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Pequena agenda do cristão


SÁBADO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas:

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca

Essas depressões por veres ou por outros descobrirem os teus defeitos, não têm fundamento... Pede a verdadeira humildade. (Sulco, 262)

Quanto maior és, mais te deves humilhar em todas as coisas, e acharás graça diante de Deus. Se formos humildes, Deus não nos abandonará nunca. Ele humilha a altivez do soberbo, mas salva os humildes. Ele liberta o inocente, que pela pureza das suas mãos será resgatado. A infinita misericórdia do Senhor não tarda em vir socorrer quem o chama com humildade. E então actua como quem é: como Deus omnipotente. Ainda que haja muitos perigos, ainda que a alma pareça acossada, ainda que se encontre cercada por todos os lados pelos inimigos da sua salvação, não perecerá. E isto não é apenas tradição doutros tempos, pois continua a acontecer agora.

(…) Nós, sem manifestações espectaculares, com a normalidade da vida cristã corrente, com uma sementeira de paz e de alegria, temos também de destruir muitos ídolos: o da incompreensão, o da injustiça, o da ignorância, o da pretensa suficiência humana que volta com arrogância as costas a Deus.

Não vos assusteis nem temais nada, mesmo que as circunstâncias em que trabalheis sejam tremendas, piores que as de Daniel no fosso com aqueles animais vorazes. As mãos de Deus continuam a ser igualmente poderosas e, se fosse necessário, fariam maravilhas. (Amigos de Deus, 104)

Leitura espiritual 14 Agosto


Cartas de São Paulo

Coríntios 1ª

III. RESPOSTA A QUESTÕES CONCRETAS

7 Matrimónio e celibato –

1 Mas a respeito do que me escrevestes, penso que seria bom para o homem abster-se da mulher. 2 Todavia, para evitar o perigo da incontinência, cada homem tenha a sua mulher e cada mulher, o seu marido. 3 O marido cumpra o dever conjugal para com a sua esposa, e a esposa faça o mesmo para com o seu marido. 4 A esposa não pode dispor do próprio corpo, mas sim o marido; e, do mesmo modo, o marido não pode dispor do próprio corpo, mas sim a esposa. 5 Não vos recuseis um ao outro, a não ser de mútuo acordo e por algum tempo, para vos dedicardes à oração; depois, voltai de novo um para o outro, para que Satanás não vos tente devido à vossa incapacidade de autodomínio. 6 Digo isto como concessão e não como ordem. 7 Desejaria que todos os homens fossem como eu, mas cada um recebe de Deus o seu próprio carisma, um de uma maneira, outro de outra. 8 Aos solteiros e às viúvas digo que é bom para eles ficarem como eu. 9 Mas, se não podem guardar continência, casem-se; pois é melhor casar-se do que ficar abrasado. 10 Aos que já estão casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido; 11 se, porém, está separada, não se case de novo, ou, então, reconcilie-se com o marido; e o marido não repudie a sua mulher. 12 Aos outros, digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem uma esposa não crente e esta consente em habitar com ele, não a repudie. 13 E, se alguma mulher tem um marido não crente e este consente em habitar com ela, não o repudie. 14 Pois o marido não crente é santificado pela mulher, e a mulher não crente é santificada pelo marido; de outro modo, os vossos filhos seriam impuros, quando, na realidade, são santos. 15 Mas se o não crente quiser separar-se, que se separe, porque, em tais circunstâncias, nem o irmão nem a irmã estão vinculados. Deus chamou-vos para viverdes em paz. 16 Com efeito, ó mulher, sabes se podes salvar o teu marido? E tu, ó marido, sabes se podes salvar a tua mulher?

O cristão e a condição social –
17 De resto, continue cada um a viver na condição que o Senhor lhe atribuiu e em que se encontrava quando Deus o chamou. É o que recomendo em todas as igrejas. 18 Alguém era já circuncidado, quando foi chamado? Não disfarce a sua circuncisão. Era incircunciso, quando foi chamado? Não se faça circuncidar. 19 A circuncisão não é nada, e nada é a incircuncisão; o que conta é a observância dos mandamentos de Deus. 20 Permaneça cada um na condição em que se encontrava, quando foi chamado. 21 Eras escravo, quando foste chamado? Não te preocupes com isso. Mas, ainda que pudesses tornar-te livre, procura, antes, tirar proveito da tua condição. 22 Pois o escravo, que foi chamado no Senhor, é um liberto do Senhor. Do mesmo modo, o que era livre quando foi chamado, é um escravo de Cristo. 23 Fostes comprados por um alto preço; não vos torneis escravos dos homens. 24 Irmãos, permaneça cada um, diante de Deus, na condição em que se encontrava quando foi chamado.

Matrimónio e virgindade –
25 A respeito de quem é solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um conselho, como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança. 26 Julgo, pois, que essa condição é boa, por causa das angústias presentes; sim, é bom para o homem continuar assim. 27 Estás comprometido com uma mulher? Não procures romper o vínculo. Não estás comprometido? Não procures mulher. 28 Todavia, se te casares, não pecas; e se uma virgem se casar, também não peca. Mas estes terão de suportar as tribulações corporais e eu quisera poupar-vos a elas. 29 Eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. De agora em diante, os que têm mulher, vivam como se não a tivessem; 30 e os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem; 31 os que usam deste mundo, como se não o usufruíssem plenamente. Porque este mundo de aparências está a terminar. 32 Eu quisera que estivésseis livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor, como há-de agradar ao Senhor. 33 Mas aquele que tem esposa cuida das coisas do mundo, como há-de agradar à mulher, 34 e fica dividido. Também a mulher não casada, tal como a virgem, cuidam das coisas do Senhor, para serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo, como há-de agradar ao marido. 35 Digo-vos isto para vosso bem, não para vos armar uma cilada, mas visando o que é mais nobre e favoreça uma dedicação ao Senhor, sem partilha. 36 Se alguém, cheio de vitalidade, receia faltar ao respeito à sua noiva e pensa que as coisas devem seguir o seu curso, faça o que lhe parecer melhor. Não peca; que se casem. 37 Mas, se alguém tomou a firme resolução no seu coração, sem constrangimento e no pleno uso da sua vontade, e resolve no seu foro íntimo respeitar a sua noiva, fará bem. 38 Portanto, aquele que desposa a sua noiva faz bem; e quem a não desposa ainda faz melhor. 39 A mulher permanece ligada ao seu marido enquanto ele viver. Se, porém, o marido vier a falecer, fica livre para se casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. 40 Todavia, na minha opinião, será mais feliz, se permanecer como está. Julgo que também eu tenho o Espírito de Deus.


Amigos de Deus
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Não estou a falar de ideais imaginários. Atenho-me a uma realidade muito concreta, de capital importância, capaz de modificar o ambiente mais pagão e mais hostil às exigências divinas, como aconteceu na primeira época da era da nossa salvação. Saboreai estas palavras de um autor anónimo desses tempos, o qual resume assim a grandeza da nossa vocação: os cristãos são para o mundo o que a alma é para o corpo. Vivem no mundo, mas não são mundanos, tal como a alma está no corpo, mas não é corpórea. Habitam em todos os povoados, como a alma está em todas as partes do corpo. Agem mediante a sua vida interior sem se fazerem notar, como a alma mediante a sua essência... Vivem como peregrinos entre coisas perecedoiras, na esperança da incorruptibilidade dos céus, como a alma imortal vive agora numa tenda mortal. Multiplicam-se dia-a-dia sob o peso das perseguições, como a alma se aformoseia pela mortificação... E não é lícito aos cristãos abandonarem a sua missão no mundo, como não é permitido à alma separar-se voluntariamente do corpo.

Por esta razão, enganar-nos-íamos no caminho, se não déssemos importância às ocupações temporais. Também aí vos espera o Senhor. Podeis ter a certeza de que nós, homens, nos havemos de aproximar de Deus através das circunstâncias da vida corrente, ordenadas ou permitidas pela Providência na Sua sabedoria infinita. Não atingiremos esse fim, se não nos esforçarmos por terminar bem a nossa tarefa; se não perseverarmos no afã pelo trabalho começado com empenho humano e sobrenatural; se não desempenharmos bem o nosso ofício como o melhor e, se é possível - e penso que, se tu verdadeiramente quiseres, assim será - melhor do que o melhor, porque usaremos todos os meios terrenos honrados e os espirituais que forem necessários para oferecer a Nosso Senhor um trabalho primoroso, acabado como uma peça de filigrana, perfeito.

