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26/03/2020

Estou com Ele no tempo da adversidade

Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade; nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do profeta: "O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar". Reza-a devotamente, todos os dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa para nosso bem. (Forja, 855)

E quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da tribulação, de uma nova noite da alma nos ataca – violenta –, o salmista põe-nos nos lábios e na inteligência aquelas palavras: estou com Ele no tempo da adversidade. Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas feridas, os meus arranhões? Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros? E os vossos corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe – com obras – que morremos de Amor.
Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas; de ver o Seu sorriso, o Seu rosto... Julgo que o melhor modo de o exprimir é repetir novamente, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim a minha alma te anela, ó meu Deus! E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte.
Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia – pegando esta ânsia aos outros – porque o bem é difusivo. Não é possível que a nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas redentoras que brotam do lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor.
Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas. E não me contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre, é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam rebentar e o suplício pareça insuportável. (Amigos de Deus, 310–311)

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Evangelho e comentário


TEMPO DE QUARESMA


Evangelho: Jo 5, 31-47

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não será considerado verdadeiro. É outro que dá testemunho de Mim e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. Vós mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade. Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos. João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz. Mas Eu tenho um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar – as obras que realizo – dão testemunho de que o Pai Me enviou. E o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua figura e a sua palavra não habita em vós, porque não acreditais n’Aquele que Ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim e não quereis vir a Mim para encontrar essa vida. Não é dos homens que Eu recebo glória; mas Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de Deus. Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis. Como podeis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não procurais a glória que vem só de Deus? Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será Moisés, em quem pusestes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito. Mas se não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?».

Comentário:

Com este acontecimento extraordinário, que São Lucas nos relata com os detalhes que deverá ter ouvido da própria Santíssima Virgem, começa, verdadeiramente, a História da Salvação da Humanidade.

Sentimos um misterioso clima de grandiosa simplicidade – se assim se pode dizer – em que se envolvem uma jovem rapariga e um Enviado de Deus, num diálogo intenso, de perguntas e respostas, de estranheza e segurança, de incompreensão e acatamento.

Nada falta! Tudo é completo, grandioso e simples ao mesmo tempo como é sempre o momento em que a Vontade de Deus é aceite e, naturalmente, se cumpre.

Virgem e Mãe! Mãe sempre Virgem! A Nossa Senhora! A nossa Mãe!
«Dum steteris in conspecto Domine, loquaris pro nos bona[i]

(AMA, comentário sobre, Lc 1, 26-38, 07.07.2014)



[i] Quando estiveres na presença de Deus, diz-lhe bem de nós!

Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã

Sobre a oração 10

Oração de acção de graças 1

Talvez – examinemos – esta seja a oração que menos nos ocorre fazer.

E, realmente, devíamos dar graças continuamente porque, também continuamente nos é dado.

Por exemplo: o dom da vida.

(AMA, 2019)

Orações: Obediência

Quero, Senhor, ser obediente às Tuas indicações que me chegam de tão diversos modos. Tenho a certeza, absoluta, que só assim serei feliz. 



(AMA, orações pessoais)

Leitura espiritual

Pensamentos para a vida diária

Felicidade 3

Capítulo III
Felicidade

A felicidade não consiste na abundância de coisas que o homem possua, nem tampouco na satisfação dos desejos humanos – por exemplo, prazer num momento e publicidade noutro.
A felicidade é, principalmente, condicionada a duas coisas: um objectivo certo na vida e o autodomínio do egocentrismo e do egoísmo.

O alvo da vida deve satisfazer os mais altos cumes da personalidade, principalmente o desejo de viver e a ânsia da verdade e a procura do amor.
A satisfação de viver não está dependente de mais três dias de vida, mas sim da imortalidade que não tem fim.

A verdade conquista-se, não com saber uma ciência apenas, com exclusão de outras, ou numa só arte ignorando as restantes.

O espírito só logra descanso quando está senhor de todo o conhecimento da verdade completa, não sob uma forma abstracta, mas sim personificada n’Aquele que diz: «Eu Sou a Verdade» [1].

Finalmente, a vontade satisfaz-se, não com um amor que pode esmorecer ou está sujeito a fases, como a Lua, mas sim com o amor que é um êxtase contínuo, sem intervalos de ódio ou de saciedade.

