Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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21/02/2020
Ide a José e encontrareis Jesus
Ama muito S. José, quer-lhe com toda a tua alma, porque é a pessoa
que, com Jesus, mais amou Santa Maria e quem mais conviveu com Deus: quem mais
o amou, depois da Nossa Mãe. Merece o teu carinho e convém-te dar-te com ele,
porque é Mestre de vida interior e pode muito ante Nosso Senhor e ante a Mãe de
Deus. (Forja,
554)
José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele
diariamente, com carinho delicado, e cuidou dele com abnegação alegre. Não será
esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca,
no qual culmina a Fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior? A vida
interior não é outra coisa senão o convívio assíduo e intimo com Cristo, para
nos identificarmos com Ele. E José saberá dizer-nos muitas coisas sobre Jesus.
Por isso, não deixeis nunca de conviver com ele; ite ad Joseph, como diz a tradição cristã com uma frase tomada do
Antigo Testamento.
Mestre da vida interior, trabalhador empenhado no seu trabalho,
servidor fiel de Deus em relação contínua com Jesus: este é José. Ite ad Joseph. Com S. José o cristão
aprende o que é ser Deus e estar plenamente entre os homens, santificando o
mundo. Ide a José e encontrareis Jesus. Ide a José e encontrareis Maria, que
encheu sempre de paz a amável oficina de Nazaré. (Cristo que passa, nn. 56)
A Igreja inteira reconhece S. José como seu protector e padroeiro.
Ao longo dos séculos tem-se falado dele, sublinhando diversos aspectos da sua
vida, sempre fiel à missão que Deus lhe confiara. Por isso, desde há muitos
anos, me agrada invocá-lo com um título carinhoso: Nosso Pai e Senhor.
S. José é realmente Pai e Senhor, protegendo e acompanhando no seu
caminho terreno aqueles que o veneram, como protegeu e acompanhou Jesus
enquanto crescia e se fazia homem. (Cristo que passa, nn. 39)
THALITA KUM 108
(Cfr. Lc 8, 49-56)
O coração
O Coração de Cristo
é, também, um coração humano, que se enternece, que estremece de alegria, que,
por vezes, se encolhe com a tristeza. Temos, no Evangelho, tantos exemplos do
coração humano de Cristo!
«O forno arde. Ao
arder, queima todo o material, seja lenha ou outra matéria facilmente
combustível.
O Coração de Jesus,
o Coração humano de Jesus, queima com o amor que o enche. E este é o amor ao
Pai Eterno e o amor aos homens: as filhas e os filhos adoptivos.
O forno, queimando,
pouco a pouco apaga-se. O Coração de Jesus, ao contrário, é forno
inextinguível. Nisto parece-se com a “sarça
ardente” do Êxodo, em que Deus Se
revelou a Moisés. A sarça ardia com o fogo, mas... não se consumia. [1]
Efectivamente, o
amor que arde no Coração de Jesus é sobretudo o Espírito Santo, no qual
Deus-Filho se une eternamente ao Pai. O Coração de Jesus, o Coração humano de
Deus-Homem, está abrasado pela chama
viva do Amor trinitário, que jamais se extingue.
Coração de Jesus, forno ardente de caridade. O forno,
enquanto arde, ilumina as trevas da noite e aquece os corpos dos viajantes
inteiriçados com o frio.
Hoje queremos pedir
à Mãe do Verbo Eterno, para que no horizonte da vida de cada uma e cada um de
nós não cesse nunca de arder o Coração de Jesus, forno ardente de caridade. Para que Ele nos revele o amor que não
se extingue nem se deteriora jamais, o Amor que é eterno. Para que ilumine as
trevas da noite terrena e aqueça os corações.
Dando-Lhe as graças
pelo único amor capaz de transformar o mundo e a vida humana, dirigimo-nos com
a Virgem Imaculada, no momento da Anunciação ao Coração Divino que não cessa de
ser forno ardente de caridade.
