas?
Tu dás-Me um "copo de água" Eu retribuo com uma "torrente"...
Tu dás -Me como quem és, Eu dou-te como Quem Sou!

E fico calado... pois que hei-de eu dizer?

(AMA, reflexão, 2020)



Leitura espiritual Setembro 05

Cartas de São Paulo

Filipenses


INTRODUÇÃO


1 Apresentação e saudação –
1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com seus bispos e diáconos: 2 a vós a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!

Acção de graças pelos Filipenses –
3 Todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus, 4 sempre, em toda a minha oração por todos vós. É uma oração que faço com alegria, 5 por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6 E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim, até ao dia de Cristo Jesus. 7 É justo que eu tenha tais sentimentos por todos vós, pois tenho-vos no coração, a todos vós que, nas minhas prisões e na defesa e consolidação do Evangelho, participais na graça que me foi dada. 8 Pois Deus é minha testemunha de quanto anseio por todos vós, com a afeição de Cristo Jesus. 9 E é por isto que eu rezo: para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento, 10 para vos poderdes decidir pelo que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, 11 repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

I. PRISÃO DE PAULO


Alegria pelo progresso do Evangelho –
12 Quero comunicar-vos, irmãos, que o que se passa comigo acabou até por contribuir para o progresso do Evangelho. 13 Assim, foi em Cristo que as minhas prisões se tornaram conhecidas em todo o pretório e de todos os restantes. 14 E a maior parte dos irmãos no Senhor, é pela confiança ganha devido às minhas prisões, que têm ainda mais coragem para, sem medo anunciar a Palavra. 15 É certo que alguns é por inveja e rivalidade, mas outros é mesmo com boa intenção que pregam a Cristo: 16 os que o fazem por amor sabem que estou designado para a defesa do Evangelho; 17 mas os que anunciam a Cristo por ambição, sem sinceridade, pensam que estão a agravar a tribulação que sofro nas minhas prisões. 18 Mas que importa? Desde que, de qualquer modo, com segundas intenções ou com verdade, Cristo seja anunciado. É com isso que me alegro.

Alegria por estar em Cristo –
Mais ainda: continuarei a alegrar-me; 19 pois sei que isto irá resultar para mim em salvação, graças às vossas orações e ao apoio do Espírito de Jesus Cristo, 20 de acordo com a ansiedade e a esperança que tenho de que em nada serei envergonhado. Pelo contrário: com todo o desassombro, agora como sempre, Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida quer pela morte. 21 É que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. 22 Se, entretanto, eu viver corporalmente, isso permitirá que dê fruto a obra que realizo. Que escolher então? Não sei. 23 Estou pressionado dos dois lados: tenho o desejo de partir e estar com Cristo, já que isso seria muitíssimo melhor; 24 mas continuar a viver é mais necessário por causa de vós. 25 E é confiado nisto que eu sei que ficarei e continuarei junto de todos vós, para o progresso e a alegria da vossa fé, 26 a fim de que a glória, que tendes em Cristo Jesus por meio de mim, aumente com a minha presença de novo junto de vós.

II. DEVERES DA COMUNIDADE


Viver de acordo com o Evangelho –
27 Só isto é necessário: comportai-vos em comunidade de um modo digno do Evangelho de Cristo, para que - quer eu vá ter convosco, quer esteja ausente - ouça dizer isto de vós: que permaneceis firmes num só espírito, lutando juntos, numa só alma, pela fé no Evangelho 28 e não vos deixando intimidar em nada pelos adversários - o que para eles é sinal de perdição, porém, é sinal da vossa salvação; e isto vem de Deus. 29 Porque, a vós foi dada a graça de assim actuardes por Cristo: não só a de nele acreditar, mas também a de sofrer por Ele, 30 assumindo o mesmo combate que vistes em mim e de que agora ouvis falar a respeito de mim.