Esta vida perfeita, esta verdade perfeita e este perfeito amor é Deus – Pai, Filho e Espírito Santo.

A segunda condição da felicidade é o autodomínio do egocentrismo e do egoísmo que impede o caminho por onde tem de se atingir aquele último e final propósito.
O inferno é o seu “eu” afirmado no tempo, no isolamento e na eternidade, sempre em conflito com outros “eus”, que negam constantemente o nosso “eu”.
O inferno é composto por seres completamente egocentristas.
Os que convivem com semelhantes indivíduos conhecem antecipadamente o sabor do inferno.

O egoísmo tem de ser eliminado, pois que, enquanto subsistir, não acolhe nem Deus nem o próximo.

Só depois de ter feito o vácuo na ampola de vidro, é que ela proporciona o meio próprio para os “raios x” penetrarem através dos músculos e do cérebro, em-bora não os vejamos.
Enquanto eu” e o egoísmo persistirem, a quererem assegurar - à custa alheia - o nosso bem estar e prazer, seremos torturados pela felicidade interior.
O “eu” arde nas chamas do inferno e é essa a sensação que os egocentristas já sentem vagamente em vida, no tormento que lhes rói a consciência.

Precisamente porque é difícil expulsar o orgulho, a luxúria, a gula e a ambição é que só muito lentamente se consegue neste mundo a conquista da felicidade.
Não há planícies na vida espiritual.
Não basta dar alguns passos em ladeiras íngremes para alcançar prontamente a terra do contentamento.
A paz interior não se consegue com um só golpe: para lograr alcançá-la temos de andar passo a passo.
Apenas chegaremos, quando muito, a uma breve clareira, pois logo surgem à nossa frente espinhos e silvados, prontos a rasgar, a dilacerar a nossa carne, além de que subsiste sempre o perigo de escorregarmos de vez em quando, recuando assim alguns passos.

Deus Nosso Senhor disse: «Toma contigo a tua cruz de todos os dias» [2].

A luta pela liberdade é ainda condicionada a uma luta incansável connosco próprios: não é fácil deitar lado a lado o leão e o cordeiro.
O cão de caça tem de lutar para agarrar solidamente a fera que existe em nós. Embora seja difícil a prossecução da felicidade divina, ela proporciona uma má paz e uma alegria que o egocentrista não pode compreender.
Cada provação, cada batalha dão uma nova força que se traduz em abundantes graças celestiais.
Quanto mais orifícios se fizerem no balão do egocentrismo, tantas mais aberturas ficarão patentes para dar entrada aos influxos da luz e do amor.
Os nossos recursos individuais não devem ser poupados na tarefa de toramos, dia-a-dia, as nossas cruzes.

Há quem pergunte a si próprio de onde vêm para alguns a força e a paciência, porque nem sequer suspeitam que existem almas que as graças do Céu alimentam com abundância.

Todos pretendem ser felizes, e a razão pela qual muitos não o são consiste em que o procuram ser a seu exclusivo gosto e sem terem de pagar o justo preço.

Por mais paradoxal que isso pareça, a felicidade principia onde acaba o egoísmo.
saudações na praça pública»[3].


Fulton J. Sheen, Thoughts for dayly living, (tradução por AMA)


[1] Jo 14, 6
[2] Lc 9, 22
[3] Ibid

PANDEMIA - 1


PANDEMIA
PANDEMIA - 1

Desde já aviso -  sem qualquer receio - que vou escrever sobre o Amor.
O Amor é uma arma contra a pandemia?

Em vez de arma, prefiro chamar-lhe "solução". As armas servem para a guerra e, não entendo como pessoas com responsabilidades podem afirmar que estamos a travar "uma guerra". Mais me preocupa porque estas pessoas, melhor que muitos,  deveriam saber que as guerras nunca podem ser solução, porque absolutamente inúteis.

E porque o Amor é a solução?

Porque o Amor é a mais profunda e completa qualidade humana.
Desde logo a nossa vida é fruto do Amor de Deus, depois porque é ENTREGA, DOAÇÃO de si mesmo a Deus e, por amor de Deus, aos outros .

(AMA, 2020)

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

Quinta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?