Ardente: como a sarça que Moisés viu
ao pé do monte Horeb.» [2]
Quando não sabemos
o que fazer com o nosso coração, porque se rebela contra o que nem por ser
justo nos agrada, se entristece sem motivo justificado, quando parece que não
nos obedece, que tem vida própria, entreguemo-lo a Jesus, Ele sabe o que fazer
com ele.
«Nestes breves minutos na Tua presença, real,
verdadeira, no Santíssimo Sacramento presente no Sacrário, deixo o meu coração
vir para fora do peito, aperto-o nas minhas mãos e ofereço-to todo inteiro,
assim, amarfanhado pelas minhas mãos, num gesto simbólico da completa entrega
de todas as minhas preocupações, inquietudes e medos.
Tu, Senhor, recebes este meu pobre coração
e, embora saibas muito bem o que fazer com ele, atrevo-me a sugerir-te que não
mo devolvas sem o teres transformado completamente, absolutamente purificado e cheio dos Teus dons.
(AMA, reflexões).
Temas para meditar e reflectir
Confissão frequente
As confissões frequentes, que são tantas vezes idênticas umas às outras aumentam o amor a Cristo, por causa, sem dúvida, da tristeza que concebemos por não poder provar-lhe melhor a nossa fidelidade; mas ainda mais porque em vez de estarmos sempre a examinar a nossa miséria, decidimo-nos de uma a vez a não ver senão a Sua bondade.
As confissões frequentes, que são tantas vezes idênticas umas às outras aumentam o amor a Cristo, por causa, sem dúvida, da tristeza que concebemos por não poder provar-lhe melhor a nossa fidelidade; mas ainda mais porque em vez de estarmos sempre a examinar a nossa miséria, decidimo-nos de uma a vez a não ver senão a Sua bondade.
(Georges Chevrot, Jesus e a Samaritana, Éfeso, 1956, pg 163)
Evangelho e comentário
São
Pedro Damião – Doutor da Igreja
Evangelho: Mc 8, 34 – 9, 1
34 Chamando a si a multidão,
juntamente com os discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser vir após mim,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
1 Disse-lhes também: «Em verdade vos
digo que alguns dos aqui presentes não experimentarão a morte sem terem visto o
Reino de Deus chegar em todo o seu poder.»
Comentário:
A
Sagrada Liturgia propõe-nos hoje – festa de São Pedro Damião, Doutor da Igreja
– dois pequenos trechos do Evangelho escrito por São Marcos, precisamente dos
capítulos 8 e 9.
Julgo
que o melhor comentário será esta carta do Santo Doutor:
«Caríssimo,
pediste-me que te escrevesse palavras de consolação, a fim de reconfortar o teu
ânimo amargurado por tantos golpes dolorosos.
Mas
se a tua prudência e sensatez não estão adormecidas, a consolação já chegou,
porque as próprias palavras mostram sem sombra de dúvida que Deus te está
instruindo como a um filho para alcançares a herança.
Assim
o indicam claramente aquelas palavras: Filho, se queres servir a Deus,
permanece na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação.
Onde
existe o temor e a justiça, a prova de qualquer adversidade não é tormento de
escravos, mas antes correcção paterna.
Porque
até o bem-aventurado Job, quando diz no meio dos flagelos da infelicidade: Quem
dera que Deus me esmagasse, que estendesse a sua mão e pusesse fim à minha
vida, logo acrescenta: Terei a minha consolação, porque me atormenta com dores
e não me poupa.
Para
os eleitos de Deus, o castigo divino é consolação, porque, através das dores
momentâneas que suportam, progridem a grandes passos na firme esperança de
alcançar a glória da felicidade eterna.
É
para isso que o martelo bate no ouro: para que o ourives possa extrair a
escória; é para isso que se usa a lima: para que a veia do vibrante metal
brilhe com mais fulgor. É no forno que se experimenta o vaso do oleiro, é na
tribulação que se experimentam os homens justos. Porque também diz São Tiago:
Considerai como motivo de grande alegria, irmãos, as diversas provações por que
tendes passado.