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Fazer do trabalho oração

Costumo dizer com frequência que, nestes momentos de conversa com Jesus, que nos vê e nos ouve do sacrário, não podemos cair numa oração impessoal. E observo também que, para meditar de modo a que se inicie imediatamente um diálogo com o Senhor, não é preciso pronunciar palavras. Precisamos, sim, de sair do anonimato e de nos pôr na sua presença tal como somos, sem nos escondermos na multidão que enche a igreja, nem nos diluirmos num palavreado oco, que não brota do coração mas de um costume desprovido de conteúdo.

Posto isto, acrescento agora que também o teu trabalho deve ser oração pessoal e há-de converter-se numa grande conversa com o Nosso Pai do Céu. Se procuras a santificação na tua actividade profissional e através dela, terás necessariamente de te esforçar para que ela se converta numa oração sem anonimato. E nem sequer estes teus afãs podem cair na obscuridade anódina de uma tarefa rotineira, impessoal, porque nesse mesmo instante teria morrido o aliciante divino que anima o teu trabalho quotidiano.

Vêm-me neste momento à memória as minhas viagens às frentes de batalha durante a Guerra Civil Espanhola. Sem contar com qualquer meio humano, acudia aonde houvesse alguém que necessitasse do meu trabalho de sacerdote. Naquelas circunstâncias tão peculiares, talvez propícias a que muitos justificassem os seus abandonos e os seus descuidos, não me limitava a sugerir um conselho simplesmente ascético. Movia-me então a mesma preocupação que sinto agora e que estou a procurar que o Senhor desperte em cada um de vós. Interessava-me pelo bem das suas almas e também pela sua alegria aqui na terra. Por isso, animava-os a aproveitarem o tempo com tarefas úteis, evitando que a guerra se tornasse numa espécie de parêntesis na sua vida. Pedia-lhes que não se desleixassem e fizessem o possível por não converter a trincheira e a guarita numa espécie de sala de espera das estações de caminhos de ferro da época, onde a gente matava o tempo à espera daqueles comboios que parecia que nunca mais chegariam...
Sugeria-lhes concretamente que se ocupassem com alguma actividade proveitosa, compatível com o seu serviço de soldados, como, por exemplo, estudar ou aprender línguas, aconselhando-os também a que nunca deixassem de ser homens de Deus e procurassem que toda a sua conduta fosse operatio Dei, trabalho de Deus. E ficava comovido ao comprovar que esses rapazes, em situações nada fáceis, correspondiam tão maravilhosamente, que se notava a solidez da sua têmpera interior.

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Lembro-me também da temporada da minha estadia em Burgos, durante essa mesma época. Aí apareciam tantos e tantos para passar alguns dias comigo nos períodos de licença, além daqueles que estavam destacados nos quartéis da zona. Como casa, compartilhava com alguns filhos meus o mesmo quarto de um hotel muito fraco. Apesar de carecermos até do mais imprescindível, organizávamo-nos de modo a que não faltasse o necessário aos que vinham para descansar e recompor as forças. E eram centenas!

Tinha o costume de sair a passear pela margem do Arlanzón, enquanto conversava com eles, ouvia as suas confidências e procurava orientá-los com o conselho oportuno que os confirmasse ou lhes abrisse horizontes novos de vida interior. E, sempre com a ajuda de Deus, animava-os, estimulava-os e abrasava-os na sua conduta de cristãos. Às vezes as nossas caminhadas chegavam ao mosteiro de Las Huelgas. E noutras ocasiões íamos até à Catedral.

