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01/03/2020

NUNC COEPI

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Para servir, servir

Tu também tens uma vocação profissional, que te "espicaça". Sim, esse "aguilhão" é o anzol de pescar homens. Rectifica, portanto, a intenção, e não deixes de adquirir todo o prestígio profissional possível, em serviço de Deus e das almas. O Senhor conta também com isso. (Sulco, 491)

Assim, como lema para o vosso trabalho, posso indicar-vos este: para servir, servir. Porque para fazer as coisas, é necessário, em primeiro lugar, saber concluí-las. Não acredito na rectidão da intenção de quem não se esforça por conseguir a competência necessária para cumprir bem os trabalhos de que está encarregado. Não basta querer fazer o bem; é preciso saber fazê-lo. E, se queremos realmente, esse desejo traduzir-se-á no empenho por utilizar os meios adequados para fazer as coisas bem acabadas, com perfeição humana.
Além disso, esse serviço humano, essa capacidade a que poderíamos chamar técnica, saber realizar o nosso ofício, deve ter uma característica que foi fundamental no trabalho de S. José e que devia ser fundamental em todo o cristão: o espírito de serviço, o desejo de trabalhar para contribuir para o bem dos outros homens. O trabalho de S. José não foi um trabalho que visasse a auto-afirmação, embora a dedicação de uma vida laboriosa tenha forjado nele uma personalidade madura, bem delineada. O Santo Patriarca trabalhava com a consciência de cumprir a vontade de Deus, pensando no bem dos seus, Jesus e Maria, e tendo presente o bem de todos os habitantes da pequena Nazaré. (Cristo que passa, 50–51)

Evangelho e comentário

TEMPO DE QUARESMA
Evangelho Mar 01

Evangelho: Mt 4, 1-11

Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras que se transformem em pães». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’». Então o Diabo conduziu-O à cidade santa, levou-O ao pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo, pois está escrito: ‘Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’». Respondeu-lhe Jesus: «Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». De novo o Diabo O levou consigo a um monte muito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-Lhe: «Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares». Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e serviram-n'O.

Comentário:

Este trecho do Evangelho que São Mateus escreveu encerra a descrição de algo que, poderíamos pensar, um pouco insólito.

Porquê Jesus Cristo Se sujeitou a tal?

«O Espírito conduziu-O ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo.»

A resposta está em que a Pessoa humana do Salvador não quer eximir-Se a nada a que os Seus irmãos – os homens – estão sujeitos e, isto, principalmente, para dar exemplo.

Parece evidente que este episódio foi revelado aos Apóstolos pelo próprio Mestre, pois não haveria outra forma de dele tomarem conhecimento.

Como poderia o demónio tentar o Senhor que não tinha nem defeito nem pecado algum?

Só o pode fazer porque o próprio Jesus - propositadamente - lhe deu o ensejo para tal:

«Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.»

Fica, pois, claro que a tentação aparece pelos sinais que damos de fraqueza ou desejo.

Atenção, pois!

(AMA, comentário sobre Mt 4, 1-11, 2019)

Quaresma

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Quaresma 

Exame pessoal 2

Exame pois claro!

Como se fosse assim algo de extraordinário, com um merecimento enorme!

Ainda se fosse verdadeiro, profundo, detalhado!
Mas não é, não costuma passar de uma revisão da memória onde me perco em inúmeras coisas sem importância nenhuma, em vez de ir ao "fundo", ao cerne onde nascem os meus defeitos, os meus erros.

Desejo tirar esta capa de "bem-comportado" com que me cubro para poder apresentar-me ao Senhor tal qual sou, ou, por outras palavras, como Ele sabe que sou.

Só com a Tua ajuda o conseguirei e, por isso Te peço me ajudes.

(AMA, reflexões, 2018)

THALITA KUM 117


THALITA KUM 117 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Dentro da casa de Jairo, a mesma multidão de pessoas que choram, gritam e se arrepelam num alarido ensurdecedor, impedindo a passagem.

«Mas Ele fá-los sair a todos, toma consigo o pai e a mãe e os que trazia consigo, entra onde jazia a criança».

Agora, nesta divisão da casa, há um silêncio que contrasta com o alarido exterior. Sobre a janela estreita a luz do dia é coada por uma cortina. Mal se distinguem, nas sombras as formas da jovem deitada sobre a cama.
O seu rosto transmite uma serenidade que só a morte tranquila pode conferir. A sua juventude é bem patente nas feições delicadas, no cabelo bem arranjado, nas mãos firmes que agora descansam, inertes, sobre o seu peito.

A mãe e o pai contendo os soluços deixam-se cair de joelhos aos pés do leito, entrelaçando as mãos num gesto de amor solidário em hora tão triste.
Os seus olhos, húmidos das lágrimas mal contidas, procuram avidamente o olhar de Cristo que Se debruça agora sobre a jovem.
Com um gesto de carinho afasta do jovem rosto um caracol do cabelo que, rebelde, insistira cobrir a jovem fronte. Jesus, também tem os olhos húmidos porque Se enternece sobremaneira com esta figurinha frágil de jovem mulher que, agora, jaz ali, à Sua frente, na imobilidade da morte.

Os discípulos estão mudos, também, porque sabem por experiência, que está prestes a acontecer algo extraordinário. Conhecem bem aquela expressão no rosto do Mestre.
A expressão de ternura, de pena, de doce recriminação.
Lentamente, também eles se ajoelham porque se dão conta que o momento é de profunda seriedade e que, realmente, Deus está ali naquele quarto, câmara mortuária da jovem filha de Jairo.

Como que suspenso no ar, há um clima de mistério e profunda elevação.
Os raios da luz do Sol que a cortina deixa passar, iluminam os rostos estáticos dos presentes, num jogo de luz e sombras que tudo transformam num quadro quase irreal.
Sente-se uma tensão que vibra no mais íntimo de cada um, fazendo sentir-se como que diminuindo cada vez mais até se assumir num minúsculo ponto sem entidade nem referência espacial.
É uma atmosfera tão irreal e etérea, mas ao mesmo tempo tão concreta e palpável, que todos se sentem confusos e expectantes, expostos e permeáveis, inseguros e confundidos.

É neste ambiente que se dão conta que O Mestre Se inclina uma vez mais sobre o leito, que toma delicadamente a mão da menina e, numa voz profunda e tranquila, diz imperiosamente:

«Talitha kum!»

 A voz de comando de Jesus, não admite discussão.

«A menina pôs-se logo em pé e começou a andar, pois tinha doze anos».

No espaço de poucos dias, seguindo a cronologia do Evangelho de São Lucas, Jesus ressuscita dois jovens.
Ao filho da viúva de Naín também ordenara sem titubeios:

«Adolescens, tibi dico, surge!»

A este, refere-se como “rapaz”, aquela como “menina”. A ambos manda que se levantem; àquele do catafalco onde seguia cadáver, a esta da cama onde a morte a colhera.

A um e a outro foi como se dissesse,

‘Não quero que continues deitado como se estivesses a dormir, quero-te de pé, desperto na tua juventude para viveres a vida que está à tua frente. Deitado dorme-se; de pé vive-se’.


(AMA, reflexões).




Leitura espiritual


JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR


Iniciação à Cristologia


A distinção entre natureza e pessoa.


Esta distinção aparece mais clara ao considerar os indivíduos racionais ou pessoas possuidoras de uma determinada natureza. Com efeito, comprovamos que existem muitos sujeitos ou indivíduos diferentes (p. ex. os homens) que possuem a mesma natureza (a condição humana).

A distinção entre uma natureza e a própria pessoa que a possui é uma distinção entre uma parte e o todo, entre a parte que lhe dá o modo de ser e o todo que existe realmente: p. ex. Pedro tem realmente uma natureza humana como algo próprio, e, além disso, possui outros elementos individuais exclusivos dele, não comuns a outros homens; Pedro é a pessoa, o todo, e a natureza é uma parte dele que o especifica.


b) A união absolutamente misteriosa e singular das duas naturezas em Cristo é hipostática, na pessoa.

   
Já vimos que Cristo não é um ser «só em algum sentido», com a unidade moral, extrínseca o acidental que pode existir entre dois sujeitos ou indivíduos subsistentes, um divino e outro humano, que formem uma comunhão de vida e de acção, como sustentava Nestório. Mas, por outro lado, essa unidade, real e ontológica, que afirmamos em Cristo, tampouco é segundo a natureza: não existe uma só natureza composta pela divina e a humana, como afirmava Eutiques.

   
A união das duas naturezas em Cristo é uma união hipostática ou na pessoa. Nosso Senhor «ainda que seja Deus e homem, não são dois Cristos, mas um só Cristo (…) um absolutamente (…) na unidade da pessoa»[i]. O Verbo, ao assumir a natureza humana de Maria Virgem, fê-la realmente sua, e começou a ser homem no tempo, sem deixar de ser o mesmo que era desde a eternidade. De modo que, depois da Encarnação, o Filho de Deus subsiste em duas naturezas: é Deus e também é homem.
   

Esta união é completamente misteriosa, não tem semelhança com nenhuma outra, e conhecemo-la unicamente pela fé. Os exemplos que se empregaram na catequese para ilustrar este mistério são simples analogias que servem só em parte, mas que distam dele noutros aspectos. O símil mais utilizado pela Tradição é a união da alma e do corpo [1]: a união de duas substâncias que formam no nosso caso uma só pessoa, e nisto serve de exemplo para a união da divindade e humanidade em Cristo. Mas não serve como exemplo noutros aspectos: p. ex. enquanto a alma e o corpo são duas substâncias incompletas, e este não é o caso da divindade nem da humanidade de Cristo; nem tampouco enquanto a união do corpo e alma se constitui uma só natureza.


c) A natureza humana de Cristo é íntegra e perfeita, mas não é uma pessoa humana, nem é um sujeito diferente do Verbo


O Filho de Deus assumiu uma verdadeira e perfeita natureza humana individual, composta de corpo e alma, e é em verdadeiramente homem. Daí surgiu que alguns conceberam a natureza humana de Cristo como um sujeito humano diferente da pessoa do Verbo, ainda que não o chamassem «pessoa», mas só «hypóstasis».


Contra estes, o quinto concílio ecuménico, II de Constantinopla, no ano 553 «confessou a propósito de Cristo: ‘Não há mais que uma só hypóstasis (ou pessoa), que é Nosso Senhor Jesus Cristo, uno da Trindade’ [2]. Portanto, tudo na humanidade de Jesus Cristo deve ser atribuído à sua pessoa divina como seu próprio sujeito [3], não somente os milagres mas também os sofrimentos [4] e a própria morte: ‘O que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e uno da santíssima Trindade’ [5]»[ii][6].


A natureza humana de Jesus Cristo, ainda que real, criada, individual e concreta, não é uma hypóstasis ou uma pessoa humana, pois não é um subsistente, não é um todo completo em si mesmo que exista independentemente do outro, já que pertence propriamente ao Verbo que a assumiu, e foi levada de forma inefável à união do ser pessoal do Filho de Deus que pré-existia à união. De modo que o Filho de Deus, uno da santíssima Trindade, é o único subsistente, sujeito ou pessoa, na sua natureza divina e na sua natureza humana.


Afirmar que a humanidade de Cristo não é pessoa humana não significa diminuir ou tirar algo da verdadeira e real índole humana de Nosso Senhor, já que essa natureza á completa e perfeita, e não lhe falta nada que seja próprio dela. E tampouco rebaixa a condição e dignidade da sua humanidade o facto de não existir por si mesma e não constituir uma pessoa humana, mas sim, pelo contrário, «a natureza humana é em Cristo mais digna que em nós, porque no nosso caso ao existir por si tem a suam própria personalidade, todavia em Cristo existe a pessoa do Verbo»[7].


d) A pessoa de Jesus Cristo é divina, eterna e imutável na sua Encarnação e não formada pela união das naturezas: é pessoa do Filho de Deus


Já sabemos que só se encarnou a segunda pessoa da Santíssima Trindade, o Filho de Deus, como nos ensina a revelação e a fé da Igreja: as três pessoas divinas fizeram que a natureza humana se unisse á pessoa singular do Filho de Deus [8].


A Encarnação não supôs mudança alguma no Filho de Deus, que é imutável, como tampouco o supôs a criação. Somente se dá a mudança na natureza humana: inovação que consiste no facto de começar a existir elevada inefavelmente à união pessoal com o Verbo. A pessoa divina não adquiriu nenhuma perfeição nova, porque possui todas as perfeições da natureza humana, contidas de forma muito mais excelente na sua natureza divina.


A fé ensina-nos que a pessoa de Cristo é a pessoa eterna do Filho Unigénito de Deus. E o Verbo, desde antes dos séculos, tem o seu ser pessoal por geração eterna de Deus Pai. Portanto, a pessoa de Cristo não é causada pela união das duas naturezas, mas sim é eterna. Cristo não «é» ou existe pela sua natureza humana, mas sim que por ela «é homem». A pessoa de Cristo, depois da Encarnação, subsiste sem mudança alguma nas duas naturezas, mas não é formada por composição ou pela união de ambas.
Como consequência, a filiação de Jesus no que respeita a seu Pai não é adoptiva como a dos outros homens, mas si que é Filho de Deus por natureza, o Unigénito, o próprio Filho do Pai, pois d’Ele recebeu o seu ser pessoal por geração eterna.[9]


(Tradução por AMA)



[1] Cf. Símbolo Quicumque, DS, 76: «Como a alma racional e o corpo formam um só homem; assim, Cristo é um, sendo Deus e homem».
[2] DS, 424
[3] cf. Conc. Éfeso: DS, 255
[4] cf. DS, 424
[5] DS, 432
[6] CCE, 468.
[7] S. Th. III, 2,2, ad. 2.
[8] S. Th. III,2,2 ad 2.
[9] Cf. DS, 595; 611; 619; 852. Entenderemos melhor esta verdade se tivermos presente que a filiação é uma relação de uma pessoa no que respeita a outra que a engendrou e lhe comunicou a sua natureza específica. Assim, a Filiação Divina adoptiva é e relação do homem que recebeu a vida divina participada, a graça, respeitante a Deus que lha comunicou. Esta filiação adoptiva «não é uma qualidade sobrenatural» recebida de Deus que transforme o homem fazendo-o divino por participação, como o é a graça santificante, mas a subsequente «relação» da pessoa que essa vida sobrenatural respeitante a Deus.



[i] Símbolo Quicumque, DS, 76.

DEVOÇÃO A SÂO JOSÉ


OS SETE DOMINGOS

7 Dores e Alegrias

V - A quinta dor e alegria de S. José

A sua dor quando teve de fugir para o Egipto com o Menino Jesus e Maria; a sua alegria em estar sempre com Jesus e Maria.

"Ele levantou-se, tomou, de noite, o Menino e Sua Mãe e retirou-se para o Egipto, onde ficou até à morte de Herodes."[i]

“José abandonou-se sem reservas nas mãos de Deus mas nunca deixou de reflectir sobre os acontecimentos, e assim recebeu do Senhor a inteligência das obras de Deus, que é a verdadeira sabedoria. Deste modo, aprendeu a pouco e pouco, que os planos sobrenaturais têm uma coerência divina, que às vezes está em contradição com os planos humanos."[ii]



[i] Mt 2,14-15
[ii] Ibid., n. 42

VIRTUDES – Prudência 1


A prudência é a virtude que dispõe o espírito a discernir em todas as circunstâncias o nosso verdadeiro bem e a escolher os meios para o realizar.

VIRTUDES

Opus Dei - O que é a prudência?

A prudência é a virtude que dispõe o espírito a discernir em todas as circunstâncias o nosso verdadeiro bem e a escolher os meios para o realizar [1]. Assim, são actos de prudência a avaliação para ver qual será a acção mais adequada para alcançar o bem, e o mandato para a realizar. A prudência baseia-se na memória do passado, no conhecimento do presente e, tanto quanto nos é possível, na previsão das consequências das nossas decisões. Indica a medida justa das outras virtudes, entre o excesso e o defeito, entre o exagero e a carência, ou a mediocridade.

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

DOMINGO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?