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28/02/2020

NUNC COEPI

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Quaresma

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Quaresma 

Sobre o Exame pessoal 1

Observo-me, escrevo sobre mim mas, algumas vezes parece que estou como que a fazer uma “prédica” a terceiras pessoas.

É a minha forma de sei-o bem.
Dificilmente me atrevo a fazer um exame profundo do meu procedimento.

Qual a razão?

Porque sei muito bem que tenho uma explicação, uma desculpa para tudo de forma que nunca encontro nada absolutamente errado mas, tão só, pequenas falhas sem grande relevo.

Então, quer dizer, não faço exame porque fico pior que se o não Fizesse?

Não!

É pura e simples cobardia e auto-convencimento da bondade da minha forma de proceder.

Eu é que sei! Poderia afirmar.

Que falta de vergonha, que pobreza de critério!
A continuar assim onde irei parar?

Ajuda-me Senhor pois bem vês que não sou capaz.

(AMA, reflexões, 2018)

Jesus, em teu nome procurarei almas


"Duc in altum" – Ao largo! – Repele o pessimismo que te torna cobarde. "Et laxate retia vestra in capturam” – e lança as redes para pescar. Não vês que podes dizer, como Pedro: "In nomine tuo, laxabo rete". – Jesus, em teu nome procurarei almas? (Caminho, 792)

Acompanhemos Jesus nesta pesca divina. Jesus está junto do lago de Genesaré e as pessoas comprimem-se à sua volta, ansiosas por ouvirem a palavra de Deus. Tal como hoje! Não estais a ver? Estão desejando ouvir a mensagem de Deus, embora o dissimulem exteriormente. Talvez alguns se tenham esquecido da doutrina de Cristo; talvez outros, sem culpa sua, nunca a tenham aprendido e olhem para a religião como coisa estranha... Mas convencei-vos de uma realidade sempre actual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais; em que não lhe bastam as explicações vulgares; em que não a satisfazem as mentiras dos falsos profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome, desejam saciar a sua inquietação com os ensinamentos do Senhor. (Amigos de Deus, nn. 260)

THALITA KUM 115


THALITA KUM 115 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Conhecer o amor de Deus em Jesus Cristo

Na encíclica «Deus caritas est» citei a afirmação da primeira carta de São João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e cremos nele» para sublinhar que na origem da vida cristã está o encontro com uma Pessoa [1]. Dado que Deus se manifestou da maneira mais profunda através da encarnação de Seu Filho, fazendo-se «visível» n’Ele; na relação com Cristo, podemos reconhecer quem é verdadeiramente Deus. [2] Mais ainda, dado que o Amor de Deus encontrou a sua expressão mais profunda na entrega que Cristo fez da Sua vida por nós na Cruz, ao contemplar o Seu sofrimento e morte podemos reconhecer de maneira cada vez mais clara o amor sem limites de Deus por nós: «Tanto amou Deus ao mundo, que lhe deu Seu Filho único, para que todo o que crer nele não pereça, mas que tenha vida eterna». ([3])
Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristãs. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De facto, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, «a quem trespassaram». [4]
A encíclica «Haurietis aquas» lembra que a ferida do lado e as dos pregos foram para numeráveis almas os sinais de um amor que transformou cada vez mais incisivamente sua vida ([5]). Reconhecer o amor de Deus no Crucificado converteu-se para elas numa experiência interior que as levou a confessar, junto a Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» [6], permitindo-lhes alcançar uma fé mais profunda no acolhimento sem reservas do amor de Deus. [7]

Experimentar o amor de Deus dirigindo o olhar ao Coração de Jesus Cristo

O significado mais profundo desse culto ao Amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente sua contribuição não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal desse amor na entrega confiada a seu serviço [8]. Obviamente, experiência e conhecimento não podem separar-se: um faz referência ao outro. Também é necessário sublinhar que um autêntico conhecimento do Amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de disponibilidade generosa. Partindo dessa atitude interior, o olhar posto no Lado Trespassado da lança transforma-se em silenciosa adoração. O olhar no Lado Trespassado do Senhor, do qual saem «sangue e água» [9], ajuda-nos a reconhecer a multidão de dons de graça que daí procedem [10] e abre-nos a todas as demais formas de devoção cristã que estão compreendidas no culto ao Coração de Jesus.