Gostava de subir a uma torre para que vissem de perto a pedra trabalhada das cumieiras, um autêntico rendilhado de pedra, fruto de um trabalho paciente e custoso. Nessas conversas fazia-lhes notar que aquela maravilha não se via de baixo. E para concretizar o que lhes tinha explicado com repetida frequência, comentava: Isto é o trabalho de Deus, a obra de Deus: Acabar a tarefa pessoal com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas rendas de pedra. Compreendiam, perante essa realidade que entrava pelos olhos, que tudo isso era oração, um formoso diálogo com o Senhor. Aqueles que tinham gasto as suas energias nessa tarefa sabiam perfeitamente que das ruas da cidade ninguém veria e apreciaria o resultado do seu esforço: era só para Deus. Compreendes agora como a vocação profissional pode aproximar do Senhor? Faz tu o mesmo que aqueles canteiros e o teu trabalho será também operatio Dei, um trabalho humano com entranhas e perfis divinos.

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Convencidos de que Deus se encontra em toda a parte, nós cultivamos os campos louvando ao Senhor, sulcamos os mares e trabalhamos em todas as outras nossas profissões, cantando as suas misericórdias. Desta maneira estamos unidos a Deus a todo o momento. Mesmo quando vos encontrardes isolados, fora do vosso ambiente habitual - como aqueles rapazes na trincheira - vivereis metidos no Senhor, através desse trabalho pessoal e esforçado, contínuo, que soubestes converter em oração, porque o haveis começado e concluído na presença de Deus Pai, de Deus Filho e de Deus Espírito Santo.

Não esqueçais, contudo, que estais também na presença dos homens e que estes esperam de vós - de ti! - um testemunho cristão. Por isso, na ocupação profissional, temos de actuar de tal maneira, do ponto de vista humano, que não fiquemos envergonhados nem façamos corar quem nos conhece e nos ama. Se vos conduzirdes de acordo com este espírito que procuro ensinar-vos, além de não desiludirdes aqueles que confiam em vós, não ficareis com a cara ruborizada e nem sequer vos acontecerá como àquele homem da parábola que se propôs edificar uma torre: depois de lançar os alicerces, não podendo concluí-la, começaram todos os que a viram a zombar dele, dizendo: "Este começou a construir e não pôde chegar ao fim".

Garanto-vos que, se não perderdes a visão sobrenatural, poreis o coroamento na vossa tarefa, acabareis a vossa catedral, até colocar a última pedra.



Filosofia, Religião, Vida Humana.

Teologia do Sacrosanctum Concilium 5 

l. O sacerdócio de Jesus Cristo

Jesus Cristo praticou em sua vida e preconizou o culto em espírito e verdade, o culto que Deus tinha prescrito a seu povo ao selar a aliança no Monte Sinai. A carta aos hebreus, descrevendo o sacerdócio novo, único e definitivo de Jesus Cristo, diz: “Ao entrar no mundo, Ele (Jesus Cristo) afirmou: ‘Tu não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram do teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui, – no rolo do livro está escrito a meu respeito – eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade". Assim, Ele declara, primeiramente: "Sacrifícios, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado, tu não quiseste, e não te agradaram’. Trata-se, notemo-lo bem, de oferendas prescritas pela Lei. Depois ele assegura: ‘Eis que eu vim para fazer a tua vontade’. Portanto, ele suprime o primeiro para estabelecer o segundo. E graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb: 10, 5-10). É o culto da vida de Jesus que ele completou pela sua morte na cruz e cuja aceitação o Pai manifestou ressuscitando seu Filho da morte. Como Jesus entrou pela sua morte no santuário verdadeiro, o céu, assim ele está agora e eternamente diante do Pai, entregando-se em eterno amor obediente, e associa a si aqueles que na terra estão em comunhão com ele, sobretudo aqueles que pelo baptismo se tornaram com ele e nele sacerdotes, os membros do seu corpo místico. Em sua vida e especialmente quando eles celebram a liturgia, Jesus está presente e agindo, como diz a constituição sobre a liturgia, ”no sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, ‘pois aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz’ (Concílio de Trento), quanto sobretudo sob as espécies eucarísticas". Presente está pela sua força nos sacramentos, de tal forma que quando alguém baptiza é Cristo, mesmo que baptiza. Presente está pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as sagradas escrituras na igreja. Está presente finalmente quando a Igreja ora e salmodia, ele que prometeu: ‘Onde dois ou três estiverem reunido em meu nome, aí estarei no meio deles’ (Mt 18,20) (SC 7). Evidentemente, os membros do seu corpo que participam do seu sacerdócio, devem celebrar como ele, quer dizer, celebrar aquilo que vivem, sua obediência ao Pai e entrega pelos irmãos, exactamente como Jesus na última ceia celebrou ritualmente seu sacrifício vivido desde a sua encarnação até a morte na cruz.