É
a bom título que se devem alegrar aqueles que neste mundo suportam a tribulação
temporária pelos seus pecados, mas têm guardada para si no Céu uma recompensa
eterna pelas boas obras que praticaram.
Portanto,
caríssimo e dulcíssimo irmão, enquanto te atingem os golpes da desgraça,
enquanto és castigado pelos açoites da correcção divina, não te deixes vencer
pelo desalento, não te queixes nem murmures, não te deixes amargurar pela
tristeza nem impacientar pela fraqueza de ânimo; mas conserva sempre a
serenidade no teu rosto, a alegria no teu coração, a acção de graças na tua
boca.
São
certamente dignos de todo o louvor os desígnios de Deus, que atinge nesta vida
os seus para os poupar aos flagelos eternos; abate para elevar, fere para
curar, humilha para exaltar.
Portanto,
caríssimo, robustece o teu espírito na paciência com estes e outros testemunhos
das Escrituras divinas, e espera confiadamente a alegria que vem depois da
tristeza.
Que
a esperança daquela alegria te reanime e a caridade te inflame, de tal modo que
o teu espírito, santamente inebriado, esqueça os sofrimentos exteriores e
anseie com entusiasmo pelo que interiormente contempla.»
(Das
Cartas de São Pedro Damião, (Liv. 8, 6: PL 144, 473-476) (Sec. XI)
Leitura espiritual
Cartas de São Paulo
Carta a Tito
Tt 1
Saudação –
1 Paulo, servo de Deus e
apóstolo de Jesus Cristo, em ordem à fé dos eleitos de Deus e ao conhecimento
da verdade, que conduz à piedade, 2 na esperança da vida eterna, prometida
desde os tempos antigos pelo Deus que não mente 3 e que, no devido tempo,
manifestou a sua palavra, pela pregação que me foi confiada por mandato de
Deus, nosso Salvador: 4 a Tito, meu verdadeiro filho, pela fé comum, a graça e
a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.
Qualidades dos presbíteros
(1 Tm 3,1-7) –
5 Deixei-te em Creta, para
acabares de organizar o que ainda falta e para colocares presbíteros em cada
cidade, de acordo com as minhas instruções. 6 Cada um deles deve ser
irrepreensível, marido de uma só mulher, com filhos crentes, e não acusados de
vida leviana ou de insubordinação. 7 Porque é preciso que o bispo, como
administrador de Deus, seja irrepreensível, não arrogante, nem colérico, nem
dado ao vinho, à violência ou ao lucro desonesto; 8 mas, antes, hospitaleiro,
amigo do bem, prudente, justo, piedoso, continente, 9 firmemente enraizado na
doutrina da palavra digna de fé, de modo que seja capaz de exortar com sãos
ensinamentos e de refutar os contraditores.
Os falsos mestres (1 Tm
1,3-7; 4,1-5; 2 Tm 2,14-20) –
10 Há, de facto, muitos
insubordinados, palradores e sedutores, sobretudo entre os da circuncisão, 11 aos
quais é preciso tapar a boca, pois transtornam famílias inteiras, ensinando o
que não devem, tendo em vista o lucro desonesto. 12 Aliás, como disse um deles,
que era profeta, «os cretenses são sempre mentirosos, bestas más e ventres
preguiçosos.» 13 E este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os
severamente, para que tenham uma fé sã, 14 não dando ouvidos a fábulas judaicas
e a preceitos de homens que se afastaram da verdade. 15 Tudo é puro para os
puros, mas, para os corruptos e os incrédulos, nada é puro, porque a sua mente
e a sua consciência estão corrompidas. 16 Proclamam conhecer a Deus, mas
negam-no com as obras, revelando-se abomináveis, rebeldes e incapazes de
qualquer obra boa.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?