Amigos de Deus

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A virtude cristã é mais ambiciosa: leva-nos a mostrar-nos agradecidos, afáveis, generosos; a comportar-nos como amigos leais e honrados, tanto nos tempos bons como na adversidade; a ser cumpridores das leis e respeitadores das autoridades legítimas; a rectificar com alegria quando nos damos conta de que nos enganámos ao encarar uma questão. Sobretudo, se somos justos, cumpriremos os nossos compromissos profissionais, familiares, sociais..., sem espaventos nem alardes, trabalhando com empenho e exercitando os nossos direitos, que também são deveres.

Não acredito na justiça dos preguiçosos, porque com o seu dolce far niente - como dizem na minha querida Itália - faltam, e às vezes gravemente, ao mais fundamental dos princípios da equidade: o do trabalho. Não devemos esquecer que Deus criou o homem ut operaretur, para trabalhar; e os outros - a nossa família, a nossa nação, a Humanidade inteira, - dependem também da eficácia do nosso trabalho. Meus filhos, que pobre ideia têm da justiça os que a reduzem a uma simples distribuição de bens materiais!

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A justiça e o amor à liberdade e à verdade

Desde a minha infância - desde que tive ouvidos para ouvir, na expressão da Escritura - tenho ouvido o clamor da questão social. Não se trata de nada de particular; é um tema antigo, de sempre. Talvez tenha surgido no mesmo instante em que os homens se organizaram de alguma maneira e se tornaram mais visíveis as diferenças de idade, de inteligência, de capacidade de trabalho, de interesses, de personalidade.

Não sei se haver classes sociais é coisas irremediável; aliás, não é do meu ofício falar dessas matérias, e muito menos aqui, neste oratório, onde nos reunimos para falar de Deus (não desejaria tratar senão deste tema em toda a minha vida) e para conversar com Deus.

Pensai o que quiserdes em tudo aquilo que a Providência confiou à livre e legítima discussão dos homens, mas a minha condição de sacerdote de Cristo impõe-me a necessidade de subir mais alto e de vos lembrar que, em qualquer caso, nunca podemos deixar de viver a justiça, com heroísmo, se for necessário.

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Estamos obrigados a defender a liberdade pessoal de todos, sabendo que Jesus Cristo foi quem nos conquistou essa liberdade. Se não o fizermos, com que direito reivindicaremos a nossa? Também devemos difundir a verdade, porque veritas liberabit vos, a verdade liberta-nos, enquanto a ignorância escraviza. Temos de defender o direito de todos os homens à vida, à posse do necessário para uma existência digna, ao trabalho e ao descanso, à escolha do seu estado, à constituição de um lar, a trazer filhos ao mundo dentro do matrimónio e a poder educá-los, a passar serenamente o tempo da doença ou da velhice, ao acesso à cultura, à associação com os outros cidadãos para fins lícitos e, em primeiro lugar, a conhecer e amar Deus com plena liberdade, porque a consciência, sendo recta, descobre a marca do criador em todas as coisas.

Precisamente por isso, é urgente repetir - não me meto em política, estou só a expor a doutrina da Igreja - que o marxismo é incompatível com a fé de Cristo. Existe alguma coisa mais oposta à fé do que um sistema que baseia tudo em eliminar da alma a presença amorosa de Deus? Gritai isso com muita força, de modo que se oiça claramente a vossa voz: para praticar a justiça não precisamos do marxismo para nada. Pelo contrário, esse erro gravíssimo, pelas suas soluções exclusivamente materialistas que ignoram o Deus da paz, levanta obstáculos à felicidade e ao entendimento entre os homens. Dentro do cristianismo achamos a boa luz que dá sempre resposta a todos os problemas; basta que vos empenheis sinceramente em ser católicos, non verbo neque lingua, sed opere et veritate, não com palavras e com a língua, mas com obras e com verdade. Afirmai isto sempre que se vos apresente a ocasião - procurai-a se for preciso - sem reticências, sem medo.