A fé, compreendida como fruto do Amor de Deus experimentado, é uma graça, um dom de Deus. Mas o homem poderá experimentar a fé como uma graça só na medida em que a aceita dentro de si como um dom, e procura vivê-lo. O culto do Amor de Deus, ao qual convidava aos fiéis a encíclica «Haurietis aquas» [11], deve ajudar-nos a recordar incessantemente que Ele carregou com este sofrimento voluntariamente «por nós», «por mim». Quando praticamos este culto, não só reconhecemos com gratidão o Amor de Deus, mas continuamos abrindo-nos a esse Amor, de maneira que a nossa vida vai ficando cada vez mais modelada por ele. Deus, que derramou o Seu Amor «Nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» [12], convida-nos incansavelmente a acolher o Seu Amor.
O convite a entregar-se totalmente ao amor salvífico de Cristo [13] tem como primeiro objectivo a relação com Deus. Por esse motivo, esse culto totalmente orientado ao Amor de Deus que Se sacrifica por nós tem uma importância insubstituível para a nossa fé e para a nossa vida no amor.


(AMA, reflexões).






[1] Cfr. n. 1
[2] Cfr. encíclica «Haurietis aquas», 29,41; encíclica «Deus caritas est», 12-15
[3] Jo 3, 16
[4] Jo 19, 37; Cfr. Zacarias 12, 10
[5] Cfr. número 52
[6] Jo 20, 28
[7] Cfr. encíclica «Haurietis aquas», 49
[8] Cfr. encíclica «Haurietis aquas», 62
[9] Cfr. Gv 19, 34
[10] Cfr. encíclica «Haurietis aquas», 34-41
[11] Cfr. ibidem, 72
[12] Cfr. Romanos 5, 5
[13] Cfr. ibidem, n. 4

Evangelho e comentário


Tempo de Cinzas





Evangelho: Mt 9, 14-15

Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar».

Comentário:

A Liturgia prossegue a proclamação do capítulo 9 do Evangelho escrito por São Mateus. É um capítulo de perguntas feitas pelos fariseus e chefes do povo perguntas essas que escondem crítica, preconceito e animosidade.

Parece-me que o Senhor gosta dessas perguntas em primeiro lugar, talvez, porque embora deformadas como já disse, são o desabafo de quem se sente, de alguma forma perplexo; depois porque Lhe dá o ensejo de, ao responder-lhes, ensinar, doutrinar, pôr as coisas no seu devido lugar.

Este Mestre Divino, tem uma paciência infinita e vai repetindo uma e outra vez os ensinamentos fundamentais para esclarecimento das gentes que O rodeiam.

(AMA, comentário sobre Mt 9, 14-15, 14.03.2017)

Leitura espiritual

Novo Testamento

Cartas Católicas

Carta de Tiago

Tg 3

Domínio da língua –

1 Meus irmãos, não haja muitos entre vós que pretendam ser mestres, sabendo que nós teremos um julgamento mais severo, 2 pois todos nós falhamos com frequência. Se alguém não peca pela palavra, esse é um homem perfeito, capaz também de dominar todo o seu corpo. 3 Quando pomos um freio na boca do cavalo para que nos obedeça, dirigimos todo o seu corpo. 4 Vede também os barcos: por grandes que sejam e fustigados por ventos impetuosos, são dirigidos com um pequeno leme para onde quer a vontade do piloto. 5 Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede como um pequeno fogo pode incendiar uma grande floresta! 6 Assim também a língua é fogo, é um mundo de iniquidade; entre os nossos membros, é ela que contamina todo o corpo e, inflamada pelo Inferno, incendeia o curso da nossa existência. 7 Todas as espécies de animais selvagens, de aves, de répteis e de animais do mar se podem domar e têm sido domadas pelo homem. 8 A língua, pelo contrário, ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal. 9 Com ela bendizemos quem é Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10 De uma mesma boca procedem a bênção e a maldição. Mas isto não deve ser assim, meus irmãos. 11 Porventura uma fonte lança pela mesma bica água doce e água salgada? 12 Porventura, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira dar figos? Uma fonte de água salgada também não pode dar água doce.

Verdadeira sabedoria –

13 Existe alguém entre vós que seja sábio e entendido? Mostre, então, pelo seu bom procedimento, que as suas obras estão repassadas da mansidão própria da sabedoria. 14 Mas, se tendes no vosso coração uma inveja amarga e um espírito dado a contendas, não vos vanglorieis nem falseeis a verdade. 15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é a terrena, a da natureza corrompida, a diabólica. 16 Pois, onde há inveja e espírito faccioso também há perturbação e todo o género de obras más. 17 Mas a sabedoria que vem do alto é, em primeiro lugar, pura; depois, é pacífica, indulgente, dócil, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem hipocrisia; 18 e é com a paz que uma colheita de justiça é semeada pelos obreiros da paz.


Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?