(P. Gregório Lutz, CSSp)

Filosofia, Religião, Vida Humana, CV II, Sacerdócio,

Filosofia, Religião, Vida Humana.


Teologia do Sacrosanctum Concilium 

2 – O sacerdócio dos cristãos

Ao selar a aliança no deserto do Sinai com o povo libertado da escravidão do Egipto Deus tinha dito: “Se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim uma propriedade particular entre todos os povos… Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,5-6). É este texto que ressoa nas palavras de São Pedro em sua primeira carta: “Dedicai-vos a um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo”, e: “Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de particular propriedade, a fim de que proclameis as excelências daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1 Pd 2,5.9). No mesmo sentido diz o livro do Apocalipse que Jesus “fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai” (Ap 1,6). Como no antigo, assim também no novo testamento, este sacerdócio é um sacerdócio espiritual que, no entanto, não exclui, e sim inclui o oferecimento de sacrifícios rituais, na Igreja o sacrifício eucarístico. É igualmente claro que o exercício deste sacerdócio se estende a toda a liturgia, a todas as celebrações. E, finalmente, não há dúvidas de que este povo sacerdotal são todos os baptizados. Como no baptismo nascemos pelo dom do Espírito Santo como filhos e filhas de Deus em Jesus Cristo, assim somos no baptismo ungidos sacerdotes no sumo sacerdote Jesus Cristo.

E o sacerdócio dos ordenados? Como diz o termo que o especifica, “sacerdócio ministerial”, ele está a serviço do sacerdócio comum de todos os baptizados. Os ordenados ajudam todo o povo dos baptizados a viver e exercer o seu sacerdócio espiritual e ritual.
Sobretudo na liturgia se exerce o sacerdócio de Jesus Cristo, do qual participam todos os baptizados e, de modo particular, os ordenados. É neste sentido que a constituição sobre a liturgia fala da “plena, cônscia e activa participação das celebrações, que a própria natureza da liturgia exige e à qual, por força do baptismo, o povo cristão, geração escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo de conquista tem direito e obrigação” (SC 14). No mesmo sentido a constituição diz ainda: “As acções litúrgicas (…) são (…) celebrações da Igreja, que é o sacramento da unidade, isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção dos bispos. Por isso, estas celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja, e o manifestam e afectam” (SC 26).


(P. Gregório Lutz, CSSp)




Filosofia, Religião, Vida Humana, CV II, Sacerdócio,

SACRAMENTOS

Eucaristia

…/7

1.3. A Eucaristia na ordem sacramental da Igreja

Todos os outros sacramentos e todas as obras da Igreja ordenam-se à Eucaristia porque o seu fim é conduzir os fiéis à união com Cristo, presente neste sacramento [6].

Embora contenha Cristo, fonte através da qual a vida divina chega à humanidade, e ainda sendo o fim para o qual se ordenam os outros sacramentos, a Eucaristia não substitui nenhum deles (nem o Baptismo, nem a Confirmação, nem a Penitência, nem a Unção dos Doentes), e só pode ser consagrada por um ministro validamente ordenado.

Cada sacramento tem o seu papel no conjunto sacramental e na vida da própria Igreja.
Neste sentido, a Eucaristia considera-se o terceiro sacramento da iniciação cristã.

Desde os primeiros séculos do cristianismo que o Baptismo e a Confirmação foram considerados como preparação para a participação na Eucaristia, como disposições para se poder entrar em comunhão sacramental com o Corpo de Cristo e o seu sacrifício, e para inserir-se mais vitalmente no mistério de Cristo e da sua Igreja.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO


Sexta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?