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Justiça e caridade

Lede a Sagrada Escritura. Meditai um a um, os episódios da vida do Senhor, os seus ensinamentos. Considerai especialmente os conselhos e as advertências com que preparava aquele punhado de homens que haviam de ser os seus apóstolos, os seus mensageiros até aos confins da terra. Qual é a principal norma que lhes dá? Não é o mandamento novo da caridade? Foi com amor que abriram caminho naquele mundo pagão e corrupto.

Convencei-vos de que apenas com a justiça nunca resolvereis os grandes problemas da Humanidade. Quando se faz apenas justiça, não é de estranhar que as pessoas se sintam feridas: a dignidade do homem, que é filho de Deus, pede muito mais do que isso. A caridade tem que ir dentro e ao lado, porque dulcifica tudo e tudo deifica: Deus é amor. Temos de actuar sempre por amor de Deus, que torna mais fácil amar o próximo e purifica e eleva os amores terrenos.

Para se passar da estrita justiça à abundância da caridade há todo um trajecto a percorrer e não são muitos os que perseveram até ao fim: alguns conformam-se com chegar apenas aos umbrais: prescindem da justiça e limitam-se a um pouco de beneficência, a que chamam caridade, sem cuidarem de que o que fazem representa uma pequena parte do que estão obrigados a fazer. E mostram-se tão satisfeitos consigo mesmos como o fariseu que julgava ter enchido a medida da lei só por jejuar dois dias por semana e pagar o dízimo de tudo o que possuía.

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A caridade, que é como que um transbordar generoso da justiça, exige em primeiro lugar o cumprimento do dever: começa-se pelo que é justo; continua-se pelo que é mais equitativo... Mas para amar requer-se muita finura, muita delicadeza, muito respeito, muita afabilidade; numa palavra, seguir aquele conselho do Apóstolo: "levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo". Então, sim, vivemos plenamente a caridade, realizamos o mandato de Jesus.

Para mim não existe exemplo mais claro dessa união prática da justiça com a caridade do que o comportamento das mães. Amam com idêntico carinho todos os seus filhos e esse amor leva-as precisamente a tratá-los de modo diferente - com uma justiça desigual - visto que cada um é diferente dos outros.

Pois também em relação aos nossos semelhantes a caridade aperfeiçoa e completa a justiça, porque nos leva a proceder de maneira desigual com os desiguais, adaptando-nos às suas circunstâncias concretas, a fim de comunicarmos alegria a quem está triste, ciência a quem carece de formação, afecto a quem se sente só... A justiça determina que se dê a cada um o que lhe pertence; ora isto não significa dar a todos a mesma coisa. O igualitarismo utópico é fonte das maiores injustiças.

Para procedermos sempre assim, como essas boas mães, precisamos de esquecer-nos de nós mesmos e de não aspirar a outra superioridade senão a de servir os outros, como Jesus Cristo, que afirmava: «o Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir». Isto exige a inteireza da submissão da nossa vontade ao modelo divino, trabalhar para todos, lutar pela felicidade eterna e pelo bem-estar dos outros. Não conheço melhor caminho para ser justo do que uma vida de entrega e de serviço.

Temas doutrinais 10


A ALEGRIA

B. FUNDAMENTOS E MEIOS PARA A ALEGRIA

7. Meios humanos para estar alegres:

Exercitar a vontade nesta direcção.
Esforçar-se por sorrir sinceramente. É um acto externo, mas ajuda a realizar o acto interno de elevar o ânimo.
A mortificação activa - aquela que se procura fazer -.- Porque as pequenas vitórias ajudam a estar contentes. Também o oferecimento a Deus dos sofrimentos passivos pode ajudar, Mas isto exige uma maior visão sobrenatural.
O serviço ao próximo, pois este esquecimento de si próprio liberta-nos de muitas preocupações e dar-se sinceramente aos outros é de tal eficácia que Deus o premeia com uma humidade cheia de alegria.


Alguns meios mais básicos para estar contentes são: dormir o suficiente, um banho quente, um copo de vinho - se for um bom vinho, dirá alguém -, uma leitura agradável, um passeio, uma excursão ou desporto, uma conversa amistosa, etc.

Pequena agenda do cristão


SÁBADO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: